REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS
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- Ágata Câmara Neves
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1 REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS Fortaleza CE Abril Lourival Ferreira Cavalcante CCA /UFPB, Areia,PB
2 PROBLEMAS DA SALINIDADE: 1) Solos não salinos irrigados com água salina; 2) Redução das perdas hídricas do ambiente radicular em solos não salinos irrigados com água salina; 3) Solos degradados pela sodicidade envolvendo: a) lavagem; b) lavagem, insumos orgânicos e drenagem; c) gesso agrícola, insumos orgânicos, lavagem e drenagem.
3 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS PARA FINS DE SALINIDADE (Richards, 1954) Solo CEes PST ph ds m % Não Salino <4 <15 Variável Salino >4 <15 Variável Salino-sódico >4 >15 ± 8,5 Sódico <4 >15 > 8,5
4 CE es (ds m -1 ) Condutividade elétrica de um Latossolo não salino cultivado com maracujazeiro amarelo, (CEes = 0,45 e 0,28 ds m -1 ) nas camadas 0 5 e 6 30 cm, irrigado com água salina CEai = 4,2 ds m -1 na estiagem e lixiviação no período chuvoso (680 mm),coronel Ezequiel RN ,5 Árido Profundidade de 0 5 cm Variação de - 3,2 ds m -1 Redução em 49,2% Chuvoso 4 3,3 Profundidade de 6 30 cm Variação de - 0,4 ds m -1 Redução em 18,2% 2 2,2 1, Profundidades (cm)
5 Valores da percentagem de sódio trocável (PST inicial = 2,34 e 1,01%) nas camadas de 0 5 e 6 30 cm do solo, no período da estiagem e no período chuvoso (680 mm), cultivado com maracujazeiro amarelo, Coronel Ezequiel RN. PST (%) ,8 Árido Chuvoso Profundidade de 0 5 cm Variação absoluta de -8,2 Redução relativa 69,5% Profundidade de 6 30 cm Variação absoluta de -7,9 Redução relativa 86,8% 9, ,6 2 1, Profundidades (cm)
6 Massa Média de Frutos (g) Produtividade (t ha -1 ) Massa média de frutos (A) e produtividade (B) de maracujazeiro amarelo irrigado com água salina (CEa = 4,2 ds m -1 ), Coronel Ezequiel RN A B ,4 2,5 3,6 20 1,4 2,5 3,6 Doses de calcário Doses de calcário
7 Aumento da salinidade de um Luvissolo Crômico não salino (CEes inicial = 2,32 e 2,15 ds m -1 ), nas camadas de 0-20 e cm, em covas protegidas lateralmente contra perdas por infiltração lateral, cultivado com maracujazeiro amarelo (4 x 2 m) irrigado com água salina (CEai = 3,2 ds m -1 ), Santa Cruz RN Umidade em volume (%) CEes = 1/Uv Produtividade (t ha -1 ) CE es (ds m -1 ) Proteção lateral das covas (Face protegidas)
8 Condutividade elétrica do extrato de saturação - CEes, percentagem de sódio trocável PST e ph de um solo salinosódico, de Sousa, PB, antes e depois da lavagem intermitente com água não salina ( 0,35 ds m -1 ), durante 40 dias. - 21,8% - 78,7%
9 Condutividade elétrica - CEes, PST e ph de um solo salino sódico, Sousa PB, tratado com esterco bovino - EB, biofertilizante comum - BC e biofertilizante enriquecido quimicamente - BE, cultivado com nim (Azadirachita indica), aos 270 dias pós a lavagem e semeadura (CEesap = 3,2 ds m -1, PSTap = 46,4% e phap = 8,6)
10 Crescimento em altura AP e volume de raízes - VR de Azadirachita indica, aos 270 dias pós a semeadura cultivado em um solo salino-sódico tratado com insumos orgânicos (Rodrigues, 2011).
11 Porosidade total de um solo sódico de Sousa PB, (CEes = 2,3 ds m -1, PST = 35,5%, ph = 8,8), aos 105 dias após a aplicação de biofertilizante líquido de bovino aplicado na superfície para a formação de mudas de maracujazeiro amarelo.
12 Raízes de mudas de maracujazeiro amarelo desenvolvido em sódico tratado com biofertilizante bovino líquido, aos 105 dias após a semeadura (Campos, 2009).
13 Dados de um solo salino-sódico, antes e depois da incorporação de gesso (50% NG), sem e com drenagem (sem e com lavagem quinzenal com volume de água correspondente a duas vezes a porosidade total), durante 45 dias, Sumé PB.
14 CEes (ds m -1 ) PST (%) Solo salino sódio cultivado com tomate Santa Clara (CEes = 13,4 ds m -1, PST = 18,4% e ph = 8,9), em áreas sem e com drenagem, esterco bovino (0 e 14 t ha -1 ), adubação com NPK (0 e dose recomendada), irrigação infiltração por sulco CEai = 1,4 ds m -1, Sumé, PB ,4 6,3 Sem Drenagem Com Drenagem 4,8 3,4 18,0 13,5 9,0 16,8 14,1 Sem Drenagem Com Drenagem 12,4 7,5 2 4,5 0 M0A0 M1A1 0,0 M0A0 M1A Tratamentos Tratamentos
15 Produtividade de tomate Santa Clara num solo salino sódico de Sumé, PB. Aumento 59,5% Aumento 75,0%
16 REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLO SALINO-SÓDICO DE SÃO GONÇALO SOUSA PB, TRATADO COM GESSO, INSUMOS ORGÂNICOS E LAVAGEM
17 Luvissolo Crômico salino-sódico (CEes = 5,3 ds m -1, PST = 50%, ph = 9,1, Na + = 4,58 cmol c kg -1 e CTC = 9,16 cmol c kg -1 ), sem função agrícola, na camada de 0 20 cm (Outubro/2010).
18 Aração a 20 cm e subsolagem a 50 cm de profundidade (Junho/2011). Excesso de chuvas nos meses de janeiro a maio/2011)
19 Distribuição de cinco drenos subterrâneos de PVC-75 mm, com 70 m de comprimento e furos longitudinais, instalados na profundidade de 90 cm, entre blocos (Junho/2011).
20 Abertura das valas para instalação dos drenos, camada de brita na base, tubo de PVC (75 mm), cobertura com brita, com lona plástica e solo (Julho/2011).
21 Recuperação do dreno coletor (junho-julho/2011).
22 Delineamento experimental 4 blocos e 8 tratamentos (Parcela 7,0 m x 7,5 m = 52,5 m 2 ) - Testemunha (T) - Gesso agrícola (G) 9,43 t ha -1 (Pizarro, 978); - Esterco Bovino (EB) 10,0 t ha -1, equivalente a 3,83 t ha -1 de CO; - Casca de Arroz (CA) 9,3 t ha -1, equivalente a 3,83 t ha -1 de CO; - Casca de coco (CC) 7,9 t ha -1, equivalente a 3,83 t ha -1 de CO; - G + EB; - G + CA; - G + CC. Obs.: incorporação manual a 15 cm de profundidade.
23 Cálculo da necessidade de gesso para solos salinos - sódicos e sódicos (Pizarro(1978) NG = [(PSTi - PSTf)/100] x CTC x z x ds x peqg, adicionar 25% na dose calculada. NG = Necessidade de gesso (kg ha -1 ); PSTi = Percentagem de sódio trocável que o solo possui antes da aplicação dos tratamentos; PSTf = Percentagem de sódio trocável que se deseja que o solo atinja (10%), conforme Pizarro (1978); CTC = Capacidade de troca catiônica do solo (cmol c kg -1 ); z = Profundidade de incorporação do gesso (cm); ds = Densidade do solo (g cm- 3 ); peqg = Peso equivalente do gesso (86). Dose calculada kg ha -1 de gesso +25% = kg ha % de umidade = kg ha -1. Composição dos insumos orgânicos Insumo ph (H 2 O) P K Na + Ca 2+ Mg 2+ CO C/N mg kg cmol c kg % EB 7, ,4 6,7 5,9 38,3 17 CA 6, ,1 2,4 2,2 41,5 89 CC 5, ,6 1,1 1,0 48,2 122 EB = Esterco bovino; CA = Casca de Arroz; CC = Casca de coco. OBS: Esterco bovino tomado como referência
24 Caracterização química do solo em cada parcela, na camada de 0 20 cm, em função da excessiva pluviosidade de mm nos primeiros quatro meses de 2011 na área experimental. Tratamentos CEes PST Na + ph Classe (ds m -1 ) (%) (cmol c dm -3 ) - - T 3,4 28,9 2,7 8,1 Sódico G 3,9 33,6 4,6 8,4 Sódico EB 5,7 36,0 5,3 8,0 S. sódico CA 5,6 38,2 5,3 8,1 S. sódico CC 4,8 39,2 4,4 8,1 S. sódico G+EB 4,1 34,0 3,8 8,2 S. sódico G+CA 3,6 42,5 3,4 8,1 Sódico G+CC 6,0 32,5 4,8 8,4 S. sódico Média 4,6 35,6 3,9 8,2 S. sódico
25 Após a incorporação do gesso e dos insumos orgânicos fez-se a lavagem do solo no período de 05/08 a 25/09/2011(50 dias), marachas de 25 cm de altura e lâmina de água de 10 cm [CEai = 0,35 ds m -1, RAS = (1,17 mmol L -1 ) 1/2 ], dreno funcionando. Dreno funcionando
26 Caracterização química do solo após o final da lavagem e semeadura do girassol (Sunflower) BRS V 122, no espaçamento 1 x 0,6 m (17/10/2011 a 04/02/2012), irrigação por microaspersão sem fração de lixiviação.
27 Caracterização do solo após a colheita do girassol, plantio de arroz variedade Diamante, em 26/02/2012, no espaçamento 0,3 x 0,1m, com duas plantas por cova, irrigação por inundação - 5 a 8 cm de altura a partir de 30 dias após o plantio.
28 Resultados da situação salina do solo, na camada de 0 20 cm, antes (AL) e após a lavagem (DL), cultivo de girassol (ACG) e de arroz (ACA), respectivamente. Tratamentos Épocas T G EB CA CC G+EB G+CA G+CC Média AL 3,4 3,9 5,7 5,6 4,8 4,1 3,6 6,0 4,6 CEes (ds m -1 ) PST (%) DL 1,6 4,3 2,5 2,5 2,3 5,0 4,4 4,8 3,4 ACG 4,2 4,4 3,5 3,3 2,8 2,9 2,6 4,0 3,5 ACA 1,3 1,8 1,6 1,9 2,0 2,1 2,0 2,2 1,9 AL 28,9 33, ,2 39, ,5 32,5 35,5 DL ACG ACA ph AL 8,1 8,4 8 8,1 8,1 8,2 8,1 8,4 8,2 DL 8,3 7,8 8 8,1 8,2 7,4 7,6 7,9 7,9 ACG 8 7,8 8 7,9 8,4 7,4 7,3 7,3 7,8 ACA 8,1 8 7,9 8 7,7 7,3 7,5 7,8 7,8
29 Produtividade (t ha -1 ) de girassol e arroz (Santos, 2014). Tratamentos Cultura T G EB CA CC G+EB G+CA G+CC Girassol 0,40 1,64 0,84 0,60 0,68 1,36 1,24 1,84 Arroz 5,60 6,02 6,05 6,25 5,80 6,12 6,45 6,12
30 Produção de arroz em solo salino-sódico tratado com gesso e insumos orgânicos. Produção de arroz por vários autores (t ha -1 ) Autores Tratamentos T G EB CA CC G+EB G+CA G+CC Gheyi et al. (1995) Gomes et al. (2000) 5,80 5,75 5, ,38 6,78 8,81 6, Santos (2014) 5,60 6,02 6,05 6,25 5,80 6,12 6,45 6,12 Gheyi et al. (1995) - G = 30,0 t ha -1, EB = 15 t ha -1 Gomes et al. (2000) - G = 20,0 t ha -1, EB = 40 t ha -1, CA = 15,0 t ha -1 Santos (2014) - G = 9,8 t ha -1, EB = 10 t ha -1, CA = 9,3 t ha -1,CC = 7,9 t ha -1
31 Considerações Finais As condições físicas dos solos não salinos e a redução das perdas hídricas do ambiente radicular das plantas permitem o uso de água salina na agricultura; A lixiviação dos sais provocada pelas águas das chuvas reduz temporariamente a salinidade e a sodicidade do solo; A lavagem seguida de drenagem possibilita a redução da salinidade pela diminuição da condutividade elétrica, da sodicidade pelo decrépito da percentagem de sódio trocável e da alcalinidade pelo declínio do ph. Os insumos orgânicos exercem efeito semelhante ao do gesso agrícola na produção de arroz em solo degradado por sódio. Os tratamentos com gesso e gesso mais fontes orgânicas foram mais eficientes na redução da sodicidade do solo que as fontes orgânicas individualmente.
32 Muito obrigado! Lourival Ferreira Cavalcante CCA/UFPB Areia PB
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