Agradecimento. Entidades que colaboraram no projeto:

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Denílson Marreiro da Conceição
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2 Agradecimento Esta história foi enriquecida com os contributos de mais de 100 crianças que, com as suas palavras sábias, nos transmitiram o que era para elas uma Família. Chegámos até estas crianças com a ajuda de diversas entidades que, desde o início, acreditaram neste projeto e a quem agradecemos profundamente. São nossas parceiras nesta aventura, trilharam connosco este caminho e, todos juntos, chegámos até aqui. Entidades que colaboraram no projeto: Assistência Infantil de Santa Isabel Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos Grupo Famílias Arco-Íris da Associação ILGA Portugal Santa Casa da Misericórdia de Lisboa SFRAA / Quinta de S. Miguel Casa de Acolhimento Temporário

3 «Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade.» Montaigne

Chamo-me Esperança. Eu sei que é um nome diferente, que não se ouve muitas vezes. Mas eu gosto bastante dele. É o meu nome! Por acaso, a minha professora de Português também gosta muito.

5 Chamo-me Esperança. Eu sei que é um nome diferente, que não se ouve muitas vezes. Mas eu gosto bastante dele. É o meu nome! Por acaso, a minha professora de Português também gosta muito. Ela até costuma dizer que deviam existir mais «esperanças» pelo mundo fora acho que sei o que ela quer dizer. 5 Foi essa mesma professora que desafiou a minha turma a fazer um trabalho sobre a Família. Na minha escola fazemos muita pesquisa; os professores dizem que assim a curiosidade e o conhecimento crescem connosco. Gostei logo da ideia, até porque o meu sonho é ser jornalista, ser uma espécie de investigadora, e não quero esperar por ser adulta para começar a praticar. Resolvi então pesquisar este assunto como se já o fosse A professora colocou-nos várias questões para pensarmos: Costumam olhar à vossa volta, uns para os outros? Observem a vossa família e a dos vossos colegas. O que torna única cada uma delas? E o que as une? Como já sou observadora por natureza, não me foi difícil perceber quais os colegas da escola que gostariam de participar no meu trabalho. E entrevistei-os durante uma semana.

6 Quando lhes perguntei «O que é uma família?», obtive respostas muito interessantes: «É quem está sempre lá para nós e que nos apoia.» 6 «São pessoas em quem podemos confiar, com quem brincar, viver e de quem gostar.» «São pessoas que me ajudam nos momentos difíceis e que cuidam de mim.» «É um conjunto de pessoas que gostam umas das outras. Às vezes podem discutir, mas depois fazem as pazes.» «É um apoio, ou seja, que nos dá conforto quando mais precisamos nos bons e maus momentos.» «São pessoas unidas que confiam umas nas outras e não é necessário que a família sejam mãe, pai, irmãos ou avós, pois os nossos amigos são também família e os animais de estimação também.»

7 «São aquelas pessoas que nos ajudam, que nos compreendem e que nos avisam quando estamos errados.» «É ter pessoas perto de nós que querem que sejamos felizes, e nos ensinam a sermos melhores pessoas com os outros e para nós próprios.» 7 «É alegria, confusão, entendimento, igualdade e desigualdade.» «São laços que se criam.» «É um conjunto de pessoas que se amam.» «É a coisa mais importante e que mais precisamos ao longo da vida.» Descobri que à minha volta existem famílias bem diferentes umas das outras! Dou-vos alguns exemplos dos meus colegas da escola.

Lá, quando chove, ela sente o cheiro da terra e da relva molhadas. 9 Hoje em dia, o facto de assim ser já não a incomoda.

9 Os pais da Mafalda separaram-se no ano passado e ela ficou triste, pois deixaram de viver todos juntos. A Mafalda ficou com duas casas. O pai vive num prédio alto, na zona sul da cidade, mesmo no último andar. Quando ela lá está, sente-se perto das estrelas. A mãe vive na zona norte da cidade, no rés do chão de um prédio baixinho. Lá, quando chove, ela sente o cheiro da terra e da relva molhadas. 9 Hoje em dia, o facto de assim ser já não a incomoda. Apesar de não viverem um com o outro, ela sabe que os pais continuam a gostar e cuidar dela como sempre fizeram. Ela contou-me que tem um amigo, o Duarte, que até diz, meio a brincar, que teve alguma sorte com o divórcio dos pais, porque, entretanto, ganhou irmãos com quem estar. Ele era filho único e agora tem dois irmãos gémeos de 6 anos, que nasceram depois de a mãe voltar a casar. Acho que lhes deve ter custado um bocadinho assistir à separação dos pais, mas noto que tanto a Mafalda como o Duarte estão felizes de novo.

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