A EXPRESSÃO DO TEMPO FUTURO NO USO CAPIXABA: VARIAÇÃO E GRAMATICALIZAÇÃO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA LEILA MARIA TESCH A EXPRESSÃO DO TEMPO FUTURO NO USO CAPIXABA: VARIAÇÃO E GRAMATICALIZAÇÃO RIO DE JANEIRO 2011

2 LEILA MARIA TESCH A EXPRESSÃO DO TEMPO FUTURO NO USO CAPIXABA: VARIAÇÃO E GRAMATICALIZAÇÃO Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientadora: Professora Doutora Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva. RIO DE JANEIRO 2011

3 A EXPRESSÃO DO TEMPO FUTURO NO USO CAPIXABA: VARIAÇÃO E GRAMATICALIZAÇÃO LEILA MARIA TESCH Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em Linguística, da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Linguística. BANCA EXAMINADORA Professora Doutora Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva UFRJ / Linguística (Orientadora) Professora Doutora Dinah Maria Isensee Callou UFRJ / Letras Vernáculas Professora Doutora Lilian Coutinho Yacovenco UFES /Estudos Linguísticos Professora Doutora Maria da Conceição Auxiliadora Paiva UFRJ / Linguística Professora Doutora Maria Maura da Conceição Cezário UFRJ / Linguística Professora Doutora Célia Regina dos Santos Lopes UFRJ / Letras Vernáculas (suplente) Professora Doutora Afrânio Gonçalves Barbosa - UFRJ / Letras Vernáculas (suplente) Defendida a dissertação Conceito: Em: / /

4 Aos meus pais Leomar e Rosalina, por terem desde cedo me incentivado pela busca do saber e sempre mostrado a importância do estudo. Ao meu marido André, meu amor, meu amigo e companheiro de todos os momentos.

5 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus, por me abençoar todos os dias. À querida professora Drª Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva, com quem tenho aprendido muito desde o período do mestrado. Agradeço pela orientação segura e amiga, por sua generosa dedicação em todos os momentos deste estudo, por seu exemplar profissionalismo em atender aos meus questionamentos, bem como por sua sabedoria em conduzir os passos deste trabalho. Por compartilhar comigo, além da genialidade de sua inteligência, sua amizade, sua casa e seus livros. Aos meus pais, que sempre me deram exemplo de perseverança e dedicação para alcançar os ideais. Devo a eles a coragem de lutar pelos meus objetivos. Agradeço também por sempre mostrarem a importância da instrução escolar. Muito obrigada pelo carinho, pelas orações e palavras de ânimo durante os trechos difíceis dessa caminhada. Ao meu amado marido André, sempre companheiro. Serei eternamente grata por tantas demonstrações de carinho nos momentos tranquilos e difíceis. Não há palavras suficientes que possam traduzir minha gratidão. Muito obrigada por entender minhas ausências, minhas frustrações, minhas alegrias e sempre estar disposto a ouvir minhas colocações linguísticas, mesmo não sendo da área e, às vezes, sem saber ao certo do que se trata. À Lucineide, minha irmã, pelo carinho. A minha família, avós, tios, primos, enfim, a todos que sempre me apoiaram e incentivaram. À professora Drª Lilian Coutinho Yacovenco que desde a graduação tanto me ajudou e incentivou nessa busca pelo saber. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa concedida.

6 Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ, pelo acolhimento e enorme generosidade em repartir comigo seus conhecimentos, em especial aos professores Maria Maura Cezario e Mário Eduardo Martelotta, que deram dicas maravilhosas para o desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos que souberam entender minha distância e deram ânimo para a continuidade do trabalho. E a outros que fizeram parte deste processo e que, porventura, deixei de citar. Sem a ajuda de todas essas pessoas, não seria capaz de realizar este estudo. Dedico a todos vocês esta pesquisa, esperando ter correspondido, dentro das minhas limitações, ao que dela se possa exigir.

7 SINOPSE Estudo da variação entre as formas do futuro simples, ir no futuro + infinitivo, presente do indicativo e ir no presente + infinitivo, na expressão de futuro, com base nos princípios da Sociolinguística Variacionista Laboviana e do Funcionalismo Linguístico. Análise em tempo real, na modalidade escrita Jornal A Gazeta décadas de 1930, 1970 e em 2008, e em tempo aparente, na modalidade falada, PortVix.

8 RESUMO A EXPRESSÃO DO TEMPO FUTURO NO USO CAPIXABA: VARIAÇÃO E GRAMATICALIZAÇÃO LEILA MARIA TESCH Resumo da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em Linguística, da Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Linguística. Esta pesquisa focaliza a expressão do tempo futuro no uso capixaba, codificada pelas formas futuro simples, ir no futuro + verbo no infinitivo, presente do indicativo e ir no presente + verbo no infinitivo. O estudo abrange a modalidade oral, a partir da análise do corpus PortVix, e a modalidade escrita, por meio de amostras do jornal A Gazeta, década de 1930, década de 1970 e Com base nos princípios da Sociolinguística Variacionista e do Funcionalismo Linguístico, especialmente a gramaticalização, foram investigados os contextos linguísticos e sociais correlacionados à variação estudada. Em geral, os resultados demonstraram um uso distinto nas modalidades investigadas: maior preferência de futuro simples na escrita, porém em decréscimo ao longo de 80 anos, e predominância da forma perifrástica na fala e quase desaparecimento de futuro simples. Os resultados atestam que o fenômeno em estudo sofre influência de motivações de natureza diversa como paralelismo, extensão lexical, verbo modal, marca de futuridade fora do verbo, projeção de futuridade, conjugação verbal, tipo semântico do verbo e tipo textual. Além desses, foram investigados fatores específicos para cada modalidade, como o gênero textual para a escrita e os fatores sociais para a fala. Em relação a uma possível mudança em curso, através do processo de gramaticalização de ir na expressão de futuro, o estudo mostrou resultados relevantes, tendo em vista a implementação da perífrase com ir para indicar tempo, confirmando tendência já observada em outras variedades do português brasileiro. Palavras-chave: Futuro, Teoria da Variação e Mudança, Gramaticalização. RIO DE JANEIRO 2011

9 ABSTRACT THE EXPRESSION OF FUTURE TIME IN THE CAPIXABA S USE: VARIATION AND GRAMMATICALIZATION LEILA MARIA TESCH Abstract da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em Linguística, da Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Linguística. The present research focuses on the expression of the Simple Future Tense by the Capixaba people, coded by the Simple Future conjugation, to go in the simple future tense + verb in the infinitive, simple present and go in the simple present tense + verb in the infinitive. The referred study encompasses the oral features, obtained by the analysis of the corpus PortVix, besides the written features gotten by means of samples from A Gazeta newspaper extracts, related to the 30 s and 70 s along with the year Based upon the principles of the Variacionist Sociolinguistics and the Linguistics Function, especially the grammaticality, an investigation of the linguistic and social contexts correlated to the variations analyzed was also performed. In general terms the results led to a distinctive usage between the mentioned features: there was a greater preference for the Simple Future tense in the written form, which has been decreasing alongside 80 years though, and a distinctive predominance of the perifrastic form in the spoken feature along with a quite disappearance of the simple future tense. The results prove that the phenomenon studied is influenced by many different sources such as parallelism, lexical extension, modal verb, presence of future tense not in the verb itself, future form projection, verbal conjugation, semantic type of the verb as well as the textual type used. In addition, the specific factors related to each individual feature were also investigated, such as the textual genre and the social factors which influence the spoken language. Regarding to a possible shifting through the grammatical process of to go whenever the future tense is expressed, the study showed relevant results considering the implementation of the periphrase with the verb to go in order to refer to a future time, which has confirmed an already observed trend among other variations of the Brazilian Portuguese Language. Key-words: Future, Theory of Variation and Change, Grammaticalization. RIO DE JANEIRO 2011

10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO DO TEMA REVISÃO NA LITERATURA GRAMÁTICAS DO PORTUGUÊS ESTUDOS ESPECÍFICOS FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO Gramaticalização Algumas considerações sobre o verbo ir ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA DESCRIÇÃO DOS CORPORA ETAPAS DA PESQUISA DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO DOS DADOS Paralelismo Extensão lexical Verbo modal Marca de futuridade fora do verbo Projeção de futuridade Conjugação verbal Escala de modalidade Tipo semântico do verbo Tipos de texto / Sequências textuais Tipo de sentença Gênero textual ANÁLISE DOS CORPORA

11 5.1 ANÁLISE DE A GAZETA Conclusões parciais ANÁLISE DE A GAZETA Conjugação verbal Marca de futuridade fora do verbo Tipo semântico do verbo Projeção de futuridade Conclusões parciais ANÁLISE DE A GAZETA Gênero textual Paralelismo Extensão lexical Verbo modal Conjugação verbal Tipo semântico do verbo Tipo de texto / Sequência textual Projeção de futuridade Marca de futuridade fora do verbo Escala de modalidade Conclusões parciais ANÁLISE DO PORTVIX Paralelismo Verbo modal Extensão lexical Conjugação verbal Faixa etária Escolaridade

12 5.4.7 Sexo/gênero Conclusões parciais CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

13 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Distribuição das variantes na língua escrita por séculos (Oliveira 2006, p. 92), p. 35 Tabela 02: Distribuição das variantes de referência temporal futura por século (Malvar e Poplack 2008, p. 191), p. 36 Tabela 03: Principais processos de gramaticalização de verbos plenos em auxiliares, p. 53 Tabela 04: Distribuição das ocorrências de ir nos corpora analisados, p. 62 Tabela 05: Distribuição dos dados em cada corpus analisado, p. 64 Tabela 06: Distribuição dos informantes de acordo com as variáveis sociais, p. 66 Tabela 07: Distribuição dos informantes analisados nesta pesquisa de acordo com as variáveis sociais, p. 67 Tabela 08: Distribuição das ocorrências indicadoras de futuro no corpus A Gazeta 1930, p. 121 Tabela 09: Distribuição das ocorrências indicadoras de futuro no corpus A Gazeta 1970, p. 128 Tabela 10: Influência do grupo de fatores CONJUGAÇÃO VERBAL no corpus A Gazeta 1970, p. 134 Tabela 11: Influência do grupo de fatores MARCA DE FUTURIDADE no corpus A Gazeta 1970, p. 136 Tabela 12: Influência do grupo de fatores TIPO SEMÂNTICO DO VERBO na escolha de ir no presente + verbo no infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 1970, p. 136 Tabela 13: Influência do grupo de fatores TIPO SEMÂNTICO DO VERBO na escolha de ir no presente + verbo no infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 1970, p. 137 Tabela 14: Influência do grupo de fatores PROJEÇÃO DE FUTURIDADE na escolha de ir no presente + verbo no infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 1970, p. 138 Tabela 15: Distribuição das ocorrências indicadoras de futuro no corpus A Gazeta 2008, p. 140 Tabela 16: Influência do grupo de fatores GÊNERO TEXTUAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 145 Tabela 17: Influência do grupo de fatores GÊNERO TEXTUAL na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 145

14 Tabela 18: Influência do grupo de fatores PARALELISMO na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 146 Tabela 19: Influência do grupo de fatores PARALELISMO na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 146 Tabela 20: Influência do grupo de fatores PARALELISMO na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 147 Tabela 21: Influência do grupo de fatores EXTENSÃO LEXICAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 148 Tabela 22: Influência do grupo de fatores EXTENSÃO LEXICAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 149 Tabela 23: Influência do grupo de fatores EXTENSÃO LEXICAL na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 149 Tabela 24: Influência do grupo de fatores VERBO MODAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 150 Tabela 25: Influência do grupo de fatores VERBO MODAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 150 Tabela 26: Influência do grupo de fatores VERBO MODAL na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 151 Tabela 27: Influência do grupo de fatores CONJUGAÇÃO VERBAL na escolha de futuro simples vs. presente do indicativono corpus A Gazeta 2008, p. 151 Tabela 28: Influência do grupo de fatores TIPO SEMÂNTICO DO VERBO na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 152 Tabela 29: Influência do grupo de fatores TIPO SEMÂNTICO DO VERBO na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 153 Tabela 30: Influência do grupo de fatores SEQUÊNCIA TEXTUAL na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 154 Tabela 31: Influência do grupo de fatores SEQUÊNCIA TEXTUAL na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 154 Tabela 32: Influência do grupo de fatores PROJEÇÃO DE FUTURIDADE na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 156 Tabela 33: Influência do grupo de fatores MARCA DE FUTURIDADE FORA DO VERBO na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 157 Tabela 34: Influência do grupo de fatores ESCALA DE MODALIDADE na escolha de ir no presente + infinitivo vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 159

15 Tabela 35: Influência do grupo de fatores ESCALA DE MODALIDADE na escolha de ir no presente + infinitivo vs. futuro simples no corpus A Gazeta 2008, p. 159 Tabela 36: Influência do grupo de fatores ESCALA DE MODALIDADE na escolha de futuro simples vs. presente do indicativo no corpus A Gazeta 2008, p. 159 Tabela 37: Distribuição das ocorrências indicadoras de futuro no corpus PortVix, p. 163 Tabela 38: Influência do grupo de fatores PARALELISMO na escolha de ir no presente + infinitivo no corpus PortVix, p.168 Tabela 39: Influência do grupo de fatores VERBO MODAL na escolha de ir no presente + infinitivo no corpus PortVix, p. 169 Tabela 40: Influência do grupo de fatores EXTENSÃO LEXICAL na escolha de ir no presente no corpus PortVix, p. 170 Tabela 41: Influência do grupo de fatores CONJUGAÇÃO VERBAL na escolha de ir no presente + infinitivo no corpus PortVix, p. 171 Tabela 42: Influência do grupo de fatores FAIXA ETÁRIA na escolha das variantes no corpus PortVix, p. 172 Tabela 43: Influência do grupo de fatores ESCOLARIDADE na escolha das variantes no corpus PortVix, p. 175 Tabela 44: Influência do grupo de fatores SEXO/GÊNERO na escolha das variantes no corpus PortVix, p. 178 Tabela 45: Síntese dos resultados dos corpora analisados, p. 183

16 LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS QUADROS: Quadro 01: Distinção entre tipos textuais e gêneros textuais, proposto por Marcuschi (2010), p. 105 Quadro 02: Grupos de fatores selecionados nas três rodadas realizadas, p. 144 Quadro 03: Comparação entre as formas variantes para codificar o futuro e o irrealis, no corpus PortVix, p. 167 GRÁFICOS: Gráfico 01: Distribuição das ocorrências na expressão de futuro no jornal A Gazeta 1930, p. 122 Gráfico 02: Distribuição das ocorrências na expressão de futuro no jornal A Gazeta 1970, p. 129 Gráfico 03: Comparação entre os resultados do jornal A Gazeta 1930 e 1970, p. 130 Gráfico 04: Distribuição das ocorrências na expressão de futuro no jornal A Gazeta 2008, p. 140 Gráfico 05: Comparação entre os resultados do jornal A Gazeta 1930, 1970 e 2008, p. 142 Gráfico 06: Distribuição das ocorrências na expressão de futuro no PortVix, p. 165 Gráfico 07: Comparação entre os resultados do jornal A Gazeta 1930, 1970, 2008 e PortVix, p. 166 Gráfico 08: Distribuição das variantes presente do indicativo e ir no presente + infinitivo nas quatro faixas etárias, p. 173 Gráfico 09: Distribuição das variantes presente do indicativo e ir no presente + infinitivo nos três níveis de escolaridade, p. 176 Gráfico 10: Comparação dos resultados de diversas pesquisas, p. 181

17 16 INTRODUÇÃO Neste trabalho, analisamos a variação entre as formas verbais indicadoras de futuro, postulando que essa referência futura é codificada na língua portuguesa por formas alternantes, tratando-se, pois, de um fenômeno de variação linguística. Estudiosos da linguagem têm mostrado, de maneira clara, que fenômenos variáveis, embora comumente desconsiderados por gramáticas tradicionais e por professores de língua portuguesa, apresentam comportamentos sistemáticos, não são aleatórios, como verificaremos neste trabalho. Em Tesch (2007), pesquisamos a variação entre as formas Futuro do pretérito e Pretérito imperfeito do indicativo, nas formas sintéticas e perifrásticas (ir + verbo no infinitivo), no âmbito do irrealis, na fala capixaba 1. A partir desse trabalho, decidimos investigar a variação das formas indicadoras de futuro na fala capixaba, além de verificar dados da modalidade escrita da língua, em diferentes décadas, a fim de constatar se a forma perifrástica com ir é recorrente na língua escrita e tentar observar suas etapas de evolução. Durante o levantamento dos dados deste trabalho, nas modalidades falada e escrita da língua portuguesa, verificamos a variação entre o futuro do presente e o presente do indicativo para expressar o futuro. O futuro, enquanto categoria linguística, ocorre no português, tanto na língua falada como na escrita, e para expressá-lo o falante utiliza várias formas verbais. Contudo, vale ressaltar que essa variação não é binária, uma vez que há, paralelamente às formas sintéticas, as formas perifrásticas. Portanto, analisamos, nesta tese, a variação entre as seguintes formas: 1) Futuro simples: Quando for possível, eu estudarei. 2) Ir no futuro + verbo no infinitivo: Quando for possível, eu irei estudar. 1 Este trabalho foi o primeiro a analisar sistematicamente todo o corpus PortVix.

18 17 3) Presente do indicativo: Quando for possível, eu estudo. 4) Ir no presente + verbo no infinitivo: Quando for possível, eu vou estudar. Os falantes de português, de um modo geral, não reagem negativamente ao uso das formas perifrásticas expressando futuro, no lugar antes reservado ao futuro simples (1) ou ao presente do indicativo (3). Isso ocorre porque estamos investigando um fenômeno que não sofre estigma social, embora o futuro simples seja considerado a forma prescrita. Nesta tese, propomo-nos tratar essa possibilidade como fenômeno de variação linguística. Para isso, analisamos dados de uso real da língua, nas modalidades falada e escrita. Na modalidade falada, coletamos dados do corpus PortVix, constituído de entrevistas com 46 informantes capixabas de diferentes faixas etárias, níveis de escolaridade e sexos. Na modalidade escrita, investigamos as ocorrências no jornal A Gazeta, importante jornal do Espírito Santo, nas décadas de 1930, 1970 e no ano de Além disso, comparamos os nossos resultados com os já obtidos em outras análises do português de diversas regiões do país, contribuindo, dessa forma, para uma visão conjunta da utilização de ir como marca de futuro. Assim, esta tese objetiva descrever e analisar as formas de expressão do futuro. Para isso, são identificados os fatores que motivam o uso de uma forma ou de outra nesses contextos, enfocando a variação entre as formas sintética e perifrástica. Portanto, objetivamos contribuir para a caracterização desse tempo verbal no português do Brasil. Além disso, esta pesquisa pretende analisar o processo de gramaticalização do verbo ir, buscando, inclusive, fazer um estudo diacrônico na modalidade escrita da língua portuguesa. O estudo diacrônico desse fenômeno pode nos apontar um processo de mudança linguística na indicação de futuro, principalmente em relação ao uso da forma perifrástica com ir. Vale ressaltar que este é o primeiro trabalho a analisar sistematicamente as

19 18 modalidades oral e escrita no Espírito Santo, seguindo os princípios da Sociolinguística Variacionista. Há a necessidade de se desenvolver pesquisas desse cunho nessa comunidade linguística, tendo em vista que poucos estudos foram realizados e pouco se sabe a respeito das características linguísticas dos capixabas. Esta pesquisa também possibilitará observar se a forma inovadora ir + verbo no infinitivo é utilizada na modalidade escrita e em caso positivo em quais contextos linguísticos. Ressaltando que uma mudança linguística não é abrupta, mas lenta, gradual e exige um período de variação entre as formas (Weinreich, Labov, Herzog 2006, p. 126). Entretanto, os objetivos desta pesquisa não se restringem às questões propostas pela teoria variacionista, embora seja essa a linha principal do trabalho. Ao percebermos que a forma perifrástica constitui-se numa forma nova dentro da língua e que ela parece ocupar um novo espaço no sistema linguístico, buscamos mostrar com este trabalho sua trajetória sob o foco da teoria da gramaticalização, de acordo com o exposto e discutido por vários teóricos dessa linha, dos quais se destacam Hopper (1991, 1993), Traugott (1995, 1991, 2003), Heine (1991, 1993, 2003) e Bybee (2001, 2003), nos diversos textos por eles publicados. Para alcançar os objetivos propostos, algumas hipóteses foram levantadas: a) há atualmente uma preferência pelo uso de formas perifrásticas de ir + verbo no infinitivo, tanto para o futuro do presente como para o futuro do pretérito, principalmente na modalidade oral; b) o verbo ir está passando por um processo de gramaticalização; c) a perífrase ir é pouco utilizada, na modalidade escrita, nas primeiras décadas do século XX; d) a construção ir + verbo no infinitivo não apresenta atualmente perdas de nuances modais/aspectuais, apenas o enfraquecimento dessas categorias; e) há maior predominância da variante futuro simples na modalidade escrita, pois a mudança se implementa inicialmente na fala, incorporando-se mais tardiamente à escrita e f) o futuro simples atualmente está mais atuante na modalidade escrita.

20 19 Esta tese objetiva, assim, descrever e analisar o comportamento das formas variantes indicadoras de futuro na comunidade linguística capixaba, na modalidade oral, por meio da análise do PortVix, e da modalidade escrita, em três períodos distintos no decorrer de 80 anos, a partir do jornal A Gazeta. Inicialmente, nesta tese, faz-se uma apresentação do tema, delimitando o contexto de variação. Abordam-se, também, as noções de tempo e modalidade, relacionando-as ao fenômeno estudado. No capítulo 2, apresenta-se uma revisão na literatura, com apontamentos retirados de gramáticas do português, como as de Said Ali (1966), Luft (2000), Mira Mateus et al (1983), Cunha & Cintra (2001), Bechara (2000) e Neves (2000), e de estudos específicos sobre as formas variantes que expressam o tempo futuro, como os de Câmara Jr. (1956, 1971, 1977), Gibbon (2000), Santos (2000), Gryner (2002, 2003), Oliveira (2006), Malvar e Poplack (2008) e Bragança (2008). O fenômeno estudado enquadra-se no quadro da Teoria Sociolinguística Variacionista e do Funcionalismo Linguístico, além de ser apresentado o paradigma da gramaticalização, discutido no capítulo 3. No capítulo 4, há uma descrição dos corpora pesquisados nesta tese. Este capítulo também é destinado à definição da metodologia empregada e apresentação, discussão e exemplificação dos grupos de fatores analisados. Além disso, há algumas colocações acerca do programa computacional utilizado, Goldvarb X. O capítulo 5 destina-se à descrição e interpretação dos resultados nos corpora A Gazeta 1930, A Gazeta 1970, A Gazeta 2008 e PortVix, respectivamente. Inicialmente, são apresentados os resultados gerais da pesquisa em cada corpus. Em seguida, apontamos os resultados específicos a cada grupo de fatores selecionados pelo programa computacional e os

21 20 interpretamos. Ao final da análise de cada corpus, será apresentada uma seção de conclusões parciais, com o objetivo de traçar características consideradas relevantes para cada um deles. Juntamente à análise dos resultados de cada corpus, faremos um estudo das formas perifrásticas com ir, verificando um possível caminho de gramaticalização desse verbo, fundamentados em uma investigação sincrônica e diacrônica. Acreditamos que o verbo ir esteja em processo de gramaticalização, posto que parece assumir a função de um auxiliar verbal, como em Vou estudar, deixando de significar somente movimento, como verbo pleno, Vou à escola. Na conclusão, o tema da tese é retomado e são enumerados os resultados mais relevantes da pesquisa desenvolvida. Além disso, são apontadas questões futuras ainda a serem desenvolvidas acerca do tema estudado.

22 21 1. APRESENTAÇÃO DO TEMA Os tempos verbais têm despertado o interesse de diversos pesquisadores do português brasileiro, principalmente nas linhas funcionalista e sociolinguística variacionista. Esse fato pode ser comprovado ao se constatarem os inúmeros trabalhos publicados a respeito do assunto. As formas de futuro, analisadas nesta tese, por exemplo, já foram investigadas por diversos linguistas, em estudos que têm apontado a tendência ao uso de formas perifrásticas, paralelamente às formas sintéticas. Assim, os tempos verbais do futuro foram pesquisados por Gibbon (2000), na língua falada de Florianópolis; Santos (2000), no português formal e informal falado no Rio de Janeiro; Oliveira (2006), em estudo em tempo real de longa e curta duração (tendência), com dados do século XIII ao XX; Bragança (2008), em entrevistas de informantes capixabas universitários e em editoriais do jornal A Gazeta, ano de 2006 e Malvar & Poplack (2008), nas modalidades escrita e falada do século XVI ao XX. Segundo Câmara Jr. (1956, p. 29), o latim apresentava inicialmente, a partir do século III a.c., três formas de futuro: a) futuros arcaicos, como faxo e capso que remontavam aos futuros em so do grego e do osco-umbro e em sya do sânscrito; b) formas de origem subjuntiva, como erro, legam e uenies; c) formas em -bo, como cantabo, de raiz indoeuropeia bhwe. Contudo, Câmara Jr. (1956, p. 22) afirma que a divisão temporal não é tripartida em presente, passado e futuro, (...). O que há primordialmente é uma dicotomia entre presente e passado e o futuro apresenta noções modais complementares. Para o autor (1956, p. 25), o impulso linguístico que criou um futuro gramatical, não foi o de situar o processo como posterior ao momento em que se fala, mas o de assinalar uma atitude do sujeito falante em relação a um processo assim posterior ao momento da enunciação. Para o teor indicativo de franca asserção as formas do presente servem satisfatoriamente de expressão de processos por acontecer. Pode-se dizer que essas formas abarcam o futuro na sua categoria temporal. Para o processo que se vai dar, o sujeito falante prolonga a atualidade que vive, e o futuro se resolve linguisticamente em presente.

23 22 Assim, parece-nos que o futuro é muito polêmico em termos de possibilitar o enquadramento da sua identidade como categoria de tempo. O futuro não pode expressar uma modalidade factual, tendo em vista que só aceita asserções segundo a avaliação que o falante faz da possibilidade ou impossibilidade da ocorrência de um estado de coisas. Assim, é possível afirmar que na expressão de futuro há sempre um valor modal ligado ao valor temporal. No latim clássico, a princípio, existia uma forma sintética, puramente temporal, típica da língua culta. Entretanto, aos poucos, essa forma foi sendo substituída pelo uso da perífrase de futuro com o auxílio de habeo. Segundo Lausberg (1981, p. 404), a justificativa para a utilização de perífrases é que o grau de conteúdo semântico das formas sintéticas é gramaticalmente normal, ao passo que o das formas analíticas cantare habeo é rico : as formas analíticas não se limitam à esfera gramatical normal dos seus correspondentes sintéticos, antes têm o seu ponto de gravidade semântico noutros conteúdos ([...] cantare habeo no conteúdo de interação subjetiva tenciono cantar ). Quando estes conteúdos passam a preencher a função da esfera gramatical normal, eles enriquecem semanticamente esta esfera. Essa distinção entre o grau de conteúdo semântico das formas sintéticas, gramaticalmente normal e o das formas analíticas rico ocorre quando essas duas formas coexistem vivas na língua. Portanto, parece-nos possível que essa tenha sido uma das causas que levaram a forma sintética amabo a se tornar menos frequente e posteriormente ser suplantada definitivamente pela perífrase no latim vulgar. Além disso, Lausberg (op cit, p. 406) acrescenta outro motivo para o desaparecimento do futuro latino a possibilidade de expressão mais clara por meio de perífrases. Ainda em relação às perífrases, o autor afirma que habeo poderia vir tanto anteposto como posposto ao verbo principal. Contudo, no decorrer do tempo, habeo passou a ser usado definitivamente no final da construção, forma que chegou ao português como amarei.

24 23 Assim, podemos descrever a trajetória percorrida pelo futuro desde o latim clássico ao português da seguinte forma: Latim clássico Latim pósclássico Latim vulgar ou Romance Latim vulgar tardio Português Amabo > amare habeo > amabo amare habeo > habeo amare amare habeo > amarei Assim, pode-se constatar um processo cíclico da formação do futuro: formas sintéticas > formas perifrásticas > formas sintéticas... Atualmente, no português, estamos novamente passando por um processo de transformação em que a forma sintética parece estar sendo substituída pela forma perifrástica ir + verbo no infinitivo dando continuidade a esse processo cíclico 2. Fleischman (1982, p. 83) afirma que a perífrase formada com ir surgiu no Espanhol, Francês e Português a partir dos séculos XII e XIV. Nas línguas românicas, a perífrase passou a ser generalizada na fala coloquial durante o século XV e só foi admitida em conversações polidas e discursos literários nos séculos XVI e XVII. E, como podemos perceber, desde então, seu uso tem aumentado. Retomando a discussão do uso do futuro, as categorias verbais de tempo, aspecto e modo frequentemente se encontram interconectadas e a problemática nesse tempo verbal nasce justamente desse encontro de categorias, as quais, na literatura givoniana (1990), são referenciadas pela sigla TAM. Por isso, o futuro pode ser considerado uma forma controversa, visto que determinadas formas verbais que expressam futuro parecem indicar que, às vezes, as três categorias TAM estão juntas, outras que se trata apenas de uma temporalização com nuances aspectuais, modais. 2 Como em outros tempos da conjugação verbal, por exemplo, futuro do pretérito e pretérito mais que perfeito.

25 24 Devido ao fato de a modalidade ser fonte primária dos futuros é que surgem tantas nuances associadas às formas de futuro. Essa questão pode ser constatada ao se observar a trajetória do futuro desde o latim clássico até a língua portuguesa, ilustrando bem esse jogo modal/aspectual/temporal. Bybee e Pagliuca (1987) afirmam que os morfemas que expressam futuro não indicam estritamente a noção temporal, há outros significados envolvidos. Por esse motivo, o morfema de futuro pode derivar de verbos que indicam desejo, obrigação ou movimento, citando os exemplos no inglês dos verbos shall, will e be going to. Segundo os autores, isso seria mais comum em verbos que indicam movimento e esse fato pode ser comprovado no português, em que o verbo ir passou a ser utilizado para indicar futuro, quando seguido de um verbo no infinitivo. A respeito do uso de be going to, Bybee e Pagliuca (1987, p. 116) afirmam também que parte do significado original da construção envolve o movimento rumo a um objetivo, pois, ao longo do tempo, a expressão perdeu a noção de mudança de localização e foi usada para indicar movimento rumo a um objetivo de um modo mais figurado. Assim, ao usar essa expressão, o sujeito está a caminho de um objetivo que pode ser um evento, um estado ou uma atividade. Com o objetivo de contribuir para o estudo dessa forma, analisamos nesta tese a variação para a expressão do futuro. Consideramos como possibilidades para essa expressão duas formas sintéticas futuro simples e presente do indicativo (estudarei e estudo, respectivamente) e duas formas perifrásticas ir no futuro simples + verbo no infinitivo e ir no presente + verbo no infinitivo (irei estudar e vou estudar, respectivamente). Foram estudadas somente as ocorrências intercambiáveis entre si, retirando aquelas nas quais essa correlação não fosse possível.

26 25 Com o desenvolvimento deste trabalho, pretendemos verificar algumas questões mais específicas. A primeira delas se refere a observar se as variantes aqui estudadas apresentam diferentes comportamentos no português utilizado pelos capixabas, nas modalidades de língua falada e escrita, e no decorrer de um período. Dessa forma, possibilitar um maior conhecimento da língua efetivamente utilizada pelos capixabas, contribuindo assim para o ensino de língua materna e para uma revisão do conceito de norma, visto que os falantes nem sempre se utilizam da variante padrão em seu cotidiano. Nosso objetivo também é evidenciar até que ponto as formas perifrásticas e o presente do indicativo se comportam como variantes quando a função linguística em jogo é a expressão do tempo futuro. Além disso, verificar se o fenômeno investigado se comporta como variação estável ou se é possível caracterizá-lo como mudança em progresso. Para alcançar esses resultados, trataremos estatisticamente os dados, a partir dos programas da série Goldvarb X. Também há a pretensão de analisar o percurso do verbo ir sob a ótica da gramaticalização. Além disso, comparar os dados obtidos na pesquisa com os de outros já realizados pelo Brasil, como os de Santos (2000) e Gibbon (2000), Oliveira (2006), Malvar e Poplack (2008) e Bragança (2008).

27 26 2. REVISÃO NA LITERATURA Durante o estudo do tema aqui tratado, pesquisamos textos que abordavam direta ou indiretamente a expressão do tempo futuro. Apresentamos a seguir algumas colocações encontradas em gramáticas do português e em estudos específicos. 2.1 GRAMÁTICAS DO PORTUGUÊS A variação futuro simples e presente do indicativo já foi apresentada, direta ou indiretamente, por diversos gramáticos da Língua Portuguesa. Abordam-se, a seguir, questões referentes ao tema em foco sob a ótica de Said Ali (1966), Luft (2000), Mira Mateus et al (1983), Cunha & Cintra (2001), Bechara (2000) e Neves (2000). Said Ali (1966, p. 143), em sua Gramática Histórica da Língua Portuguesa, apresenta um breve histórico das formas de futuro nas línguas românicas. Observe as colocações do autor: As línguas românicas ficaram privadas das formas de futuro do indicativo que possuía o idioma latino. Supriu-se a falta, unindo ao infinitivo o presente de haver para o futuro do presente e criando analogamente o futuro do pretérito pela junção do imperativo havia (contraído em hia) ao infinitivo. Posteriormente, ao apontar as funções dos tempos verbais, o autor afirma ser frequente, sobretudo em linguagem familiar, o emprego do presente do indicativo para denotar ações futuras. Este presente-futuro tem sobre o futuro propriamente dito a vantagem de ser a forma mais simples; é, além disso, bom recurso de linguagem para produzir impressão mais viva, pois que, expondo os sucessos vindouros, como se já fossem realidade atual, sugerimos no ouvinte a certeza do cumprimento e lhe faremos esquecer as contingências do futuro. Comparem-se Amanhã vou à sua casa e Irei à sua casa. (Said Ali, 1966, p. 311).

28 27 Ao abordar as funções do futuro, afirma ser frequente no Brasil se recorrer ao presente do indicativo, como em O Senhor me perdoará por Perdoe-me o Senhor. Além disso, reconhece a combinação ir + verbo no infinitivo para designar locomoção, desejo de realizar algo ou um fato que não tardará a se realizar. Said Ali aponta a construção ir + verbo no infinitivo como uma possível substituta do futuro simples e como indicadora de uma ação futura imediata. Celso Pedro Luft (2000), em sua Moderna Gramática Brasileira, não aborda diretamente o uso do futuro, mas apresenta informações interessantes no capítulo relacionado aos tempos verbais. Notamos que, primeiramente, o autor não aceita a tripartição temporal, afirmando que o tempo futuro não existe, ou seja, em sua gramática aparece uma visão temporal dicotômica (passado/ presente). Em seguida, Luft (2000, p. 131) procura esclarecer sua posição. os chamados futuros são locuções de infinitivo + haver mascaradas: cantar hei, cantar hia, com aglutinação na pronúncia (1º acento tônico absorvido pelo segundo), representada na escrita: cantarei, cantaria. A semântica de decisão, projeto (irei), hipótese (onde está Fulano?), etc. é modo (e não tempo ), próprio de haver auxiliar modal ; tempo, só na implicação secundária de que planos, decisões, etc. se projetam no futuro. Os termos da NGB futuro do presente/futuro do pretérito permitem pois esta paráfrase: o futuro está na semântica de projeto, decisão, etc. e presente/ pretérito (imperfeito) são os do verbo haver aí camuflado: hei/ havia = hia. Mira Mateus et al (1983) afirmam que o futuro é expresso pelo presente do indicativo ou pelo futuro do presente. Além disso, esclarecem que o presente simples ou o presente perifrástico aparecem generalizadamente em vez do futuro do indicativo para exprimir a localização de um estado de coisas que o locutor encare como certa ou como altamente provável. Porém, segundo as autoras, o uso do presente do indicativo co-ocorre geralmente com expressões com valor de adverbiais temporais. O futuro é visto como um meio de exprimir um valor temporal, associado a um valor modal de não-factualidade. E o uso do

29 28 presente do indicativo com valor de futuro expressa os estados de coisas como necessário, impossível ou altamente provável. Em relação ao tempo verbal do presente do indicativo, Cunha e Cintra (2001, p. 441), entre alguns empregos, apresentam a função de marcar um fato futuro, mas próximo; caso em que, para impedir qualquer ambiguidade, faz-se acompanhar geralmente de um adjunto adverbial. Esse emprego para designar uma ação futura pode emprestar a certeza da atualidade a um fato para ocorrer. Ainda a respeito da possível variação do uso do futuro do presente e do presente do indicativo, afirmam os autores (2001, p. 460) que convém atentar nos efeitos estilísticos opositivos: se o emprego do presente pelo futuro empresta ao fato a idéia de certeza, o uso do futuro pelo presente provoca efeito contrário, por transformar o certo em possível. Ao apontar alguns possíveis empregos do presente do indicativo, Bechara (2003, p. 276) afirma haver a substituição do futuro do indicativo para indicar com ênfase uma decisão, fornecendo o seguinte exemplo: Amanhã eu vou à cidade. Além disso, ao descrever o futuro do presente, afirma que pode ocorrer em lugar do presente, exprimindo incerteza ou idéia aproximada, simples possibilidade ou asseveração modesta (2003, p. 279). Neves (2000, p. 65), em Gramática de usos do português, ao abordar os verbos auxiliares de tempo, cita a construção do verbo ir com infinitivo de outro verbo como indicadora de futuro. Nas gramáticas acima referidas, a variação do futuro verbal não é formalmente apresentada. E, mesmo nos casos em que ela é reconhecida, admite-se uma diferença de significado entre as formas.

30 29 É perceptível, a partir das abordagens, que a maioria dos gramáticos prefere usar substituição ou possíveis empregos para se referir à variação entre o futuro do presente e presente do indicativo. Além disso, não se referem às construções perifrásticas. 2.2 ESTUDOS ESPECÍFICOS A alternância futuro do presente e presente do indicativo, nas formas sintéticas e perifrásticas, foi explorada por alguns estudiosos da língua portuguesa como Câmara Jr. (1956, 1971, 1977), Gibbon (2000), Santos (2000), Gryner (2002, 2003), Oliveira (2006), Malvar e Poplack (2008) e Bragança (2008). Câmara Jr. (1977) afirma que a categoria tempo verbal repousa essencialmente na dicotomia passado e presente. O futuro, com noção temporal, realizou-se tardiamente como uma elaboração da língua culta, que ainda hoje não ocupa muito espaço na língua coloquial. Além disso, para Câmara Jr. (1971, p. 70) os tempos futuros se constituíram pela aglutinação do infinitivo a uma modalidade do indicativo presente do verbo haver, funcionando como verbo auxiliar. O resultado seria cantar (h)ei. Essa estrutura permanece, como um vestígio, na chamada mesóclise do pronome adverbal oblíquo (cantar-lhe-ei). Fora de tal construção residual, porém, que no Brasil está circunscrita à língua altamente literária, a aglutinação é inconcussa, tendo-se criado um único vocábulo fonológico, onde a origem histórica se faz opaca, mediante uma nova distribuição de constituintes. Em relação à divisão temporal, Câmara Jr. (1956) a encara como dicotômica: presente e passado. O futuro surgiu menos como um tempo do que como um modo. Foi criado não para situar o processo como posterior ao momento em que se fala, mas para assinalar uma atitude do falante em relação a um processo posterior ao momento da enunciação. Segundo o linguista (1956, p. 21),

31 30 em relação ao futuro, o caráter modal ainda é mais nítido e se pode dizer pacificamente compreendido e aceito, embora não se tenham tirado daí todas as inferências que o fato comporta. Pode-se mesmo adiantar que a intromissão da dúvida, da mera potencialidade, da expectativa, do anelo, da volição com a idéia de futuro é constante na linguagem espontânea. Sem subintenções subjuntivas, potenciais, optativas, imperativas, o tempo futuro, para a asserção franca, se realiza essencialmente pela forma presente. O autor (1956, p. 33) ainda apresenta três funções para o futuro, no plano sincrônico: 1) um futuro puramente temporal na informação objetiva; 2) um futuro com gradações modais, aflorando cada uma delas, com nitidez, na base da situação ou do contexto; 3) um futuro intemporal, ou metafórico, francamente transposto para o modo. A primeira função resulta da intelectualização da língua, concretizando uma forma linguística muito menos espontânea e ampla. A segunda reflete a motivação inicial para a criação das formas futuras. A última refere-se à coloração volitiva ou aos matizes nãoassertativos que naturalmente comporta. Câmara Jr. (1956, p. 25) afirma que as formas de presente servem satisfatoriamente para exprimir o futuro. O sujeito falante prolonga a atualidade que vive e o futuro se resolve linguisticamente em presente. Segundo ele, a oposição entre presente e futuro pode sofrer neutralização, estendendo-se o uso do presente para os fatos futuros. Ao abordar as formas perifrásticas ir + verbo no infinitivo, afirma ser possível observar uma evolução semântica dessas perífrases no sentido de um futuro amplo, para qualquer fato posterior ao momento atual. De acordo com o linguista (1956, p. 36), repete-se o ciclo que, na fase românica, levou à substituição do futuro tradicional latino por locuções dessa ordem entre as quais figurou até, como vimos, o mesmo tipo de auxiliar (vadere). A dissertação de mestrado de Gibbon (2000) - A expressão do tempo futuro na língua falada de Florianópolis: gramaticalização e variação - aborda o tema aqui proposto. A autora analisa a expressão do tempo futuro, sob a ótica da variação e da gramaticalização,

32 31 na língua falada de Florianópolis, a partir dos dados do projeto VARSUL 3 (Variação Linguística Urbana na Região Sul). Foram analisadas 743 ocorrências das formas variantes, sendo 453 (61%) da forma perifrástica no presente; 280 (38%) da forma sintética no presente do indicativo e 10 (1%) no futuro do presente na forma sintética. Esses resultados obtidos para cada variante isolada demonstram que as formas do futuro do presente estão em declínio na fala dos florianapolitanos. Para a autora (2000, p. 73), como os contextos de ocorrência são muito particulares e os dados são escassos já não é possível afirmar que o futuro do presente está em variação com o presente do indicativo e a forma perifrástica na fala de Florianópolis. Esses dados foram também excluídos e nossa variável dependente passou a ser binária. A análise quantitativa dos dados pôde demonstrar que a forma perifrástica no presente do indicativo está ocupando o espaço do futuro do presente na fala, e as formas utilizadas para indicar futuridade são o presente do indicativo nas formas sintética e perifrástica, envolvendo tanto os contextos de modalidade futura quanto o de tempo. A autora desenvolveu, além da análise variacionista, um estudo do processo de gramaticalização do verbo ir que sai do estatuto de verbo pleno de movimento para auxiliar indicando futuro. A gramaticalização do verbo ir como auxiliar de futuro, e posterior morfema de futuro, está em fase inicial, sobre a qual poucas coisas podem realmente ser afirmadas. Segundo a autora, a forma perifrástica não indica apenas finalidade na expressão de futuro do português. Há um componente de propósito, desejo e intenção. Além disso, os 3 É constituído de dados de trinta e seis informantes nativos de Florianópolis, estratificados de acordo com idade, sexo e escolaridade.

33 32 resultados confirmam que a forma perifrástica mantém seu caráter de modalidade, embora ela esteja também codificando tempo. Ao concluir, Gibbon afirma ter deixado algumas contribuições com a sua pesquisa, uma vez que pôde mostrar que o fenômeno por ela analisado é sensível a motivações em competição. Além disso, apresenta uma proposta de percurso para explicar não só a mudança, como também a variação que lhe deu origem, entre as formas do presente do indicativo, forma perifrástica e futuro do presente. Há, ainda, uma reflexão sobre o declínio do tempo futuro do presente, o surgimento da forma perifrástica em seu lugar e a relação deste processo com a idade do falante. Santos (2000), em sua dissertação de mestrado intitulada A variação entre as formas de futuro do presente no português formal e informal falado no Rio de Janeiro, analisa a variação entre as formas de futuro no português formal e informal no Rio de Janeiro, interpretando os dados a partir da Teoria da Variação. No corpus de língua formal 4, a autora analisou 278 dados de futuro sintético (30%), 280 de perifrástico (30%) e 383 no presente (40%). Em relação ao banco de dados informal 5, foram encontradas 54 de futuro sintético (6%), 486 de futuro perifrástico (56%) e 331 dados no presente (38%). Constataram-se, nesses resultados, poucos dados da forma sintética do futuro do presente. Além disso, a forma inovadora ir + verbo no infinitivo está ocupando o espaço deixado pelo futuro do presente. 4 Amostra elaborada pela Profª Edith Barreto, da Universidade Federal de Pelotas (RS). É constituída de entrevistas realizadas no set de um programa radiofônico do Programa Encontro com a Imprensa, transmitido pela rádio JB. Foram analisadas 24 entrevistas, com duração de 60 minutos cada uma, ocorridas nas décadas de 1970 e A amostra é formada por informantes com nível de, no mínimo, 3 grau, ou seja, falantes com instrução superior ou mais alta, dividida segundo o gênero (homens e mulheres) e segundo a faixa etária (25-45 anos e anos). 5 Amostra Gryner (1990). Esse corpus é constituído por 32 entrevistas com informantes das diversas regiões da cidade do Rio de Janeiro e distribuído regularmente por gênero (16 homens e 16 mulheres); escolaridade (8 informantes do primeiro segmento do Ensino Fundamental e 8 informantes do segundo segmento do Ensino Fundamental, 8 informantes do Ensino Médio, 8 informantes do Ensino Superior) e por faixa etária (15 a 24 anos, 25 a 34 anos, 35 a 49 anos e 50 anos ou mais).

34 33 O verbo ir, inicialmente indicador de movimento no tempo e no espaço, passou a indicar um movimento mental, uma atitude, intenção, volição. No estágio atual, a sua marca de modalidade está desaparecendo para dar espaço à indicação de tempo futuro (Gryner, 1997: 3), comprovando a trajetória da gramaticalização: 15% de verbos modais e 74% de verbos não-modais. (p.63) No oitavo capítulo de sua dissertação, ao constatar um possível processo de gramaticalização de ir + verbo, Santos pôde perceber que convivem simultaneamente três estágios da construção: a) ir como verbo pleno indicando movimento no espaço, b) como auxiliar modal que codifica o movimento psicológico de intencionalidade e c) auxiliar temporal na perífrase de futuro. Gryner (2002) analisa a variação entre futuro sintético, futuro perifrástico e presente com referência futura, no português carioca, e discute o processo de gramaticalização da forma perifrástica. Além disso, demonstra o papel do princípio da marcação na variação e mudança dessas formas. Ao concluir seu trabalho, Gryner (2002, p. 159) pôde constatar que ao lado das formas originais, futuro sintético (flexional) e presente do indicativo (não flexional), surge um nova variante: o futuro perifrástico, derivado do presente em construções com verbo modal ir seguido de infinitivo. A frequência de uso das três variantes revela que paralelamente os valores de marcação das formas de futuro passam a inverter-se. A passagem do tempo e o aumento da informalidade tendem a reduzir e eventualmente eliminar o uso do futuro sintético conservador, forma menos frequente, menos acessível e formalmente mais complexa, portanto, mais marcada. Ao mesmo tempo, o auxiliar ir que, como presente do indicativo era originalmente uma forma mais frequente, mais acessível e formalmente menos marcada, gramaticaliza-se na construção de futuro perifrástico, que passa a desempenhar a função do futuro sintético. Neste processo, a construção se torna gradativamente menos frequente, menos acessível e, portanto, mais marcada. Embora analisando apenas as estruturas condicionais, Gryner (2003) observa a variação entre as formas de expressão do futuro verbal. Para isso, analisou dados da língua oral da cidade do Rio de Janeiro, comparando as décadas de 1980 e de A autora destaca a substituição do futuro pelo presente do indicativo e aponta possíveis fatores que parecem influenciar nessa variação. Os contextos possíveis favorecem o futuro do indicativo na

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