Programa de Pós Graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGE/PUCRS)

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Programa de Pós Graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGE/PUCRS)"

Transcrição

1 DIFERENÇAS SALARIAIS DE RAÇA ENTRE 2002 E 2014 NO BRASIL: EVIDÊNCIAS DE UMA DECOMPOSIÇÃO QUANTÍLICA RACIAL WAGE GAP BETWEEN 2002 AND 2014 IN BRAZIL: EVIDENCE FROM A QUANTILE WAGE DECOMPOSITION Gustavo Saraiva Frio 1 Luiz Felipe Campos Fontes 2 RESUMO Ao longo da década de 2000 o Brasil passou por uma grande fase de desenvolvimento econômico. O presente trabalho busca investigar se este movimento foi acompanhado por uma redução na desigualdade no mercado de trabalho, medido aqui pelo diferencial salarial entre brancos e não brancos. Para tanto, são analisadas três coortes de tempo ( , e ) a partir dos microdados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD). O método aplicado é a decomposição contrafactual Oaxaca-Ransom conjugado com o Recentered Influence Function Regression (RIF-Regression) para que se possam detalhar os principais contribuintes do fenômeno observado ao longo de toda distribuição salarial. Nossos resultados apontaram que as diferenças salariais (totais, oriundas de fatores observados e de discriminação) são maiores nos quantis mais elevados da distribuição, ou seja, em profissões ou atividades cujos salários são maiores. Os achados também apontam para uma aproximação salarial entre os grupos ao longo do período analisado, que se deu principalmente por características observáveis, a destacar os níveis de escolaridade. Entretanto, a discriminação caiu apenas entre o primeiro e o segundo triênio e em baixa magnitude. Fora isso, os principais determinantes da discriminação salarial de raça são os retornos à educação, experiência e de profissões consideradas sem regulação (trabalho autônomo e sem carteira assinada). Palavras-chave: Diferenças salariais de raça. Oaxaca-Ransom. Recentered Influence Function Regression ABSTRACT Throughout the decade of 2000 Brazil went through a great phase of economic development. The present study seeks to investigate whether this movement was accompanied by a reduction in inequality in the labor market, measured here by the wage gap between whites and nonwhites. For that, three cohorts of time ( , and ) were analyzed from the microdata of the National Household Sampling Survey (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar - PNAD). The method applied is the counterfactual Oaxaca- Ransom conjugated with the Recentered Influence Function Regression (RIF-Regression) so that the main determinants of wages inequalities can be detailed throughout the salary distribution. Our results showed that wage gap (totals, due to observed factors and discrimination) are higher in the higher quantiles of the distribution, that is, in professions or activities with higher wages. The results also point to a salary approximation between the groups during the analyzed period, which was mainly due to observable characteristics, to highlight the levels of schooling. However, discrimination fell only between the first and second triennial and in low magnitude. Besides that, the main determinants of racial wage gap are returns to education, experience and professions considered unregulated (self-employment and informal workers). 1 Programa de Pós Graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGE/PUCRS) Gustavo.frio@gmail.com 2 Programa de Pós Graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGE/PUCRS) luizfelipefontes.80@gmail.com

2 2 Keywords: Racial wage gap. Oaxaca-Ransom. Recentered Influence Function Regression JEL Classification: J31; J71; K0 Área 8: Econometria 1. INTRODUÇÃO Recentemente, o Brasil experimentou transformações no mercado de trabalho e no campo socioeconômico de magnitude até então não observada em períodos anteriores. Komatsu e Menezes Filho (2015) mostram com dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) que, de 2002 a 2014, o salário médio teve crescimento real de 17%, em grande parte fruto dos aumentos reais de salário mínimo que totalizaram, ao longo destes 12 anos, 70%. Destaca-se ainda, para o mesmo período, a queda no índice de Gini dos rendimentos de trabalho em cerca de 15%, o avanço na abrangência do setor formal no emprego em 10% e a queda do desemprego de 12% para 5%. Dados do Banco Mundial ( ) mostram que tais mudanças ocorreram concomitantes com a evolução de alguns indicadores sociais, como: o aumento de 59% no PIB per capita 3 ; a queda da população em linha de pobreza de 22,2% para 7,4%; e o recuo no índice de Gini em 14%, atingindo, em 2014, o nível de 51,48. Nesse contexto supracitado, a de se destacar a diferença salarial entre raças, já que este fator é um reflexo tanto das inequidades sociais quanto das inequidades no mercado de trabalho. De acordo com Lang, Lehmann e Yeon (2012), essas diferenças salariais podem ter impactos diretos sobre o desenvolvimento socioeconômico de um país ao produzirem ineficiências no mercado de trabalho via transferência de recursos entre os grupos. Nesse sentido, Leite (2005) aponta que a discriminação salarial de raça é a principal fonte de inequidades no mercado de trabalho brasileiro. A figura 1 (a seguir) mostra a densidade do salário hora (em log natural) de brancos e não brancos, no Brasil, para os triênios , e Destaca-se a existência de um gap salarial entre os grupos nas três coortes de tempo analisadas, dado que a função de densidade dos brancos encontra-se sempre a direita da função de densidade dos não brancos. Entretanto, nota-se que ao longo do tempo houve uma aproximação salarial entre as raças, refletindo as transformações já citadas anteriormente. Este trabalho tem então como objetivo analisar detalhadamente a aparente aproximação salarial entre brancos e não brancos ao longo do período Para tanto, são utilizados os microdados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) e a metodologia de decomposição contrafactual Oaxaca-Ransom (1994) combinada com o Recentered Influence Function Regression (RIF-Regression) proposto por Firpo, Fortin and Lemieux (2009). Esta combinação de técnicas nos permite analisar ao longo dos quantis de salário se a queda na diferença salarial entre brancos e não brancos se deu por características produtivas dos trabalhadores ou fruto de uma queda na discriminação. Neste sentido, desejase mensurar ainda quais variáveis contribuíram mais para o fenômeno observado. A abordagem quantílica se justifica nesse caso devido as diferenças no padrão salarial entre as raças ao longo de toda distribuição, como pode ser observado na Figura 1. Por ser utilizado um modelo semi-paramétrico, a distribuição de variável não precisa ter um padrão prédeterminado pelo modelo a ser utilizado. Ainda, esse trabalho avança no sentido de mostrar, de maneira especial, como os tipos de ocupações afetam a discriminação, principalmente as ocupações que não são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como empregados sem carteira de trabalho assinada e conta própria, por exemplo. Ainda são 3 O PIB per capita avançou de 9,468 para 15,972 em paridade de poder de compra (PPP) corrente.

3 3 adicionadas dummies para as ocupações, para capturar seus efeitos sobre os salários. Figura 1: Densidade (kernel) do salário hora (log natural) para brancos e não brancos , e Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE. O trabalho está estruturado em mais quatro seções além desta introdução. Na segunda seção, trata-se da metodologia utilizada neste trabalho. Na terceira, apresentam-se as variáveis e dados utilizados, bem como uma análise exploratória destes últimos. Na quarta seção, reportam-se os resultados empíricos do estudo, além de uma subseção para a discussão dos dados com base na literatura. Por fim, apresentam-se as considerações finais. 2. METODOLOGIA Os determinantes salariais vêm sendo estudados há muito tempo pelos economistas, tendo como base a equação de rendimentos de Mincer (1974), escrita como: ln Y i = α + β i X i + μ i (1) onde Y é o salário do trabalhador i, α é uma constante, β é um vetor de parâmetros associados a um vetor de variáveis explicativas, X, além do termo de erro, μ, que contem também características não observáveis. Nesse sentido, o diferencial médio de salários entre brancos e não brancos poderia ser analisado a partir da inclusão de uma variável dummy referente a estes grupos. Entretanto, neste caso, não teríamos como analisar se a diferença de rendimentos é oriunda de características produtivas que diferem trabalhadores brancos e não brancos ou fruta de discriminação. Para tanto, métodos de decomposição contrafactual são utilizados, com o objetivo de analisar detalhadamente os determinantes do diferencial salarial. Além disso, estes métodos

4 4 têm sido ampliados, a partir de abordagens quantílicas, com objetivo de analisar as diferenças ao longo de toda distribuição salarial e não apenas na média (Fortin, Lemieux e Firpo (2011). Neste trabalho, aplica-se o método de decomposição Oaxaca-Blinder combinado com o método Recentered Influence Function Regression (RIF-Regression) proposto por Firpo, Fortin e Lemieux (2009) e que pode ser utilizado para o caso de distribuições quantílicas incondicionais para a variável de resultado (neste caso, salários). Esta combinação de técnicas nos permite analisar de maneira robusta o diferencial salarial entre raças para cada quantil da distribuição, bem como decompor esta diferença entre fatores observáveis e não observáveis e, por fim, analisar como cada característica dos trabalhadores afeta estes resultados. 2.1 Oaxaca-Ransom Através dos trabalhos de Blinder (1973) e Oaxaca (1973) originou-se o procedimento de decomposição contrafactual denominado de decomposição de Oaxaca-Blinder. Partindo da equação 1, pode-se pensar na estimação dos salários para dois grupos de trabalhadores i {A, B}, onde A denota brancos e B não brancos. De maneira sucinta, analisa-se o diferencial salarial por dois prismas: a parte explicada por fatores produtivos e a parte não explicada, que a literatura costuma atribuir à discriminação salarial. A diferença das esperanças médias salariais é dada por: R = E(Y A ) E(Y B ) = E(X A ) β A E(X B ) β B (2) onde, por suposição, E(Y l ) = E(X l β l + ε l ) = E(X l β l ) + E(ε l ) = E(X l ) β l, E(β l ) = β l e E(ε l ) = 0. Considerando uma matriz de coeficientes β, podemos rearranjar a equação (2) somando e subtraindo E(X A ) β e E(X B ) β, de maneira que: R = [E(X A ) E(X B )] β + [E(X A ) (β A β ) + E(X B ) (β β B )] (3) Assim, temos a decomposição em duas partes, em que [E(X A ) (β A β ) + E(X B ) (β B β ) é a parte não explicada 4 do diferencial salarial e [E(X A )E(X B )] β é a parte explicada por atributos produtivos, como escolaridade e experiência. Percebendo que o modelo ainda podia ser melhorado, Oaxaca e Ransom (1994) modificam a equação acima: R = [E(X A ) E(X B )] [Wβ A + (I W)β B ] + [(I W) E(X A ) + W E(X B )](β A β B ) (4) em que a matriz identidade 5 é representada por I e uma matriz de pesos relativos oriundos dos coeficientes do grupo A é representada por W. 2.2 RIF-Regression O método RIF-Regression permite uma maneira simples de se estimar decomposições detalhadas de qualquer distribuição estatística para a qual uma função de influencia (influence function- IF) possa ser computada. Neste caso, o procedimento é parecido com uma regressão 4 A parte não explicada é interpretada como discriminação desde que se assuma a hipótese de que não há omissão de variáveis relevantes. 5 Os autores mostram que Ŵ = Ω = (X A X A + X B X B ) 1 X A X A. Como X é uma matriz de dados observáveis, equivale a utilizar os coeficientes do modelo empilhado nos dois grupos, como referências de coeficientes.

5 5 tradicional, porém a variável dependente é trocada por pela IF de interesse. A abordagem do modelo pressupõe que a expectativa condicional da RIF- Regression pode ser modelada como uma função linear, como segue: E[RIF(Y; v) X] = Xγ + ε (5) onde os parâmetros γ podem ser estimados por mínimos quadrados ordinários (MQO). No caso de regressões quantílicas incondicionais, tem-se uma igualdade entre Q τ + IF(Y, Q τ ) e RIF(Y;Q τ ) a qual pode ser reescrita da seguinte forma: RIF(y; Q τ ) = Q τ + τ+1{y Q τ} f Y (Q τ ) (6) onde f Y (. ) é função de densidade da distribuição, na margem de Y, Q τ é a amostra τ- quantílica da distribuição incondicional da variável independente e 1{.} é uma função indicadora. Computacionalmente, se estima a densidade pontual através de métodos de Kernel. Dados os coeficientes da regressão quantílica incondicional para cada grupo, têm-se que: γ g,τ = ( iεg X i X i ) 1 RIF iεg (Y gi ; Q g,τ ) X i (7) onde g representa os grupos A e B. Assim, é possível reescrever o modelo quantílico incondiconal de maneira equivalente ao modelo de Oaxaca-Blinder como: R τ = E(X A )(γ A,τ γ B,τ ) + (E(X A ) E(X B ))γ B,τ (8) Da mesma forma que outrora, R τ possui a diferença total dos grupos no quantil que foi estimado. A primeira parte da equação (7) representa a parte não explicada (atribuída à discriminação) e a segunda parte da soma, é a diferença explicada por atributos produtivos. 3. DADOS Este trabalho utiliza dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) para os anos de 2002 a 2004, 2007 a 2009 e 2012 a A construção de um pseudo-painel composto por três triênios foi feita para que se pudesse analisar o fenômeno da desigualdade racial no mercado de trabalho ao longo do tempo. Dessa forma, podemos comparar os três períodos de maneira a analisar a trajetória temporal das diferenças salariais. Por fim, destacase que a amostra é composta por homens e mulheres de 18 a 65 anos. O Quadro 1 apresenta as variáveis utilizadas no trabalho. Os salários deflacionados são em logaritmo, conforme literatura padrão. Como variável explicativa da produtividade do trabalhador destaca-se a escolaridade, medida em anos, e duas variáveis de experiência: o tempo de trabalho no emprego atual (experiência específica) e a experiência total de trabalho acumulada ao longo da vida. Algumas variáveis dummies são utilizadas neste estudo de maneira a controlar outros fatores que, apesar de serem não produtivos, também afetam os salários do trabalhador, a destacar: sindicalizado, metropolitano, urbano, casado, homem, chefe do domicílio, nasceu no município e UF. Há, ainda, variáveis sobre a profissão dos indivíduos, como o tipo de ocupação e também as profissões definidas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de 2002.

6 6 Quadro 1: Descrição das variáveis Variáveis Descrição Ln_Salários Logaritmo natural do salário/hora. Escolaridade Anos de educação do trabalhador. Experiência Específica Experiência do trabalhador na empresa em que se encontra, em anos. Experiência Específica^2 Experiência do trabalhador na empresa em que se encontra ao quadrado, em anos. Experiência Idade atual do trabalhador - idade em que começou a trabalhar, em anos. Experiência^2 Idade atual do trabalhador - idade em que começou a trabalhar ao quadrado, em anos. Sindicalizado Dummy igual a 1 se o trabalhador é sindicalizado e 0, caso contrário. Metropolitano Dummy igual a 1 se o trabalhador mora em uma região metropolitana e 0, caso contrário. Urbano Dummy igual a 1 se o trabalhador mora em uma região urbana e 0, caso contrário. Casado Dummy igual a 1 se o trabalhador é casado e 0, caso contrário. Homem Dummy igual a 1 se o trabalhador é homem e 0, caso contrário. Dummy igual a 1 se o trabalhador é branco e 0, caso contrário. Chefe do domicílio Dummy igual a 1 se o trabalhador é chefe do domicílio e 0, caso contrário. Nasceu no município Dummy igual a 1 se o trabalhador mora no município em que nasceu e 0, caso cotrário. Dummies para as seguintes ocupações de trabalho: carteira assinada, militar, Ocupação funcionalismo público, sem carteira assinada, doméstico com carteira assinada, doméstico sem carteira assinada, autônomo e empregador. CBO Dummies para as profissões do trabalhador de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de UF Dummies para as Unidades da Federação (UF). Fonte: Elaboração própria. A Tabela 1 apresenta a média e o desvio-padrão das variáveis utilizadas neste trabalho. Em relação à diferença salarial entre as raças, nota-se que no primeiro triênio analisado o salário dos não brancos equivalia a 53% do salário dos brancos. Já no período final, esse número evoluiu para 61%, o que reflete a aproximação salarial entre os grupos, já destacada na Introdução. É importante verificar ainda, que apenas no último triênio o salário dos não brancos conseguiu ultrapassar o salário dos brancos do primeiro triênio, o que denota a grande diferença salarial ainda existente entre as raças. Uma possível explicação para a aproximação salarial entre brancos e não brancos está na evolução do nível de escolaridade média de ambos os grupos, uma vez que este fator é apontado pela literatura como um dos principais determinantes salariais. Nota-se ao longo dos triênios um aumento de 15,71% na escolaridade dos brancos e de 23,89% para o nível de escolaridade dos não brancos. Portanto, apesar de ambos os grupos terem evoluído quanto aos anos de estudo, esta evolução foi maior para os não brancos, o que pode refletir também seu maior aumento salarial frente aos brancos. Outro fator produtivo impactante nos salários a ser analisado é o nível de experiência do trabalhador. Entretanto, nota-se que este é bem próximo entre os grupos em todos os períodos analisados. Os brancos, no entanto, possuem mais tempo na empresa em que trabalham (experiência específica), mas a evolução desta variável é marginal ao longo dos triênios para ambos os grupos. Em relação à sindicalização, os nãos brancos se mantêm estáveis em porcentagem de sindicalizados, enquanto os brancos diminuem em 2 pontos

7 7 percentuais. Há de se destacar ainda que os brancos têm, em média, uma maior proporção de casados, imigrantes municipais e moradores de áreas urbanas e metropolitanas. Já, dentre os não brancos há um maior percentual de chefes de domicílio a partir do segundo período e um maior percentual de indivíduos do sexo masculino. Tabela 1: Estatísticas Descritivas, para brancos e não brancos Variáveis Não Não Não ,22 Salários Escolaridade Experiência específica Experiência Sindicalizado Metropolitano Urbano Casado Homem Chefe do domicílio Nasceu no município (23.18) (9.69) (24,64) (14,13) (61,94) (31.1) ,81 (4.37) (4.22) (4,33) (4,32) (4,25) (4.33) , ,40 (8,58) (8.73) (8,93) (8,98) (9,22) (9.31) 21, (13,85) (13.36) (13,61) (14,50) (13,70) (13,61) 0,19 0,15 0,19 0,16 0,17 0,15 (0,39) (0,35) (0,39) (0,37) (0,80) (0,36) 0,41 0,38 0,40 0,37 0,41 0,36 (0,49) (0,48) (0,49) (0,48) (0,49) (0,48) 0,89 0,84 0,88 0,83 0,90 0,84 (0,31) (0,36) (0,32) (0,37) (0,30) (0,36) 0,77 0,74 0,76 0,73 0,75 0,72 (0,42) (0,44) (0,43) (0,44) (0,43) (0,45) 0,47 0,49 0,47 0,49 0,47 0,49 (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) 0,40 0,39 0,40 0,41 0,41 0,43 (0,49) (0,49) (0,49) (0,49) (0,49) (0,49) 0,48 0,50 0,50 0,51 0,52 0,54 (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) (0,50) Observações Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados das PNAD s , e Nota: Desvio-padrão entre parênteses. A Tabela 2 apresenta a distribuição das ocupações durante os triênios. Nota-se que as ocupações com maior percentual de trabalhadores são: emprego com carteira assinada, sem carteira assinada e autônomo, em ordem decrescente de participação. Para a primeira, a participação de brancos é maior que a de não brancos em todos os triênios analisados. Além disso, os brancos aumentaram em 8,7 pontos percentuais sua participação entre os empregados com carteira assinada, chegando a 43,85% do total no último período. Já os não brancos, avançaram 10,36 pontos percentuais, alcançando no período , 37,86% do total de trabalhadores. Os empregados sem carteira assinada diminuíram consideravelmente ao longo do período analisado, porém, os não brancos sempre têm maior participação nessa ocupação, assim como acontece com os domésticos sem carteira assinada. Trabalhadores por conta própria se reduzem do primeiro para o segundo triênio e depois se mantém estáveis, mas os não brancos, novamente, possuem maior relativa nessa ocupação. Cabe salientar que essas

8 8 ocupações não são reguladas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), assim esse tipo de ocupação facilita a discriminação, principalmente em profissões onde se paga o salário mínimo ou o piso. Nesse sentido, as ocupações podem exercer papel importante na explicação do gap salarial entre as raças, uma vez que há uma maior participação de brancos em relação a não brancos em trabalhos com carteira assinada os quais, em geral, pagam maiores salários que as ocupações não reguladas pela CLT nestas, a participação é maior para não brancos. Entretanto, destaca-se que os não brancos, relativamente aos brancos, tiveram um maior aumento de participação nos empregos com carteira assinada e menores participações nas ocupações não reguladas. Sendo assim, a dinâmica observada quando a evolução da participação dos grupos nestas ocupações pode também ter levado a aproximação salarial entre eles. Em relação aos militares, nota-se um número bem reduzido de brancos e não brancos presentes nesta ocupação. Além disso, a relativa é bem semelhante entre ambos os grupos, tornando-se igual no terceiro triênio. Por fim, as ocupações relacionadas ao funcionalismo público e a empregadores são, conforme esperado, pró-brancos, o que também pode explicar parte do gap salarial entre as raças. Nestas ocupações, a dinâmica pouco se modificou ao longo dos triênios. Ocupação Empregado com carteira assinada Tabela 2: Participação das ocupações por raça Não Não Não 35,15% 27,5% 39,98% 32,33% 43,85% 37,86% Militar 0,4% 0,37% 0,36% 0,35% 0,43% 0,43% Funcionário Público Estatutário Empregado sem carteira assinada Doméstico com carteira assinada Doméstico sem carteira assinada 8,1% 6,44% 8,56% 6,8% 8,84% 6,94% 15,55% 20,54% 14,25% 18,64% 12,37% 16,01% 1,95% 2,36% 1,85% 2,43% 1,82% 2,46% 4,28% 7,31% 4,05% 6,9% 3,35% 5,63% Conta própria 21,67% 24,01% 19,98% 22,06% 19,88% 22,09% Empregador 5,98% 2,56% 5,98% 2,68% 5,36% 2,3% Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados das PNAD s , e RESULTADOS A primeira análise empírica a ser realizada neste trabalho consistiu na estimação de equações de rendimento, por meio da RIF-regression, para brancos e não brancos, nove quantis de salários e para os triênios , e Por motivos de concisão, apresenta-se na Tabela 3 apenas o resultado na média, ou seja, no quinto quantil da distribuição salarial. Há de se destacar que, dentre os fatores produtivos, a escolaridade parece ser aquele mais impactante quanto aos ganhos salariais e que este coeficiente é maior para brancos vis-à-vis não brancos em todos os períodos analisados, o que já parece refletir a discrepância salarial entre os grupos. Ainda em relação aos retornos salariais da educação, nota-se que este diminuiu para ambas as raças ao longo dos triênios analisados o que pode

9 9 estar relacionado com o aumento do nível médio de escolaridade, visto anteriormente na análise descritiva dos dados. Demais características produtivas experiência específica e experiência também proporcionam retornos salariais positivos os quais são pró-brancos, apesar do coeficiente relacionado à primeira apresentar uma discrepância bem superior ao coeficiente relacionado à experiência, quando se comparam as raças. Nota-se ainda que os retornos salariais da experiência específica e experiência aumentam a taxas decrescentes, o que é capturado pelo coeficiente negativo destas variáveis ao quadrado, para ambas as raças e para todos os períodos analisados. Os demais coeficientes da RIF-regression revelam que os trabalhadores com maiores salários são homens, casados, chefes de domicilio, sindicalizados, imigrantes municipais e moradores de áreas urbanas e metropolitanas. Todas as variáveis supracitadas favorecem os brancos em relação aos não brancos e, com exceção do coeficiente referente ao sexo masculino, os demais apresentaram queda ao longo dos triênios analisados por motivos que ainda devem ser estudados pela literatura. Tabela 3: Equação de rendimentos (RIF-Regression) na média, para três os triênios propostos Variáveis s Não brancos s Não brancos s Não brancos Escolaridade 0,066* 0,046* 0,061* 0,039* 0,058* 0,037* (0,001) (0,001) (0,001) (0,000) (0,001) (0,000) Experiência Específica 0,029* 0,020* 0,026* 0,015* 0,024* 0,015* (0,001) (0,000) (0,001) (0,000) (0,001) (0,000) Experiência Específica^2-0,001* -0,0004* -0,0005* -0,0003* -0,0004* -0,0003* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Experiência 0,019* 0,016* 0,020* 0,016* 0,018* 0,016* (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) Experiência^2-0,0002* -0,0002* -0,0003* -0,0002* -0,0003* -0,0002* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Sindicalizado 0,117* 0,104* 0,110* 0,095* 0,099* 0,080* (0,004) (0,004) (0,004) (0,004) (0,005) (0,004) Metropolitano 0,169* 0,123* 0,138* 0,105* 0,122* 0,096* (0,004) (0,005) (0,004) (0,004) (0,004) (0,004) Urbano 0,112* 0,078* 0,102* 0,054* 0,097* 0,056* (0,007) (0,006) (0,007) (0,005) (0,007) (0,004) Casado 0,090* 0,066* 0,077* 0,057* 0,063* 0,052* (0,004) (0,004) (0,004) (0,003) (0,004) (0,003) Homem 0,103* 0,062* 0,155* 0,093* 0,175* 0,138* (0,005) (0,005) (0,004) (0,004) (0,004) (0,003) Chefe do Domicílio 0,145* 0,118* 0,103* 0,077* 0,095* 0,059* (0,004) (0,004) (0,004) (0,003) (0,004) (0,003) Nasceu no Município -0,044* -0,059* -0,042* -0,050* -0,041* -0,051* (0,004) (0,003) (0,004) (0,003) (0,004) (0,003) Constante 0,583* 0,781* 0,705* 1,086* 1,124* 1,223* (0,067) (0,083) (0,069) (0,062) (0,087) (0,077) Observações R 2 Ajustado 0,372 0,320 0,364 0,295 0,340 0,273 Nota: Erro-Padrão robusto entre parênteses. * p<0.01, ** p<0.05. Constam ainda como controles da regressão: dummies de ocupação, UF e CBO. Uma vez estimadas as equações de rendimento quantílicas, procede-se para a

10 10 decomposição salarial de Oaxaca-Ransom, de forma a analisar o diferencial salarial entre brancos e não brancos, bem como seu componente explicado e não explicado. Os resultados para os 9 quantis e para os três triênos propostos neste estudo são apresentados na Tabela A.1 do apêndice e na Figura 1. Figura 2: Decomposição quantílica do diferencial salarial entre raças Fonte: Elaboração própria. Analisando o diferencial total de salários entre as raças, fica claro na Figura 1 que tal componente é crescente ao longo dos quantis da distribuição salarial, independentemente do período analisado. Investigando o fenômeno ao longo das coortes de tempo, nota-se a aproximação salarial entre os grupos, confirmando a análise exploratória já realizada anteriormente no artigo. Esta queda parece ter sido mais marcante entre o primeiro e o segundo triênio, além de proporcional entre os quantis salariais com exceção para o oitavo, entre o segundo e terceiro triênio. Nesse sentido, destaca-se que no período , os brancos tinham uma remuneração 72% maior que os não brancos, no nono quantil salarial. No período , a diferença estimada foi de 52%. A diferença explicada reduz drasticamente ao longo dos triênios. Em média, a diferença percentual caiu 10 pontos percentuais. A diferença não explicada caiu (em baixa magnitude) entre o primeiro e o segundo terceiro triênio e depois permaneceu constante, sugerindo persistência na discriminação racial no mercado de trabalho. Destaca-se que a parte não explicada do diferencial cresce a partir do segundo quantil e vai sendo cada vez maior conforme se avança ao longo da distribuição salarial, em que a discriminação vai de inexistente no segundo quantil até 25% no último quantil. Nesse sentido, o efeito discriminatório parece ser maior entre as atividades pagadoras de maiores salários. Nossos resultados são complementares aos encontrados previamente pela literatura. Salardi (2016), ao analisar o gap salarial entre raças em alguns períodos de 1987 a 2006 (com dados da PNAD) achou como resultado uma queda da discriminação entre as raças ao longo do período analisado, a qual de acordo com nosso trabalho não se manteve no restante da última década. Alvarez (2013), a partir da PNAD de 2001 e 2011 e da decomposição salarial

11 11 de Melly, encontrou que entre o primeiro e o segundo período analisado houve uma queda no gap salarial entre as raças, provido principalmente de características observáveis, enquanto que os determinantes não observáveis se mantiveram mais constantes. Além disso, mesmo utilizando outra metodologia econométrica quantílica, seus resultados ao longo dos quantis salariais são semelhantes aos encontrados no presente estudo: as diferenças totais, observadas e não observadas caem até o segundo quantil, depois aumentam proporcionalmente aos quantis mais elevados da distribuição. Há de se destacar que a principal causa da diferença salarial por variáveis observáveis está nos anos de escolaridade, principalmente quando se analisam, novamente, os maiores salários (Figura 1, Tabela 4). Sendo assim, brancos ganham mais do que não brancos, em geral, porque possuem maiores níveis de escolaridade. Entretanto, ao analisar a decomposição salarial explicada por esta variável ao longo dos triênios, confirma-se hipótese levantada anteriormente na análise descritiva dos dados de que a educação seria um dos principais responsáveis pela aproximação salarial entre brancos e não brancos ao longo da última década. Analisando a média, nota-se uma redução na diferença salarial de 9,4% para 6,1% devido a tal fator produtivo. Este efeito é crescente a partir do quinto quantil, atingindo seu maior valor no fim da distribuição de salários, onde a queda no wagegap entre brancos e não brancos foi de 19,7% para 11,5% entre e Entretanto, mesmo que se reduza ao longo do tempo nos quantis e na média, ainda permanece alta a diferença salarial devido à escolaridade. Figura 3: Decomposição salarial explicada para educação Fonte: Elaboração própria. Demais variáveis apresentam efeito bem menos significativo para explicar a diferença salarial entre brancos e não brancos e, além disso, nota-se que estas permanecerem praticamente constantes ao longo dos triênios analisados. Ainda assim, destaca-se que experiência, experiência específica, ser sindicalizado, metropolitano e morar em regiões urbanas são alguns dos fatores que contribuem positivamente pra diferença salarial entre as raças. Entre as ocupações, destaca-se no final da distribuição salarial o fato de ser empregador e estatuário, ambas as ocupações favorecendo aos brancos. Isto sugere que nestas ocupações, as atividades que pagam os maiores salários são concentradores de trabalhadores não brancos. É curioso notar, entretanto, que ocupações com menor regulação legal (empregado/doméstico sem carteira assinada e autônomo) também favorecem a brancos, só que no inicio da distribuição salarial, o que parece ser um efeito novo e precisa ser mais estudado.

12 Tabela 4: Decomposição detalhada da diferença salarial explicada entre brancos e não brancos, na média e nas caudas da distribuição Variável Q.10 Q.50 Q.90 Q.10 Q.50 Q.90 Q.10 Q.50 Q.90 Anos de Educação 0,074* 0,094* 0,197* 0,064* 0,070* 0,154* 0,058* 0,061* 0,115* (0,001) (0,003) (0,001) (0,001) Experiência Específica 0,005* 0,008* 0,015* 0,008* 0,008* 0,017* 0,009* 0,009* 0,016* (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,000) (0,001) (0,001) (0,000) (0,001) Experiência 0,001 0,001 0,002 0,002* 0,002* 0,004* 0,002* 0,003* 0,004* (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,000) (0,001) (0,001) Sindicalizado -0,003* 0,005* 0,018* -0,002* 0,003* 0,011* -0,002* 0,002* 0,006* (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,000) Metropolitano 0,005* 0,004* 0,004* 0,004* 0,002* 0,003* 0,007* 0,003* 0,005* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Urbano 0,004* 0,003* 0,005* 0,005* 0,002* 0,006* 0,008* 0,002* 0,006* (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) Casado 0,002* 0,002* 0,002* 0,002* 0,002* 0,002* 0,001* 0,001* 0,002* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Homem -0,006* -0,002* -0,007* -0,006* -0,004* -0,010* -0,008* -0,006* -0,012* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) Chefe do Domicílio -0,002* -0,002* -0,003* -0,002* -0,002* -0,003* -0,002* -0,002* -0,004* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Nasceu no Município 0,001* 0,001* 0,001* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001* 0,000* 0,001* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Estatutário -0,003* 0,002* 0,013* -0,003* 0,002* 0,017* -0,002* 0,003* 0,015* (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) Empregado sem carteira assinada 0,028* 0,014* -0,008* 0,029* 0,009* -0,009* 0,024* 0,004* -0,006* (0,001) (0,000) (0,001) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) Doméstico sem carteira assinada 0,033* 0,011* -0,014* 0,036* 0,005* -0,013* 0,028* 0,000-0,008* (0,001) (0,000) (0,001) (0,001) (0,000) (0,000) (0,001) (0,000) (0,000) Conta própria 0,022* 0,003* -0,010* 0,021* 0,001* -0,010* 0,021* -0,001* -0,008* (0,001) (0,000) (0,001) (0,001) (0,000) (-0,001) (0,001) (0,000) (0,000) Empregador -0,003* 0,009* 0,043* -0,004* 0,007* 0,041* -0,004* 0,007* 0,036* (0,001) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Nota: Erro-Padrão entre parênteses. * p<0.01, ** p< Constam ainda como controles da regressão: dummies de UF, CBO e demais ocupações (militares, carteira assinada e domésticos com carteira assinada).

13 A decomposição dos efeitos não explicados é apresentada na Tabela 5. Novamente, a educação é o componente que mais afeta o diferencial salarial entre brancos e não brancos, porém na parte não explicada da diferença total (a Figura 4 ajuda a visualizar melhor o resultado). Isto sugere que, mantendo tudo o mais constante, os retornos salariais da educação são maiores pra brancos do que não brancos. Existe uma vasta literatura sobre o tema, que vai desde o acesso à educação por parte dos não brancos até a qualidade heterogênea da educação disponível para os grupos. Quanto aos efeitos ao longo da distribuição, nota-se que estes são baixos nos primeiros dois quantis, sugerindo que em atividades que pagam próximo ao salario mínimo o retorno da educação não parece ter tanta relevância quanto no efeito não explicado da diferença salarial entre raças. Entretanto, a partir do terceiro quantil os efeitos já são bem elevados e permanecem quase constantes até o fim da cauda à direita da distribuição. Avaliando os triênios, nota-se inclusive um avanço deste componente para explicar a discriminação de salários que avança na média de 15,1% para 19,6% de a Figura 4: Decomposição salarial não explicada para educação Fonte: Elaboração própria. Demais fatores produtivos são também apresentados na Figura 4. Tanto a experiência quanto a experiência específica são determinantes relevantes para explicar as diferenças salariais. Nesse sentido, os retornos pagos aos trabalhadores mais experientes e aqueles com maiores anos de experiência dentro da empresa em que trabalham parecem favorecer mais aos não brancos. O efeito destas variáveis ao longo dos triênios permaneceu próximo do constante, onde em determinaram cerca de 6,5%, em média, da diferença salarial não observada entre as raças. A experiência específica tem o curioso fato de nas pontas da distribuição favorecer os não brancos (menos no último período, onde os que recebem mais não possuem diferença significativa entre raças). Controles para o gênero, sindicalizado, da região metropolitana, casado, chefe de domicilio possuem efeitos significativos sobre a média e efeitos ainda maiores nas caudas. Cabe destaque que o fato de morar na zona urbana acentua a discriminação em média de 2,9% até 4,1%. O tipo de ocupação merece destaque especial, pois parece afetar bastante na

14 14 discriminação. Trabalhadores não brancos, com as mesmas características que os brancos, apresentam salários significativamente inferiores em ocupações tradicionalmente com menor regulação, a destacar: trabalho sem carteira assinada, trabalho doméstico sem carteira assinada e trabalho autônomo (Figura 5). O determinante médio da decomposição salarial não explicada destas variáveis é da ordem de 3%, 2,7% e 5,3%, respectivamente. Entretanto, ao analisar a distribuição salarial, nota-se que estes valores ganham magnitude no segundo quantil onde para as mesmas variáveis, os valores atingem, aproximadamente, 6%, 4% e 10%, respectivamente. Nesse sentido, sugere-se que nessas ocupações, trabalhos de menor qualificação estão mais suscetíveis a discriminação de salários contra não brancos. Nestes casos, como há contato direto entre contratante e contratado, um possível gosto pela discriminação racial pode-se fazer presente uma vez que há contato direto entre as partes e esta relação de trabalho não é regulada por leis formais. Entretanto, há de se destacar ainda que estas foram as únicas variáveis analisadas aonde se pode notar uma queda do efeito não observado ao longo dos quantis salariais, com destaque para os primeiros. Freitas Filho (2014), utilizando a mesma metodologia aqui empregada só que com os microdados do Censo de 2010 também destaca nas atividades de trabalho um componente importante para explicar efeitos discriminatórios de salários, só que comparando homens e mulheres. Figura 5: Decomposição salarial explicada para educação Fonte: Elaboração própria.

15 Tabela 5: Decomposição detalhada da diferença salarial não explicada entre brancos e não brancos, na média e nas caudas da distribuição Variável Q.10 Q.50 Q.90 Q.10 Q.50 Q.90 Q.10 Q.50 Q.90 Anos de Educação -0,026* 0,151* 0,113* -0,023** 0,191* 0,101* -0,123* 0,196* 0,134* (0,010) (0,006) (0,014) (0,012) (0,006) (0,015) (0,011) (0,007) (0,017) Experiência Específica -0,017 0,057* -0,056* -0,035* 0,070* -0,037* -0,048* 0,067* -0,004 (0,010) (0,005) (0,011) (0,010) (0,005) (0,012) (0,009) (0,005) (0,013) Experiência -0,174* 0,059* 0,016-0,174* 0,108* -0,029-0,123* 0,065* 0,004 (0,029) (0,016) (0,030) (0,027) (0,015) (0,030) (0,023) (0,015) (0,032) Sindicalizado 0,008* 0,002** -0,018* 0,008* 0,002** -0,011* 0,012* 0,003* 0,004 (0,001) (0,001) (0,003) (0,001) (0,001) (0,003) (0,001) (0,001) (0,003) Metropolitano -0,024* 0,018* 0,026* -0,043* 0,012* 0,031* -0,059* 0,010* 0,072* (0,004) (0,005) (0,004) (0,005) (0,003) (0,005) Urbano 0,027 0,029* 0,005 0,029** 0,041* -0,019-0,096* 0,036* -0,026* (0,017) (0,008) (0,013) (0,015) (0,007) (0,013) (0,014) (0,008) (0,015) Casado -0,022* 0,018* 0,006-0,009 0,014* -0,002-0,019* 0,008** -0,003 (0,007) (0,004) (0,009) (0,007) (0,004) (0,008) (0,006) (0,004) (0,009) Homem -0,079* 0,025* 0,010-0,064* 0,037* 0,000-0,075* 0,022* -0,008 (0,007) (0,004) (0,009) (0,006) (0,003) (0,007) (0,005) (0,003) (0,009) Chefe do Domicílio -0,037* 0,014* 0,028* -0,027* 0,013* 0,020* -0,021* 0,018* 0,017* (0,005) (0,003) (0,007) (0,004) (0,003) (0,006) (0,004) (0,006) Nasceu no Município 0,026* 0,007* 0,007 0,021* 0,004* -0,002 0,028* 0,005** 0,009 (0,004) (0,005) (0,004) (0,006) (0,004) (0,006) Estatutário 0,007* 0,005* -0,050* 0,007* 0,003* -0,045* 0,008* 0,003* -0,020* (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) Empregado sem carteira assinada 0,022* 0,030* -0,021* 0,028* 0,022* -0,027* 0,058* 0,013* -0,014* (0,003) (0,001) (0,003) (0,001) (0,003) Doméstico sem carteira assinada 0,012* 0,027* -0,000 0,017* 0,017* -0,002** 0,039* 0,011* -0,001 (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) (0,001) Conta própria 0,076* 0,053* -0,065* 0,073* 0,041* -0,050* 0,123* 0,034* -0,037* (0,003) (0,004) (0,003) (0,004) (0,003) (0,004) Empregador 0,002* 0,001* -0,020* 0,002* 0,002* -0,015* 0,002* 0,001* -0,012* (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,001) Nota: Erro-Padrão entre parênteses. * p<0.01, ** p<0.05. Constam ainda como controles da regressão: dummies de UF, CBO e demais ocupações (militares, carteira assinada e domésticos com carteira assinada).

16 5. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou analisar as desigualdades salariais no mercado de trabalho contra não brancos no Brasil ao longo do período Para tanto, utilizou-se uma metodologia de decomposição contrafactual (Oaxaca-Blinder) conjugada a uma abordagem de regressão quantílica (RIF-Regression) e os microdados da PNAD. Nossos resultados apontaram que as diferenças salariais (totais, oriundas de fatores observados e de discriminação) são maiores nos quantis mais elevados da distribuição, ou seja, em profissões ou atividades cujos salários são maiores. Além disso, notamos uma queda marcante no gap salarial entre as raças, determinada basicamente por características observáveis, a destacar a aproximação do nível de escolaridade entre brancos e não brancos. Já a discriminação de salários parece ter diminuído muito pouco ao longo do período analisada. Nota-se na média uma queda moderada neste efeito entre e , que depois permaneceu constante até Trabalhos como Mora (2008), Cacciamali et al. (2010), Carvalho et al. (2006) mostram, assim como neste artigo, a persistência da discriminação salarial entre raças ao longo do tempo, efeito este não só observado no Brasil, mas também em outros países, como os EUA (ver Douglas e Steinberger (2015)). Nossos resultados são complementares a alguns estudos encontrados na literatura, com metodologias e propostas semelhantes. Se diferenciando dos trabalhos citados anteriormente, Salardi (2016), ao analisar o gap salarial entre raças no período (com dados da PNAD) achou como resultado uma queda do efeito discriminatório ao longo do período analisado, o qual de acordo com nosso trabalho não se manteve no restante da última década. Álvarez (2013), a partir da PNAD de 2001 e 2011 e da decomposição salarial de Melly, encontrou que entre o primeiro e o segundo período analisado houve uma queda no gap salarial entre as raças, provido principalmente de características observáveis, enquanto que os determinantes não observáveis se mantiveram mais constantes. Além disso, mesmo utilizando outra metodologia econométrica quantílica, seus resultados ao longo dos quantis salariais são semelhantes aos encontrados no presente estudo: as diferenças totais, observadas e não observadas caem até o segundo quantil, depois aumentam proporcionalmente aos quantis mais elevados da distribuição. Este mesmo comportamento dos efeitos da decomposição salarial ao longo da distribuição também é observado em Freitas Filho (2014), onde o autor utiliza a mesma metodologia do presente trabalho só que com dados do Censo de 2010, sem comparar períodos distintos. Há de se destacar também o papel da educação para a queda das desigualdades no mercado de trabalho. Nosso estudo aponta que a escolaridade é o principal determinante do gap salarial entre as raças tanto na decomposição por fatores explicados como na decomposição por fatores não explicados (efeito neste caso fruto de diferentes retornos salariais à escolaridade). Tais resultados estão também em linha com Salardi (2012), Alvarez (2013) e Freitas Filho (2014). Entretanto, mostramos no presente estudo que ao longo do período analisado ( ) este fator produtivo foi o grande responsável pela aproximação salarial entre brancos e não brancos. Nesse sentido, destaca-se a importância de políticas ativas na área da educação para que se reduzam as desigualdades socioeconômicas. Corroborando com tal discussão, preocupa-se com o fato de que brancos possuam maiores retornos a educação que os não brancos. É imprescindível então que se busque uma melhor qualidade da educação pública a favorecer principalmente os menos afortunados. Por fim, destaca-se ainda o papel das ocupações na discriminação salarial, resultado até então pouco discutido na literatura. Nossos resultados sugerem que em trabalhos domésticos sem carteira assinada, demais trabalhos sem carteira assinada e trabalhos autônomos parece haver uma maior propensão a discriminação salarial entre as raças, principalmente nas atividades menos remuneradas (inicio da distribuição de salários).

17 Levantou-se a hipótese de que tal efeito pode ser fruto do contato direito entre contratante e contratado cuja relação de trabalho não é regulada por leis formais. Neste caso, o contratante poderia fazer valer seu possível gosto por discriminação. Freitas Filho (2014) também destaca nas atividades de trabalho um componente importante para explicar efeitos discriminatórios de salários, só que comparando homens e mulheres. Nesse sentido, sugere-se em futuros trabalhos analisem especificamente tal componente para explicar as desigualdades salariais, de maneira e entender melhor o mecanismo de resultado que opera nesta relação. 17

18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Álvarez, L. G. (2013). Women in the Workforce: A Decomposition of Female Racial Wage Gaps in Brazil. Blinder, A. S. (1973). Wage discrimination: reduced form and structural estimates. Journal of Human Resources, Cacciamali, M. C., Tatei, F., & Rosalino, J. W. (2010). Estreitamento dos diferenciais de salários e aumento do grau de discriminação: limitações da mensuração padrão? Planejamento E Políticas Públicas. Carvalho, A. P. de, Néri, M. C., & Silva, D. B. do N. (2006). Diferenciais de salários por raça e gênero no Brasil: aplicação dos procedimentos de Oaxaca e Heckman em pesquisas amostrais complexas. Rio de Janeiro, Brazil: Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística. Mimeographed Document. Douglas, J. H., & Steinberger, M. D. (2015). The Sexual Orientation Wage Gap for Racial Minorities. Industrial Relations: A Journal of Economy and Society, 54(1), Firpo, S., Fortin, N. M., & Lemieux, T. (2009). Unconditional quantile regressions. Econometrica, 77(3), Fortin, N., Lemieux, T., & Firpo, S. (2011). Decomposition methods in economics. Handbook of Labor Economics, 4, Komatsu, B. K., & Menezes Filho, N. A. (2015). Salário mínimo e desigualdade salarial: um estudo com densidades contrafactuais nas regiões metropolitanas brasileiras. Lang, K., Lehmann, J., & Yeon, K. (2012). Racial discrimination in the labor market: Theory and empirics. Journal of Economic Literature, 50(4), Leite, P. G. (2005). Race discrimination or inequality of opportunities: The Brazilian case. Discussion papers//ibero America Institute for Economic Research. Mora, R. (2008). A nonparametric decomposition of the Mexican American average wage gap. Journal of Applied Econometrics, 23(4), Oaxaca, R. (1973). Male-female wage differentials in urban labor markets. International Economic Review, Oaxaca, R. L., & Ransom, M. R. (1994). On discrimination and the decomposition of wage differentials. Journal of Econometrics, 61(1), Salardi, P. (2016). The Evolution of Gender and Racial Occupational Segregation Across Formal and Non Formal Labor Markets in Brazil, 1987 to The Review of Income and Wealth, 62(1), S68 S89. 18

19 Quantil 19 APÊNDICE A Tabela A.1: Decomposição de Oaxaca-Ransom nos quantis (10-90) da distribuição salarial Diferen ça Explica da Não explicad a Diferenç a Explica da Não explicad a Diferenç a Explica da Não explicad a 10 0,477* 0,316* 0,161* 0,425* 0,297* (0,004) (0,003) (0,004) (0,004) (0,003) 20 0,331* 0,312 0,019* 0,248* 0,230* (0,003) (0,003) (0,001) 30 0,378* 0,286* 0,092* 0,256* 0,217* (0,003) (0,003) 40 0,429* 0,294* 0,136* 0,320* 0,233* (0,003) (0,001) 50 0,454* 0,345* 0,109* 0,364* 0,289* (0,003) (0,003) (0,003) 60 0,487* 0,396* 0,092* 0,393* 0,304* (0,003) (0,003) (0,003) (0,003) 70 0,546* 0,415* 0,131* 0,480* 0,359* (0,004) (0,003) (0,003) (0,004) (0,003) 80 0,656* 0,465* 0,191* 0,558* 0,403* (0,004) (0,004) (0,004) (0,004) (0,003) 90 0,722* (0,006) 0,481* (0,005) 0,241* (0,006) 0,647* (0,006) 0,445* (0,004) Nota: Erro-Padrão robusto entre parênteses. * p<0.01, ** p< ,128* (0,004) 0,019* 0,039* 0,087* 0,075* 0,089* (0,003) 0,121* (0,003) 0,155* (0,004) 0,201* (0,006) 0,325* (0,004) 0,172* 0,242* 0,294* 0,332* (0,003) 0,357* (0,003) 0,427* (0,003) 0,507* (0,004) 0,572* (0,006) 0,224* 0,171* (0,001) 0,163* (0,001) 0,228* 0,245* 0,275* 0,292* 0,342* (0,003) 0,376* (0,004) 0,100* (0,003) 0,001 0,079* 0,066* 0,086* 0,082* (0,003) 0,134* (0,003) 0,165* (0,004) 0,196* (0,006)

O DIFERENCIAL DE RENDIMENTO ENTRE OS SETORES PÚBLICO E PRIVADO PARA OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL

O DIFERENCIAL DE RENDIMENTO ENTRE OS SETORES PÚBLICO E PRIVADO PARA OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL O DIFERENCIAL DE RENDIMENTO ENTRE OS SETORES PÚBLICO E PRIVADO PARA OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL Aluno: Laura Candido de Souza Orientador: Sergio Pinheiro Firpo Introdução No Brasil, há a percepção

Leia mais

DECOMPOSIÇÃO DOS DIFERENCIAIS DE RENDIMENTO POR GÊNERO E COR OU RAÇA

DECOMPOSIÇÃO DOS DIFERENCIAIS DE RENDIMENTO POR GÊNERO E COR OU RAÇA DECOMPOSIÇÃO DOS DIFERENCIAIS DE RENDIMENTO POR GÊNERO E COR OU RAÇA Aluno: Rafael de Carvalho Cayres Pinto Orientador: Sergio Pinheiro Firpo 1. Introdução A remuneração desigual entre trabalhadores do

Leia mais

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho : uma análise comparativa dos diferenciais de rendimentos de duas coortes

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho : uma análise comparativa dos diferenciais de rendimentos de duas coortes Desigualdade de gênero no mercado de trabalho : uma análise comparativa dos diferenciais de rendimentos de duas coortes Esse artigo buscou analisar os diferenciais de rendimento por sexo no mercado de

Leia mais

Introdução à Economia do Trabalho I

Introdução à Economia do Trabalho I Introdução à Economia do Trabalho I Ana Maria Bonomi Barufi ENECO 2016, São Paulo Estrutura do minicurso Desigualdade no mercado de trabalho Equação minceriana Equação de rendimento Demanda e oferta de

Leia mais

Anna Risi Vianna Crespo. DESIGUALDADE ENTRE RAÇAS E GÊNEROS NO BRASIL: Uma análise com simulações contra-factuais. Dissertação de Mestrado

Anna Risi Vianna Crespo. DESIGUALDADE ENTRE RAÇAS E GÊNEROS NO BRASIL: Uma análise com simulações contra-factuais. Dissertação de Mestrado Anna Risi Vianna Crespo DESIGUALDADE ENTRE RAÇAS E GÊNEROS NO BRASIL: Uma análise com simulações contra-factuais Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Economia

Leia mais

Retorno em escolaridade no Paraná

Retorno em escolaridade no Paraná 1. Introdução Retorno em escolaridade no Paraná Juliana Kikuchi Van Zaist * Luciano Nakabashi ** A educação, um dos principais componentes que determinam a quantidade de capital humano em uma economia,

Leia mais

UNIVERSIDADE DOS AÇORES

UNIVERSIDADE DOS AÇORES UNIVERSIDADE DOS AÇORES SALÁRIOS E DESIGUALDADE DE GÉNERO EM PORTUGAL SOFIA ELISABETE MELO RODRIGUES MESTRADO EM CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS 2016 UNIVERSIDADE DOS AÇORES Faculdade de Economia e

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA Professor: Ernesto Friedrich de Lima Amaral Disciplina: Avaliação

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA Professor: Ernesto Friedrich de Lima Amaral Disciplina: Avaliação

Leia mais

GUSTAVO SARAIVA FRIO

GUSTAVO SARAIVA FRIO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES E MERCADOS GUSTAVO SARAIVA FRIO DISSERTAÇÃO ENSAIOS SOBRE

Leia mais

Metáfora das Décadas: 60 e 70 Crescimento 80 Redemocratização 90 Estabilização 00 Redução de Desigualdade de Renda (e Emprego Formal)

Metáfora das Décadas: 60 e 70 Crescimento 80 Redemocratização 90 Estabilização 00 Redução de Desigualdade de Renda (e Emprego Formal) Metáfora das Décadas: 60 e 70 Crescimento 80 Redemocratização 90 Estabilização 00 Redução de Desigualdade de Renda (e Emprego Formal) Mapa Mundial - Taxa Média Anual de Inflação [Preços ao Consumidor]

Leia mais

Diferencial de Salários Público-Privado: Controlando para Escolha Setorial Endógena

Diferencial de Salários Público-Privado: Controlando para Escolha Setorial Endógena Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação FACE Departamento de Economia Diferencial de Salários Público-Privado: Controlando para

Leia mais

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL Vitor Hugo Miro Couto Silva (UFC Campus de Sobral) João Mário Santos de França

Leia mais

Diferencial de Rendimento entre trabalhadores rurais e urbanos: uma análise para o Brasil e suas regiões

Diferencial de Rendimento entre trabalhadores rurais e urbanos: uma análise para o Brasil e suas regiões Diferencial de Rendimento entre trabalhadores rurais e urbanos: uma análise para o Brasil e suas regiões Letícia Xander Russo 1 José Luiz Parré 2 Alexandre Florindo Alves 2 RESUMO O artigo analisa o diferencial

Leia mais

Aplicação do Theil Conceitos de Renda e Unidades de Análise

Aplicação do Theil Conceitos de Renda e Unidades de Análise Aplicação do Theil Conceitos de Renda e Unidades de Análise Curso Bem-Estar Social Marcelo Neri- www.fgv.br/cps Trabalharemos com duas medidas básicas de desigualdade: o coeficiente Gini e o Theil-T. A

Leia mais

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL.

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL. DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NORDESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL Vitor Hugo Miro 1 João Mário Santos de França 2 Resumo O presente artigo analisa

Leia mais

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO?

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO? COMO ANDA O RIO DE JANEIRO? NOTA CONJUNTURAL ABRIL DE 2013 Nº22 PANORAMA GERAL Nos últimos anos, o Estado do Rio de Janeiro (ERJ) tem sido o destino de diversos investimentos de grande porte. E as perspectivas

Leia mais

Diferenciais de rendimento entre os setores de serviços e da indústria no Brasil: uma análise de decomposição

Diferenciais de rendimento entre os setores de serviços e da indústria no Brasil: uma análise de decomposição Artigos originais Economia e Sociedade, Campinas, Unicamp. IE. http://dx.doi.org/10.1590/1982-3533.2019v28n1art12 Diferenciais de rendimento entre os setores de serviços e da indústria no Brasil: uma análise

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA Professor: Ernesto Friedrich de Lima Amaral Disciplina: Avaliação

Leia mais

SEGREGAÇÃO OCUPACIONAL VERSUS

SEGREGAÇÃO OCUPACIONAL VERSUS IUPERJ XIII Congresso Brasileiro de Sociologia GT11: Estratificação e Desigualdades Sociais SEGREGAÇÃO OCUPACIONAL VERSUS DISCRIMINAÇÃO SALARIAL POR GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO- 2004 Betina

Leia mais

Amaior transformação no mercado de trabalho brasileiro no último quarto de século foi o aumento da

Amaior transformação no mercado de trabalho brasileiro no último quarto de século foi o aumento da 85 Estimativa da discriminação salarial, por gênero, para os trabalhadores assalariados da Região Metropolitana de Porto Alegre André Luiz Leite Chaves* Introdução Amaior transformação no mercado de trabalho

Leia mais

MULHERES NO AGRONEGÓCIO

MULHERES NO AGRONEGÓCIO MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO MULHERES NO AGRONEGÓCIO EDIÇÃO ESPECIAL VOLUME 3 EXPEDIENTE Coordenação geral Geraldo Sant Ana de Camargo Barros e Alexandre Nunes de Almeida Coordenação do

Leia mais

Discriminação e Viés de seletividade: uma análise da Indústria Financeira Brasileira

Discriminação e Viés de seletividade: uma análise da Indústria Financeira Brasileira RE B E Discriminação e Viés de seletividade: uma análise da Indústria Financeira Brasileira RESUMO ESUMO: Este trabalho verifica a existência de discriminação de gênero e de raça no mercado brasileiro,

Leia mais

Uma análise dos diferenciais salariais no Brasil

Uma análise dos diferenciais salariais no Brasil Uma análise dos diferenciais salariais no Brasil Ricardo Paes de Barros DIPES/IPEA Rosane Mendonça UFF/IPEA Gostaríamos de agradecer a toda a nossa equipe no IPEA pelo excelente trabalho de assistência

Leia mais

IMPACTOS DA EDUCAÇÃO SOBRE OS RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE POR GÊNERO

IMPACTOS DA EDUCAÇÃO SOBRE OS RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE POR GÊNERO Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada (PPEA) Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Universidade Federal de Ouro Preto IMPACTOS DA EDUCAÇÃO SOBRE OS RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE POR GÊNERO

Leia mais

Aula 2 Tópicos em Econometria I. Porque estudar econometria? Causalidade! Modelo de RLM Hipóteses

Aula 2 Tópicos em Econometria I. Porque estudar econometria? Causalidade! Modelo de RLM Hipóteses Aula 2 Tópicos em Econometria I Porque estudar econometria? Causalidade! Modelo de RLM Hipóteses A Questão da Causalidade Estabelecer relações entre variáveis não é suficiente para a análise econômica.

Leia mais

A DINÂMICA DOS EFEITOS DA SEGMENTAÇÃO SETORIAL SOBRE A DESIGUALDADE DE SALÁRIOS ENTRE OS ANOS DE 2002 E 2012 NO BRASIL

A DINÂMICA DOS EFEITOS DA SEGMENTAÇÃO SETORIAL SOBRE A DESIGUALDADE DE SALÁRIOS ENTRE OS ANOS DE 2002 E 2012 NO BRASIL A DINÂMICA DOS EFEITOS DA SEGMENTAÇÃO SETORIAL SOBRE A DESIGUALDADE DE SALÁRIOS ENTRE OS ANOS DE 2002 E 2012 NO BRASIL Cássio Freitas Daldegan. Mestrado em andamento em Economia. Universidade Federal de

Leia mais

O capital humano nos municípios paranaenses: uma análise com regressões quantílicas

O capital humano nos municípios paranaenses: uma análise com regressões quantílicas O capital humano nos municípios paranaenses: uma análise com regressões quantílicas Kassya Christina Keppe Luciano Nakabashi RESUMO O presente trabalho trata-se do capital humano como um dos fatores determinantes

Leia mais

7 Referências bibliográficas

7 Referências bibliográficas 7 Referências bibliográficas ACEMOGLU, D. Training and Innovation in an Imperfect Labour Market, Review of Economic Studies, n. 64, p. 445-464, 1997. BECKER, G. Human Capital: A Theoretical and Empirical

Leia mais

Economic Analysis of Law Review

Economic Analysis of Law Review EALR, V. 8, nº 2, p. 351-380, Jul-Dez, 2017 Economic Analysis of Law Review Existe discriminação salarial no mercado de trabalho dos advogados no Brasil? Evidências adicionais. Is there wage discrimination

Leia mais

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO: UMA ANÁLISE SETORIAL PARA O SUDESTE

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO: UMA ANÁLISE SETORIAL PARA O SUDESTE DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO: UMA ANÁLISE SETORIAL PARA O SUDESTE Larissa Giardini Simões* Resumo Investiga-se de que maneira indivíduos com atributos produtivos semelhantes mas de diferentes

Leia mais

OS EFEITOS TRABALHADOR ADICIONAL E DESENCORAJADO: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL

OS EFEITOS TRABALHADOR ADICIONAL E DESENCORAJADO: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL OS EFEITOS TRABALHADOR ADICIONAL E DESENCORAJADO: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL Victor Rodrigues de Oliveira 1, Paulo de Andrade Jacinto 1 (orientador) Faculdade de Administração,

Leia mais

Quiz Econometria I versão 1

Quiz Econometria I versão 1 Obs: muitos itens foram retirados da ANPEC. Quiz Econometria I versão 1 V ou F? QUESTÃO 1 É dada a seguinte função de produção para determinada indústria: ln(y i )=β 0 + β 1 ln( L i )+β 2 ln( K i )+u i,

Leia mais

6 Resultados. 24 Na tabela 9, no apêndice, mostramos os resultados de regressões usando a base de dados de

6 Resultados. 24 Na tabela 9, no apêndice, mostramos os resultados de regressões usando a base de dados de 6 Resultados Os resultados mostram que o racionamento afetou consideravelmente o comportamento e desempenho das firmas. A tabela 5 mostra os resultados das regressões para as duas bases de dados com o

Leia mais

PERFIL DO MICROEMPREENDEDOR

PERFIL DO MICROEMPREENDEDOR PERFIL DO MICROEMPREENDEDOR do Rio de Janeiro NOTA CONJUNTURAL DO OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, DEZEMBRO DE 2011 06 2011 PANORAMA GERAL Os microempreendedores

Leia mais

Convergência de salários

Convergência de salários Convergência de salários Artigo: Menezes, T. e Azzoni, C. R. (2006). Convergência de salários entre as regiões metropolitanas brasileiras: custo de vida e aspectos de demanda e oferta de trabalho. Pesquisa

Leia mais

Oferta de Trabalho e Mobilidade Urbana

Oferta de Trabalho e Mobilidade Urbana Oferta de Trabalho e Mobilidade Urbana José Márcio Camargo 1 Rafael Bacciotti 2 1. Introdução Entre 2005 e 2014, a taxa de participação no mercado de trabalho brasileiro (a relação entre a População Economicamente

Leia mais

ANÁLISE DAS DESIGUALDADES SALARIAIS ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO DE SANTA CATARINA RESUMO

ANÁLISE DAS DESIGUALDADES SALARIAIS ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO DE SANTA CATARINA RESUMO ANÁLISE DAS DESIGUALDADES SALARIAIS ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO DE SANTA CATARINA RESUMO Taise Fátima Mattei 1 Fernanda Mendes Bezerra Baço 2 O mercado de trabalho é marcado por elevadas

Leia mais

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução fotos saiba mais De 2014 para 2015, houve, pela primeira vez em 11 anos, queda nos rendimentos reais (corrigidos pela inflação).

Leia mais

Texto para Discussão N o 87 Setembro 2013 Discussion Paper No. 87 September 2013

Texto para Discussão N o 87 Setembro 2013 Discussion Paper No. 87 September 2013 Center for Studies on Inequality and Development Texto para Discussão N o 87 Setembro 2013 Discussion Paper No. 87 September 2013 A contribuição do salário mínimo para a redução recente da desigualdade

Leia mais

PEQUENOS NEGÓCIOS E A BUSCA POR TRABALHO

PEQUENOS NEGÓCIOS E A BUSCA POR TRABALHO PEQUENOS NEGÓCIOS NOTA CONJUNTURAL MARÇO DE 2014 Nº30 E A BUSCA POR NOTA CONJUNTURAL MARÇO DE 2014 Nº30 PANORAMA GERAL As razões para que um indivíduo abra um pequeno negócio são diversas. Não obstante,

Leia mais

AULAS 21 E 22 Análise de Regressão Múltipla: Estimação

AULAS 21 E 22 Análise de Regressão Múltipla: Estimação 1 AULAS 21 E 22 Análise de Regressão Múltipla: Estimação Ernesto F. L. Amaral 28 de outubro e 04 de novembro de 2010 Metodologia de Pesquisa (DCP 854B) Fonte: Cohen, Ernesto, e Rolando Franco. 2000. Avaliação

Leia mais

Transições ocupacionais nas regiões metropolitanas brasileiras, 2002 a 2016

Transições ocupacionais nas regiões metropolitanas brasileiras, 2002 a 2016 Transições ocupacionais nas regiões metropolitanas brasileiras, 2002 a 2016 Resumo Este artigo busca analisar transições ocupacionais, pela ótica da qualidade do posto de trabalho, para homens e mulheres,

Leia mais

Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples

Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples Professores: Hedibert Lopes, Priscila Ribeiro e Sérgio Martins Monitores: Gustavo Amarante e João Marcos Nusdeo Exercício 1 (2.9 do Wooldridge 4ed - Modificado)

Leia mais

Mudanças no desemprego por nível de qualificação durante a década de noventa no Brasil

Mudanças no desemprego por nível de qualificação durante a década de noventa no Brasil Maurício Cortez Reis Mudanças no desemprego por nível de qualificação durante a década de noventa no Brasil Tese de Doutorado Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo

Leia mais

Diferenciais de rendimentos nas áreas rurais do Brasil 1

Diferenciais de rendimentos nas áreas rurais do Brasil 1 Diferenciais de rendimentos nas áreas rurais do Brasil 1 Rayssa Alexandre Costa 2 Edward Martins Costa 3 Francisca Zilania Mariano 4 Resumo O objetivo deste estudo é analisar as desigualdades de renda

Leia mais

GÊNERO E RAÇA NO ACESSO AOS CARGOS DE CHEFIA NO BRASIL 2007

GÊNERO E RAÇA NO ACESSO AOS CARGOS DE CHEFIA NO BRASIL 2007 GÊNERO E RAÇA NO ACESSO AOS CARGOS DE CHEFIA NO BRASIL 2007 Bárbara Castilho 1 Estatísticas evidenciam desigualdades sociais entre homens e mulheres e entre indivíduos de distintas características de cor

Leia mais

DIFERENCIAIS DE RENDIMENTOS ENTRE TRABALHADORES FORMAIS E INFORMAIS: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES NORDESTE E SUDESTE

DIFERENCIAIS DE RENDIMENTOS ENTRE TRABALHADORES FORMAIS E INFORMAIS: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES NORDESTE E SUDESTE DIFERENCIAIS DE RENDIMENTOS ENTRE TRABALHADORES FORMAIS E INFORMAIS: UMA ANÁLISE PARA AS REGIÕES NORDESTE E SUDESTE RESUMO O presente estudo buscou analisar, controlando o viés de seletividade amostral,

Leia mais

Nota sobre os diferenciais de salários no Brasil: uma investigação empírica sob a perspectiva da Teoria da Segmentação

Nota sobre os diferenciais de salários no Brasil: uma investigação empírica sob a perspectiva da Teoria da Segmentação Nota sobre os diferenciais de salários no Brasil: uma investigação empírica sob a perspectiva da Teoria da Segmentação Eliane Araújo * Adriana Evarini ** Maria de Fátima Garcia *** Elisangela Luzia Araújo

Leia mais

APÊNDICE A. - Equação de rendimentos: logaritmo da renda do trabalho por hora dos indivíduos.

APÊNDICE A. - Equação de rendimentos: logaritmo da renda do trabalho por hora dos indivíduos. APÊNDICE A Descrição das variáveis presentes na equação de rendimento dos pais São apresentadas abaixo as variáveis (dependentes e explicativas) utilizadas na estimação da equação de rendimentos de pais

Leia mais

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NOR- DESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL

DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NOR- DESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL ISSN impressa 0100-4956 ISSN eletrônica (on line) 2357-9226 DECOMPONDO O DIFERENCIAL REGIONAL DE SALÁRIOS ENTRE SUDESTE E NOR- DESTE: UMA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM QUANTÍLICA INCONDICIONAL theast: an application

Leia mais

Econometria. Econometria ( ) O modelo de regressão linear múltipla. O modelo de regressão linear múltipla. Aula 2-26/8/2010

Econometria. Econometria ( ) O modelo de regressão linear múltipla. O modelo de regressão linear múltipla. Aula 2-26/8/2010 Aula - 6/8/010 Econometria Econometria 1. Hipóteses do Modelo de RLM O modelo de regressão linear múltipla Estudar a relação entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes. Forma genérica:

Leia mais

TRANSIÇÃO NA ESTRUTURA ETÁRIA- EDUCACIONAL E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

TRANSIÇÃO NA ESTRUTURA ETÁRIA- EDUCACIONAL E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL TRANSIÇÃO NA ESTRUTURA ETÁRIA- EDUCACIONAL E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL Ernesto F. L. Amaral, Daniel S. Hamermesh, Joseph E. Potter e Eduardo L. G. Rios-Neto Population Research Center - Universidade

Leia mais

CONCENTRAÇÃO DO EMPREGO INDUSTRIAL, SINDICATOS E SALÁRIOS: UMA APLICAÇÃO PARA O CASO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE METALURGIA

CONCENTRAÇÃO DO EMPREGO INDUSTRIAL, SINDICATOS E SALÁRIOS: UMA APLICAÇÃO PARA O CASO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE METALURGIA CONCENTRAÇÃO DO EMPREGO INDUSTRIAL, SINDICATOS E SALÁRIOS: UMA APLICAÇÃO PARA O CASO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE METALURGIA Kalinca Léia Becker Professora de Economia da UNIPAMPA e Doutoranda na ESALQ/USP

Leia mais

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3.

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. 1 1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. Modelo de Resultados Potenciais e Aleatorização (Cap. 2 e 3

Leia mais

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013 NOTA CONJUNTURAL FORMALIZAÇÃO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS no Estado do Rio de Janeiro OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013 20 2013 PANORAMA GERAL No Brasil,

Leia mais

OS DIFERENCIAIS DE SALÁRIOS NO BRASIL NO PERÍODO : UMA INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DA SEGMENTAÇÃO

OS DIFERENCIAIS DE SALÁRIOS NO BRASIL NO PERÍODO : UMA INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DA SEGMENTAÇÃO OS DIFERENCIAIS DE SALÁRIOS NO BRASIL NO PERÍODO 1999-2009: UMA INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DA SEGMENTAÇÃO Adriana Evarini 1 / Eliane Araújo 2 / Maria de Fátima Garcia 3 / Solange de

Leia mais

Diminui distância entre mínimo e renda média

Diminui distância entre mínimo e renda média Valor Econômico, 16 de fevereiro de 2016 Diminui distância entre mínimo e renda média Por Arícia Martins De São Paulo A política de reajustes reais do salário mínimo em vigor desde 2007, combinada ao efeito

Leia mais

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 1261 SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE EMPÍRICA

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 1261 SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE EMPÍRICA TEXTO PARA DISCUSSÃO N 1261 SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE EMPÍRICA Gabriel Ulyssea Rio de Janeiro, fevereiro de 2007 TEXTO PARA DISCUSSÃO N 1261

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA Professor: Ernesto Friedrich de Lima Amaral Disciplina: Avaliação

Leia mais

Os Efeitos da Licença Maternidade sobre Salário e Emprego da Mulher no Brasil

Os Efeitos da Licença Maternidade sobre Salário e Emprego da Mulher no Brasil Sandro Sacchet de Carvalho Os Efeitos da Licença Maternidade sobre Salário e Emprego da Mulher no Brasil Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de

Leia mais

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples 1 AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples Ernesto F. L. Amaral 18 e 23 de outubro de 2012 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução à econometria: uma abordagem

Leia mais

Mercado de Trabalho Brasileiro: evolução recente e desafios

Mercado de Trabalho Brasileiro: evolução recente e desafios 1 São Bernardo do Campo, 10 de março de 2010. NOTA Á IMPRENSA Mercado de Trabalho Brasileiro: evolução recente e desafios O crescimento econômico brasileiro observado na década atual concretizou-se pelo

Leia mais

Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (RBERU) Vol. 12, n. 4, pp ,

Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (RBERU) Vol. 12, n. 4, pp , Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (RBERU) Vol. 12, n. 4, pp. 417-435, 2018 http://www.revistaaber.org.br DIFERENCIAL DE RENDIMENTOS E ORIENTAÇÃO SEXUAL NA REGIÃO NORDESTE* Daniel Tomaz

Leia mais

Uma análise do retorno da escolaridade dos jovens por classe de renda:

Uma análise do retorno da escolaridade dos jovens por classe de renda: Área 13 - Economia do Trabalho Uma análise do retorno da escolaridade dos jovens por classe de renda: 1997-2012 1 Luciano Nakabashi 2 Leonardo Assahide 3 Resumo O mercado de trabalho passa por constantes

Leia mais

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 METRÓPOLE E NO INTERIOR DO RIO DE JANEIRO NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 PANORAMA GERAL O Estado do Rio de Janeiro (ERJ) é caracterizado

Leia mais

Diferencial de Ganhos entre Migrantes e não Migrantes em Minas Gerais

Diferencial de Ganhos entre Migrantes e não Migrantes em Minas Gerais Diferencial de Ganhos entre Migrantes e não Migrantes em Minas Gerais Luiz Carlos Day Gama 1 Ana Maria Hermeto 2 RESUMO Este estudo analisa as causas dos diferenciais de rendimentos entre migrantes e não

Leia mais

Econometria - Lista 6

Econometria - Lista 6 Econometria - Lista 6 Professores: Hedibert Lopes, Priscila Ribeiro e Sérgio Martins Monitores: Gustavo Amarante e João Marcos Nusdeo Exercício 1 A curva de Phillips desempenha um papel fundamental na

Leia mais

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática. Texto para Discussão:

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática. Texto para Discussão: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática Texto para Discussão: Diagnóstico da

Leia mais

Econometria. Econometria MQO MQO. Resíduos. Resíduos MQO. 1. Exemplo da técnica MQO. 2. Hipóteses do Modelo de RLM. 3.

Econometria. Econometria MQO MQO. Resíduos. Resíduos MQO. 1. Exemplo da técnica MQO. 2. Hipóteses do Modelo de RLM. 3. 3. Ajuste do Modelo 4. Modelo Restrito Resíduos Resíduos 1 M = I- X(X X) -1 X Hipóteses do modelo Linearidade significa ser linear nos parâmetros. Identificação: Só existe um único conjunto de parâmetros

Leia mais

Texto para discussão nº 19/2005 O EMPREGO E A RENDA COMO ALICERCES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO

Texto para discussão nº 19/2005 O EMPREGO E A RENDA COMO ALICERCES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS CENTRO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FEAC Texto para discussão O EMPREGO E A RENDA COMO ALICERCES PARA O DESENVOLVIMENTO

Leia mais

Desigualdade de renda salarial no brasil no período 2001 a 2012

Desigualdade de renda salarial no brasil no período 2001 a 2012 Desigualdade de renda salarial no brasil no período 2001 a 2012 Jair Andrade Araujo 1 Joyciane Coelho Vasconcelos 2 Resumo: A alta concentração de renda é um dos principais problemas enfrentados pelo Brasil.

Leia mais

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DO DISTRITO FEDERAL Novembro de 2012 O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego podem

Leia mais

PEQUENOS NEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO

PEQUENOS NEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO PEQUENOS NEGÓCIOS NOTA CONJUNTURAL FEVEREIRO 2014 Nº29 E DESENVOLVIMENTO NOTA CONJUNTURAL FEVEREIRO DE 2014 Nº29 PANORAMA GERAL Esta Nota Conjuntural tem como objetivo explorar a conexão dos pequenos negócios

Leia mais

Salário Mínimo e Distribuição de Renda

Salário Mínimo e Distribuição de Renda Salário Mínimo e Distribuição de Renda André Portela Souza C-Micro/EESP-FGV Seminário Politica de Salário Mínimo - IBRE/FGV Rio de Janeiro, Maio de 2014 Estrutura da apresentação 1. Breve discussão normativa

Leia mais

A MÃO DE OBRA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: DISCRIMINAÇÃO SALARIAL POR GÊNERO

A MÃO DE OBRA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: DISCRIMINAÇÃO SALARIAL POR GÊNERO A MÃO DE OBRA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: DISCRIMINAÇÃO SALARIAL POR GÊNERO Katy Maia 1 Ariciéri Devidé Júnior 2 Solange de Cassia Inforzato de Souza 3 Sarah Cristina Bruno Cugini 4 RESUMO:

Leia mais

Artigo. Desigualdades Salariais entre Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho Formal do Estado do Rio Grande do Sul

Artigo. Desigualdades Salariais entre Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho Formal do Estado do Rio Grande do Sul Revista Latino americana de Desigualdades Salariais entre Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho Formal do Estado do Rio Grande do Sul Volume 8, número 2 (2017) ISSN: 2177 2886 Desigualdades Salariales

Leia mais

Afinal, Quão Importantes são as Desigualdades de Escolaridade para Explicar as Disparidades Regionais de Renda no Brasil?

Afinal, Quão Importantes são as Desigualdades de Escolaridade para Explicar as Disparidades Regionais de Renda no Brasil? Afinal, Quão Importantes são as Desigualdades de Escolaridade para Explicar as Disparidades Regionais de Renda no Brasil? Area 10: Economia Regional e Urbana JEL: R120. R110. J310. Rodrigo Carvalho Oliveira

Leia mais

PARTE 1 ANÁLISE DE REGRESSÃO COM DADOS DE CORTE TRANSVERSAL CAPÍTULO 2 O MODELO DE REGRESSÃO SIMPLES

PARTE 1 ANÁLISE DE REGRESSÃO COM DADOS DE CORTE TRANSVERSAL CAPÍTULO 2 O MODELO DE REGRESSÃO SIMPLES PARTE 1 ANÁLISE DE REGRESSÃO COM DADOS DE CORTE TRANSVERSAL CAPÍTULO 2 O MODELO DE REGRESSÃO SIMPLES 2.1 DEFINIÇÃO DO MODELO DE REGRESSÃO SIMPLES Duas variáveis: y e x Análise explicar y em termos de x

Leia mais

Salário Mínimo: trajetória recente

Salário Mínimo: trajetória recente Salário Mínimo: trajetória recente Elevação do SM: conquista das Centrais Sindicais aumentos expressivos em 2005, 2006 e 2007 e política de valorização a partir de 2008 (lei em 2011) Contrariamente à visão

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Pesquisa Mensal de Emprego - PME Pesquisa Mensal de Emprego - PME Dia Internacional da Mulher 08 de março de 2010 MULHER NO MERCADO DE TRABALHO: PERGUNTAS E RESPOSTAS A Pesquisa Mensal de Emprego PME, implantada em 1980, produz indicadores

Leia mais

Capital humano e desigualdade salarial no Brasil: uma análise de decomposição para o período

Capital humano e desigualdade salarial no Brasil: uma análise de decomposição para o período DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0101-416146357vjv Capital humano e desigualdade salarial no Brasil: uma análise de decomposição para o período 1995-2014 Vitor Hugo Miro Couto Silva Professor Universidade

Leia mais

Salário Mínimo e Distribuição de Renda no Brasil Potencial e Limites

Salário Mínimo e Distribuição de Renda no Brasil Potencial e Limites Salário Mínimo e Distribuição de Renda no Brasil Potencial e Limites João Saboia Instituto de Economia - UFRJ 7 e 8 de Maio de 2014 Seminário Política de Salário Mínimo para 2015-2018 Avaliações de Impacto

Leia mais

Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais em Curitiba

Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais em Curitiba Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais em Curitiba www.fgv.br/cps/vulnerabilidade Evolução da Pobreza Pobreza: dois ciclos 1996 a 2003 sobe de 4,04% para 10,05%. Depois cai para 3,64% em 2009.

Leia mais

Regressão múltipla: Unidades de medida. Unidades de medida. Unidades de medida salário em dólares (*1000) Unidades de medida

Regressão múltipla: Unidades de medida. Unidades de medida. Unidades de medida salário em dólares (*1000) Unidades de medida Efeitos da dimensão dos dados nas estatísticas MQO Regressão múltipla: y = β 0 + β x + β x +... β k x k + u Alterando a escala de y levará a uma correspondente alteração na escala dos coeficientes e dos

Leia mais

O IMPACTO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE REDUÇÕES NO GRAU DE DESIGUALDADE SOBRE A POBREZA

O IMPACTO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE REDUÇÕES NO GRAU DE DESIGUALDADE SOBRE A POBREZA O IMPACTO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE REDUÇÕES NO GRAU DE DESIGUALDADE SOBRE A POBREZA Ricardo Paes de Barros e Rosane Mendonça RESUMO A partir do fato de que reduções no grau de pobreza de um país requerem

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE BACHARELADO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE BACHARELADO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE BACHARELADO DIFERENCIAL SALARIAL DE GÊNERO AO LONGO DO CICLO DE NEGÓCIOS VITOR DIAS ROCIO Matrícula n o : 113032944 ORIENTADOR:

Leia mais

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE PARA O ANO 2015

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE PARA O ANO 2015 Discriminação de gênero no mercado de trabalho Brasileiro: Uma análise para o ano 2015 DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE PARA O ANO 2015 Gender discrimination in the

Leia mais

Algumas características da inserção das mulheres no mercado de trabalho

Algumas características da inserção das mulheres no mercado de trabalho 1 Pesquisa Mensal de Emprego Algumas características da inserção das mulheres no mercado de trabalho Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre 2003-2008 Rio de Janeiro

Leia mais

Deficiência, emprego e salários no mercado de trabalho brasileiro

Deficiência, emprego e salários no mercado de trabalho brasileiro 1 Deficiência, emprego e salários no mercado de trabalho brasileiro Kalinca Léia Becker 1 Resumo: Este estudo pretende analisar o efeito da deficiência no emprego e no salário por hora de trabalho no Brasil.

Leia mais

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL A inserção do negro no mercado de trabalho no Novembro de 2011 A discussão sobre trabalho decente, capitaneada pela Organização Internacional do Trabalho

Leia mais

CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO

CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO MARCELO NERI - FGV Social LINHA DO TEMPO INSTITUCIONAL Educação 2000 -SEMINÁRIO NIP - NETWORK ON INEQUALITY OF LACEA/WB/IDB 2005 - SEMINÁRIO EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA

Leia mais

CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO

CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO MARCELO NERI - FGV Social LINHA DO TEMPO INSTITUCIONAL Educação 2000 -SEMINÁRIO NIP - NETWORK ON INEQUALITY OF LACEA/WB/IDB 2005 - SEMINÁRIO EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA

Leia mais

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 Maria José CharfuelanVillarreal Universidade Federal do ABC OBJETIVO Identificar

Leia mais

DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA SALARIAL NO BRASIL

DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA SALARIAL NO BRASIL DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA SALARIAL NO BRASIL Joyciane Coelho Vasconcelos Economista. Mestranda em Economia Rural (MAER) - Campus do Pici/UFC. Fortaleza/Ceará. E-mail:joyciane.c.v@gmail.com

Leia mais

MICROEMPREENDEDORES FORMAIS

MICROEMPREENDEDORES FORMAIS MICROEMPREENDEDORES FORMAIS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO: uma análise a partir da contribuição para Previdência NOTA CONJUNTURAL DO OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO

Leia mais

Mudança Social Carioca : O Legado Pré-Olímpico. Sumário Executivo

Mudança Social Carioca : O Legado Pré-Olímpico. Sumário Executivo Mudança Social Carioca 2009-2016: O Legado Pré-Olímpico Sumário Executivo O principal objetivo do projeto é medir a evolução das condições de vida da população carioca a partir do anúncio da Rio 2016.

Leia mais

Tabela População segundo a existência de plano de saúde - Ceilândia - Distrito Federal Plano de Saúde Nº %

Tabela População segundo a existência de plano de saúde - Ceilândia - Distrito Federal Plano de Saúde Nº % Quanto à existência de Plano de Saúde observa-se em Ceilândia que 80,9% não contam com este serviço, enquanto 11,0% possui plano empresarial, o que é previsível dado o expressivo percentual de domicílios

Leia mais

Decomposição do componente de discriminação na desigualdade de rendimentos entre raças nos efeitos idade, período e coorte.

Decomposição do componente de discriminação na desigualdade de rendimentos entre raças nos efeitos idade, período e coorte. Decomposição do componente de discriminação na desigualdade de rendimentos entre raças nos efeitos idade, período e coorte. Autores: Anna Risi Vianna Crespo (Princeton University) acrespo@princeton.edu

Leia mais

EFEITOS DA EDUCAÇÃO SOBRE A RENDA: DISPARIDADES REGIONAIS EFFECTS OF EDUCATION ON EARNINGS: REGIONAL DISPARITIES

EFEITOS DA EDUCAÇÃO SOBRE A RENDA: DISPARIDADES REGIONAIS EFFECTS OF EDUCATION ON EARNINGS: REGIONAL DISPARITIES EFEITOS DA EDUCAÇÃO SOBRE A RENDA: DISPARIDADES REGIONAIS EFFECTS OF EDUCATION ON EARNINGS: REGIONAL DISPARITIES Kalu Soraia Schwaab Doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria

Leia mais