QU deslocado e QU in situ em PB: aspectos da derivação lingüística e questões para a aquisição da linguagem. Marina R.A. Augusto PUC-Rio/LAPAL-CNPq

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "QU deslocado e QU in situ em PB: aspectos da derivação lingüística e questões para a aquisição da linguagem. Marina R.A. Augusto PUC-Rio/LAPAL-CNPq"

Transcrição

1 AUGUSTO, M.R.A. QU deslocado e QU in situ em PB: aspectos da derivação lingüística e questões para a aquisição da linguagem In Anais do IV Congresso Internacional da ABRALIN, p , 2005, Disponível on-line: QU deslocado e QU in situ em PB: aspectos da derivação lingüística e questões para a aquisição da linguagem Marina R.A. Augusto PUC-Rio/LAPAL-CNPq Abstract: Analyses for interrogative constructions in Brazilian Portuguese (BP), which allows both dislocated-wh and WH-in situ, are evaluated in relation to production and comprehension data of normal and impaired language acquisition. It is argued that a theory of language acquisition should encompass a parsing model so that distinctions from production and comprehension tasks may be well-defined and adequately incorporated, clarifying the kind of relationship to be traced between linguistic knowledge and the capacity to use/implement such knowledge. Key-words: Minimalism; Acquisition of Interrogatives; WH-in situ. Resumo: Análises distintas propostas para as construções interrogativas no português brasileiro (PB), que admite tanto QU-deslocado quanto QU-in situ, são avaliadas em relação a dados de produção e de compreensão de interrogativas no PB na aquisição normal e desviante. Argumenta-se que uma teoria da aquisição da linguagem deve considerar um modelo de processamento a fim de que distinções entre tarefas de produção e de compreensão possam ser definidas com clareza, alcançando-se uma maior explicitude entre conhecimento lingüístico e capacidade para usar esse conhecimento. Palavras-chave: Minimalismo; Aquisição de Interrogativas; QU-in situ. 1 Introdução Este artigo toma como foco as construções interrogativas no português brasileiro (doravante PB), analisadas à luz do Programa Minimalista (Chomsky, 1998; 1999). O PB apresenta tanto interrogativas com elemento-qu movido assim como interrogativas com QU-in situ e análises distintas têm sido oferecidas para tratar esse fenômeno (Kato, 2004; Hornstein, Nunes & Grohmann, 2005; dentre outros). Confrontamos as previsões que essas análises fazem em relação à aquisição com dados de produção e de compreensão de interrogativas no PB, tanto na aquisição normal (Lopes-Rossi, 1994; Sikansi, 1999; Corrêa, 2000) quanto na aquisição desviante (Haeusler, 2005), particularmente no que se refere ao DEL. 1 Aponta-se a relevância de uma teoria da aquisição da linguagem considerar um modelo de processamento lingüístico (em tempo real) (ver Corrêa, 2002). Nesse sentido, vale salientar que o Programa Minimalista tem Este artigo se originou de uma comunicação com mesmo título apresentada na Sessão de Comunicações Coordenadas: Processamento lingüístico e derivação minimalista: compatibilidade ou identidade?, coordenada por Letícia Sicuro Corrêa, como parte das atividades do IV Congresso Internacional da ABRALIN. Agradeço à audiência presente, assim como ao Grupo de Pesquisa do LAPAL (Laboratório de Psicolingüística e Aquisição da Linguagem) por comentários e sugestões. Desnecessário dizer que os erros remanescentes são de minha inteira responsabilidade. A autora é bolsista Recém-Doutor pelo CNPq Processo / Déficit que atinge cerca de 7% das crianças em idade escolar (Leonard 1988), o DEL/SLI Déficit Específico da Linguagem (Specific Language Impairment) - recebe diagnóstico por exclusão, uma vez que as crianças afetadas não apresentam deficiências externas ao domínio lingüístico, isto é, não há evidências de distúrbios neurológicos, deficiências auditivas, articulatórias ou privação social. O DEL tem sido objeto de estudo do Grupo de Pesquisa do LAPAL, coordenado por Letícia Sicuro Corrêa, com financiamento obtido junto à FAPERJ.

2 incorporado certos procedimentos para a atuação do sistema computacional que se mostram compatíveis com noções assumidas em modelos de processamento (Corrêa, 2002; neste volume). Neste artigo, essa compatibilidade é especificamente tratada no que se refere aos mecanismos sob atuação na derivação de construções interrogativas no PB. O artigo organiza-se da seguinte maneira: na Seção 2, apresentam-se os principais aspectos a serem abordados em relação às construções interrogativas. A Seção 3 trata da aquisição de interrogativas-qu no português a partir de dados de produção e a seção seguinte, apresenta resultados de compreensão. A Seção 5 apresenta análises minimalistas oferecidas para as construções-qu no PB. A última seção discute os dados frente às análises, aponta a relevância de uma teoria da aquisição considerar um modelo de processamento e focaliza a compatibilidade que se pode traçar entre algumas noções que as análises minimalistas têm incorporado e procedimentos adotados em modelos de processamento. 2 Interrogativas-QU A aquisição de interrogativas tem se constituído como um fenômeno de interesse da teoria gerativista ao longo do tempo, tanto pelo fato de prover evidências para a atuação de movimento sintático e para a disponibilidade de categorias funcionais o domínio CP, como também pela possibilidade de se observar o processo de fixação de parâmetros de variação entre as línguas. No Programa Minimalista, língua-i é concebida como a atuação do sistema computacional, responsável pela derivação das expressões lingüísticas, sobre um léxico, adquirido pela criança na exposição a uma determinada língua. O léxico é um conjunto de traços legitimados pelas condições de interface. A seleção de itens lexicais e de seus respectivos traços para formar a Numeração determina a atuação das operações do sistema computacional Merge, Agree/Move. Nesse sentido, no que diz respeito às construções interrogativas, deve-se postular a presença de um traço que as diferencie das afirmativas. A pertinência desse traço implica a sua seleção não só para a derivação de uma expressão lingüística característica, assim como na própria definição do conjunto de traços relevantes para a especificação de uma dada língua. Em outros termos, parametrização é concebida, nesse modelo, como decorrente do conjunto de traços selecionados pelas gramáticas particulares e a maneira como esses traços se associam a itens lexicais/funcionais. 2 Fazer a identificação dos traços que caracterizam a língua e incorporá-los ao léxico equivale a fixar os parâmetros da língua em questão. O Programa Minimalista toma, portanto, a variação paramétrica como estando restrita a características do léxico, mais especificamente às propriedades morfológicas (Chomsky, 1999; 2001). 3 Nesse arcabouço, assume-se, em relação às construções interrogativas, que a criança tem diante de si tanto a tarefa de adquirir os itens lexicais específicos relacionados à interrogação (partículas interrogativas e pronomes interrogativos ou sintagmas-qu), quanto a de incorporar as particularidades estruturais relativas às construções interrogativas, como movimento de constituintes, entonação característica, etc. Que tipo de informação está envolvido na formulação/interpretação de interrogativas? As interrogativas sim/não solicitam a avaliação de uma proposição. As interrogativas-qu solicitam 2 Ver Augusto (no prelo), para uma discussão acerca das noções de princípios e parâmetros no Minimalismo. 3 Deve-se, também, tomar, conforme argumenta Corrêa (no prelo), certo tipo de movimento sintático - aquele responsável por derivar a ordem linear básica da língua - como expressão da fixação de parâmetros, considerando-se Kayne (1994).

3 que um certo estado de coisas seja acomodado/pressuposto e que um esclarecimento acerca de um aspecto desse estado de coisas seja fornecido. Para tanto, as palavras de tipo-qu precisam ser conhecidas, uma vez que delimitam um conjunto/categorizam sub-conjuntos (de pessoas, de coisas, de lugares...), definindo o tipo de informação solicitada. No entanto, nem sempre as palavras-qu sinalizam solicitações de informação (veja (1b) e (2b)). Essa tarefa é desempenhada pelo conjunto estabelecido pela presença dessas palavras e determinadas construções sintáticas: (1) a. O que Pedro comprou? b. Pedro sabe o que a Maria comprou para ele. (2) a. Quando Pedro viajou? b. Pedro riu quando a Maria caiu. Adicionalmente, as palavras-qu aparecem em posições distintas daquelas em que são interpretadas semanticamente. Ou seja, elas precisam ser relacionadas à sua função na estrutura argumental da sentença. Na teoria gerativa, essa relação tem se traduzido na noção de movimento, isto é, assume-se que a expressão-qu é gerada na posição temática em que foi requerida, se argumento, ou em posições de adjunção relevantes, e é movida para uma posição na periferia esquerda da sentença. As expressões-qu são, portanto, interpretadas como operadores que implicam a solicitação de atribuição de um valor para as variáveis a eles ligadas: (3) a. O que Pedro comprou? a. Existe um x, tal que Pedro comprou x. b. Pedro comprou um anel. b. O x tal que Pedro comprou x é um anel. O movimento de elementos-qu para a periferia esquerda não é, no entanto, atestado em todas as línguas. Há línguas que apresentam obrigatoriamente o movimento de elementos-qu em interrogativas (como o inglês) (veja (4)); há línguas em que não se atesta movimento algum (como o chinês), as chamadas línguas de QU-in situ (veja (5)). Há, ainda, línguas em que há instâncias de movimento parcial (como o alemão), isto é, o elemento-qu se move até a periferia esquerda da sentença encaixada, mas não chega à periferia esquerda da sentença matriz (veja (6)). Por fim, há línguas em que o movimento não é obrigatório, caso do francês e também do português, que apresentam além da possibilidade de movimento para a periferia esquerda (veja (7a)), estruturas interrogativas com elemento-qu in situ (cf. (7b)): (4) What did Bill buy? O que Bill comprou? (5) Bill mai-le sheme ne? Bill comprou o quê? (6) Was denkst du wen sie mag? O que você acha quem ela gosta? (7) a. O que o Pedro comprou? b. Pedro comprou o quê? No arcabouço gerativista, tem-se observado a aquisição das construções interrogativas em várias línguas, levando-se em conta os aspectos apontados acima. A próxima seção apresenta algumas dessas observações. 3 Aquisição de interrogativas-qu

4 Em relação ao inglês, de Villiers & Roeper (2003), retomando a literatura sobre o tópico, reafirmam que as crianças adquirem os elementos-qu em uma ordem bastante similar: what/where/who antes de how/when e why, sendo ainda posteriores os sintagmas do tipo which e whose. Outro aspecto comumente reportado em relação à formação de interrogativas no inglês aponta para a possível ausência de movimento efetivo para o domínio CP, assumindo-se que as primeiras emissões das crianças trazem, na verdade, elementos-qu adjungidos às sentenças, o que é argumentado dada a ausência de inversão auxiliar/verbo, e do auxiliar do. Diante disso, assume-se que o movimento seria custoso para a criança (de Villiers & Roeper, 1991). 3.1 Aquisição de interrogativas-qu no português Em relação ao português, a questão de se definir se o movimento do elemento-qu para CP se deu efetivamente também pode lançar mão da questão da inversão sujeito/verbo, mas apenas no português europeu (doravante PE). Soares (2003), no entanto, argumenta que em PE, pode-se defender que o domínio CP está ativo na gramática das crianças, uma vez que o movimento de elementos-qu pode se dar para esse domínio, embora não se ateste, por outro lado, o movimento de núcleos movimento de verbo para C (veja (8)). 4 A principal estratégia utilizada pelas crianças para a formação de interrogativas é o uso de estruturas focalizadas do tipo é que, como em (9): (8) O que tu tens aqui na mala? (Sandra 2;6.3) (9) O que é que a minha mãe descobriu? (Carlota 3;6.30) Em PB, por outro lado, a formação de interrogativas não mais demanda a inversão sujeito/verbo, 5 isto é, (8) seria uma sentença perfeitamente gramatical nessa variedade. A construção em (9) também é possível. Tem-se, ainda, uma outra possibilidade em PB, que não é admitida em PE: a presença exclusiva do complementizador sem a cópula, como em (10): (10) Onde que ela foi? (R. 2;05,05) Lopes-Rossi (1994) apresenta o seguinte esquema-resumo das principais observações provenientes dos dados de uma criança adquirindo o PB: 6 IDADE ESTRUTURAS SINTÁTICAS 1;9,25 Respostas adequadas a interrogativas-qu, compreensão dos elementos interrogativos; INFL adquirido; Produção apenas de interrogativas sim/não e com cadê. 1;11,12 Início da produção de interrogativa-qu com quem sujeito; 2;00,05 Produção de interrogativas-qu com outros elementos interrogativos incidindo sobre sujeito e adjuntos, perguntas do tipo Qu que...? e Qu é que...?. 4 Trata-se de um erro em PE, que demanda a inversão sujeito/verbo em sentenças interrogativas. As crianças evitam esse tipo de construção, preferindo as construções do tipo em (9). 5 Ver Duarte (1992) e Rossi (1996) acerca da perda de movimento V-to-C nas interrogativas-qu. 6 Os dados analisados são do sujeito (R), da idade de 1;8,0 a 3;5,25, gravados em 23 sessões. A autora salienta que esses dados pertencem ao Banco de Dados de Aquisição de Linguagem Infantil do IEL Unicamp e foram cedidos pela equipe da Profa. Dra. Cláudia T. Lemos.

5 Produção de cleft sentences e sentenças exclamativas com que. 2;04,11 Produção de uma estrutura com CP subcategorizado pelo V. 2;06,00 Produção de interrogativa-qu incidindo sobre argumento temático do V; Produção de interrogativa indireta. Figura 1: Principais constatações relacionadas à aquisição de interrogativas-qu (Lopes-Rossi, 1994:45) Salienta-se o fato de que as interrogativas de sujeito emergem antes das interrogativas de objeto idade de 1;11,12 contra 2;06 e que as sentenças encaixadas são mais tardias no corpus. Outro aspecto relevante em relação às interrogativas-qu em português é a nãoobrigatoriedade de movimento. Construções com o elemento-qu in situ são admitidas (cf. (7)). No que diz respeito à aquisição, tem-se apontado que essa estratégia de formação de interrogativas é tardia. 7 A Figura 2 abaixo atesta a baixa freqüência de QU-in situ na aquisição do PB, a partir de dados disponibilizados em Sikansi (1999) crianças G., R. e A. - e Grolla (2005) criança N.: SUJEITO Q-in situ Q-deslocado TOTAL Com - é que Com - que Sem - (é) que G. (2;4 3;10) ,5% ,5 124 R. (1;10 3;4) 2-3,5% 9-15,5% 17-29,3% 30-51,7% 58 A. (2;4 3;0) ,7% 9-33,3% 10-37% 27 N. (2;0 4;0) 8-1,7% 15-2,9% ,4% % 520 Figura 2: Distribuição de interrogativas-qu Em suma, os dados de aquisição do português atestam a emergência de interrogativas simples antes das interrogativas de encaixadas; emergência de interrogativas de sujeito antes das interrogativas de objeto; ausência de inversão sujeito/verbo no PE e surgimento tardio da estratégia in situ. 3.2 Dados de aquisição desviante - o DEL/SLI Os portadores de DEL/SLI costumam apresentar dificuldades com algumas construções que apresentam movimento, como passivas, relativas e interrogativas-qu. Para o inglês, van der Lely & Battell (2003) reportam dificuldades com a formação de interrogativas-qu, em um grupo de 15 crianças e adolescentes idades de 11;5 a 18;2, tanto em relação ao movimento do elemento-qu, quanto no que diz respeito ao movimento do auxiliar/inserção de do (veja (11)). Por vezes, as emissões apresentam um argumento extra na posição da lacuna, como em (12): (11) Who Mrs. Brown see? (12) What did Mrs. Peacock like jewelry? As autoras salientam que há maior dificuldade com as interrogativas de objeto. Não dispomos, ainda, de dados de produção de interrogativas no PB para o DEL. 4 Dados de compreensão 7 Soares (2003:166) menciona, em relação ao PE, que: instances of wh-in situ are not frequent.

6 Os dados de produção na gramática infantil têm sido tomados, no arcabouço gerativista, como fonte de evidência inequívoca da atuação do sistema computacional na criança em condições idênticas (ou não) às do adulto. Os dados de percepção/compreensão não têm merecido atenção especial por parte desses estudiosos. A literatura em psicolingüística, no entanto, tem enfatizado o papel que dados de percepção/compreensão desempenham no sentido de apontar para capacidades demonstradas por crianças de tenra idade, ainda antes de efetivamente produzirem emissões lingüísticas. 8 Ainda que não haja estudos psicolingüísticos específicos voltados para a compreensão de interrogativas-qu no PB, alguns estudos fazem referência à compreensão. Lopes-Rossi (veja Figura 1 acima) aponta que já na idade de 1;9,25, a criança sob observação apresenta respostas adequadas a interrogativas-qu e compreensão dos elementos interrogativos. Sikansi (1995) observa o comportamento de uma criança na interação mãe/criança, com especial enfoque para as interrogativas-qu. Constata que já aos 2;00.05 início do período de observação a criança parece responder adequadamente à maioria das perguntas dirigidas a ela, com exceção de algumas ocorrências, majoritariamente na presença do elemento-qu por que. Além das observações apontadas nos trabalhos mencionados que lidam com dados longitudinais, passamos a apresentar resultados obtidos a partir da aplicação de experimentos psicolingüísticos. 4.1 Compreensão de interrogativas em crianças normais Em relação à averiguação da compreensão de estruturas interrogativas por crianças, apresentam-se os resultados coletados a partir da aplicação do MABILIN, conjunto de testes para averiguação do desempenho de crianças frente a tarefas de compreensão e de produção de estruturas específicas, que têm sido apontadas como problemáticas para as crianças com DEL/SLI, desenvolvido no LAPAL (Corrêa, 2000). O MABILIN tem sido aplicado a crianças normais visando prover uma curva do desenvolvimento normal a ser contrastada com os resultados obtidos por crianças com queixas de linguagem. A compreensão de interrogativas é avaliada no Bloco 5 do MABILIN 1. A seguir, apresentam-se resultados de crianças de 3 e 5 anos em tarefa de compreensão de interrogativas, contrastando-se interrogativa de sujeito e de objeto em sentenças simples e opondo-se movimento de elemento-qu e estratégia in situ: sujeito objeto deslocado objeto in situ Gráfico 1: Compreensão de interrogativas 3 anos 5 anos 8 Shady (1996) fornece evidências empíricas de que crianças de 10 meses e meio são sensíveis às propriedades fônicas e distribucionais dos itens funcionais em geral. Höhle & Weissenborn (2000) e Höhle, Blen & Seidl (2002) constatam a sensibilidade a determinantes e o uso desses elementos na delimitação de itens lexicais em alemão com crianças entre 10 e 12 meses. A sensibilidade a determinantes foi também constatada, no português, em experimento conduzido no LAPAL com crianças com idade média de 14 meses (Name, 2002).

7 4.2 Compreensão de interrogativas em crianças com suspeita de DEL/SLI A seguir, apresentam-se resultados obtidos com crianças com suspeita de DEL, idade média 5,5 anos, contrastados com as crianças normais (adaptado de Haeusler, 2005): sujeito objeto deslocado objeto in situ 3 anos 5 anos DEL Gráfico 2: Compreensão de interrogativas crianças DEL Os dados das crianças com DEL suportam a hipótese, corrente na literatura, de que esse déficit se caracteriza por um atraso no desempenho lingüístico. É interessante notar, no entanto, que, no caso específico da interpretação de interrogativas, a estratégia in situ parece facilitar ainda mais o desempenho dessas crianças nessa tarefa. Em termos gerais, é importante salientar as similaridades e as diferenças encontradas em relação à produção de interrogativas. Na produção, averiguou-se a emergência de interrogativas de sujeito anterior à de objetos. Na compreensão, também se observa uma maior facilidade para a interpretação de interrogativas de sujeito do que de objeto. No entanto, diferentemente da produção, em que se observa que o uso da estratégia in situ é postergado, verificou-se uma facilitação da tarefa de compreensão na presença de QU in situ. Passemos, agora, à efetiva derivação dessas estruturas no Programa Minimalista a fim de verificar o quanto essas análises podem ser explicativas do comportamento observado. 5 Análises minimalistas para o PB Uma vez que o PB pode apresentar o elemento-qu na periferia esquerda da sentença, assume-se que esse elemento se desloca de sua posição de base até o [Spec, CP]. A informação acerca do caráter interrogativo da sentença é expressa pelo complementizador que apresenta um traço-q [não-interpretável] e o movimento do pronome interrogativo para o especificador é resultado da presença de um traço EPP 9 (Chomsky, 1998; Hornstein, Nunes & Grohmann, 2005) Reinterpretação minimalista do Critério-WH (Rizzi, 1991) que diz que: Um operador-qu deve estar em uma relação spec-núcleo com um núcleo [+QU] 10 A interpretabilidade do traço-qu formal do pronome interrogativo é diferentemente avaliada a depender do modelo adotado. Em Chomsky (1995), assume-se que o traço-qu é [+ interpretável] e o traço Q em COMP pode ser forte (com movimento do elemento-qu) ou fraco (QU-in-situ). Chomsky (1998:44) assume que o sintagma-qu apresenta um traço QU [- interpretável] e um traço Q [+ interpretável], que deverá checar o traço Q [- interpretável] do complementizador. Um traço EPP em v 0 ou C 0 intermediários garante a ciclicidade. Hornstein, Nunes & Grohmann (2005) elaboram sobre essa proposta, assumindo que o elemento-qu apresenta um traço-a [+ interpretável] e um traço F [- interpretável]. O traço Q em COMP pode ser A -completo ou A -deficitário, estando a ele associado um traço EPP ou não.

8 Em relação aos pronomes interrogativos associados à posição de sujeito na sentença, deve-se, portanto, assumir que vários movimentos estão envolvidos. Primeiramente, todo e qualquer sujeito, seja um sintagma pleno ou um elemento-qu, sendo gerado em [Spec, vp], 11 é alçado para a posição de [Spec, IP]. Daí o elemento-qu se move para [Spec,CP]. (13) [ CP quem [ C Q [ IP quem comprou [ vp quem comprou [ VP comprou o livro]]]]] No que diz respeito aos pronomes interrogativos associados à posição de objeto na sentença, deve-se ter em mente, primeiramente, o papel que a noção de fase desempenha nesse modelo e suas implicações na derivação desse tipo de estrutura. Chomsky (1998, 1999) assume que vp e CP são fases e que os elementos-qu se movem ciclicamente. No caso da extração de objeto, portanto, se faz necessária a projeção de um [Spec, vp] extra, instaurado pela presença de um traço EPP adicional, para o qual o elemento-qu se move. Dessa posição, o movimento segue até o [Spec,CP]. (14) [ CP quem [ C Q [ IP Pedro encontrou [ vp quem [ vp Pedro encontrou [ VP encontrou quem ]]]]]] A atribuição de traços EPP adicionais também se fará notar em configurações em que a extração se dá a partir de sentenças complexas, derivando o movimento sucessivo cíclico pelos CPs intermediários, assim como por especificadores extras de vps, até a posição final, no [Spec, CP] da sentença matriz. (15) [ CP quem [ C Q [ IP Pedro disse [ vp quem [ vp Pedro disse [ VP disse [ CP quem [ C que [ IP quem comprou [ vp quem comprou [ VP comprou o livro]]]]]]]]]]] (16) [ CP quem [ C Q [ IP Pedro disse [ vp quem [ vp Pedro disse [ VP disse [ CP quem [ C que [ IP Maria encontrou [ vp quem [ vp Maria encontrou [ VP encontrou quem ]]]]]]]]]]]] Já foi mencionado, no entanto, que o movimento-qu é opcional em português, sendo obrigatório somente se a sentença matriz apresenta um complementizador interrogativo que. Para Hornstein, Nunes & Grohmann (2005) (doravante HNG), o complementizador foneticamente realizado em sentença matriz é necessariamente A -completo e exige movimento, isto é, tem o traço EPP associado a ele. 12 No caso de elementos in-situ em PB, esses autores admitem que os traços [- interpretáveis] do elemento-qu possam ser valorados por meio de Agree à distância com o complementizador nulo da matriz. Em suma, a análise desses autores assume três complementizadores interrogativos distintos em PB: um que foneticamente realizado, que sempre apresenta o traço EPP, exigindo movimento do sintagma-qu e dois complementizadores foneticamente nulos, um que traz o traço EPP, e outro que não exige movimento. 11 Chomsky (1995) assume a proposta de Hale & Keyser (1993) que traz conseqüências importantes em relação à hipótese do sujeito interno ao VP. Considerando a possibilidade de um verbo apresentar vários argumentos internos, Chomsky admite que uma estrutura do tipo concha larsoniana (Larson, 1988) se faz necessária. Sendo assim, a posição do argumento externo deve ser [Spec, vp]. A mesma configuração é estendida às construções com verbos transitivos e, mesmo, os intransitivos (ao considerar-se, seguindo Hale & Keyser, que estes são na verdade transitivos com argumentos internos incorporados), restando apenas aos inacusativos uma estrutura desprovida de vp. 12 HNG (2005) falam de traço forte e fraco e não especificamente de EPP, mas essa rotulação não afeta a essência da análise desses autores.

9 Kato (2004) acredita ser um problema o fato de haver, na análise de HNG, uma escolha lexical que se baseia em duas formas fonologicamente idênticas com valores opostos. Ela propõe duas possíveis alternativas de análise. A primeira mantém a análise de HNG, sem postular o complementizador nulo com traço forte. Para ela, haveria apenas duas escolhas lexicais: o complementizador lexicalizado com traço forte, resultando em movimento, e o nulo com traço fraco, a forma in-situ. A variante com movimento e sem a presença do que lexicalizado seria o resultado de um apagamento estilístico em PF. Outra possibilidade de análise leva em conta que CP não seja a única posição para a checagem de traços-qu. Para o aparente QU-in-situ, a autora propõe que uma projeção intermediária acima de vp - FP (Belletti 1998) - seria o local de checagem do traço-qu. Na forma QU-in-situ, o complementizador nulo apresenta um traço +QU em F 13 (exemplo (20) no original): (17) [ CP +? [ IP Você conheceu [ FP quem q [ +wh [ vp t i t v [VP t v t q ]]]]]] (falling intonation) Em suma, Kato assume que o PB apresenta dois núcleos QU: que +wh e +wh. Se a numeração contém o primeiro, FP (ou seja, CP com traço-qu) é projetado na periferia esquerda. Se o segundo está presente, FP é projetado acima de vp. Uma outra análise para o QU-in situ em português é proposta por Pollock (2001). Segundo esse autor, nas construções de QU-in situ, o elemento-qu se move para CP, mas há ainda um movimento adicional do IP para a posição AssertiveP, uma projeção na periferia esquerda relacionada a informações pressupostas. 14 (18) a. XP [AssertiveP [Assertive [XP [WhP quem i [Wh [FocusP t i [Focus [XP [IP o Pedro encontrou t i ]]]]]]]]] b. XP [AssertiveP [O Pedro encontrou t i ] k [Assertive [XP [WhP quem i [Wh [FocusP t i [Focus [XP [IP t k ]]]]]]]]] As análises sugeridas por Kato (2004) e Pollock (2001), em contraste com a sugestão para as construções QU-in situ como atuação de Agree a distância (Chomsky, 1998; HNG, 2005), permitem remeter à noção de complexidade computacional, sugerida por Jakubowicz (2002), relacionada ao processo de aquisição. Para essa autora, construções que demandam distinções semânticas que implicam projeções funcionais adicionais, não canônicas, isto é, não presentes na derivação de construções básicas da língua, envolvem maior complexidade computacional, demandando maior tempo de aquisição. Isso preveria, segundo as análises de Kato (2004) ou Pollock (2001), que QU-in situ fosse adquirido mais tardiamente, já que é mais complexo que QU-deslocado. Por outro lado, se adotarmos uma noção de complexidade derivacional, no sentido de número de operações necessárias para a derivação de uma estrutura, e a análise sugerida por Chomsky (1998) ou HNG (2005), para o português, deve-se prever que a construção in situ seja 13 Mioto (2003), no entanto, argumenta que a posição de foco FP - de Belletti (1998) não está associada a uma verdadeira quantificação. 14 Segundo Âmbar et alli (1998), essas construções, por apresentarem um caráter nitidamente pressuposicional, restringem as possíveis respostas (Cheng & Rooryck (2000) fazem a mesma observação em relação ao francês): (i) a. O que o Pedro comprou? b. Nada. (ii) a. Pedro comprou o quê? b. *Nada.

10 menos complexa do que a que apresenta movimento, uma vez que não há ativação da operação Move. Em suma, se por um lado, os dados de produção parecem reforçar análises do tipo da de Kato (2004) ou Pollock (2001), por outro lado, os dados de compreensão apontam para uma menor complexidade associada à estrutura in situ Discussão e conclusão As questões apontadas neste artigo demandam uma discussão bem mais ampla do que nos permite este espaço. Nos concentraremos, portanto, no objetivo assumido de se verificar, em relação às interrogativas, o quanto análises minimalistas têm apresentado aspectos que se mostram compatíveis com procedimentos assumidos em modelos de processamento. Um dos aspectos que vale salientar diz respeito à incorporação da noção de fase no Programa Minimalista, que parece capturar uma preocupação com memória, fator extremamente relevante para o desempenho lingüístico. A distinção de comportamento nas interrogativas de sujeito e de objeto, que sugere que manter um elemento na memória é custoso, pode ser capturada pela necessidade, nas interrogativas de objeto, da projeção adicional de um especificador para o movimento cíclico do elemento-qu. 16 Nesse sentido, pode-se afirmar que os passos da derivação estrutural têm incorporado aspectos que se mostram relevantes para o processamento lingüístico. No que diz respeito ao desempenho frente às construções com elemento-qu movido ou in situ, vale salientar que a produção de enunciados lingüísticos é cognitivamente mais custosa do que a compreensão, isto é, a execução de uma tarefa de compreensão pode se dar de modo estratégico (como pelo reconhecimento da necessidade de um argumento a partir da transitividade do verbo) (Corrêa, no prelo). No que diz respeito ao QU-in situ, parece plausível assumir que alguns dos traços disponíveis (o próprio traço-qu) sejam suficientes para a implementação do parsing na análise do material lingüístico, mas não para a produção da fala de forma semelhante a da língua-alvo (Augusto, 2003), no sentido de que diferenças interpretativas sutis (de natureza pragmático/discursiva) devem ser mapeadas em distinções morfológicosintáticas particulares a cada língua (Hyams, 2001), o que demanda incorporação de traços a serem acionados via intenções de fala específicas. Nesse sentido, é relevante que uma teoria da aquisição da linguagem considere um modelo de processamento, que incorpora distinções entre tarefas de produção e de percepção/ compreensão, a fim de se definir com maior clareza possíveis interferências na execução de tarefas lingüísticas e uma maior explicitude entre conhecimento lingüístico e capacidade para usar esse conhecimento. Referências bibliográficas 15 Grolla (2005) trata do fato de a construção QU-in situ ser tardia na aquisição do PB, assumindo uma análise em que há opcionalidade de movimento para CP. A proposta, no entanto, assenta-se sobre particularidades do PB, não podendo ser estendida para o PE, em que também se atesta o aparecimento tardio da estratégia in situ (Soares 2003). 16 Observe-se (cf. (13) e (14), (15) e (16)) que o número de movimentos é o mesmo na derivação que envolve extração de sujeito ou de objeto. Portanto, equacionar complexidade ao número de acionamentos da operação de Move não seria adequado, a menos que uma distinção entre movimentos seja assumida, nos moldes do proposto por Corrêa (2002, neste volume) e Corrêa & Augusto (2005, em preparação).

11 AUGUSTO, M. Novos olhares sobre a incongruência entre dados de percepção/compreensão e produção na aquisição: reflexões iniciais. Encontro Nacional do GT de Teoria da Gramática da ANPOLL, [ AUGUSTO, M. As relações com as interfaces no quadro minimalista gerativista: uma promissora aproximação com a Psicolingüística. In: Miranda, N.S. & Name, M.C. (Orgs.) Lingüística e Cognição. JF: Editora da UFJF, no prelo. CHOMSKY, N. Minimalist Inquiries: the framework, MIT Occasional Papers in Linguistics, 15, CHOMSKY, N. Derivation by phase. MIT Occasional Papers in Linguistics, 18, CORRÊA, L.S. MABILIN: Módulos e Avaliação de Habilidades Lingüísticas. Disponível por solicitação ao autor no LAPAL Laboratório de Psicolingüística e Aquisição da Linguagem, PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2000 CORRÊA, L. S. Explorando a relação entre língua e cognição na interface: o conceito de interpretabilidade e suas implicações para teorias do processamento e da aquisição da linguagem. Revista Veredas, Juiz de Fora, v. 6, n. 1, p , jan./jun CORRÊA, L.S. Possíveis diálogos entre Teoria Lingüística e Psicolingüística: questões de processamento, aquisição e do Déficit Específico da Linguagem. In: Miranda, N.S. & Name, M.C. (Orgs.) Lingüística e Cognição. JF: Editora da UFJF, no prelo. CORRÊA, L.S. Uma hipótese para a relação processador lingüístico/gramática numa perspectiva minimalista. Atas do IV Congresso Internacional da ABRALIN, neste volume. CORRÊA, L.S. & AUGUSTO, M. Possible loci of SLI from a both linguistic and psycholinguistic perspective. Trabalho apresentado em: EUCLDIS, França, CORRÊA, L.S. & AUGUSTO, M. The Computational Theory of Complexity revisited. LAPAL, Puc-Rio. Em preparação. de VILLIERS, J. & ROEPER, T. Twenty questions. Comunicação apresentada no Annual Meeting of the American Speech Language Association, GROLLA, E. Sobre a aquisição tardia de QU in situ em português brasileiro. D.E.L.T.A., HAEUSLER, O. A estrutura argumental de verbos na produção eliciada de crianças com queixas de linguagem e manifestações do Déficit Especificamente Lingüístico (DEL) no português do Brasil. Dissertação de Mestrado. PUC-Rio, HORNSTEIN, N., NUNES, J. & GROHMANN, K. Understanding Minimalism. Cambridge University Press, Cambridge, HYAMS, N. Now you hear it, now you don t: the nature of optionality in child grammars. Proceedings of the 25 th annual Boston University Conference on Language Development. Vol.1.; 34-58, JAKUBOWICZ, C. "Functional Categories in (Ab)normal Language Acquisition", In: I. Lasser (ed.) The Process of Language Acquisition, Peter Lang Verlag: Berlin, , KATO, M.A. Two types of wh-in-situ in Brazilian Portuguese. Trabalho apresentado no Georgetown University Round Table: comparative and cross-linguistic research in syntax, semantics, and computational linguistics (GURT 2004), mar LEONARD, L. Children with Specific Language Impairment. MIT Press, Cambridge, Massachusetts, LOPES-ROSSI, M.A. Aquisição de interrogativas no português do Brasil estudo de caso. Ms. IEL, Unicamp, MIOTO, C. Focalização e quantificação. Revista Letras 61:especial, , NAME, M. C. Habilidades Perceptuais e Lingüísticas na Aquisição e Processamento da Concordância de Gênero. Tese de Doutorado. PUC/RJ: Departamento de Letras, 2002.

12 POLLOCK, J.Y. Wh-questions and wh-exclamatives unifying mirror effects. Comunicação apresentada na Conférence sur l asymétrie des langues naturelles, França, SIKANSI, N. A Aquisição das interrogativas-q do português do Brasil. Qualificação de Tese de Doutorado, IEL, Unicamp, SOARES, C. The C-domain and the acquisition of European Portuguese: the case of whquestions. Probus 15, , van der LELY, H. & BATTELL, J. Wh-movement in children with grammatical SLI: a test of the RDDR hypothesis. Language 79:1, , 2003.

CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS

CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS CATEGORIAS FUNCIONAIS NO DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO E NO QUADRO DE DEL (DÉFICIT ESPECIFICAMENTE LINGUÍSTICO): EXPLORANDO SEMELHANÇAS E DISTINÇÕES ENTRE DEL E DÉFICIT DE APRENDIZAGEM

Leia mais

1 Introdução. 1 Neste estudo, será utilizando tanto o termo em inglês parsing, como o termo traduzido análise

1 Introdução. 1 Neste estudo, será utilizando tanto o termo em inglês parsing, como o termo traduzido análise 1 Introdução Este estudo enfoca o desenvolvimento da percepção de elementos de classe fechada, particularmente de afixos verbais e sua representação morfofonológica, assim como o parsing 1 (análise sintática)

Leia mais

1.1 Qual a relevância do sistema pronominal para uma teoria da aquisição da linguagem? Por que os complementos pronominais?

1.1 Qual a relevância do sistema pronominal para uma teoria da aquisição da linguagem? Por que os complementos pronominais? 1 Introdução Nesta dissertação, o problema da aquisição do sistema pronominal, no que concerne aos complementos acusativos de terceira pessoa, é investigado em função de um contraste entre o sistema pronominal

Leia mais

1 Introdução. atrasos e/ou desordens no processo de aquisição da gramática em ausência de qualquer comprometimento de outra natureza.

1 Introdução. atrasos e/ou desordens no processo de aquisição da gramática em ausência de qualquer comprometimento de outra natureza. 1 Introdução Esta tese tem como tema a aquisição de pessoa como traço formal no Português Brasileiro (PB) e vincula-se aos projetos do Grupo de Pesquisa em Processamento e Aquisição da Linguagem (GPPAL-CNPq),

Leia mais

sintaticamente relevante para a língua e sobre os quais o sistema computacional opera. O resultado da computação lingüística, que é interno ao

sintaticamente relevante para a língua e sobre os quais o sistema computacional opera. O resultado da computação lingüística, que é interno ao 1 Introdução A presente dissertação tem como tema a aquisição do modo verbal no Português Brasileiro (PB). Tal pesquisa foi conduzida, primeiramente, por meio de um estudo dos dados da produção espontânea

Leia mais

Avaliar o comportamento das crianças DEL no que concerne ao valor dado à informação de pessoa em Dmax e no afixo verbal;

Avaliar o comportamento das crianças DEL no que concerne ao valor dado à informação de pessoa em Dmax e no afixo verbal; 164 9 Conclusão Este estudo focalizou a aquisição de pessoa como traço formal no Português Brasileiro (PB) com o objetivo de caracterizar a manifestação de pessoa no curso normal do desenvolvimento lingüístico

Leia mais

A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10

A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10 107 de 297 A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10 Tatiane Macedo Costa * (UESB) Telma Moreira Vianna Magalhães (UESB) RESUMO Várias pesquisas têm investigado o uso

Leia mais

lingüístico-perceptual, em que a criança torna-se sensível às propriedades dos determinantes.

lingüístico-perceptual, em que a criança torna-se sensível às propriedades dos determinantes. 6. CONCLUSÃO A tese focalizou os primeiros passos do processo de aquisição da linguagem no que concerne à aquisição do gênero gramatical do português. Especificamente, esta tese procurou caracterizar como

Leia mais

1 Introdução. de gramática tradicional, em que esse termo engloba a noção de substantivo e adjetivo.

1 Introdução. de gramática tradicional, em que esse termo engloba a noção de substantivo e adjetivo. 1 Introdução No presente estudo, focaliza-se a delimitação da categoria adjetivo por crianças em torno de seu segundo ano de vida adquirindo o Português Brasileiro (PB) como língua materna. Investiga-se,

Leia mais

Olívia Cristina Fernandes Haeusler

Olívia Cristina Fernandes Haeusler Olívia Cristina Fernandes Haeusler A Estrutura Argumental de Verbos na Produção Eliciada de Crianças com Queixas de Linguagem e Manifestações do Déficit Especificamente Lingüístico (DEL) no Português do

Leia mais

Aquisição da linguagem e variação lingüística

Aquisição da linguagem e variação lingüística Aquisição da linguagem e variação lingüística Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira Departamento de Estudos Lingüísticos e Literários Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) alessa@uesb.br

Leia mais

(1) A análise dos resultados experimentais indicaram um efeito principal de número do núcleo interveniente no processamento da concordância.

(1) A análise dos resultados experimentais indicaram um efeito principal de número do núcleo interveniente no processamento da concordância. 1 Introdução A presente tese tem como tema o processamento da concordância de número entre sujeito e verbo na produção de sentenças e está vinculada ao Projeto Explorando relações de interface língua-sistemas

Leia mais

O sujeito pré-verbal focalizado informacionalmente em português: prosódia e posição sintática

O sujeito pré-verbal focalizado informacionalmente em português: prosódia e posição sintática 28 de setembro de 2007 Encontro do GT em Teoria da Gramática ANPOLL Universidade Estadual de Campinas Instituto de Estudos da Linguagem O sujeito pré-verbal focalizado informacionalmente em português:

Leia mais

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos OBSERVAÇÕES SOBRE MOVIMENTO Nataniel dos Santos Gomes (CiFEFiL/UFRJ/UNAM/UniverCidade/UNESA) INTRODUÇÃO O objetivo do presente artigo é de fazer algumas observações sobre Movimento, que parecer algo por

Leia mais

O Traço de Pessoa na Aquisição Normal e Deficitária do Português Brasileiro

O Traço de Pessoa na Aquisição Normal e Deficitária do Português Brasileiro Lia Santos de Oliveira Martins O Traço de Pessoa na Aquisição Normal e Deficitária do Português Brasileiro Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Letras do Departamento de Letras

Leia mais

A realização do sujeito Expletivo no Português: uma análise derivacional

A realização do sujeito Expletivo no Português: uma análise derivacional MARTINS, Marco Antonio. A realização do sujeito expletivo no português: uma análise derivacional. In: Denilda Moura. (Org.). Os desafios da Língua - pesquisas em língua falada e escrita. Maceió: EDUFAL,

Leia mais

2 Argumentação e pressupostos teóricos

2 Argumentação e pressupostos teóricos 2 Argumentação e pressupostos teóricos Neste capítulo, são explicitados os pressupostos teóricos nos quais se fundamenta a pesquisa aqui desenvolvida. O objetivo é delimitar um quadro teórico sob cuja

Leia mais

1- Introdução. 1 DEL (Déficit Especificamente Lingüístico ou Déficit Específico da Linguagem) corresponde ao

1- Introdução. 1 DEL (Déficit Especificamente Lingüístico ou Déficit Específico da Linguagem) corresponde ao 1- Introdução Esta dissertação focaliza a manifestação sintática da estrutura argumental de verbos na fala de crianças com queixas de linguagem e suspeita de serem portadoras de um déficit específico da

Leia mais

INTRODUÇÃO. 1 Gostaríamos de destacar a existência de línguas que não distinguem esses três tempos verbais,

INTRODUÇÃO. 1 Gostaríamos de destacar a existência de línguas que não distinguem esses três tempos verbais, 1 INTRODUÇÃO Muitos pesquisadores consideram que a capacidade de tratar do ontem e do amanhã, ultrapassando o aqui e o agora, é responsável, em conjunto com outras capacidades, pela distinção entre humanos

Leia mais

PROJETO PIBIC RELATÓRIO FINAL (setembro de 2005 a fevereiro de 2006)

PROJETO PIBIC RELATÓRIO FINAL (setembro de 2005 a fevereiro de 2006) PROJETO PIBIC RELATÓRIO FINAL (setembro de 2005 a fevereiro de 2006) INTERFERÊNCIAS SEMÂNTICAS E CONTEXTUAIS NO PROCESSAMENTO DA CONCORDÂNCIA SUJEITO-PREDICATIVO Orientadora: Profa. Letícia Maria Sicuro

Leia mais

Hipótese de Trabalho. Chomsky, 1999). 2 Nome é usado, nesta tese, como sinônimo de substantivo, contrariamente ao uso em gramática

Hipótese de Trabalho. Chomsky, 1999). 2 Nome é usado, nesta tese, como sinônimo de substantivo, contrariamente ao uso em gramática 1 Introdução Este estudo focaliza o processo de identificação do sistema de gênero por crianças adquirindo o português do Brasil. Considera-se a possibilidade de que o processo de identificação possa ser

Leia mais

4. Identificação de crianças com dificuldades de linguagem

4. Identificação de crianças com dificuldades de linguagem 4. Identificação de crianças com dificuldades de linguagem Neste estudo, a identificação de crianças com queixas de linguagem foi feita por meio do módulo sintático do MABILIN (Módulos de Avaliação de

Leia mais

2.1 Articulação entre teoria de aquisição da linguagem e teoria lingüística no estudo da aquisição do adjetivo

2.1 Articulação entre teoria de aquisição da linguagem e teoria lingüística no estudo da aquisição do adjetivo 2 Quadro teórico Neste capítulo, apresentam-se os pressupostos teóricos que dão suporte às hipóteses assumidas na pesquisa aqui desenvolvida. Considera-se uma possível aproximação entre Psicolingüística

Leia mais

DÉFICIT ESPECÍFICO DA LINGUAGEM E PROBLEMAS DE LINGUAGEM LIGADOS A DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM VISTAS À INTERVENÇÃO

DÉFICIT ESPECÍFICO DA LINGUAGEM E PROBLEMAS DE LINGUAGEM LIGADOS A DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM VISTAS À INTERVENÇÃO DÉFICIT ESPECÍFICO DA LINGUAGEM E PROBLEMAS DE LINGUAGEM LIGADOS A DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM VISTAS À INTERVENÇÃO I-Introdução Alunas: Lucia Figueiredo Morabito (PIBIC/CNPq)

Leia mais

OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA

OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA Página 87 de 315 OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA Paulo Roberto Pereira Santos 34 (UESB/CAPES) RESUMO Neste

Leia mais

A AQUISIÇÃO DE SUJEITO NULO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): UM ESTUDO COMPARATIVO 1

A AQUISIÇÃO DE SUJEITO NULO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): UM ESTUDO COMPARATIVO 1 101 de 297 A AQUISIÇÃO DE SUJEITO NULO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): UM ESTUDO COMPARATIVO 1 Samile Santos Pinto * (UESB) Telma Moreira Vianna Magalhães * (UESB) RESUMO Este trabalho é um estudo comparativo

Leia mais

Sexta semana do curso de Linguística III Professor Alessandro Boechat de Medeiros Departamento de Linguística e Filologia.

Sexta semana do curso de Linguística III Professor Alessandro Boechat de Medeiros Departamento de Linguística e Filologia. Sexta semana do curso de Linguística III Professor Alessandro Boechat de Medeiros Departamento de Linguística e Filologia Adjunção Há tipos de constituintes que entram na estrutura sintagmática sem que

Leia mais

7 Síntese e considerações finais

7 Síntese e considerações finais 7 Síntese e considerações finais Mesmo antes de produzir suas primeiras palavras, a criança revela ser capaz de estabelecer referências e adquirir um conjunto estável de correspondências palavramundo,

Leia mais

(1) Interrogativa QU de objeto (Int. QU) Quem o cachorro molhou? (2) Interrogativa QU+N de objeto (Int. QU+N) Que gato o cachorro molhou?

(1) Interrogativa QU de objeto (Int. QU) Quem o cachorro molhou? (2) Interrogativa QU+N de objeto (Int. QU+N) Que gato o cachorro molhou? 1. Introdução Esta dissertação se propõe a investigar a compreensão de determinadas estruturas linguísticas que, segundo a abordagem da linguística gerativa chomskiana, envolvem a operação de movimento

Leia mais

Introdução a uma abordagem formal da sintaxe Teoria X-barra, II

Introdução a uma abordagem formal da sintaxe Teoria X-barra, II Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Letras Clássicas e Vernáculas Sintaxe do Português I FLC0277 Maria Clara Paixão de Sousa Introdução a uma abordagem formal da

Leia mais

ELEMENTOS ANAFÓRICOS NA COORDENAÇÃO 1

ELEMENTOS ANAFÓRICOS NA COORDENAÇÃO 1 47 de 368 ELEMENTOS ANAFÓRICOS NA COORDENAÇÃO 1 Jaqueline Feitoza Santos * (Uesb) Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira (Uesb) RESUMO O presente trabalho focaliza os aspectos elipse de constituintes

Leia mais

1 Introdução. (1) a. A placa dos automóveis está amassada. b. O álbum das fotos ficou rasgado.

1 Introdução. (1) a. A placa dos automóveis está amassada. b. O álbum das fotos ficou rasgado. 17 1 Introdução A concordância, nas mais diversas línguas, é um fenômeno pesquisado em várias áreas, desde diferentes áreas de análise que envolvem o estudo da linguagem, tais como: morfologia, sintaxe,

Leia mais

Aula 11 Desenvolvimento da linguagem: emergência da sintaxe (parte 2)

Aula 11 Desenvolvimento da linguagem: emergência da sintaxe (parte 2) Aula 11 Desenvolvimento da linguagem: emergência da sintaxe (parte 2) Pablo Faria HL422A Linguagem e Pensamento: teoria e prática Módulo 1: Aquisição da Linguagem IEL/UNICAMP 5 de outubro de 2016 SUMÁRIO

Leia mais

Olívia Cristina Fernandes Haeusler

Olívia Cristina Fernandes Haeusler Olívia Cristina Fernandes Haeusler A Estrutura Argumental de Verbos na Produção Eliciada de Crianças com Queixas de Linguagem e Manifestações do Déficit Especificamente Lingüístico (DEL) no Português do

Leia mais

7 Crianças com DEL identificação

7 Crianças com DEL identificação 143 7 Crianças com DEL identificação Como vimos anteriormente (cf. 4), o diagnóstico do DEL é feito por exclusão. Os testes aplicados em crianças com queixas de linguagem não são, contudo, orientados por

Leia mais

Aula- conferência ministrada por: Francisco João Lopes Doutorando DLCV- FFLCH- USP Sob orientação: Profª Drª Márcia Oliveira

Aula- conferência ministrada por: Francisco João Lopes Doutorando DLCV- FFLCH- USP Sob orientação: Profª Drª Márcia Oliveira UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO / USP - FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS / FFLCH DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS / DLCV, ÁREA DE FILOLOGIA E LÍNGUA PORTUGUESA / AFLP Disciplina:

Leia mais

COMPREENSÃO DE SENTENÇAS PASSIVAS E INTERROGATIVAS WH COM VERBOS DE AÇÃO E DE NÃO AÇÃO POR CRIANÇAS ADQUIRINDO O PORTUGUÊS BRASILEIRO

COMPREENSÃO DE SENTENÇAS PASSIVAS E INTERROGATIVAS WH COM VERBOS DE AÇÃO E DE NÃO AÇÃO POR CRIANÇAS ADQUIRINDO O PORTUGUÊS BRASILEIRO Língua, Literatura e Ensino, Dezembro/2014 Vol. XI COMPREENSÃO DE SENTENÇAS PASSIVAS E INTERROGATIVAS WH COM VERBOS DE AÇÃO E DE NÃO AÇÃO POR CRIANÇAS ADQUIRINDO O PORTUGUÊS BRASILEIRO Carla Pereira MINELLO

Leia mais

Jacqueline Rodrigues Longchamps

Jacqueline Rodrigues Longchamps Jacqueline Rodrigues Longchamps O modo verbal na aquisição do Português Brasileiro: evidências naturalistas e experimentais da percepção, expressão e compreensão da distinção realis/irrealis Dissertação

Leia mais

MODELOS FUNCIONALISTAS E MODELOS GERATIVISTAS: LIMITES E CONTRIBUIÇÕES PARA A TIPOLOGIA LINGUÍSTICA

MODELOS FUNCIONALISTAS E MODELOS GERATIVISTAS: LIMITES E CONTRIBUIÇÕES PARA A TIPOLOGIA LINGUÍSTICA MODELOS FUNCIONALISTAS E MODELOS GERATIVISTAS: LIMITES E CONTRIBUIÇÕES PARA A TIPOLOGIA LINGUÍSTICA Ricardo Joseh Lima (UERJ) Marina R.A. Augusto (UERJ) Possible and Probable Languages, de F. Newmeyer,

Leia mais

A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA *

A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA * 249 de 298 A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA * Daiane Gomes Bahia ** Elisângela Gonçalves *** Paula Barreto Silva **** RESUMO

Leia mais

Um dos principais filtros impostos pela estrutura de superfície é o filtro de Caso. O filtro de Caso pode ser expresso da seguinte maneira:

Um dos principais filtros impostos pela estrutura de superfície é o filtro de Caso. O filtro de Caso pode ser expresso da seguinte maneira: Sétima semana do curso de Linguística III Professor Alessandro Boechat de Medeiros Departamento de Linguística e Filologia Sobre os movimentos Vimos logo no início do curso que as línguas naturais apresentam

Leia mais

4 Metodologia. 4.1 Metodologia naturalista: produção da fala espontânea

4 Metodologia. 4.1 Metodologia naturalista: produção da fala espontânea 4 Metodologia 4.1 Metodologia naturalista: produção da fala espontânea O presente estudo fez uso de dados naturalistas ou ecológicos coletados para um estudo longitudinal (Martins, 2007). Um estudo naturalista

Leia mais

2. Pressupostos teóricos: um modelo de computação online integrado a uma concepção minimalista de língua

2. Pressupostos teóricos: um modelo de computação online integrado a uma concepção minimalista de língua 2. Pressupostos teóricos: um modelo de computação online integrado a uma concepção minimalista de língua 2.1 Concepção Minimalista de Língua A Teoria Linguística Gerativista concebe a linguagem como uma

Leia mais

10 Síntese e considerações finais

10 Síntese e considerações finais 10 Síntese e considerações finais A questão da autonomia do formulador sintático é um dos temas centrais para as teorias psicolingüísticas voltadas à investigação do processamento de sentenças. Nesse cenário,

Leia mais

Os constituintes focalizados na aquisição do PB

Os constituintes focalizados na aquisição do PB Os constituintes focalizados na aquisição do PB Sandra Quarezemin Centro de Comunicação e Expressão Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Abstract. This work investigates the acquisition of focused

Leia mais

AQUISIÇÃO DAS RELATIVAS PADRÃO EM PB DURANTE A ESCOLARIZAÇÃO

AQUISIÇÃO DAS RELATIVAS PADRÃO EM PB DURANTE A ESCOLARIZAÇÃO 113 de 297 AQUISIÇÃO DAS RELATIVAS PADRÃO EM PB DURANTE A ESCOLARIZAÇÃO Letícia Souza Araújo * (UESB) Adriana S. C. Lessa-de-Oliveira ** (UESB) RESUMO Esta pesquisa focaliza a aquisição da estratégia de

Leia mais

A omissão de sujeito lexical como indicador do Déficit Específico da Linguagem no Português do Brasil

A omissão de sujeito lexical como indicador do Déficit Específico da Linguagem no Português do Brasil HAEUSLER, O.C.F., CORREA, L.M.S., & AUGUSTO, M.R.A. A Omissão do Sujeito Lexical como Indicador do Déficit Específico da Linguagem no Português do Brasil In Anais do IV Congresso Internacional da ABRALIN,

Leia mais

A PERDA DO TRAÇO LOCATIVO DO PRONOME RELATIVO ONDE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

A PERDA DO TRAÇO LOCATIVO DO PRONOME RELATIVO ONDE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Página 81 de 510 A PERDA DO TRAÇO LOCATIVO DO PRONOME RELATIVO ONDE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Elisângela Gonçalves da Silva (UESB) Ana Claudia Oliveira Azevedo (UESB) RESUMO O presente trabalho tem como

Leia mais

MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA SOBRE ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-QU NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA SOBRE ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-QU NO PORTUGUÊS BRASILEIRO MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA SOBRE ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-QU NO PORTUGUÊS BRASILEIRO André da Luz Pereira RESUMO: Tendo por base a perspectiva gerativista, que

Leia mais

MINIMALISMO UMA ENTREVISTA COM JAIRO NUNES

MINIMALISMO UMA ENTREVISTA COM JAIRO NUNES NUNES, Jairo M. Minimalismo: uma entrevista com Jairo Nunes. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL. Vol. 6, n. 10, março de 2008. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br]. MINIMALISMO UMA ENTREVISTA

Leia mais

Uma proposta de arquitetura

Uma proposta de arquitetura Terceira semana do curso de Linguística III Professor Alessandro Boechat de Medeiros Departamento de Linguística e Filologia Uma proposta de arquitetura A teoria gerativa dominante dos anos oitenta foi

Leia mais

Tema: Conceitos Fundamentais

Tema: Conceitos Fundamentais SINTAXE DO PORTUGUÊS I AULAS 2/3-2015 Tema: Conceitos Fundamentais Profa. Dra. Márcia Santos Duarte de Oliveira FFFLCH-DLCV/ USP marcia.oliveira@usp.br A Cognição Kenedy, Eduardo. 2013. Curso Básico de

Leia mais

2. Corpus e metodologia

2. Corpus e metodologia 1. Introdução ACENTO SECUNDÁRIO, ATRIBUIÇÃO TONAL E ÊNFASE EM PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB) Flaviane Romani Fernandes-Svartman flaviane@gmail.com (Unicamp) Implementação de acentos secundários (2 ários ) em

Leia mais

3 Articulação entre teoria lingüística e psicolingüística no estudo do processamento da concordância

3 Articulação entre teoria lingüística e psicolingüística no estudo do processamento da concordância 3 Articulação entre teoria lingüística e psicolingüística no estudo do processamento da concordância O programa de pesquisa gerativista em sua mais recente etapa o Programa Minimalista assume uma perspectiva

Leia mais

O custo de processamento de orações relativas: um estudo experimental sobre relativas com pronome resumptivo no Português Brasileiro

O custo de processamento de orações relativas: um estudo experimental sobre relativas com pronome resumptivo no Português Brasileiro Fernanda Vidigal Cabral de Miranda O custo de processamento de orações relativas: um estudo experimental sobre relativas com pronome resumptivo no Português Brasileiro Dissertação apresentada ao Programa

Leia mais

Carlos Eduardo Serrina de Lima Rodrigues

Carlos Eduardo Serrina de Lima Rodrigues Carlos Eduardo Serrina de Lima Rodrigues Um estudo exploratório do processamento de informação das interfaces na aquisição da linguagem: o aspecto verbal no português Dissertação de Mestrado Dissertação

Leia mais

1 Apresentação e justificativa

1 Apresentação e justificativa 1 Apresentação e justificativa Esta dissertação insere-se na área de Psicolinguística e tem como foco de investigação o modo como informação linguística e visual integram-se no processo de compreensão

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Letras Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa DO TRATAMENTO FORMAL DA FALA CONECTADA EM FRANCÊS

Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Letras Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa DO TRATAMENTO FORMAL DA FALA CONECTADA EM FRANCÊS Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Letras Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa DO TRATAMENTO FORMAL DA FALA CONECTADA EM FRANCÊS por RICARDO ARAUJO FERREIRA SOARES Tese de Doutorado apresentada

Leia mais

considerado como mínimo. Contudo, é preciso ressaltar que a criança DAP não é deficiente e, de acordo com Fonseca (1995, p.96), [...

considerado como mínimo. Contudo, é preciso ressaltar que a criança DAP não é deficiente e, de acordo com Fonseca (1995, p.96), [... 1 Introdução A grande maioria das crianças desenvolve habilidades de produção e compreensão da linguagem de forma natural e espontânea durante os primeiros anos de vida, a tal ponto que se poderia esquecer

Leia mais

Movimentos de constituintes na língua Tembé 1

Movimentos de constituintes na língua Tembé 1 Movimentos de 1 Fábio Bonfim Duarte* T Abstract his paper investigates how strong discoursive features in the Tembé clauses determine the movements of constituents to a position above the inflectional

Leia mais

O QUE A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM CRIANÇAS SURDAS TEM A DIZER SOBRE O ESTÁGIO DE INFINITIVOS OPCIONAIS? 1

O QUE A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM CRIANÇAS SURDAS TEM A DIZER SOBRE O ESTÁGIO DE INFINITIVOS OPCIONAIS? 1 O QUE A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM CRIANÇAS SURDAS TEM A DIZER SOBRE O ESTÁGIO DE INFINITIVOS OPCIONAIS? 1 RESUMO QUADROS, Ronice M. de - UFRGS LILLO-MARTIN, Diane - University of Connecticut MATHUR, Gaurav

Leia mais

TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM FORMAL DA GRAMÁTICA 1. Teoria X-barra (ou: dos Constituintes Sintáticos)

TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM FORMAL DA GRAMÁTICA 1. Teoria X-barra (ou: dos Constituintes Sintáticos) Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Letras Clássicas e Vernáculas Sintaxe do Português I FLC0277 Maria Clara Paixão de Sousa TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM

Leia mais

Colaboradores deste número

Colaboradores deste número Colaboradores deste número CARLOS FELIPE DA CONCEIÇÃO PINTO Graduado e mestre em Letras pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é aluno do curso de doutorado em Linguística na Universidade Estadual

Leia mais

A delimitação do adjetivo como categoria lexical na aquisição da linguagem: um estudo experimental no Português Brasileiro

A delimitação do adjetivo como categoria lexical na aquisição da linguagem: um estudo experimental no Português Brasileiro Luciana Teixeira A delimitação do adjetivo como categoria lexical na aquisição da linguagem: um estudo experimental no Português Brasileiro Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Leia mais

O OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUAS MÚLTIPLAS REALIZAÇÕES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

O OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUAS MÚLTIPLAS REALIZAÇÕES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO 239 de 298 O OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUAS MÚLTIPLAS REALIZAÇÕES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Daiane Gomes Amorim 62 (UESB) Telma Moreira Vianna Magalhães ** (UESB) RESUMO O presente trabalho apresenta um

Leia mais

6 Experimentos em Fixação Preferencial do olhar

6 Experimentos em Fixação Preferencial do olhar 6 Experimentos em Fixação Preferencial do olhar O terceiro experimento teve como objetivo verificar se crianças com idades entre 17 e 23 meses, adquirindo o Português Brasileiro, realizam o parsing dos

Leia mais

Gramática de Montague

Gramática de Montague Gramática de Montague Apresentação Inicial Luiz Arthur Pagani 1 There is in my opinion no important theoretical dierence between natural languages and the articial languages of logicians; indeed I consider

Leia mais

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM VOLUME ESPECIAL - 2012 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DEL, movimento sintático e o caso das passivas:

Leia mais

SOBRE A AQUISIÇÃO TARDIA DE QU IN SITU

SOBRE A AQUISIÇÃO TARDIA DE QU IN SITU FERREIRA: DESCRIÇÃO DE ASPECTOS DA VARIANTE ÉTNICA... 57 SOBRE A AQUISIÇÃO TARDIA DE QU IN SITU EM PORTUGUÊS BRASILEIRO * (On the Late Acquisition of Wh In Situ in Brazilian Portuguese) Elaine GROLLA (University

Leia mais

Aspectos sintácticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1. Keywords: wh interrogatives; Mozambican Portuguese; wh movement.

Aspectos sintácticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1. Keywords: wh interrogatives; Mozambican Portuguese; wh movement. 25 Aspectos sintácticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1 Danifo Ismael Chutumiá 2 Abstract The aim of this study is to analyse the syntax of wh interrogatives of Mozambican Portuguese

Leia mais

O papel da Teoria Gramatical no ensino de línguas estrangeiras

O papel da Teoria Gramatical no ensino de línguas estrangeiras O papel da Teoria Gramatical no ensino de línguas estrangeiras Carlos Felipe da Conceição Pinto 1 Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP/FAPESP 1. INTRODUÇÃO 2 Este trabalho tem a finalidade de discutir

Leia mais

O VP ORACIONAL E A GENERALIZAÇÃO DE BURZIO 1

O VP ORACIONAL E A GENERALIZAÇÃO DE BURZIO 1 O VP ORACIONAL E A GENERALIZAÇÃO DE BURZIO 1 Silvia Helena Lovato do NASCIMENTO (UFSM) 2 RESUMO: Este trabalho interpreta a generalização de Burzio (Burzio, 1986) em termos da hipótese do VP oracional

Leia mais

EXPLORANDO A TEORIA DE MOVIMENTO POR CÓPIA NO PROGRAMA MINIMALISTA. Jairo Nunes

EXPLORANDO A TEORIA DE MOVIMENTO POR CÓPIA NO PROGRAMA MINIMALISTA. Jairo Nunes In: E. Albano, T. Alkmim, M. Coudry e S. Possenti: Saudades da Língua. Mercado de Letras, 205-213. A sair. EXPLORANDO A TEORIA DE MOVIMENTO POR CÓPIA NO PROGRAMA MINIMALISTA Jairo Nunes 1. INTRODUÇÃO Parte

Leia mais

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos UM ESTUDO DESCRITIVO E COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS PROPOSTAS GERATIVAS Marcela Cockell (UERJ) marcelacockell@hotmail.com RESUMO O presente artigo procura desenvolver um breve estudo descritivo e comparativo

Leia mais

7 Modelo PMP modelo de produção monitorada por parser

7 Modelo PMP modelo de produção monitorada por parser 7 Modelo PMP modelo de produção monitorada por parser Na seção anterior, foi visto que os modelos de processamento da concordância existentes não provêem uma explicação para efeitos ligados à distância

Leia mais

Resolução de anáfora no contexto do sluicing: O caso do Português Brasileiro

Resolução de anáfora no contexto do sluicing: O caso do Português Brasileiro Ludmila Pimenta Salles Milhorance Resolução de anáfora no contexto do sluicing: O caso do Português Brasileiro Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Estudos da

Leia mais

A ORDEM LINEAR DOS CONSTITUINTES VERBO- SUJEITO EM ORAÇÕES RAÍZES EM TEXTOS DO CORPUS TYCHO BRAHE

A ORDEM LINEAR DOS CONSTITUINTES VERBO- SUJEITO EM ORAÇÕES RAÍZES EM TEXTOS DO CORPUS TYCHO BRAHE Página 87 de 510 A ORDEM LINEAR DOS CONSTITUINTES VERBO- SUJEITO EM ORAÇÕES RAÍZES EM TEXTOS DO CORPUS TYCHO BRAHE Fernanda Gusmão Silva (UESB) Juliana Oliveira (UESB) Cristiane Namiuti Temponi (UESB/PPGLin)

Leia mais

Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo

Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo Sintaxe do Português I 1º semestre de 2015 sim, ele chegou! Finalmente! Prof. Dr. Paulo Roberto

Leia mais

SOBRE A NATUREZA DO SINTAGMA NOMINAL NA ORDEM V DP (ABOUT THE NATURE OF THE POSTVERBAL SYNTAGMA IN THE ORDER V DP)

SOBRE A NATUREZA DO SINTAGMA NOMINAL NA ORDEM V DP (ABOUT THE NATURE OF THE POSTVERBAL SYNTAGMA IN THE ORDER V DP) SOBRE A NATUREZA DO SINTAGMA NOMINAL NA ORDEM V DP (ABOUT THE NATURE OF THE POSTVERBAL SYNTAGMA IN THE ORDER V DP) Izete Lehmkuhl COELHO (Universidade Federal de Santa Catarina) ABSTRACT: The purpose of

Leia mais

Disciplinas Optativas

Disciplinas Optativas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Linguística e Filologia Relação de Disciplinas Optativas Disciplinas Optativas LEF001 LINGUÍSTICA B Trabalho de campo nas áreas da fonologia, morfologia,

Leia mais

(1) a. O dia amanheceu chuvoso. b. O céu clareou rapidamente depois daquela chuva toda.

(1) a. O dia amanheceu chuvoso. b. O céu clareou rapidamente depois daquela chuva toda. 1 Introdução O objeto de investigacao deste trabalho é um fenômeno complexo, que envolve diversos aspectos da sintaxe do Português Brasileiro (PB), mas que gira em torno da chamada concordância verbal,

Leia mais

3 Fundamentação Teórica

3 Fundamentação Teórica 3 Fundamentação Teórica Neste capítulo, procurar-se-á mostrar, através de uma argumentação expositiva, os pressupostos teóricos nos quais se fundamenta a pesquisa aqui desenvolvida. O objetivo é delinear

Leia mais

SINTAXE DO PORTUGUÊS I AULA 7 2/4 de maio Tema: Construções Monoargumentais: (i) Inacusativas, (ii) Inergativas, (iii) Com Verbos Leves.

SINTAXE DO PORTUGUÊS I AULA 7 2/4 de maio Tema: Construções Monoargumentais: (i) Inacusativas, (ii) Inergativas, (iii) Com Verbos Leves. SINTAXE DO PORTUGUÊS I AULA 7 2/4 de maio Tema: Construções Monoargumentais: (i) Inacusativas, (ii) Inergativas, (iii) Com Verbos Leves. Profa. Dra. Márcia Santos Duarte de Oliveira FFFLCH-DLCV/ USP marcia.oliveira@usp.br

Leia mais

A SELEÇÃO ARGUMENTAL NA AQUISIÇÃO DE PORTUGUÊS ESCRITO POR SURDOS

A SELEÇÃO ARGUMENTAL NA AQUISIÇÃO DE PORTUGUÊS ESCRITO POR SURDOS 179 de 666 A SELEÇÃO ARGUMENTAL NA AQUISIÇÃO DE PORTUGUÊS ESCRITO POR SURDOS Joyce Maria Sandes da Silva 47 (UESB) Adriana Stella Cardoso Lessa de Oliveira 48 (UESB) RESUMO Esse estudo objetiva, a partir

Leia mais

Uma hipótese para a relação entre processador lingüístico e gramática numa perspectiva minimalista

Uma hipótese para a relação entre processador lingüístico e gramática numa perspectiva minimalista CORREA, L.M.S. 2005. Uma hipótese para a relação entre processador lingüístico e gramática numa perspectiva minimalista In anais do IV Congresso Internacional da ABRALIN, p. 353-364, 2005, disponível on-line:

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA SILÁBICA POR GÊMEOS DIZIGÓTICOS: ESTUDO DE CASO

DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA SILÁBICA POR GÊMEOS DIZIGÓTICOS: ESTUDO DE CASO Página 195 de 511 DESENOLIMENTO DA ESTRUTURA SILÁBICA POR GÊMEOS DIZIGÓTICOS: ESTUDO DE CASO anessa Cordeiro de Souza Mattos (PPGLIN/GEDEF/UESB) Maria de Fátima de Almeida Baia (PPGLIN/GEDEF/UESB) RESUMO

Leia mais

Aspetos sintáticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1. Danifo Ismael Chutumiá 2 CLUP

Aspetos sintáticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1. Danifo Ismael Chutumiá 2 CLUP Aspetos sintáticos das interrogativas-q do Português de Moçambique 1 Danifo Ismael Chutumiá 2 dchutumia2010@hotmail.com CLUP Abstract The aim of this study is to analyse the syntax of wh interrogatives

Leia mais

A concordância nominal de número interna ao DP: uma visão a partir do Programa Minimalista

A concordância nominal de número interna ao DP: uma visão a partir do Programa Minimalista A concordância nominal de número interna ao DP: uma visão a partir do Programa Minimalista Este trabalho é parte inicial de minha pesquisa de mestrado. Quero destacar aqui meus agradecimentos à FAPEAL

Leia mais

Aluna: Tatiana de Faro Orlando (PIBIC) Orientadora: Letícia M. Sicuro Corrêa

Aluna: Tatiana de Faro Orlando (PIBIC) Orientadora: Letícia M. Sicuro Corrêa DEL (Distúrbio Específico da Linguagem) e transtornos de alta incidência em idade escolar: questões pertinentes a estruturas de alto custo de processamento Aluna: Tatiana de Faro Orlando (PIBIC) Orientadora:

Leia mais

OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO EM UM LIVRO DIDÁTICO: GRAMÁTICA NORMATIVA VS. GRAMÁTICA EXPLICATIVA/GERATIVA

OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO EM UM LIVRO DIDÁTICO: GRAMÁTICA NORMATIVA VS. GRAMÁTICA EXPLICATIVA/GERATIVA OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO EM UM LIVRO DIDÁTICO: GRAMÁTICA NORMATIVA VS. GRAMÁTICA EXPLICATIVA/GERATIVA Jessé Pantoja SERRÃO (G-UFPA) Antônia Fernanda de Souza NOGUEIRA (UFPA) 120 Resumo Este artigo

Leia mais

AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS INTERACIONAIS

AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS INTERACIONAIS AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS INTERACIONAIS 1. Preliminares Alguns desses marcadores podem ter a função concomitante de sequenciadores tópicos Grupos de marcadores interacionais aqui abordados o ah,

Leia mais

HÁ RELAÇÃO ENTRE AS ONOMATOPEIAS E OS TEMPLATES NO DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO?

HÁ RELAÇÃO ENTRE AS ONOMATOPEIAS E OS TEMPLATES NO DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO? Página 213 de 513 HÁ RELAÇÃO ENTRE AS ONOMATOPEIAS E OS TEMPLATES NO DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO? Fátima Nascimento Oliveira (IC/GEDEF/UESB) Maria de Fátima de Almeida Baia (PPGLIN/GEDEF/UESB) RESUMO Este

Leia mais

Sintaxe. Prof. Dr. Felipe Venâncio Barbosa

Sintaxe. Prof. Dr. Felipe Venâncio Barbosa Sintaxe Prof. Dr. Felipe Venâncio Barbosa Categorias gramaticais! A competência linguística e a intuição sobre as propriedades dos itens lexicais. cair chorou brinquedo berço querer mesa comi mamãe Categorias

Leia mais

O SISTEMA DE CASOS: INTERFACE ENTRE A MORFOLOGIA E A SINTAXE Dimar Silva de Deus (Unipaulistana)

O SISTEMA DE CASOS: INTERFACE ENTRE A MORFOLOGIA E A SINTAXE Dimar Silva de Deus (Unipaulistana) O SISTEMA DE CASOS: INTERFACE ENTRE A MORFOLOGIA E A SINTAXE Dimar Silva de Deus (Unipaulistana) dimmar@gmail.com O SISTEMA DE CASOS Quando se estudam línguas que comportam morfemas de caso, como o latim,

Leia mais

2 Fundamentação teórica

2 Fundamentação teórica 23 2 Fundamentação teórica 2.1 O arcabouço gerativista O presente estudo toma como referência a Lingüística Gerativista, particularmente, a concepção de língua veiculada no Programa Minimalista. Grande

Leia mais

Dados de percepção/compreensão e de produção na aquisição: representações gramaticais distintas?

Dados de percepção/compreensão e de produção na aquisição: representações gramaticais distintas? LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE Dados de percepção/compreensão e de produção na aquisição: representações gramaticais distintas? Marina R. A. Augusto UERJ/PUC-Rio

Leia mais

Flaviane Romani FERNANDES (IEL - Unicamp / PG)

Flaviane Romani FERNANDES (IEL - Unicamp / PG) O PAPEL DO RITMO NAS ESCOLHAS LÉXICO-SINTÁTICAS NO PORTUGUÊS EUROPEU E NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (THE RHYTHM ROLE IN LEXICAL AND SYNTACTIC CHOICES IN EUROPEAN PORTUGUESE AND IN BRAZILIAN PORTUGUESE) Flaviane

Leia mais

MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB)

MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB) MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB) Thaïs Raposo do Amaral Pinto CHAVES (PG - USP) ABSTRACT: This paper presents some

Leia mais

UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM

UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM 1. INTRODUÇÃO Corpora de linguagem dirigida a e produzida por crianças são recursos valiosos para estudos de aquisição da linguagem,

Leia mais

MESA 1 CONTATO E GRAMÁTICA NAS LÍNGUAS DO BRASIL: PESSOA, VOZ E NEGAÇÃO. 29 DE JUNHO Quarta-feira 15:00-16:00

MESA 1 CONTATO E GRAMÁTICA NAS LÍNGUAS DO BRASIL: PESSOA, VOZ E NEGAÇÃO. 29 DE JUNHO Quarta-feira 15:00-16:00 MESA 1 CONTATO E GRAMÁTICA NAS LÍNGUAS DO BRASIL: PESSOA, VOZ E NEGAÇÃO 29 DE JUNHO Quarta-feira 15:00-16:00 Danniel Carvalho (UFBA) Claudia Roberta Tavares Silva (UFBA) Fernanda Maciel Ziober (UFBA) João

Leia mais