MOSAICO DO EU: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NAS HORAS NUAS DE LYGIA FAGUNDES TELLES

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE LINGUAGENS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGENS LUCIANE BESERRA MOSAICO DO EU: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NAS HORAS NUAS DE LYGIA FAGUNDES TELLES Cuiabá/MT 2011

2 LUCIANE BESERRA MOSAICO DO EU: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NAS HORAS NUAS DE LYGIA FAGUNDES TELLES. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Estudos de Linguagem (MeEL), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Estudos de Linguagem. Área de concentração: Estudos Literários Orientador: Prof. Dr. Romair Alves de Oliveira. Cuiabá/MT 2011 ii

3 FICHA CATALOGRÁFICA B554m Beserra, Luciane. Mosaico do eu: a construção da identidade nas Horas Nuas de Lygia Fagundes Telles / Luciane Beserra f. Orientador: Prof. Dr. Romair Alves de Oliveira. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Pós-Graduação em Estudos de Linguagem, Área de Concentração: Estudos Literários, Bibliografia: f Romance brasileiro Interpretação e crítica. 2. Análise literária. 3. Identidade feminina Literatura. 4. Telles, Lygia Fagundes, I. Título. CDU (81) Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn CRB-1/931

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5 Dedico este trabalho aos meus pais que sempre acreditaram no meu potencial e sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida. Às minhas irmãs Lucilene e Lucimara Beserra. A Mauro Lagni e Elci Lagni, amigos e companheiros em muitas horas de estudos. A amiga e companheira que mesmo longe sempre esteve perto, Josiany Sotolani da Silva. E dedico também ao grande amigo Edilson Serra, que esteve presente em cada momento desta pesquisa. iv

6 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço à Deus pelo dom da vida e da sabedoria. Agradeço em especial ao meu professor-orientador, Romair Alves de Oliveira pela atenção e paciência me dispensada ao longo de meus estudos. Aos professores todos que investiram tempo de estudo para nosso aprimoramento no MeEL. As professoras Rhina Landos Marínez André e Vera Maquea, que cordialmente aceitaram avaliar a presente pesquisa. Agradeço também a Francisco Bezerra da Silva, tio e amigo, que sempre ressaltou a importância do estudo e da pesquisa para minha vida. v

7 Tantos espelhos. Mas só agora me vejo, uma frágil mulher cheia de carências e aparência. (Rosa Ambrósio) vi

8 RESUMO A presente dissertação de mestrado tecerá uma análise do romance As Horas Nuas, de Lygia Fagundes Telles. O mesmo foi publicado em 1989, sendo o último romance publicado pela autora, que depois desse se dedicou apenas aos contos e a reedição de sua obra. O objetivo central de nossa pesquisar é analisar a construção da identidade da personagem Rosa Ambrósio, uma atriz alcoólatra e decadente. A análise tem como aporte teórico a crítica literária feminista, a teoria literária tradicional, a da história da mulher, ou seja, como foi construída a mulher na sociedade patriarcal, e principalmente as teorias que nos falam sobre a construção da identidade, não nos esquecendo do texto literário, pois ele fala por si só, tendo em vista que as teorias são apenas um suporte para a análise. O ponto principal da pesquisa teórica se concentra na investigação da escrita de autoria feminina. Percorremos pelas principais escritoras brasileiras do século XIX e XX, e traçamos uma síntese de como e por que essas mulheres começam a escrever e ainda qual o conteúdo e preocupação desses escritos de autoria feminina. Concluímos que a escrita feminina se dá principalmente por meio da rememoração ao passado e que, através da escrita, a mulher tem a possibilidade de desvelar-se para si e para o mundo sob um olhar feminino. E será por meio da escrita, que volta ao passado, que desnudaremos a identidade de Rosa Ambrósio, uma identidade múltipla, feita de textos e contextos diferentes. PALAVRAS CHAVES: Mulher, Identidade, Memória; Literatura. vii

9 ABSTRACT This dissertation will make an analysis of the novel As Horas Nuas by Lygia Fagundes Telles. The same was published in 1989, the last published novel by the author, after that was dedicated only to the tales and the reissue of his work. The main objective of our research is to analyze the construction of the identity of the character Rosa Ambrósio, an alcoholic actress and decadent. The analysis is theoretical contribution to feminist literary criticism, literary theory, traditional history of women, was built as a woman in a patriarchal society, and especially the theories that tell us about the construction of identity, not forgetting the literary text, for he speaks for itself, given that theories are just a support for the analysis. The main point of theoretical research focuses on investigating the writing of female authorship. We walked by the main Brazilian writers of the nineteenth and twentieth centuries, and we draw an overview of how and why these women begin to write and even what the content of these writings and concern of feminine authorship. We conclude that women's writing is mainly through the remembrance of the past and, through writing the woman is able to reveal itself to you and the world from a feminine look. And it is through writing that goes back to the past that revealed the identity of Rosa Ambrósio, a multiple identity, made up of texts and contexts. KEY WORDS: Women, Identity, Memory, Literature. viii

10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO MOSAICO DA HISTÓRIA DA MULHER Fragmentos do Patriarcado Um novo Mosaico No Brasil fragmentos antigos ainda resistem Olhares femininos sob o Mosaico Gênero: Legitimando o mosaico feminino ESCRITA E MEMÓRIA DE MULHER A escritura feminina no Brasil As escritoras brasileiras A memória na construção da identidade feminina A DIVA NO DIVÃ Desnudando a Rosa Faces de um mesmo Eu NAs Horas Nuas da memória CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ix

11 INTRODUÇÃO Estudar a literatura de autoria feminina é deparar-se muitas vezes com questionamentos ainda sem respostas, tais como: O que é ser mulher numa sociedade construída pelo patriarcado? Existe uma identidade feminina? Se há uma identidade feminina, como essa identidade é construída? Com base nesses questionamentos é que se encaminha a análise do romance As Horas Nuas de Lygia Fagundes Telles. Lygia Fagundes Telles é uma autora de grande importância para a literatura brasileira do século XX e XXI, dona de um estilo próprio ela vêm desde meados do século XX contribuindo para o enriquecimento da qualidade de nossa literatura. O que nos atraiu para nos enredarmos pelos textos de Telles foi a incessante exploração pelo tema do feminino, embora em sua obra haja toda uma atenção especial para os problemas do ser humano em geral, percebemos que estes problemas são na maioria das vezes encenados por personagens femininas. Foi a partir dessa primeira premissa que decidimos analisar um romance da autora com aporte teórico da crítica feminista. Mais do que tratar de problemas do feminino e do ser humano em geral, Telles é uma escritora que inova na estrutura da narrativa; em sua obra encontramos o gosto pelo tom intimista, característica também explorada por Clarice Lispector, Virginia Woolf, entre outras escritoras. A estrutura de toda sua narrativa tem a forma de um labirinto, cuja função é fazer o leitor perder-se em meio ao texto literário. O leitor na obra de Telles é peça principal, e ela tem consciência disso, dessa maneira, constrói uma narrativa que prende esse leitor do começo ao fim. Telles também é conhecida por seu modo peculiar de encerrar as narrativas, sempre deixa o final em suspensão, não resolve o problema, talvez por que os problemas que explora são tão reais que ainda não foram solucionados, deixando essa solução nas mãos de cada leitor. Dentre as diversas obras produzidas pela autora, contos e romances, escolhemos analisar o romance As Horas Nuas, publicado pela primeira vez em Embora não seja o romance mais explorado pela crítica literária, essa obra 10

12 merece destaque, pois inova em diversos aspectos. Uma das inovações é a estrutura da obra, Telles cria um gênero dentro de outro gênero literário. O romance nos conta a história de Rosa Ambrósio, uma atriz decadente e alcoólatra que não aceita o fato de ter envelhecido e tem como principal objetivo escrever um livro com suas memórias. No decorrer da narrativa temos Rosa Ambrósio escrevendo seu livro de memórias e esse aparece dentro do romance de Telles, por isso dizemos que temos um gênero dentro de outro gênero, memórias dentro de um romance. Além desse cruzamento de gêneros literários, damos destaque aos aspectos intertextuais que a obra nos apresenta, Rosa Ambrósio foi uma atriz no passado e em diversos momentos ela cita as peças que encenou quando jovem, temos ainda um jogo polifônico, com a presença das vozes de diversos personagens se entrecruzando o tempo todo na narrativa. Sem dúvidas essa é uma obra que merece destaque no rol de obras produzidas por Telles. O objetivo central dessa pesquisa é tecer uma análise a respeito da construção da identidade de Rosa Ambrósio, que nos apresenta uma identidade múltipla composta de diversos fragmentos. No romance esses fragmentos de identidade são apresentados sob três pontos de vista: primeiro temos as lembranças de Rosa Ambrósio, que nos conta sobre sua infância, adolescência, amores, amantes entre outros; em segundo lugar temos as reminiscências do gato Rahul, personagem importante no romance, pois faz revelações sobre Rosa Ambrósio, através de outro ponto de vista, que acreditamos que seja do ponto de vista do patriarcado; e em terceiro lugar temos os fragmentos das peças teatrais encenadas por Rosa Ambrósio, que muito contribuíram para a construção de sua identidade, tendo em vista que a atriz nunca conseguiu se separar dos papéis que encenou e os revive a todo o momento. Porém, para a análise, foi necessária não apenas percorrer a teoria literária tradicional ou a crítica feminista, remetemo-nos ao processo de construção da mulher na sociedade ocidental, para entender como Rosa Ambrósio se configura na contemporaneidade, já que uma de nossas premissas no início da pesquisa era de que Rosa Ambrósio era uma representação das mulheres no geral, com seus medos, anseios, dúvidas e suas várias identidades. Para tal, trilhamos os caminhos das mulheres desde a antiguidade clássica até os dias contemporâneos com a 11

13 intenção de entender como a mulher foi construída pelo patriarcado, pois só a partir disso poderemos entender a configuração da mulher atual. Passamos pelas lutas feministas até chegarmos aos estudos de gênero, que possibilitam ver os estudos sobre escritura e sobre a mulher como uma ciência, esse será o assunto abordado no primeiro capítulo da pesquisa. Durante a pesquisa, para a construção desse primeiro capítulo, percorremos os mitos que construíram a imagem da mulher na sociedade patriarcal, percebemos que toda a sociedade ocidental sempre esteve envolvida na construção de uma mulher ideal que siga as normas impostas pelo homem, seu senhor. Mesmo depois das lutas e conquistas feministas, sabemos que essa construção continua vigorando no imaginário da sociedade patriarcal como um todo, e que na maioria das vezes, homens e mulheres compactuam do mesmo pensamento. São raras aquelas ou aqueles que têm coragem de assumir uma postura a favor dos direitos iguais para todos. Depois de trilhar a história da mulher e sua ascensão ao mundo da escrita, partimos para a história da escrita feminina. Esta se dá de forma muito peculiar, pois percebemos que as mulheres têm uma escrita marcada pelo eu, ou seja, na escritura as mulheres falarão de si. O segundo capítulo investigará a escrita feminina no Brasil e os caminhos que ela segue, faremos um percurso entre as principais escritoras do século XIX e XX, além de traçar as características e temas incomuns que esses escritos nos revelam. Um desses temas muito explorados pelas escritoras é a questão da identidade feminina, nesse capítulo discutiremos o conceito de identidade, para tal trabalharemos com as pesquisas sobre identidade pós-moderna, que têm como principal teórico Stuart Hall; ainda neste capítulo discutiremos a presença da memória nos escritos femininos e no romance As Horas Nuas. Para tal, definimos a importância da memória não apenas no romance de Telles, mas na memória para o mundo da escrita e principalmente para os escritos de autoria feminina. O terceiro e último capítulo destina-se a análise da construção da identidade de Rosa Ambrósio. No romance ela acontece de três maneiras diversas, temos Rahul o gato da atriz que nos diz muito sobre ela; temos ainda as personagens femininas que Rosa interpretou no teatro, pois acreditamos que a identidade da atriz 12

14 também foi formada por essas personagens que nunca se separam de Rosa, e por fim as memórias da atriz que ela pretende colocar num livro de memórias. São essas as três peças principais do mosaico da identidade de Rosa Ambrósio. A pesquisa como um todo não representa apenas o mosaico da identidade da personagem Rosa Ambrósio, pois no decorrer da análise percebemos que o trabalho em si reconstrói o caminho da história da mulher desde quando ela devia ser submissa ao pai ou ao esposo até sua emancipação, quando lhe é concedido o poder de escrever a partir de suas próprias concepções. Enfim, podemos dizer que o romance de Telles nos fez viajar no tempo e reconstruir o mosaico da historia da mulher. 13

15 1. MOSAICO DA HISTÓRIA DA MULHER 1.1 Fragmentos do patriarcado O mosaico é uma arte de origem alemã que consiste na construção de imagens por meio da junção de pequenos fragmentos de pedras ou outros materiais. Mas como a arte musiva se aproxima da história da mulher? Estudando a história da mulher, percebemos que esta foi construída através de vários fragmentos que foram se juntando através do tempo. Esses fragmentos ora religiosos, culturais ou biológicos, têm como principal objetivo situar a mulher em algum lugar da sociedade. Contudo, considerando que esses fragmentos pertencem a uma sociedade que pode ser denominada patriarcal, dominada pelo homem, podemos dizer que a mulher tal qual a conhecemos, como sendo uma criatura que nasceu para ser submissa ao homem, é uma criação estritamente masculina e que faz parte de um mosaico criado pelo homem e para servir a si. O primeiro grande fragmento do mosaico está ligado à religião, são os vários mitos que contam como as mulheres foram criadas e nos remetem sempre a mesma concepção, a mulher é um ser maldito, traiçoeiro, que leva o homem ao pecado e que nasceu para ser submissa a ele. Possivelmente essa é a principal peça do mosaico, pois nos deparamos constantemente com essas histórias sendo recontadas como uma justificativa para a condição que a mulher se encontra na sociedade. Nesse caso, apegar-nos-emos a dois grandes mitos que nos falam sobre a criação da mulher, o judaico cristão e o grego. Segundo o Gênesis, o livro bíblico que nos conta como Deus criou o mundo, Deus moldou o homem a sua imagem e semelhança e o colocou no paraíso das delícias, lugar onde tudo era perfeito e equilibrado. O homem poderia desfrutar de tudo que ali se encontrava com exceção do fruto de uma das árvores do conhecimento do bem e do mal (Genesis 2:17). Deus percebe que todos no jardim 14

16 do Édem possuíam uma companheira da mesma espécie e o homem estava sozinho. Deus resolveu dar-lhe então uma companheira. Diante da decisão, fez com que o homem adormecesse, retirou-lhe uma das costelas e criou a mulher para ser companheira do homem. O livro de Genesis assim nos diz: E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada (Gênesis 2:22-23). Diante do ato de ser feita da costela de Adão, a mulher que recebe o nome de Eva, passa a ser carne da carne do homem, e serva do mesmo. Percebemos que Eva foi criada a partir de carne do próprio homem, e uma leitura mais apurada do mito bíblico nos leva a especular porque Deus escolheu a costela de Adão. A costela é um conjunto de ossos que de forma circular protege os orgãos vitais do homem, coração, pulmão; além de dar sustentação ao corpo, a costela tem um formato de gaiola, uma grande gaiola que prende os orgãos e sustenta o corpo. Eva nasceu para estar ao lado do homem, lhe dar sustentação e ser sua companheira, mas sua desobediência condena homem e mulher, e partir de então ela tornar-se-á presa e submissa ao homem. Eva é considerada pela igreja católica como a primeira mulher, porém, antes dela temos uma outra que, segundo Chevalier (2007), não foi criada da carne do homem, mas sim da terra como o homem, sendo assim homem e mulher seriam iguais. Lilith era o nome da mulher criada antes de Eva, e por não aceitar ser submissa ao homem decide descer ao inferno. Somos todos os dois iguais, dizia a Adão, já que viemos da terra. A esse respeito discutiram os dois, e Lilith, encolerizada, pronunciou o nome de Deus e fugiu para começar uma carreira demoníaca.(chavalier, 2007, p. 548). Não encontramos o nome de Lilith no Gênesis e alguns teóricos dizem que possivelmente ele foi retirado da bíblia durante Concílio de Trento, pois Lilith seria um péssimo exemplo para as mulheres que poderiam se inspirar na primeira mulher rebelando-se contra o poder do homem. Eva é criada para ser o modelo ideal de mulher para a dominação masculina; ela nasce da carne homem, e o leva a cometer o pecado original, convencendo-o a comer o fruto proíbido. Sendo assim, Eva tem uma dupla dívida com o homem: ser carne da carne e o ter levado à perdição. Nada mais justo que ela seja sempre 15

17 submissa a ele para pagar por seus erros. Percebemos no livro do Gênesis que depois de terem desrespeitado as ordens de Deus e terem sido expulsos do paraíso, homem e mulher são amaldiçoados, mas quem na verdade carrega o pior castigo é a mulher. A partir da expulsão, a mulher é condenada a sofrer as dores do parto e ser governada por seu marido: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores dará à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará (Gênesis 2:16). E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu ordenara não comesses, maldita é a terra por sua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante o dia de tua vida (Gênesis 2:17). Cabe ao homem, trabalhar para seu sustento e, é através do trabalho que ele tem a oportunidade da criação da cultura. Essa beneficiará ao próprio homem, enquanto a mulher estará sempre presa à sua condição de maldita, subjugada ao privado, à natureza e, principalmente, a servir ao homem. No mito judaico cristão a mulher é criada para ser companheira do homem, para servi-lo, no momento de sua criação ela ainda não está tomada pela carga negativa que gira em torno do feminino; é a desobediência da mulher, ter dado ouvidos à serpente, serpente esta que alguns dizem ser a própria Lilith, que leva a humanidade a ser amaldiçoada. Homem e mulher, ambos estarão destinados ao pecado e ao sofrimento, porém, o castigo do homem não o tirou da condição de ser senhor de todos os seres, pois foi dado a ele a punição de moldar a natureza a partir do seu trabalho. Segundo Chevalier (2007), o mito grego de criação da mulher nos é contado por Hesíodo. Segundo o mito, a mulher foi um presente de Zeus para Epimeteu, irmão de Prometeu. Irado com Prometeu por ele ter pela segunda vez roubado o fogo, Zeus decide castigá-lo com algo que seria diabólico. O pai de todos os deuses pede para Hefáistos, o ferreiro, misturar com água e terra a fala e a força do homem, a fim de criar uma jovem bela e sedutora; logo após, pede para Atená lhe dar o conhecimento de tecer e bordar. Afrodite deveria colocar na mulher a sensualidade, esta vista como negativa, pois levará o homem a corromper-se; Hermes deu à mulher mentalidade de cadela e natureza de ladra. Feito isso, Zeus presenteia Epimeteu, que já havia sido alertado pelo irmão para não aceitar nenhum presente 16

18 dos deuses. Porém, Epimeteu não obedece ao irmão e aceita o presente. A mulher, que recebe o nome de Pandora, traz consigo uma caixa contendo todas as tristezas do mundo; não suportando a curiosidade, Pandora abre a caixa e libertas todas as tormentas deixando apenas presa a esperança. Segundo a lenda de Pandora, o homem recebeu os benefícios do fogo contra a vontade dos deuses, e os malefícios da mulher, contra a sua vontade. A mulher é o preço do fogo (CHEVALIER, 2007, p.681). Os malefícios da mulher seriam a curiosidade, a sensualidade, a natureza de ladra, todos com o intuito de levar o homem à perdição e ao pecado. No mito grego, diferente do judaico cristão, a mulher já é criada como maldita, ela será a maldição do homem por ter roubado o fogo dos deuses; Eva é criada por Deus com claras intenções, servir ao homem e ser sua companheira. É a desobediência de Eva que a faz maldita, portadora do mal, sendo assim, a condição de serva do homem lhe é imposta desde sua criação como tentativa de redenção. Esses mitos são fragmentos fundamentais que justificam porque a mulher deve ser considerada sempre inferior e objeto do homem, eles foram e são contados e recontados de geração para geração e acabam fazendo parte do mosaico da história da mulher, justificando em parte a sociedade patriarcal. Mas e antes da criação desses mitos, como pensar na formação dessa sociedade? Ela sempre existiu, mesmo no mundo primitivo? Como o homem primitivo chegou à conclusão de que a mulher era um ser maldito e deveria tratá-la como inferior? Para pensar no homem primitivo, primeiro é preciso abrir mão de todo nosso conhecimento do mundo moderno e pensar a partir da observação, pois acreditamos que era assim que se instauravam os poderes. Sabemos que nas sociedades primitivas os homens se dedicavam às atividades de caça que exigiam mais força e as mulheres ficavam restritas as atividades que exigiam menor esforço. A grande questão é: como se deu essa divisão? O fragmento que se encaixará no mosaico só é possível através da ciência, mais propriamente das pesquisas sobre o homem primitivo e suas formas de organização da sociedade. Acredita-se que as sociedades primitivas por meio da observação elegeram alguns símbolos, e um desses símbolos é o sangue. O líquido estava ligado à morte, pois quando se feria um animal ele sangrava e morria. Os homens perceberam que a mulher tinha um corte, uma ferida (a vagina) e que 17

19 sangrava, mas esse sangramento não significava a morte para mulher. Ela sentia dores, sangrava e não morria. Alguma coisa de especial ou diabólica a mulher possuía. O homem deve ter percebido também que a mesma mulher conseguia criar sozinha outros seres iguais a ele; definitivamente a mulher tinha um poder especial que o homem não tinha e que ele temia. Uma das explicações que a ciência nos fornece para a inferioridade feminina na sociedade seria que o homem com todo seu medo diante dos supostos poderes que a mulher tinha, começa a criar formas de se proteger. Porém, não devemos pensar que o patriarcado se instaurou sozinho, apenas pela força do homem, é provável que tanto o homem quanto a mulher primitiva se assustassem com esses segredos não revelados que a mulher possuía, e que tenha existido, pelo menos no mundo primitivo, um consenso entre homem e mulher que ligasse o homem às atividades que exigiam força, como a caça, se instaurando assim como o chefe e o mais forte; e a mulher as atividades que não exigissem tanto esforço físico, fazendo com que a mulher ficasse sempre sob a proteção do homem, afinal a gravidez, o parto, a menstruação diminuíam sua capacidade de trabalho e condenavam-nas a longos períodos de impotência (BEAUVOIR, 1986, p.90). Durante esses períodos de impotência a mulher ficava restrita às atividades leves e geralmente àquelas mais perto do espaço caseiro. Mais tarde, na modernidade, essa primeira separação das atividades se transformou no grande mecanismo de controle dos homens para com as mulheres, nesse momento se delimitaram os espaços públicos, que pertencem apenas ao homem, e o privado, onde se encontrariam as mulheres. Segundo Simone de Beauvoir (1986), não se pode afirmar que as mulheres eram mais frágeis que os homens primitivos, na verdade têm-se vestígios de mulheres que lutavam ao lado dos homens. As informações etnográficas nos dizem que a estrutura física das mulheres era de grande porte, elas eram robustas, e faziam trabalhos duros no mundo primitivo, porém, a maternidade e outras leis biológicas deixavam as mulheres por alguns períodos impossibilitadas. A grande questão é que as mulheres não detinham nenhum controle sobre a natalidade e viviam grávidas, ficando sempre impossibilitadas e deixando a produção toda nas mãos dos homens. 18

20 Nasciam crianças demais em relação aos recursos da coletividade; a fecundidade absurda da mulher impedia-a de participar ativamente da ampliação desses recursos, ao passo que criava indefinidamente novas necessidades. Imprescindível à perpetuação da espécie, perpetuava-a de maneira exagerada: o homem é que assegurava o equilíbrio da reprodução e da produção (BEAUVOIR, 1986, p. 90). Esse fragmento do mosaico é de extrema importância para a configuração da imagem da mulher na história, imagem essa que se cristalizara, pois a partir do momento que o homem tem o poder da produção e da reprodução nas mãos, é que se instaura a sociedade patriarcal, onde o homem tem todos os poderes, inclusive o de proteger a mulher. Com a transformação das relações sociais e da própria humanidade, o homem passa a criar mecanismos de controle e justificativas para a condição feminina. Os mitos que contam o nascimento das mulheres como sendo sempre inferiores e servas dos homens, representam um desses mecanismos. A questão é que as mulheres para os homens primitivos sempre representaram perigo, pelo fato do poder de dar a vida, de sangrar sem explicação. Não era possível para os homens viverem sem as mulheres, diante do perigo que elas ofereciam, era preciso domesticá-las e mantê-las sob vigilância o tempo todo para que esta não pudesse agir contra o homem. Essa domesticação deveria acontecer até mesmo quando o homem não estivesse presente, era preciso internalizar a posição do feminino como sendo inferior, objeto do homem, este sempre seu senhor. E foi o que aconteceu, a mulher internalizou todos os paradigmas impostos pelo homem e a vemos durante muito tempo subordinada a ele e aceitando sua condição de serva. Porém, existem pesquisas que nos remetem a um fragmento que está posto fora do mosaico da história da mulher, um período em que a sociedade era organizada pelas mulheres, as chamadas Ginocracias. Um dos teóricos que defendem a existência desse tipo de organização social é Johann Jakob Bachofen (1967), para ele as comunidades antes eram matrilineares, uma vez que, apenas as mães podiam garantir a identificação com os filhos, estes se organizavam em torno dela, pois a mulher era a fonte da consanguinidade. Mas, um dia, o pai vence o poder da mãe e instaura um novo modelo de sociedade, a qual nós todos 19

21 conhecemos. O amor (Eros), sempre exercido pela mãe, é substituído pela razão (Logos) e pelo poder do pai. Sobre isso Junito de Souza Brandão diz: Com a vitória do patriarcado rompe-se a era do amor, do eros e instala-se o logos, já que, como acentua Bachofen, uma das características mais acentuadas do matriarcado, alicerçado religiosamente na deusa-mãe, é o amor. O amor materno é o mais primitivo dos amores. Até os animais amam suas mães! O amor ao pai, por parte do homem, é um desenvolvimento posterior desse amor primitivo. Trata-se de uma aquisição recente! Ademais disso, a cultura matriarcal se caracteriza pela importância dada aos laços de sangue, vínculos estreitos com o solo, a terra mãe universal, e por uma aceitação passiva dos fenômenos naturais. O patriarcado, ao revés, se distingue pelo respeito à lei e à ordem; pelo predomínio do racional e pelo esforço para modificar os fenômenos naturais (BRANDÃO, 1987, p. 35). Brandão (1987) discute as sociedades matrilineares que tinham como base o amor materno, para ela o mais primitivo dos amores; é somente depois que aparece o amor paterno, este caracterizado de maneira diferente na sociedade patriarcal, pois valoriza a ordem e a lei, ou seja, a razão acima de tudo. Podemos dizer que são duas formas de organização social opostas, enquanto a sociedades matrilineares valorizam o amor e o mundo subjetivo as patriarcais valorizam a razão e o mundo objetivo. Com a instauração da sociedade patriarcal toda a organização social sofrerá mudanças, essas sempre visando a domínio a manutenção do poder nas mãos dos homens. Uma das primeiras mudanças que se instauraram com o patriarcado no poder foi a monogamia, ou seja, um sistema onde o homem não pode esposar mais de uma mulher e vice versa. Tendo em vista que antes não existia tal estrutura e a sexualidade era exercida por grupos e os direitos eram os mesmos tanto para homens como para as mulheres. O casamento monogâmico é uma das primeiras formas de subjugação do sexo feminino ao masculino. Este se instaurou com a intenção de garantir a propriedade privada, pois, com herdeiros legítimos a propriedade seria sempre da mesma família. Segundo Engels (2009), é com a instauração da família monogâmica que também se estabelece a primeira forma de opressão de classe, sendo essa, homem contra mulher. A monogamia, portanto, não entra de modo algum na história como uma reconciliação entre o homem e a mulher e, menos ainda, como a forma mais elevada de casamento. Pelo contrário, surge como a 20

22 forma de subjugação de em sexo pelo outro, como proclamação de um conflito entre os sexos, ignorado, até então, em toda pré-história (ENGELS, 2009, p. 75). A criação de mecanismos para domesticar a mulher percorre toda a história da sociedade ocidental. Segundo Leal (2004), na Grécia as mulheres eram igualadas aos escravos, eram amaldiçoadas e serviam basicamente apenas para a procriação. Os homens tinham todo o direito de ter relações sexuais com outras pessoas, pois eles não buscavam prazer com suas esposas, estas serviam apenas para garantir herdeiros. As mulheres casadas da antiga Grécia não podiam sair de casa. Dentro de cada moradia existia um lugar reservado para elas chamado gineceu, esse espaço ainda existe nas sociedades modernas, são as salas reservadas apenas para as mulheres. As mulheres que saiam à rua eram sempre as prostitutas, vendedoras e escravas, mulheres de família deviam permanecer em casa. Essa concepção de que as mulheres de família deveriam permanecer em casa percorre toda a sociedade ocidental em boa parte de sua história. Porém percebemos que é a partir do cristianismo que os mecanismos de controle para com a mulher ganham muita força. O cristianismo também defende a ideia da mulher como sendo amaldiçoada e responsável pelo pecado no mundo. Diante disso, o cristianismo prega que a mulher deve ser obediente ao homem, por ter levado ele a cometer o pecado. A imagem de Eva, que leva o homem à perdição, sempre será retomada pela igreja. Porém, surge uma nova mulher dentro do cristianismo, Virgem Maria, mãe de Jesus; se antes Eva trouxe o mal e o pecado para o mundo, agora a virgem traz a salvação em seu ventre. Diante disso, a igreja cria a oposição Eva/Maria, sendo que Maria torna-se o ideal de mulher relacionado com a bondade, pureza, virgindade e amor, enquanto Eva está relacionada com a mulher má, satânica, impura e bruxa. A igreja exprime e serve uma civilização patriarcal na qual é conveniente que a mulher permaneça anexada ao homem. É fazendo-se escrava dócil que ela se torna também sua santa abençoada. Assim, no coração da Idade Média, ergue-se a imagem mais acabada da mulher propícia aos homens: a figura da Virgem Maria cerca-se de glória. É a imagem invertida de Eva, a pecadora; esmaga a serpente sob o pé; é a mediadora da salvação como Eva o foi da danação (BEAUVOIR, 1986, p. 224). 21

23 Essa dualidade criada pelo cristianismo persistirá por muito tempo, ou a mulher é Eva ou Ave. Mas mesmo sendo Ave, ela continua submissa e subjugada ao homem; a diferença entre a Eva e a Ave é que, enquanto a primeira é a mulher da rua, a prostituta, a outra é a mulher do lar que se rende ao privado, porém, ambas são objetos dos homens. São as duas faces da mesma moeda, são estereotipações criadas para marcar o feminino, ora como profana, ora sagrada, mas sempre considerada o outro. Interessante observar que a Igreja não cria uma nova mulher, não a faz nascer de novo das costelas do homem como sendo pura. Maria assim como todos nós, é filha de Eva, a pecadora, carrega em si a marca do pecado. O que a igreja faz com Maria é transformá-la em santa para atender aos seus interesses, ou seja, podemos dizer que ninguém nasce santa, mas, Maria torna-se santa, a partir de interesses sociais. O culto à Maria, como sendo o modelo de mulher, na verdade representa para o cristianismo a consolidação dos poderes masculinos e a derrota de antigos temores diante dos mistérios femininos. Segundo Beauvoir (1986), quando a virgem se ajoelha diante de seu filho e lhe diz que é sua serva, representa a vitória do masculino, é a reabilitação da mulher pela realização de sua derrota (p.224-5). Se o homem primitivo temia os misteriosos poderes da mulher diante da vida e da morte, com o cristianismo este poder pertence apenas a um único Deus homem. Diante dessa perspectiva a maternidade não representa mais nenhum poder para a mulher, pelo contrário, o cristianismo faz com que a mulher se escravize dentro da maternidade, pois só como mãe a mulher será querida, desejada e respeitada. Essa ideia será sempre preservada na sociedade, e veremos mais tarde, principalmente na modernidade industrial, que os mecanismos que prenderam a mulher ao privado, sempre sob a vigilância do homem, são justificados pela maternidade. A maternidade, como fenômeno natural, não confere nenhum poder. Só resta, portanto, à mulher, se quiser superar em si mesma a tara original, inclinar-se diante de Deus, cuja vontade a escraviza ao homem (BEAUVOIR, 1986, p.225). A igreja é uma das instituições que mais criam mecanismos para a educação da boa mulher, aquela que vive de acordo com o patriarcado; a igreja tem o poder de invadir o privado e ditar as regras matrimoniais e domésticas que as mulheres 22

24 devem seguir. José Carlos Leal (2004) nos diz que os padres exerciam o papel de doutrinadores do casamento, onde escreviam quais deviam ser as regras para o casamento, principalmente no que diz respeito ao ato sexual. Não era permitido fazer amor durante o dia. Não se podia também exercitar-se sexualmente na hora em que o homem voltasse da praça do mercado, porque esse momento devia ser dedicado à prece. O horário indicado era depois do jantar. O sexo, porém, deveria ser feito sem luxuria. A mulher não teria direito a manifestações de gozo ou ao orgasmo pleno (este nem mesmo deveria ser cogitado); a mulher deveria comportar-se com decoro, como quem cumpre uma tarefa sacrificial (LEAL, 2004, p.110-1). A preocupação da igreja com o sexo sempre foi muito grande, este era permitido apenas para a procriação. A mulher não deveria sentir prazer sexual, já os homens deveriam gozar do prazer sexual de maneira discreta e contida. Para a mulher o casamento era uma prisão, onde até o prazer lhe era negado; o homem, ao contrário, gozava de todos os prazeres tanto dentro de casa com a esposa, quanto fora com as prostitutas. A sociedade industrial também cria muitos mecanismos para a vigilância constante da mulher. Rocha-Coutinho (1994), diz que a mulher passa a ser reduzida a mãe e esposa apenas a partir do surgimento da sociedade industrial, pois nesse momento é preciso criar um novo modelo familiar, este novo modelo será a família burguesa centrada no pai, mãe e filho. Antes da família burguesa existia a família feudal, nesse modelo familiar não tínhamos uma valorização da individualidade, as famílias eram compostas por um grande número de pessoas, pais, filhos, parentes consanguíneos, agregados; todos ajudavam na economia e no sustento do lar. As mulheres eram responsáveis pelos trabalhos domésticos, mas também ajudavam na colheita, na fabricação de produtos artesanais, juntamente com as crianças, que desde cedo já participavam das atividades familiares. Neste momento ainda não se vê uma total separação entre o espaço público e o privado tal como víamos na Grécia antiga e como veremos na sociedade industrial. Porém, isso não quer dizer que as mulheres eram consideradas iguais aos homens, estes precisavam do trabalho das mulheres. Com o advento da sociedade industrial surgem novas necessidades. O aparecimento das fábricas faz com que os trabalhadores migrem para a cidade e se 23

25 aglutinem perto das mesmas, o espaço da cidade é reduzido, não há como agregar um grande número de pessoas numa mesma casa, a valorização do ser humano passa a ser em torno de sua produção que a partir desse momento é individual, a coletividade familiar perde espaço e é preciso pensar numa nova estrutura familiar que atenda às exigências da sociedade industrial. A produção passa a ter lugar fora da família, e a partir daí se delimitam com maior ênfase o espaço público e privado. O primeiro pertence ao homem e a racionalidade e o outro é destinado à mulher e às atividades do mundo afetivo e doméstico. Assim, os dois âmbitos do cotidiano dos sujeitos o público e o privado começam a desenvolver lógicas próprias, cujos eixos básicos são a afetividade no mundo doméstico e a racionalidade, a inteligência e a eficácia no exercício do poder no mundo público. Tal fato tem grandes consequências para a família que, apoiada na mulher, se afirma como o lugar dos sentimentos e da intimidade (ROCHA-COUTINHO, 1994, p.32). A sociedade industrial dita não só regras para a estrutura familiar, os casamentos também sofrem mudanças, se na Grécia antiga as pessoas se casavam por interesses econômicos ou para garantir os bens, na Europa industrial as pessoas casam-se por amor. Com o aparecimento do amor materno, conjugal, amor ao lar, e das atividades domésticas, cria-se toda uma idealização em torno das novas funções da mulher dentro da família, em que se diz que a presença dela no lar é indispensável. Todo esse idealismo em torno da mulher e suas funções indispensáveis ao lar começa a ser usado como um instrumento cultural para impedir a mulher de conhecer sua verdadeira condição de opressão (ROCHA- COUTINHO, 1994, p.28). O mito do amor romântico faz com que a mulher viva somente para o amor aos filhos e ao marido, a única preocupação que cabe a ela é amar, ato que deve ser praticado nos recônditos dos lares, enquanto o homem deve trabalhar, sair de casa. A mulher passa a viver para o amor: amor a seus filhos, a seu esposo, a sua casa. Para tanto, ela deveria se manter pura, distante dos problemas e das tentações do mundo exterior o mundo do trabalho, que deveria ficar sob o encargo do homem (ROCHA- COUTINHO, 1994, p.29). Umas formas de vigilância que o homem da sociedade industrial encontrou para a mulher foi fazê-la acreditar que o lar era seu reino, ela era a rainha do lar, 24

26 mantendo-a presa ao privado de uma maneira pacífica, fazendo que ela mesma não reconhecesse sua condição de subordinada. A mulher presa ao privado e ao trabalho doméstico nega sua condição de sujeito, pois está presa aos outros. Mas para ela isso não é nenhum problema porque a sociedade naturalizou sua condição de submissão, e o lar é o único lugar que ela acredita que seja totalmente dela. Talvez por isso a mulher demore ou até mesmo negue ser subjugada, contribuindo assim para que o patriarcado continue a vigorar. Porém, o espaço que a mulher acredita ser somente dela, nunca existiu, dentro da casa estruturada de acordo com as famílias patriarcais. O espaço que a mulher frequenta dentro da casa são os espaços delimitados e autorizados pelos homens; a mulher deve ter uma sala para as conversas com as amigas ou para as funções femininas, tais como: costurar, bordar, tecer. Na realidade essas mulheres eram escondidas, vigiadas por seus senhores. Não permitir que as mulheres saiam à rua é uma das formas de impedir o contato com as tentações do mundo exterior, impedir que as mulheres sejam cobiçadas por outros homens. Como dizer que o espaço da casa é todo da mulher se ela não tem ao menos o direito de entrar e sair quando quisesse; se não tinham liberdade nem sequer de estarem em todos os cômodos da casa? Segundo Leal (2004), as mulheres se retiravam das salas ou nem ao menos saiam de seus quartos, quando algum amigo ou homens de negócios compareciam às suas casas e quando os esposos abrigavam algum viajante. Foucault (2004) nos diz que, disciplinar é um das melhores maneiras de se obter o controle: o poder disciplinar é com efeito um poder que, em vez de se apropriar e de retirar, tem como função maior adestrar ; ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor (p.143). Disciplina, talvez seja essa a palavra certa para podermos explicar o grande poder que homens têm exercido sobre as mulheres durante muito tempo, as mulheres foram disciplinadas a sempre serem dóceis, mães amorosas, esposas fieis; disciplina essa, na maioria das vezes, imperceptível. Como diz Foucault, os homens com as mulheres, aparentemente não lhes retiram nada, pelo contrário, dão-lhes um lar todo dela, porém, o que na realidade as mulheres recebem é o espaço onde e para o qual foram adestradas. Espaço esse em que as mulheres nem ao menos têm o direito de fala, são silenciadas por paredes e portas, quando falam não são ouvidas, e nem ao menos 25

27 elas acreditam que podem falar. Talvez esse seja o grande mecanismo criado pelos homens para subjugar a mulher, proibir-lhe a fala, fazendo com que ela mesma acreditasse que não tivesse nada a dizer, ou que fossem apenas bobagens de mulher e, sendo bobagens, não podem contar a própria história, precisam aceitar que os fragmentos do mosaico sejam todos reflexos do patriarcado. 1.2 Um novo mosaico A construção de uma nova história da mulher só é possível a partir do momento que a mulher tem acesso à educação, mais propriamente à escrita. A partir daí é que existe a possibilidade desta começar a refletir sobre sua condição de oprimida por toda uma sociedade patriarcal e escrever a sua história. Quando a mulher se propõe a escrever a página em branco esta passa a funcionar como um espelho, um lugar em que ela irá ver-se sem reconhecer-se. A mulher percebe que sua imagem real nunca existiu. Percebe que sempre ficou escondida por trás de mascaras e estereótipos fundados pelo pensamento alheio. Mas até chegar ao reconhecimento de sua própria identidade, até a construção de uma história da mulher pela mulher é preciso conquistar alguns direitos e começar a ressignificar o papel da mulher na sociedade. As mulheres, talvez por imposição ou por força da repetição, aceitaram por muito tempo sua condição de subordinada ao homem e a toda uma sociedade patriarcal. As lutas feministas, lutas pelos direitos iguais entre homens e mulheres, existem desde a Idade Média. Segundo Auad (2003), no século XII algumas mulheres já começam a se rebelar contra o poder opressor masculino. Essas lutas são os primeiros fragmentos a serem conquistados pela mulher para obter o poder da fala e da escrita, para escreverem um novo mosaico. Segundo Auad (2003), no século XVII, temos na Itália três mulheres como precursoras do feminismo; Moderata Fonte, que publicou em 1600 o livro Valor da Mulher, Lucrécia Marinelli, que escreveu em 1601, A nobreza e a excelência da mulher e, Arcangêla Tarabotti, que foi enviada para o convento e lá escrevia cartas denunciando a inferioridade das mulheres e a sociedade patriarcal que lhe obrigou a 26

28 tornar-se freira. Enquanto as precursoras italianas denunciam a opressão feminina, é no século XVIII, na França, que o movimento feminista ganha força e as mulheres começam a reivindicar seus direitos dentro de uma sociedade cujos valores são a liberdade, a igualdade e a fraternidade. As ideias iluministas e a Revolução Industrial, que surgiram no século XVIII, muito contribuíram, mesmo sem intenção, para a tomada de consciência das mulheres. Com as fábricas precisando de mão de obra, as mulheres entram no mercado de trabalho, porém, estas não possuem as mesmas condições dos homens, trabalham o mesmo e ganham bem menos. É com a Revolução Francesa, a qual defendia os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que o movimento feminista ganha força. Muitas mulheres lutaram para que esses ideais fossem alcançados, mas assim como a maioria que por esse ideal lutou, logo depois de atingido o êxito, as promessas se cumpriram apenas para uma pequena parcela da sociedade e as mulheres continuaram a ocupar o seu lugar de subordinadas aos homens. Diante disso, algumas mulheres na França começam a lutar para que seus direitos fossem aceitos, começa a partir de então a luta feminista de maneira mais organizada. O feminismo pretende repensar e modificar o modelo de mulher construído pelos homens, modelo este que prega a inferioridade feminina e que justifica o poder que os homens exercem sobre elas. As feministas pregam a igualdade entre homens e mulheres. Luta pela igualdade que, segundo Scott (2002), acaba se transformando num grande paradoxo, pois, como o feminismo podia defender a igualdade tendo que alimentar a diferença sexual, ou seja, defendia as mulheres. Na medida em que o feminismo defendia as mulheres, acabava por alimentar a diferença sexual que procurava eliminar. Esse paradoxo a necessidade de, a um só tempo, aceitar e recusar a diferença sexual permeou por toda sua longa história (SCOTT, 2002, p. 27). Um dos marcos das primeiras lutas feministas na França foi a publicação, em 1791, da Declaração do Direito e da mulher Cidadã, de Olympe de Gouge; essa foi uma das mulheres que lutaram para a abolição das diferenças sexuais, luta essa que lhe custou a cabeça em 3 de novembro de 1793, sendo acusada de querer ser 27

29 um homem do Estado e ter esquecido das virtudes do seu sexo. Mesmo diante da luta dessas mulheres, a França patriarcal resistiu e puniu quem tentasse ir contra as leis do patriarcado, tanto que a primeira constituição Francesa de 1807 coloca a mulher sempre sob a tutela do pai ou do marido. Ainda na França temos outras grandes mulheres que lutaram por causas feministas, como Jeanne Deroin e Flora Tristan, que lutavam pelo direito das mulheres como sendo uma luta pela classe trabalhadora, tendo em vista, que nessa época mulheres e crianças trabalhavam a mesma quantidade de horas que os homens e ganhavam bem menos, tentavam conscientizar os homens para que lutassem junto com as mulheres, para melhores condições de trabalho. Jeanne Deroin projetou a União das Associações de Trabalhadores, dando origem ao que conhecemos hoje como sindicatos, porém, a pedido de seus companheiros ela ocultou-se da autoria do projeto. Percebemos que ao recusar a autoria do projeto Jeanne mostra qual era na verdade a grande luta do movimento feminista, direitos iguais para todos. Na Inglaterra, Mary Wollstonecraft publica, em 1792, A Vindications of the Rigths of Women, livro este que chegará aos Estados Unidos e influenciará o feminismo neste país. Este mesmo livro chega ao Brasil em 1832 traduzido por Nísia Floresta Brasileira Augusta com o título Direito das mulheres e injustiça dos homens. Porém, no Brasil, diferente do que nos Estados Unidos, o feminismo ganha força somente depois dessa data. Segundo Moreira (2003), as mulheres americanas, brancas e burguesas, em sua grande maioria tinham acesso à educação desde cedo, acesso esse liberado para que elas pudessem conhecer a palavras de Deus. Já no Brasil, ao contrário, poucas mulheres eram instruídas, o que dificultou as ideias feministas de se alastrarem rapidamente. No Brasil temos, em 1919, o Movimento Feminista Brasileiro, fundado pela bióloga Bertha Luz, que nesse primeiro momento de luta reivindicava o direito ao voto e a extensão da educação acadêmica às meninas, que à época apenas eram educadas para serem donas de casa. Segundo Auad (2003), é no século XX que o movimento feminista ganha proporções políticas, mas não podemos esquecer que, para chegar a tamanhas proporções temos muitas mulheres, como Olympe de Gouge, Jeanne Deroin e Mary 28

30 Wollstonecraft que lutaram para a igualdade dos sexos e protestavam contra os abusos sofridos pelas mulheres. As ativistas revolucionárias na França protestavam contra leis que visavam submeter o sexo feminino ao domínio masculino e reivindicavam a mudança da legislação sobre o casamento, que dava ao marido direitos absolutos sobre o corpo e os bens da mulher (AUAD, 2003, p. 43). Como vimos, as mulheres começam a lutar pelos seus direitos na Idade Média, mesmo que ainda de maneira discreta, porém, as conquistas só foram percebidas no século XX. A grande primeira conquista das mulheres é o direito ao voto, sendo a antiga União Soviética o primeiro país a conquistar esse direito em 1917, a França só alcança esse direito em 1945, mesmo sendo pioneira nos pensamentos feministas. Essa conquista faz parte da primeira onda de lutas feministas, onde mulheres da Europa e dos Estados Unidos buscavam seus direitos políticos e sociais. Nessa primeira onda feminista temos também uma vasta produção teórica, que visa os estudos sobre a mulher. A grande teórica dessa fase é Simone de Beauvoir, que publica em 1949, O segundo sexo. Nesse livro a autora defende o conceito de sexo como sendo uma produção social, com sua famosa frase: ninguém nasce mulher, torna-se mulher (p.13). Beauvoir acredita que nenhum dado biológico define uma mulher tal como a conhecemos na sociedade patriarcal e que essas definições são construídas socialmente. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino (BEAUVOIR, 1987, p. 13). Mais adiante, na segunda onda feminista, os estudos teóricos acerca da condição das mulheres continuam, essa onda se inicia em 1963 nos Estados Unidos com a publicação de A mística feminina de Beth Friedan, a autora discute um problema que as mulheres americanas não conseguiam nomear. Segundo essas mulheres, elas se sentiam insatisfeitas diante do cotidiano imposto a elas, tinham que agradar a todos ao seu redor e abrir mão dos seus próprios desejos. A pesquisa 29

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