ÍNDICE DE SALUBRIDADE AMBIENTAL EM ÁREAS DE OCUPAÇÃO ESPONTÂNEA: UM ESTUDO EM SALVADOR, BAHIA
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- Elias Gabeira Oliveira
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1 ÍNDICE DE SALUBRIDADE AMBIENTAL EM ÁREAS DE OCUPAÇÃO ESPONTÂNEA: UM ESTUDO EM SALVADOR, BAHIA MARION CUNHA DIAS (FUNASA/BA) PATRÍCIA CAMPOS BORJA, M.Sc. (DEA/UFBA) LUIZ ROBERTO SANTOS MORAES, Ph.D (DEA/UFBA)
2 RESUMO Este trabalho busca contribuir no esforço de construção de um sistema de indicadores voltados para avaliar a salubridade ambiental de áreas de ocupação espontânea do Município de Salvador estudando as condições materiais e sociais em nove assentamentos deste Município e a relação saneamento e saúde contribuindo na definição de políticas públicas voltadas para a realidade destas áreas.
3 AS OCUPAÇÕES ESPONTÂNEAS OE refere-se a qualquer área que tenha surgido por meio de um processo informal, constituído inicialmente por habitações improvisadas com padrão construtivo precário e problemas de infra-estrutura urbana, não importando se constituída ilegalmente em terras de terceiros e podendo localizar-se também em regiões centrais da cidade.
4 AS OCUPAÇÕES ESPONTÂNEAS ORIGEM INCAPACIDADE DE COMPETIÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA NO MERCADO CAPITALISTA HABITACIONAL, GERANDO A EXCLUSÃO; NECESSIDADE DE REDUÇÃO DOS GASTOS COM MORADIA DIANTE DOS BAIXOS SALÁRIOS (SUBEMPREGO) OU DO DESEMPREGO; MIGRAÇÃO RURAL, PROVOCADAS PELA ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA RURAL, PELA MODERNIZAÇÃO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS E PELA ATRAÇÃO PROVOCADA PELA EXPANSÃO INDUSTRIAL NAS CIDADES; EMPOBRECIMENTO GRADATIVO E CONSTANTE DAS MASSAS DE TRABALHADORES URBANOS (MATTEDI, 1979).
5 A SALURIDADE AMBIENTAL Observa-se que um dos maiores problemas das áreas de OE é a falta de salubridade, conseqüência direta da falta de serviços de infra-estrutura sanitária (ALMEIDA, 1999) e produto das relações entre as pessoas, comunidades, organizações e o meio ambiente (ALVA, 1994).
6 A SALUBRIDADE AMBIENTAL Nesta pesquisa salubridade ambiental é entendida como o conjunto das condições materiais e sociais necessárias para se alcançar um estado propício à saúde de forma que possa proporcionar a menor ocorrência possível de doenças à população.
7 INDICADORES DE SALUBRIDADE AMBIENTAL Torna-se importante identificar estas condições, não só no sentido de caracterizar as áreas de OE no estudo da relação saneamento e saúde, mas também, para a partir delas, mensurar a salubridade ambiental com vistas a promoção de políticas públicas de saneamento ambiental. Na verdade, os indicadores podem medir de forma prática o objeto em questão, dando luz às discussões e tomada de decisões.
8 QUESTIONAMENTOS - Quais os fatores materiais e sociais que afetam a salubridade ambiental, elevando ou reduzindo o seu nível, em áreas de OE?;e - Como se pode medir a salubridade ambiental nessas áreas?
9 METODOLOGIA ESCOLHA DAS ÁREAS DE ESTUDO: deu-se em função da existência e disponibilidade do banco de dados do Projeto AISAM e pela riqueza do conjunto de variáveis produzidas fornecendo a possibilidade de desenvolver este estudo. O PROJETO AISAM: estudou os efeitos das soluções a baixo custo de disposição de esgotos sanitários, nas doenças diarréicas, infecções intestinais por nematóides e estado nutricional coletando dados em nove áreas pauperizadas da periferia da Cidade do Salvador, cuja morbidade por diarréia e infecções intestinais por nematóides em crianças mostravamse elevadas (MORAES, 1997).
10 ÁREA DE ESTUDO
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14 METODOLOGIA ÁREA DE ESTUDO Moraes (1993) descreve que nesta bacia foi implantado o Projeto de Saneamento Básico do Vale do Camarajipe, que teve como principal componente um sistema de escadarias e rampas drenantes (ERD) e uma rede de esgotamento sanitário simplificada (RES).
15 ESCADARIA E RAMPA DRENANTE
16 ESCADARIA E RAMPA DRENANTE
17 REDE DE ESGOTO SIMPLIFICADA
18 METODOLOGIA DADOS DA PESQUISA *origem dos dados Projeto AISAM (MORAES, 1997) coletados ± 110 domicílios em cada área; *técnicas para coleta das informações no período de 08/1989 a 12/1990: QUESTIONÁRIO - condições de infra-estrutura, saneamento e informações socioeconômica-culturais; ESTUDO DE CONSUMO DE ÁGUA - per capita; ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA presença de coliformes termotolerantes; HISTÓRIAS DE DIARRÉIA incidência de diarréia (crianças < 5 anos); PREVALÊNCIA E INTENSIDADE DAS INFECÇÕES POR HELMINTOS crianças entre 5 e 14 anos. *exploração do banco de dados.
19 METODOLOGIA SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS PARA COMPOSIÇÃO DO ISA/OE * as mais significativas no estudo realizado por Moraes (1996), analisando a relação saneamento e saúde por meio de testes estatísticos; * diretamente do banco de dados do Projeto AISAM. Para cada variável foram consideradas categorias específicas que contribuem para a salubridade do ambiente.
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22 METODOLOGIA CÁLCULO DOS INDICADORES Inicialmente os indicadores foram calculados em percentuais de ocorrência em cada área de OE. Posteriormente fez-se o ajuste de todos os indicadores a uma mesma faixa de valores (0-100) por meio de interpolação linear, método de Ajzenberg e outros (1986).
23 METODOLOGIA CÁLCULO DOS COMPONENTES Cada componente (subíndice) foi obtido por meio de média aritmética do seu conjunto de indicadores ajustados I AA = (i OA + i FA + i QA + i CF ) / 4
24 METODOLOGIA CÁLCULO DO ISA/OE De posse dos subíndices, calculou-se o ISA/OE de cada área de OE de acordo com a seguinte formulação: ISA/OE=(I AA x0,20)+(i ES x0,20)+(i RS x0,15)+(i DU x0,10)+(i CM x0,15)+(i SE x0,10)+(i SA x0,10) A ponderação adotada é subjetiva e baseou-se na revisão de literatura dos estudos de Almeida (1999), Montenegro e outros (2001), Garcias e Nucci (1993), entre outros.
25 RESULTADOS Baixos indicadores em cada componente; Sem ERD e RES. ERD péssimo estado de conservação. Nova Divinéia bons indicadores nas componentes; AB e SM com ERD; BVSC e JC com ERD e RES 100% SAA; fossas + rede pluvial e esgoto
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27 Dispondo dos dados da tabela 4 DISCUSSÃO Torna-se importante estudar a correlação destas variáveis com os resultados do ISA/OE.
28 10,00 GRÁFICO 3 - DISPERSÃO ENTRE ISA/OE x DIARRÉIA DISCUSSÃO INCIDÊNCIA DE DIARÉIA 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 ISA/OE 100 GRÁFICO 4 - DISPERSÃO ENTRE ISA/OE x PREV. NEMATÓIDES PREVALÊNCIA DE NEMATÓIDES ,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 ISA/OE
29 DISCUSSÃO Os diagramas de dispersão mostrados nos Gráficos 3 e 4 indicam que há uma correlação linear negativa, ou seja, as variáveis caminham em sentidos opostos. Definição do coeficiente de correlação linear de Pearson (r) : r = - 0,85 ISA/OE e intensidade de diarréia. r = - 0,91 ISA/OE e prevalência de nematóides. Ambos os coeficientes apresentaram correlação forte (r ±0,90).
30 CONCLUSÃO * Os resultados expressam uma extrema carência em medidas saneadoras em todas as OE estudadas; * As hipóteses foram confirmadas com a utilização da metodologia proposta por meio do cálculo do ISA/OE; concluindo-se que, de fato, a salubridade ambiental em áreas de OE relacionam-se com as condições materiais e sociais da população residente; * O estudo das nove áreas contribuiu para uma melhor avaliação quanto a importância da utilização e aplicabilidade das diversas variáveis estudadas, especialmente as sociais como uma abordagem promissora para o acompanhamento das condições de salubridade ambiental;
31 CONCLUSÃO * O enfoque local proposto neste estudo, pode contribuir para o conhecimento das diferenças existentes dentro de um município e na avaliação e definição de políticas públicas intra-urbanas, especialmente as de saneamento ambiental; * Os coeficientes de Pearson entre o ISA/OE e a incidência de diarréia e a prevalência de nematóides, confirmam uma correlação forte entre os mesmos considerando-se a diarréia e a helmintíase intestinal, doenças comuns em meios não saneadas (HELLER, 1997);
32 CONCLUSÃO * Este trabalho possui também limitações, como as oferecidas pelas áreas de estudo em face de suas peculiaridades, uma vez que não há a representatividade de todas as áreas de OE de Salvador, a exemplo de áreas de mangue ocupadas por palafitas; * Os indicadores que compõem o ISA/OE, foram construídos a partir de dados preexistentes, ocorrendo limitação na utilização de variáveis consideradas importantes para composição da salubridade ambiental;
33 CONCLUSÃO * Como nova proposta sugere-se a utilização de métodos qualitativos para a avaliação da salubridade ambiental enriquecendo a avaliação em face da incorporação da dimensão subjetiva para a apreensão e avaliação de uma realidade além da incorporação de novas variáveis; * aprofundar-se nos critérios de ponderação; * Espera-se que os resultados obtidos pela metodologia ISA/OE possam ser considerados nos processos de concepção, acompanhamento e avaliação de programas e políticas de saneamento ambiental para o município. //
34 Obrigada.
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