Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE

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1 Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PROCESSO SELETIVO PARA ADMISSÂO DE PROFESSORES EM CARÁTER TEMPORÁRIO 2017 PARECER RECURSOS PROVA 2 LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA - PENOA Pai da aviação Roberto Pompeu de Toledo Ele andava meio esquecido. Nas cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada, nosso pai da aviação, Alberto Santos Dumont, fez uma triunfal reaparição. O jornalista Victor Mather, que no site do New York Times acompanhava on-line o encerramento, afirmou: A cerimônia de abertura incluiu um tributo a Alberto Santos Dumont, o inventor do avião, segundo os brasileiros. Esta cerimônia vai começar com outro tributo a Santos Dumont, como inventor do relógio de pulso. Ambas as reivindicações esforçam-se por superar um sério escrutínio histórico, mas, ora, estamos no Brasil. A homenagem dos organizadores das festas olímpicas é tanto mais surpreendente quando entre os próprios brasileiros, um pouco como no caso de Carlos Gomes, reina a dúvida sobre Santos Dumont. Por aqui se reluta em aceitar os méritos de heróis oficiais, cujas façanhas são cantadas em ingênuos livros escolares. Se estivéssemos nos Estados Unidos, ora, seria diferente. Lá ninguém duvida dos méritos dos irmãos Wright, ou de qualquer outro herói dos livros escolares. Os EUA são uma nação de sucesso, entre outros motivos, porque celebram o sucesso. Santos Dumont, tal como o nadador Cesar Cielo ou o saltador com vara Thiago Braz, deve suas proezas aos meios que lhe foram fornecidos no exterior. Cesar Cielo treinava nos Estados Unidos, Braz na Itália. Santos Dumont teve na França os instrumentos para desenvolver suas máquinas. São heróis que falam mal do Brasil: precisaram ir embora para expandir seus talentos. A disputa pela primazia do voo entre Santos Dumont e os irmãos Wilbur e Orville Wright é fastidiosa. Não importa quem tenha sido o primeiro, contribuíram os três para tornar o avião uma realidade. O que os separa irremediavelmente é a personalidade. Os irmãos Wright continuaram saudáveis e trabalhando em seus engenhos até o fim da vida. Santos Dumont, depois do voo do Demoiselle em 1909, não construiu nem pilotou nenhum outro avião. Nos 23 anos que lhe restaram de vida, só voou duas vezes, como passageiro. Passou a fazer-lhe companhia um paralisante inimigo, o distúrbio mental. A Europa que tanto o celebrara aos poucos o foi esquecendo. Antes cercado de amigos e assíduo nos jantares do Maxim s, Santos Dumont isolou-se. Fases de algum alívio alternavam-se com as de depressão. O uso dos aviões na I Guerra mundial aguçou-lhe o sofrimento. Um estado de arrependimento o invade e o deixa banhado em lágrimas, escreveu um articulista francês. Ao passar dos anos, seu quadro piorava. Em 1926, internou-se numa clínica na Suíça. Diagnosticaram os médicos: o paciente conserva até o fim uma característica periódica de bonomia, falta de percepção e incontinência emocional. Há visões e alucinações ocasionais. Em 1931, o amigo Antônio Prado Jr. encontra-o em Biarritz em tal estado que aconselha a família a ir buscá-lo. Trazido ao Brasil, no ano seguinte iria se enforcar com uma gravata na casa do Guarujá alugada na suposição de que os ares da praia lhe dariam alguma tranquilidade. Wilbur Wright havia morrido vinte anos antes, em 1912, de tifo, aos 45 anos; Orville Wright morreria dezesseis anos depois, em 1948, de ataque do coração, aos 77 anos. Os irmãos Wright eram filhos de um bispo da igreja protestante e ficaram ricos com suas invenções. Santos Dumont nasceu numa rica família, grande produtora de café, e gastou o dinheiro que lhe coube na vida no exterior e nos engenhos voadores. Jamais se preocupou sequer em tirar patente, quanto mais em tirar proveito econômico de seus inventos. Os irmãos Wright e isso fala muito do espírito americano não negligenciaram as patentes, e de inventores ascenderam a industriais e comerciantes com a criação da Wright Company. [...] TOLEDO, Roberto Pompeu de. Pai da aviação. Veja. São Paulo, n.35, p. 98, agosto 2016.

2 11) Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto lido. A O autor afirma que os heróis oficiais devem ser descartados de nossa história. Alternativa incorreta - o autor defende justamente o contrário, que deveríamos aceitar os méritos dos heróis nacionais. B O autor afirma que apenas os estrangeiros, sobretudo os norte-americanos, têm dificuldade de acreditar que Santos Dumont inventou o avião. Alternativa incorreta - o autor fala sobre a dificuldade brasileira de aceitar os méritos dos heróis nacionais. C O autor critica o fato de os organizadores dos jogos olímpicos terem homenageado Santos Dumont, pois não há certeza de suas invenções. Alternativa incorreta - o autor não critica a homenagem a Santos Dumont. D O autor afirma que não devemos acreditar em heróis criados por ingênuos livros escolares. Alternativa incorreta - o autor defende justamente o contrário, que deveríamos aceitar os méritos dos heróis oficiais, cujas façanhas são cantadas nos livros escolares. E O autor afirma que há, entre os brasileiros, dúvidas de que Santos Dumont tenha inventado o avião. Os recursos não têm procedência única alternativa correta letra E conforme justificativa já divulgada. 12) Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto lido. A O autor afirma que Santos Dumont roubou o invento patenteado pelos irmãos Wright. Alternativa incorreta - o autor afirma não ser importante saber quem foi o primeiro a voar. B O autor afirma que é importante deixar claro ao mundo que Santos Dumont foi o primeiro a pilotar um avião. Alternativa incorreta - autor afirma não ser importante saber quem foi o primeiro a voar. C O autor afirma que é importante saber se os irmãos Wright inventaram o avião. Alternativa incorreta - o autor chama de fastidiosa a disputa de quem foi o primeiro a voar. D O autor afirma que os irmãos Wright roubaram o invento de Santos Dumont. Alternativa incorreta - o autor afirma não ser importante saber quem foi o primeiro a voar. E O autor afirma que não importa precisar quem foi o primeiro a voar, se Santos Dumont ou os irmãos Wright. A alternativa correta é a alternativa E, pois o autor afirma que não importa precisar quem foi o primeiro a voar, se Santos Dumont ou os irmãos Wright.

3 13) Em pai da aviação, ocorre: A metáfora. B hipérbole. Alternativa incorreta - se trata de hipérbole, que consiste no exagero. C personificação. Alternativa incorreta - não se trata de personificação, que consiste em conferir a seres inanimados ou animais emoções e ações humanas. D intertextualidade. Alternativa incorreta - não se trata de intertextualidade, que consiste na referência, alusão ou citação de um outro texto. E pleonasmo. Alternativa incorreta - não se trata de pleonasmo, que consiste numa redundância. A expressão pai da avião é uma antonomásia. DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Anular a questão. 14) Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto lido. A Segundo o autor, os irmãos Wilbur e Orville Wright viveram mais que Dumond e trabalharam em seus inventos até o fim da vida. Alternativa incorreta - o autor relata que um dos irmãos, Wilbur faleceu vinte anos antes de Dumont. B Segundo o autor, Dumond entrou em depressão por não ter patenteado seu invento antes dos irmãos Wright. Alternativa incorreta - o autor afirma que Dumont não se interessou em patentear seu invento. C Segundo o autor, o uso de aviões na I Guerra Mundial contribuiu para o estado depressivo de Santos Dumond. D Segundo o autor, Dumont jamais voltou a entrar num avião depois do voo do Demoiselle. Alternativa incorreta - o autor afirma que Dumont voou duas vezes como passageiro. E Segundo o autor, Dumont faleceu sem voltar ao Brasil. Alternativa incorreta - o autor relata que Dumont faleceu no Brasil. A alternativa correta é a alternativa c, pois, segundo o autor, o uso de aviões na I Guerra Mundial contribuiu para o estado depressivo de Santos Dumont:... Santos Dumont isolou-se. Fases de algum alívio alternavam-se com as de depressão. O uso dos aviões na I Guerra mundial aguçou-lhe o sofrimento. 15) Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto lido.

4 A Em cujas façanhas, o termo em destaque retoma Carlos Gomes. Alternativa incorreta - o termo refere-se a heróis oficiais. B Em ambas as reivindicações esforçam-se os termos em destaque retomam a cerimônia de abertura e a de encerramento dos jogos olímpicos. Alternativa incorreta - os termos não se referem às cerimônias. C Em esta cerimônia, o termo em destaque retoma a cerimônia de abertura. Alternativa incorreta - o termo se refere à cerimônia de encerramento. D Em ambas as reivindicações esforçam-se os termos em destaque retomam as teses de Santos Dumont ser o inventor do avião e do relógio de pulso. E Em cujas façanhas, o termo em destaque retoma Santos Dumont. Alternativa incorreta - o termo refere-se a heróis oficiais. A alternativa correta é a alternativa D: Em ambas as reivindicações esforçam-se os termos em destaque retomam as teses de Santos Dumont ser o inventor do avião e do relógio de pulso. 16) Em São heróis brasileiros que falam mal do Brasil, os termos em destaque são usados no sentido: A conotativo. B denotativo. Alternativa incorreta - os termos não são usados no sentido denotativo, que é o sentido literal. C ambíguo. Alternativa incorreta - não há ambiguidade na frase. D irônico. Alternativa incorreta - não há ironia na frase. E hiperbólico. Alternativa incorreta - não há exagero na frase. A alternativa correta é a alternativa A, pois os termos falam mal estão utilizados no sentido conotativo, os heróis citados não falaram mal do país. Santos Dumont, Cesar Cielo ou o saltador com vara Thiago Braz não falaram mal do país, mas o fato de precisarem ir embora para expandir seus talentos mostra que o país não lhes deu condições para tal. 17) Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto lido. A Em diagnosticaram os médicos, o artigo os e o substantivo médicos compõem o objeto direto do verbo diagnosticar. Alternativa incorreta - o termo os médicos é sujeito do verbo diagnosticar.

5 B Em diagnosticaram os médicos, o sujeito está posposto ao verbo. C Em Há visões e alucinações ocasionais, o sujeito está posposto ao verbo. Alternativa incorreta - com o verbo haver no sentido de existir, ocorre oração sem sujeito. D Em contribuíram os três para tornar o avião uma realidade, o sujeito está anteposto ao verbo. Alternativa incorreta - o sujeito, os três, está posposto ao verbo. E Em Há visões e alucinações ocasionais, o termo em destaque é um utilizado como substantivo. Alternativa incorreta - o termo funciona como adjetivo. A alternativa correta é a alternativa B, pois, em diagnosticaram os médicos, o sujeito está posposto ao verbo. 18) Em César Cielo treinava nos Estados Unidos, Thiago Braz na Itália., ocorre: A inversão. Alternativa incorreta - a inversão é a alteração na ordem lógica da frase. B zeugma. C silepse. Alternativa incorreta - a silepse é a concordância com um termo que não está expresso no texto. D polissíndeto. Alternativa incorreta - o polissíndeto é coordenação de várias palavras, através da repetição de uma ou mais conjunções. E anacoluto. Alternativa incorreta - o anacoluto ocorre quando a estrutura sintática de uma oração é interrompida e um termo acaba ficando solto. A alternativa correta é a alternativa B, zeugma. 19) Por suas características, o texto lido configura-se como: A crônica. Alternativa incorreta - não se trata de uma crônica, narrativa geralmente impregnada de humor, escrita a partir de fatos do cotidiano. B notícia. Alternativa incorreta - não se trata de uma notícia, que visa informar sobre um fato. C resenha. Alternativa incorreta - não se trata de uma resenha, que fala sobre um livro ou filme.

6 D editorial. Alternativa incorreta - não se trata de um editorial, que assume a posição de uma revista ou jornal sobre determinado assunto. E artigo de opinião. A alternativa correta é a alternativa E, pois trata-se de um artigo de opinião, no qual o autor comenta sobre o descrédito com que Santos Dumont é tratado. 20) Em A Europa que tanto o celebrara aos poucos o foi esquecendo, ocorre: A catacrese. Alternativa incorreta - catacrese é a metáfora já incorporada ao uso comum. B metáfora. Alternativa incorreta - não se trata de uma metáfora, que faz uma comparação não explícita a partir de uma relação de semelhança entre dois termos. C metonímia. D elipse. Alternativa incorreta - a elipse é a omissão de um termo da frase. E sinonímia. Alternativa incorreta - a sinonímia é a relação de termos de significado parecido. A alternativa correta é a letra C, pois se trata de um caso clássico de metonímia, onde o continente é utilizado no lugar das pessoas que o habitam.