JOSÉ CARLOS DA SILVA AREJACY ANTÔNIO SOBRAL SILVA RAFAEL TADEU DE ASSIS Organizadores CIRCULARES TÉCNICAS DE 01 A 12

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1 JOSÉ CARLOS DA SILVA AREJACY ANTÔNIO SOBRAL SILVA RAFAEL TADEU DE ASSIS Organizadores CIRCULARES TÉCNICAS DE 01 A 12 Uberlândia - MG -2014

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3 SUMÁRIO FORRAGEIRAS DE INVERNO...7 Rafael Tadeu de Assis Isabela Jamile Viegas Oliveira Alice Madalena Morais Arvito Antônio Morais Neto Silmara Helena Dias NOVAS TECNOLOGIAS PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA...13 Arejacy Antônio Sobral Silva Gleuber de Oliveira Firmino Maria José do Amaral e Paiva Verônica Máximo Daiane Borges Martins Lerrane Carvalho Mingote ADUBAÇÃO ANTECIPADA...21 Rafael Tadeu de Assis Vidiane P. Zineli Ronaldo Eurípedes da Silva Watus Cleigson Alves da Costa Igor Olivato ARRANJO ESPACIAL DE PLANTAS NA CULTURA DA SOJA...27 Arejacy Antônio Sobral Silva Thayse Souza Lara Ivanice Aparecida Ribeiro Nayara Aparecida da Silva Amarildo José Carneiro Filho Rodrigo Tavares Ferreira João Vitor Cassiano Alves Gabriotti João Sanches Cardoso ADUBAÇÃO VERDE: UM PASSO PARA UMA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL...35 Jorge Otavio Mendes de Oliveira Junek Thayse Souza Lara Maria José do Amaral e Paiva Daiane Borges Martins Cleidiane Glória de Morais

4 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS...41 Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves Rafael Tadeu de Assis Verônica Máximo UTILIZAÇÃO DE HORMÔNIOS NA PRODUÇÃO VEGETAL...45 Paulo Fravet de Fravero Givago Rezende Gervasio Guilherme Nogueira Vidiane Zineli AVALIAÇÃO VISUAL DE NUTRIÇÃO DE PLANTAS...51 Carlos Eugênio Avila de Oliveira Paulo de Tarso Veloso de Menezes Brando Amarildo José Carneiro Filho Carlos Germano Borges Jaciara Aparecida de Oliveira Lerrane Carvalho Mingote CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE BEZERRAS LEITEIRAS NO PERÍODO DE ALEITAMENTO: PRÁTICAS DE MANEJO...57 Tavares, T. O. Costa, W. C. A. Leite, P. J. S. INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS OCORRIDAS NA SAFRA 2013/14 E NO DESENVOLVIMENTO DO CAFEEIRO NA REGIÃO DE ARAXÁ, MG...67 Rafael Tadeu de Assis Cleidiane Gloria de Morais SORGO SACARINO, A SEGUNDA SAFRA DO ETANOL NO BRASIL...79 Arejacy Antônio Sobral Silva Paulo de Tarso Veloso Menezes Brando COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIA BRANCA E AVEIA PRETA EM ARAXÁ, MG...85 Arejacy Antônio Sobral Silva Paulo de Tarso Veloso Menezes Brando Nayara Aparecida da Silva Emanuely Torres Melo

5 FORRAGEIRAS DE INVERNO 01 As forrageiras de inverno, ou forrageiras de clima temperado, são plantas que apresentam seu melhor crescimento em temperaturas entre 20 e 25ºC. Nessas condições, podem constituir a base da alimentação de herbívoros domésticos, sendo utilizadas, principalmente, sob pastejo, feno ou silagem. A sua importância também é reconhecida na conservação dos solos, na manutenção de bacias hidrográficas e na proteção à vida selvagem. São plantas que podem ser cultivadas em locais com clima mais quente, desde que o inverno seja frio, como é o caso das regiões subtropicais, ou mesmo em regiões tropicais de altitude, como em algumas que ocorrem no cerrado mineiro. Ainda que se preste para utilização sob diversas formas, o principal uso é sob pastejo, seja em sistemas integrados com lavoura de grãos, em melhoramento de pastagens naturais ou, ainda, em sobressemeadura de pastos tropicais cultivados em sistemas irrigados. Na maior parte dos casos, as forrageiras de clima temperado são implantadas como misturas ou consorciações, visando ao aumento de produção e melhor valor nutritivo da forragem Arejacy Antônio Sobral Silva¹ a ser ofertada. Os sistemas de produção de leite baseados Paulo de Tarso V. M. Brando² em pastagens tropicais e subtropicais, nas regiões Sudeste Cleriston Luciano da Silva² e Centro-Oeste do Brasil, sofrem restrição de oferta de Ronieri B. C. Borges² forragem na época seca do ano, mesmo quando os pastos Elizangela Soares Vargas² são irrigados, em consequência das temperaturas mais Daniella Fátima Ferreira² baixas e do período de luminosidade mais curto. Entretanto, Euclides Cunha Neto² quando há possibilidade de irrigação, essa situação pode Getúlio Borges de Souza² ser parcialmente revertida com o uso da sobressemeadura, Carlos Germano Borges² que consiste na semeadura de uma forrageira de inverno sobre uma pastagem tropical já estabelecida. Entre as gramíneas de clima temperado que se ¹Engº Agrº Me. Professor do consolidaram como alternativas forrageiras efetivamente curso de Agronomia do Centro usadas nos sistemas de produção, a aveia-preta (Avena Universitário do Planalto de strigosa Schreb.) é a de maior projeção em sistemas Araxá UNIARAXÁ de integração lavoura-pecuária da região Sul, também utilizadas em outros Estados brasileiros. O azevém (Lolium multiflorum Lam.) pode ser considerado uma importante ²Graduando do curso de forrageira para o contexto agropecuário do sul do Brasil, Agronomia do UNIARAXÁ. visto sua complementaridade de ciclo vegetativo com as 5 Circular Técnica

6 pastagens naturais, alto valor nutritivo, facilidade de estabelecimento e excelente capacidade de ressemeadura natural. A maior causa de resistência dos produtores quanto ao uso da aveia e, ou, azevém para produção animal em áreas de lavoura ainda é o suposto efeito do pisoteio animal. Várias pesquisas, no entanto, estão desmistificando esse paradigma, mostrando, inclusive, os benefícios para o sistema advindos do uso de animais nessas. Recomendações para o cultivo do Azevém (Lolium multiflorum Lam.) na região Sudeste. O estabelecimento do azevém, como cultivo exclusivo, é feito através de sementes, utilizando de 25 a 40 kg/ha, nos meses de abril a maio. O plantio pode ser realizado em linha ou a lanço, tomando o cuidado para não enterrar muito a semente, pois elas são de tamanho pequeno, com pouca reserva e o enterrio profundo pode provocar falhas na germinação. A sobressemeadura deve ser feita nos meses de abril a maio, no fim da estação chuvosa, porém, só deve ser implantada em área irrigada ou em região que apresente o inverno chuvoso. A taxa de semeadura sobre pastagem tropical é de 60 kg de sementes puras viáveis por hectare. Antes de realizar a sobressemeadura, devem-se misturar as sementes com um material de cor clara para facilitar a identificação do local onde já foi feita a sua distribuição, o material pode ser calcário ou superfosfatos. Após a distribuição das sementes, devem-se colocar os animais na área para que, com o pisoteio, ocorra o enterrio de boa parte das sementes. Após a retirada dos animais, se necessário, o pasto deve ser roçado para ficar com 10 a 20 cm de altura. Quando utilizado para feno, os cortes deverão ocorrer antes do florescimento, sendo o primeiro por volta dos 90 dias após a semeadura, e o segundo entre 40 a 50 dias depois do primeiro corte. O pastejo deve iniciar quando as plântulas chegarem a 20 cm de altura e encerrar quando restarem ainda de 5 a 10 cm de altura, o período de descanso nos pastejos subsequentes é de 28 a 35 dias. Seu crescimento inicial é lento, porém depois é vigoroso e proporciona de 3 a 4 operações (cortes ou pastejos). Recomendações para o cultivo da aveia (Avena spp.) na região Sudeste O plantio deverá ser realizado entre os meses de abril e maio. Para a formação de pastagem, recomenda-se de 80 a 100 Kg de sementes puras e viáveis por hectare, de preferência tratadas com inseticidas, as quais podem ser semeadas a lanço sobre o solo ou realizando uma sobressemeadura em um pasto tropical. Para o plantio em linhas, utiliza-se de 50 a 60 Kg/ ha de sementes puras e viáveis espaçadas de 17 a 30 centímetros com profundidade não superior a oito centímetros. 6

7 Para o pastejo, recomenda-se entrar com a criação de 40 a 50 dias após o plantio, quando a forrageira alcançar uma altura de 25 a 30 cm. Os animais deverão sair da pastagem quando a aveia apresentar de 10 a 15 cm de altura, e o período de descanso nos pastejos subsequentes é de 28 a 35 dias. Se o objetivo é utilizá-la para o corte, isso deve ser feito quando a aveia atingir de 50 a 55 centímetros de altura. Se todas as condições estiverem favoráveis ao desenvolvimento da planta, como condições físicas do solo e disponibilidade hídrica, tanto para corte quanto para pastejo, a aveia pode tolerar de 3 a 4 operações. Em um sistema irrigado, sob a forma de corte, a aveia pode render de 4 a 6 toneladas por hectare de matéria seca, contendo cerca de 25% de proteína. Para pastejo contínuo, havendo manejo adequado, suporta três unidades animal (UA) por hectare para a produção de leite, ou produção de carne, proporcionando um ganho de peso diário de 1 kg/animal/ dia. Recomendação de calagem e adubação para a Aveia e Azevém cultivados no na região Sudeste É de fundamental importância que se realize uma amostragem do solo, todo o ano, para uma correta interpretação e cálculos de calagem e adubação, que sejam justificáveis para o sucesso produtivo da aveia. A coleta das amostras pode ser feita com o auxílio de um trado ou de um enxadão coletando uma amostra, com profundidade de 20 centímetros, uniforme em cada ponto da área. As áreas homogêneas podem ser dividas em talhões de até cinco hectares ou em piquetes. As amostras devem ser coletadas percorrendo a área em zig-zag, coletando pelo menos 10 amostras em cada talhão ou piquete, que serão misturadas em um recipiente limpo formando uma única amostra de 500g por talhão ou piquete com devida identificação da área. A calagem é recomendada quando se fizer necessário elevar o ph do solo e eliminar a toxidez de alumínio que causam sérias limitações no desenvolvimento da planta. A aplicação do calcário deverá ser feita antes do plantio da aveia, não sendo recomendado jogar doses superiores a quatro toneladas por hectare de uma só vez. Quando a forrageira de inverno for plantada em consorcio, a calagem é realizada antes do plantio da cultura a ser intercalada com a forrageira. Alguns pesquisadores recomendam a aplicação de calcário, visando elevar o índice de saturação por bases a 70% para aveia branca, alfafa e cevada e 50% para aveia preta, centeio e azevém. Outros autores recomendam na sobressemeadura de azevém, uma elevação da saturação de base entre 50 e 70%. Porém, deve-se atentar que, em um sistema de 7

8 sobressemeadura, onde será explorada a forrageira de inverno na época fria (outono-inverno) e a forrageira tropical na época quente (primavera-verão), o uso do calcário deve contemplar a exigência das duas culturas. Primavesi e coloboradores recomendam adubação, para o sistema convencional, de 165 Kg/ha de Nitrogênio (N), 50 Kg/ha de Fósforo (na forma de P 2 O 5 ) e 53 Kg/ha de Potássio (na forma de K 2 O), sendo que todo o Fósforo é aplicado no plantio e o nitrogênio, assim como o potássio, são divididos em três épocas, ou seja, no plantio, no perfilhamento e após cada corte. Essa recomendação serve para aveia e azevém, já que a exigência nutricional de ambas é semelhante. Deve-se sempre considerar a análise de solo da área a ser trabalhada. Irrigação Para a viabilidade produtiva da aveia e/ ou do azevém no cerrado é obrigatório que se irrigue toda a área periodicamente por aspersão ou infiltração, de acordo com as condições de cada propriedade. A irrigação por aspersão deve ser realizada com intervalos de 10 a 14 dias, de acordo as condições climatológicas, aplicando uma lâmina de 25 mm de água em cada irrigação. Considerações finais As pastagens de Azevém e Aveia caracterizam-se por apresentarem alto valor nutritivo e, como consequência, proporcionam também altos ganhos por animal. Possuem ótima palatabilidade e digestibilidade. O cultivo da aveia e azevém, tanto solteiro quanto consorciado, na região sudeste do Brasil, é viável desde que se obedeçam as recomendações descritas nesta circular técnica, lembrando que são várias as possibilidades de utilização dessas forrageiras. A sobressemeadura da aveia e do azevém é uma técnica viável e recomendada em áreas que são irrigadas, proporcionando vantagens para o sistema de produção de pecuária bovina. Referencias bibliográficas BACCHI, O. O. S.; GODOY, R. Demanda hídrica de aveia forrageira na região de São Carlos, SP. In: REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE AVEIA, 17.,1997, Passo Fundo. Resultados Experimentais. Passo Fundo CSBPA,1997.p BERTOLOTE, L. E. M.; CAMPANA, M.; OLIVEIRA, P. P. A. et al., Efeitos de doses de nitrogênio sobre a produção e a qualidade de aveia sobressemeadas em pastos de capim Tanzânia. In: 45º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Lavras-MG: UFLA, 2008, 3 p. RODRIGUES, D. A. AVANZA, M. F. B.; DIAS, L. G. G. G. Sobressemeadura 8

9 de aveia e azevém em pastagens tropicais no inverno. Revista Cientifi ca Eletrônica de Medicina Veterinária ISSN: Ano IX Número16 Janeiro de 2011 Periódicos Semestral. GERDES, L.; MATTOS, H. B.; WERNER, J. C. et al. Características do dossel forrageiro e acúmulo de forragem em pastagem irrigada de capim-aruana exclusivo ou sobre-semeado com uma mistura de espécies forrageiras de inverno. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n.4, p , GOEDERT, W. J. Management of acid tropical soils in the savannas of south america. In: IBSRAM (International Board for Soil Research and Management). Management of acid tropical soils for sustainable agriculture: proceedings of an IBSRAM inaugural workshop. Bangkok, Thailand, P Sustentabilidade Produtiva do Cerrado página 211. MOSER, L. E.; C. S.; HOVELAND. Cool-season Grass overview. p In: MOSER, L.E. et al. (Eds). Cool-season forage grasses p. 34. ( Agron. Monogr.) TERRA, LOPES, M. L.; CARVALHO, P. C. F.; ANGHINONI, I. Sistema de integração lavoura-pecuária: desempenho e qualidade da carcaça de novilhos superprecoces terminados em pastagem de aveia e azevém manejada sob diferentes alturas. Ciência Rural, v. 38, n. 1, p , PAULINO, V. T; CARVALHO, D. D. Pastagens de Inverno. Revista Científi ca Eletrônica de Agronomia, 2004, v. 3, n 5. PRIMAVESI, A. C.; PRIMAVESI, O.; CANTARELLA, H.; et al. Recomendação de adubação para aveia, em dois sistemas de plantio, em Latossolo Distrófi co típico. Comunicado Técnico 34. ISSN São Carlos, SP. Julho, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. PUPO, N. I. H. Manual de pastagens e forrageiras: formação, conservação, utilização. Campinas-SP: Instituto Campineiro de Estudo Agrícola, p. 172 a 180, RAIJ, B. V.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; et al. Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. 2. ed. Campinas, SP: Instituto Agronômico, Sociedade brasileira de ciência do solo. Comissão de Química e fertilidade do solo. Grãos, p manual de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande Sul e de Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre, il. COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2013): 1000 exemplares CAPAL 9

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11 02 Circular Técnica Rafael Tadeu de Assis¹ Isabela Jamile Viegas Oliveira² Alice Madalena Morais² Arvito Antônio Morais Neto² Silmara Helena Dias² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduando do curso de Agronomia do UNIARAXÁ. NOVAS TECNOLOGIAS PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA O processo de modernização da agricultura no Brasil tem origem na década de 1950 com as importações de meios de produção mais avançados. De acordo com os parâmetros da Revolução Verde, incorporou-se um pacote tecnológico à agricultura, tendo a mudança da base técnica resultante passado a ser conhecida como modernização da agricultura brasileira. Hoje, o produtor rural precisa produzir alimentos para um número cada vez maior de pessoas nas cidades. O aumento da produção de alimentos segue basicamente duas linhas distintas, aumento da área de cultivo ou aumento da produtividade (produção por área). Como sabemos, a abertura de novas áreas de cultivo não é uma boa alternativa atualmente, existe uma pressão ambiental muito intensa e necessária, pois a biodiversidade que ainda resta precisa ser preservada. Resta-nos a segunda opção, aumentar a produtividade, ou seja, aumentar a produção das culturas usando a mesma área. É justamente neste ponto que se faz necessário o uso de novas tecnologias que visem atingir a capacidade produtiva das culturas, extraindo o máximo potencial de cada cultivar. Quando comparamos as produtividades agrícolas atuais com as últimas décadas, vemos que o aumento da produção foi bastante significativo, com pouco ou quase nenhum aumento de área cultivada. Muito deste sucesso se deve à pesquisa e inovação que a cada dia lança novas tecnologias para serem adotadas pelos agricultores, assim como veremos nestas tecnologias que serão discutidas neste informativo. Inoculante para gramíneas O nitrogênio é o elemento requerido em maior quantidade pela grande maioria das culturas, embora o ar atmosférico seja altamente concentrado em nitrogênio, as plantas não conseguem absorver satisfatoriamente este 11

12 elemento na forma gasosa e, por isso, o fornecimento de nitrogênio para as culturas é feito via adubação química. Estes fertilizantes usados para suprir a demanda das plantas em nitrogênio são caracterizados pelo alto custo econômico, além de um alto custo energético para sua produção. O N aplicado ao solo na forma de fertilizantes minerais pode ser absorvido pelas plantas, ou pode ser perdido por processos de lixiviação, volatilização, erosão e desnitrificação ou ainda permanecer no solo na forma orgânica. Podemos dizer que a soja é uma cultura rentável no Brasil graças à fixação biológica de nitrogênio (FBN). Através do tempo, a pesquisa selecionou estirpes altamente eficientes de bactérias do gênero Rhizobium e Bradyrhizobium, permitindo a fixação de grandes quantidades de nitrogênio e resultando em elevadas produtividades sem a adição de nitrogênio químico. Embora a tecnologia de simbiose entre a soja e as bactérias descritas seja muito bem conhecida e altamente eficiente, para as gramíneas essa tecnologia é bem mais recente e ainda não se atingiu os patamares de fornecimento de nitrogênio a ponto de se trocar totalmente ou quase totalmente o fornecimento químico de nitrogênio pelo fornecimento via fixação biológica. Diferentemente das bactérias que fazem a simbiose com leguminosas, que formam nódulos nas raízes das leguminosas e não sobrevivem fora destes nódulos, as bactérias que fornecem nitrogênio para as gramíneas, são bactérias de vida livre, ou seja, não formam nódulos nas raízes das gramíneas e podem estar tanto dentro quanto fora das raízes. Desta forma, os inoculantes utilizados na FBN para gramíneas são bactérias do gênero Azospirillum que fixam biologicamente o nitrogênio da atmosfera disponibilizando o nutriente às plantas que podem utilizar este nutriente nas mais diversas funções metabólicas que o nitrogênio faz parte. Assim como no caso das leguminosas, a FBN para gramíneas apresenta várias vantagens com relação ao fornecimento do nitrogênio via fertilizantes químicos: o preço da inoculação quando comparado com a adubação química é altamente vantajoso, além disso, a FBN fornece o chamado nitrogênio limpo, uma vez que não é necessária a queima de combustíveis fósseis para sua produção como acontece no caso dos fertilizantes químicos. O milho requer grandes quantidades de nitrogênio, desde as primeiras fases de desenvolvimento até o enchimento dos grãos, sendo assim, é necessário uma tecnologia que possa disponibilizar o nutriente durante o ciclo da cultura, e não somente em determinados períodos, como acontece normalmente nos cultivos nos quais o nitrogênio é fornecido no plantio e mais uma vez na cobertura. O fornecimento via FBN garante uma disponibilidade de nitrogênio ao longo do ciclo e, com isso, a planta pode aproveitar melhor o nutriente nas diferentes fases de desenvolvimento. 12

13 A maioria das gramíneas se beneficia com as bactérias inoculadas. Na associação dos Azospirillum e Brachiaria, os benefícios são evidentes, pois proporciona um saldo positivo na relação solo-planta, permitindo uma maior longevidade da pastagem para uma produtividade sustentável. Essa associação aumenta a absorção de água e nutrientes, aumenta a tolerância a estresses como salinidade e seca, resultando em uma planta mais vigorosa e produtiva, o que deve ser relacionado pelo maior crescimento radicular e melhor nutrição das plantas. Tais resultados podem ser obtidos mesmo em condições de déficit hídrico ou baixa fertilidade, devido ao efeito hormonal que promove a expansão do sistema radicular e a fixação biológica de nitrogênio. Portanto, se comparado o uso desses microrganismos com os fertilizantes, o saldo é positivo, devido às vantagens econômicas e ao pouco impacto ambiental. O adubo de última geração O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, sendo que mais da metade desses são importados. A correção da acidez do solo e a adubação mineral, sobretudo com N, P e K, representam a maior parcela, normalmente acima de 30% dos custos variáveis de produção de culturas no País. A expansão de cultivos tecnificados com espécies anuais oleaginosas, cereais e fibras está entre as principais causas da crescente demanda por fertilizantes e sua importação. A realidade no campo é que, na carência de informações atualizadas e respaldadas pelas instituições de pesquisa, é cada vez mais comum grande número de agricultores realizarem adubações desnecessárias ou superdimensionadas visando incrementos adicionais de produtividade, sem maiores critérios na definição de dosagens dos fertilizantes. Por outro lado, a eficiência do uso de fertilizantes é relativamente baixa, de modo que as quantidades de nutrientes aplicados via fertilizantes são maiores que as quantidades efetivamente requeridas pelas culturas. Diante desse cenário, novas fontes e alternativas tecnológicas ou de manejo que possam aumentar a eficiência de uso de fertilizantes e, consequentemente, reduzir as quantidades aplicadas são de extrema importância quanto aos aspectos econômico, ambiental e social. Neste contexto, os fertilizantes de liberação lenta têm por objetivo fornecer às plantas os nutrientes de forma gradual. Com isso, reduzindo a quantidade de aplicações, reduzem-se os gastos com mão-de-obra na aplicação e, consequentemente, minimizam os danos às sementes e ao sistema radicular da planta, além das poucas perdas, minimizando a poluição ao meio ambiente. 13

14 Normalmente, nos fertilizantes de liberação lenta ou controlada, o grânulo do fertilizante é recoberto por derivados de uréia, como poliamidas, por uma película de enxofre elementar ou polímeros de diferente natureza. Os adubos com polímero de disponibilidade controlada atrasam a liberação ou incrementam a disponibilidade dos nutrientes ao longo do tempo, através de diferentes mecanismos, sendo a disponibilização das plantas por período maior de tempo e aumentando a absorção pelas plantas e, assim, reduzindo as perdas por lixiviação e volatilização. O processo de encapsulação influi diretamente no mecanismo e intensidade do processo de liberação. A espessura e a natureza química da resina de recobrimento, a quantidade de microfissuras em sua superfície e o tamanho do grânulo de fertilizante também contribuem para determinar a curva de liberação de nutrientes ao longo do tempo. Na literatura podemos encontrar diversos tipos de fertilizantes de liberação lenta ou controlada, que podem ser divididos em três diferentes classes, sendo: os de primeira classe - constituídos por formulações obtidas por intercalação de fertilizantes solúveis em argilominerais ou óxidos hidróxidos lamelares; os de segunda classe - a liberação de fertilizante para as plantas é realizada por meio de polímeros que podem ser biodegradados por microrganismos presentes no solo; os de terceira classe -compreendem os fertilizantes solúveis revestidos por materiais inertes e porosos. A liberação do fertilizante, neste caso, é controlada por difusão através do revestimento. Bioativadores e bioestimulantes Os solos do Cerrado se caracterizam pelo seu alto grau de intemperismo e, devido a esta característica, possuem boa profundidade e são bastante permeáveis. Porém, normalmente são solos de alta acidez, com pouca reserva de nutrientes, baixa CTC e, principalmente, com uma alta capacidade de adsorção de ânions, especialmente os fosfatos. Na aplicação de fertilizantes, boa parte destes nutrientes fica adsorvida nos colóides, principalmente nos óxidos de ferro e de alumínio presentes no solo. Nos diversos estádios da planta, como a germinação, crescimento vegetativo, florescimento, frutificação e maturação podem ser afetados por diversos fatores, sendo que os hormônios vegetais desempenham um papel importante no controle do desenvolvimento dos componentes que interferem na produtividade. Conhecer a respeito dos locais de produção, biossínteses, vias de transporte, estrutura química, mecanismo de ação e efeitos fisiológicos destas substâncias é importante para estudos que visam alterar as respostas das plantas, através da manipulação destas e/ou a aplicação de seus similares. 14

15 Com isso, surgem os bioativadores que são compostos orgânicos, não nutrientes, aplicados na planta, que em pequenas quantidades promovem, inibem ou modificam os processos morfológicos e fisiológicos da planta, através dos radicais funcionais que formam complexos orgânicos com o cálcio, magnésio e o alumínio, neutralizando assim a sua toxidez e aumentando a mobilidade de nutrientes no perfil do solo. Os bioativadores ocupam os sítios de adsorção de fósforo, aumentando a sua disponibilidade para as plantas, otimizando o uso de fertilizante e aumentando a atividade microbiológica do solo. Os hormônios vegetais (auxinas, giberilinas, citocininas e etileno) são fundamentais às plantas, e quando adicionados a outras substâncias como os aminoácidos, nutrientes e vitaminas dão a origem aos bioestimulantes. Os bioestimulantes são capazes de modificar o crescimento e atuar na transcrição genética, na expressão gênica, ativando proteínas e enzimas metabólicas, ou seja, alterando os processos metabólicos e fisiológicos da planta e, consequentemente, aumentando a quantidade e a qualidade da produção. O aumento da eficiência fotossintética promove um maior enraizamento e a simbiose com organismos do solo e, portanto, uma maior resposta à adubação. Estudos mostram os benefícios dos bioativadores de solo em diversas culturas. Em estudos realizados com a cultura do feijão, observou-se o aumento da velocidade de germinação das plantas, o que, consequentemente, aumentou a altura de plântulas e maior quantidade de matéria seca e parte aérea avaliada após a semeadura. Em outros estudos realizados com a cultura do milho, não se observaram resultados com o bioestimulante na safra de 2009/2010 na produtividade do milho e no rendimento dos demais itens avaliados. Os bioativadores e bioestimulantes estão sendo muito utilizados na agricultura, pelo fato de aumentarem a absorção de água e dos nutrientes essenciais às plantas, conferindo-lhe ainda resistência a diversos fatores. Porém, ainda existe um grande campo para novos estudos a fim de se verificar a eficiência destes produtos de médio a longo prazo. Calcário líquido As limitações impostas pela acidez do solo podem ser solucionadas mediante a união dos esforços das áreas de melhoramento de plantas e de manejo do solo. Com relação ao manejo do solo, a primeira prática necessária ao cultivo de plantas não tolerantes à acidez é a calagem. Diversos trabalhos têm mostrado os efeitos positivos da calagem em solos tropicais. Além de provocar mudanças no ph, Ca, Mg e Al e aumentar a atividade biológica e a eficiência dos fertilizantes, a calagem nestes solos resulta ainda em: 1) aumentos das cargas dependentes de ph e, consequentemente, 15

16 da CTC; 2) diminuição na capacidade de adsorção de fósforo; 3) indução, dependendo da quantidade e profundidade de incorporação, de um maior desenvolvimento do sistema radicular em profundidade. Estes efeitos são extremamente importantes para estes solos. Pesquisas em andamento sobre o desenvolvimento de novos produtos destacam o carbonato de cálcio moído com partículas na granulometria manométrica, e mais atual ainda é o recém-lançado calcário liquido. Segundo dados fornecidos pelo fabricante, o calcário líquido é um fertilizante fluido de alta concentração, para uso via solo, com alto teor de corretivo de acidez de solo para as mais diversas culturas que necessitam de calagem. Segundo o fabricante, este produto possui alta concentração de cálcio e magnésio, solução líquida com a tecnologia de nano partículas. Segundo dados fornecidos pelo consultor técnico da empresa fabricante do produto, a aplicação de cinco litros do calcário líquido equivalem à aplicação de uma tonelada do calcário em pó convencional. Segundo o consultor, o produto em questão apresenta diversas vantagens em comparação ao calcário convencional, sendo as principais: facilidade na aplicação, uma vez que o mesmo pode ser aplicado via pulverização, sem necessidade de incorporação; alta reatividade quando comparado ao calcário convencional, além de grande solubilidade em água. Sendo assim, o produto potencializa o efeito da correção do ph, além de fornecer Ca e Mg em concentrações adequadas para as culturas. Ainda não há registros comprobatórios da eficiência deste produto em campo, sendo que há muita pesquisa a ser realizada para se conhecer os reais efeitos deste produto no campo e sua real eficácia agronômica. De qualquer forma, o produto surge como uma tecnologia promissora e, caso sejam comprovados os seus resultados de forma benéfica, esta tecnologia logo estará difundida nos mais diversos campos de produção de diferentes cultivos agrícolas. Referências bibliográficas ALMEIDA, A. S.; et al. Bioativador no desempenho fisiológico de sementes de cenoura. Revista Brasileira de Sementes, vol. 31, nº 3, ALVAREZ V., H.V. Avaliação de fertilidade do solo: superfícies de resposta, modelos aproximativos para expressar a relação fator-resposta. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, p. ALVES, G. C. Estudos da interação da Bactéria BR de Herbaspirillum seropedicae com plantas de milho. Tese (Doutorado), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ASSIS, R.T.; TOMAZ, H.V.Q. O cerrado hoje e o seu potencial de produção agrícola. In: SILVA, J.C.; SILVA, A.A.S. Sustentabilidade Produtiva do Cerrado. Uberlândia: Composer, p

17 BANZATTO,D.A. & KRONKA, S.N. Experimentação Agrícola. Jaboticabal, FUNEP, P. CASTRO, P. R. C.; VIEIRA, E. L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, COELHO, L. F.; FREITAS, S. S.; MELO, A. M. T. et al. Interação de bactérias fl uorescentes do gênero Pseudomonas e de Bacillus spp. com a rizosfera de diferentes plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31, p , COELHO, L. F.; FREITAS, S. S.; MELO, A. M. T.; et al. Interação de bactérias fl uorescentes do gênero Pseudomonas e de Bacillus spp. com a rizosfera de diferentes plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31, p , CONCEIÇÃO, O. P. et al. Resposta do milho à inoculação com bactérias diazotrófi cas em solo de alto potencial produtivo no cerrado. XXXIII Congresso Brasileiro de Solos: Uberlândia, FONTES, M. P. F.; CAMARGO, O. A.; SPOSITO, G. Eletroquímica das partículas coloidais e sua relação com a mineralogia de solos altamente intemperizados. Scientia Agrícola, v.58, n.3, GIRARDI, E.A.; MOURÃO FILHO, F.A.A. Emprego de fertilizantes de liberação lenta na formação de pomares de citros. Revista Laranja, Cordeirópolis, v.24, n.2, p , HUNGRIA, M.; CAMPO, R.J.; MENDES, I.C. A importância do processo de fi xação biológica do nitrogênio para a cultura da soja: componente essencial para a competitividade do produto brasileiro. Londrina: Embrapa Soja, p. (Embrapa Soja. Documentos,283). (ISSN X; N 283). LIBERA, A. M. D. Efeito de bioestimulantes em caracteres fisiológicos e de importância agronômica em milho (Zea mays L.). Rio Grande do Sul: Ijuí, QUAGGIO, J. A. A acidez e calagem em solos tropicais. Campinas, Instituto Agronômico de Campinas, p. RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V.; V. H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5.aprox. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, p. RODRIGUES, H. C. S.; et al. Qualidade fi siológica de sementes de feijão tratadas com bioativador. UFPel, COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2013): 1000 exemplares CAPAL 17

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19 03 Circular Técnica Arejacy Antônio Sobral Silva¹ Gleuber de Oliveira Firmino² Maria José do Amaral e Paiva² Verônica Máximo² Daiane Borges Martins² Lerrane Carvalho Mingote² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduando do curso de Agronomia do UNIARAXÁ ADUBAÇÃO ANTECIPADA A crescente demanda mundial por alimentos e matérias-primas exige que o sistema agrícola seja cada vez mais eficiente, tanto na quantidade e qualidade do que é produzido, quanto nos custos de produção. Nesse contexto, há uma busca por novas formas de manejo que permitam que esse objetivo seja alcançado. Dentre muitos assuntos, a prática da adubação é um dos mais discutidos, pois ainda há muita divergência sobre quando e como adubar. Atualmente, uma técnica que está sendo muito usada e merece atenção, é a adubação antecipada, que consiste na aplicação, em pré-semeadura, dos nutrientes que seriam fornecidos nas adubações de plantio e cobertura, podendo ser realizada no cultivo do milho para as mais diversas finalidades (silagem, grãos, milho-verde, etc.). Dessa forma, aumenta-se o rendimento operacional da semeadora, pois reduz-se o tempo de parada para abastecimento, reduzindo também o número de conjuntos trator-semeadora e os custos operacionais, o que gera aumento na receita líquida se comparado ao sistema tradicional. Além disso, a eliminação da adubação de cobertura traz benefícios à qualidade do stand da lavoura, uma vez que a entrada de maquinário após o estabelecimento da cultura para realizar essa operação resulta no pisoteio e consequente perda de plantas. Para que o verdadeiro propósito da adubação antecipada seja atingido, toda a quantidade de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) requerida pelas culturas, deveria ser aplicada ao solo antes da semeadura. Entretanto, muitos produtores ainda não adotaram totalmente a essência dessa prática, antecipando apenas um ou dois dos nutrientes citados e o restante fornecido no plantio ou até mesmo em cobertura, comprometendo vários objetivos da adubação antecipada, seja por falta de conhecimento sobre a técnica ou por limitações em sua propriedade. O ideal seria realizar a aplicação a lanço, antes do plantio, de um fertilizante formulado que atendesse às demandas 19

20 nutricionais de N, P e K da cultura que será plantada e que utilizasse fontes que são menos sujeitas às perdas causadas pela interação com o solo e com os fatores climáticos. Assim, aumenta-se significativamente o rendimento do maquinário, reduzindo os custos. Porém, deve-se também garantir o aproveitamento dos nutrientes aplicados, recomendando-se, em alguns casos, onde as características do terreno exigirem, optar pela incorporação do fertilizante. Com relação às fontes dos nutrientes, o produtor deve optar pela que ofereça maior proteção contra os fatores climáticos e interações com o solo e que também apresente custo favorável. No caso do N, deve-se avaliar quais os riscos envolvidos, pois cada uma das diferentes fontes desse nutriente possuem vantagens e desvantagens específicas. A ureia quando aplicada sobre a superfície do solo pode sofrer grandes perdas por volatilização já o nitrato de amônio apresenta menores perdas por volatilização, mas possui custo mais elevado e pode ser perdido com mais facilidade por lixiviação, principalmente em situações de alta pluviosidade e solos mais arenosos e o sulfato de amônio, apesar de ser mais caro que a ureia, tem menores perdas por volatilização e está menos sujeito à lixiviação, se comparado ao nitrato de amônio, além de conter enxofre. Assim, para a escolha da fonte de N, devese considerar a forma de aplicação, o tipo de solo e as condições climáticas no momento da aplicação. Já no caso do P e do K, suas fontes mais usuais não apresentam grandes diferenças perante os fatores causadores de perdas. Deve-se, então, optar pelo que apresente custo menor por unidade de P solúvel, por exemplo, mono amônio fosfato, superfosfato simples e superfosfato triplo para o P, e o cloreto de potássio para o K. Devido às complexas interações do N no solo, sua aplicação antecipada ainda não é tão difundida quando comparada à P e K. Outro fator que contribui para que a aplicação antecipada de P e K seja mais comumente vista e estudada é a adoção do uso de inoculantes na cultura da soja, o que eliminou a adubação nitrogenada em seu cultivo. Firmino e colaboradores em trabalho realizado no campo experimental do curso de agronomia do Uniaraxá MG, verificaram que o desenvolvimento e a produção do milho, quando se aplicou ureia incorporada a cinco centímetros de profundidade dez dias antes do plantio, foi semelhante ao sistema tradicional, mostrando que essa alternativa pode ser usada no cultivo do milho nessa região. Resultados semelhantes, porém com o feijão, foram observados por outros autores, sendo que a época de aplicação do fertilizante nitrogenado não influenciou os parâmetros biométricos das plantas, utilizando ureia como fonte de nitrogênio, incorporada a cinco centímetros de profundidade, realizando aplicações antecipadas com cinco e dez dias antes do plantio. Guareschi e colaboradores também não observaram diferença entre a adubação fosfatada e potássica em semeadura e a lanço antecipada, 20

21 para a cultura da soja cultivada em Rio Verde GO. É importante ressaltar que quanto mais próximo do plantio for realizada a adubação antecipada, menor será o risco de perda dos nutrientes pela menor exposição aos fatores ambientais. Apesar de os estudos mostrarem que a adubação antecipada pode ser uma alternativa, é necessário que esta seja efetuada de maneira bastante criteriosa, para que não se torne fonte de problemas que podem resultar em prejuízos na safra e impactos ambientais. Os fertilizantes, ao serem aplicados ao solo, estão sujeitos a inúmeras interações físicas e químicas, tais como lixiviação, volatilização, fixação e imobilização, dependendo do nutriente e da fonte utilizada e também das características do solo. Cantarella e Duarte são pesquisadores e afirmam que a aplicação antecipada do nitrogênio pode ser uma prática de risco em solos arenosos, devido a sua maior suscetibilidade a perdas por lixiviação. Kurihara e Hernani também afirmam que a adubação antecipada só deve ser feita em solos com alta fertilidade e com teores de P e K acima dos níveis críticos; caso contrário, isso pode interferir na disponibilidade desses nutrientes às plantas e comprometer a sua produção. Assim, a adubação antecipada teria a finalidade de repor os nutrientes que serão exportados, mantendo a fertilidade do solo, uma vez que a cultura implantada usará os nutrientes já existentes no solo. Para que a eficiência da adubação antecipada seja garantida, além de seguir os cuidados citados acima, temos ainda duas ferramentas importantes que podem colaborar com essa técnica, o sistema de plantio direto (SPD) e os fertilizantes de liberação controlada. Adubação antecipada no SPD No sistema de plantio direto, usando-se o método de adubação tradicional, a quantidade de N recomendada na semeadura pode ser insuficiente para atender às exigências nutricionais das plantas nos estádios iniciais devido à carência de N na fase inicial causada pelo efeito da imobilização do N mineral. Dessa forma, a adubação antecipada pode ser uma solução para esse problema. O N aplicado antecipadamente pode ser momentaneamente imobilizado pela matéria orgânica, sobretudo pelos resíduos com alta relação carbono / nitrogênio (C/N), mas como teve sua aplicação antecipada, há tempo suficiente para que se torne disponível para a cultura subsequente. Nota-se que há um benefício mútuo entre essas duas técnicas. Assim como a adubação antecipada soluciona o problema causado pela imobilização do nitrogênio, o SPD, por sua vez, contribui para a melhoria da fertilidade do solo, possibilitando, assim, que fósforo e potássio também sejam aplicados antecipadamente, com segurança. Além disso, o SPD 21

22 possibilita um sistema produtivo mais sustentável, reduzindo a liberação de carbono para a atmosfera, devido à cobertura do solo pela palha, e também reduzindo a emissão de gases dos combustíveis fósseis pela diminuição das operações mecanizadas. Outro aspecto positivo que a adubação antecipada pode trazer ao SPD é propiciar maior produção de massa das plantas de cobertura. Quando se adota o SPD, uma maneira de se antecipar a adubação é aplicando parte do fertilizante ainda no cultivo da cobertura verde, o que possibilita o melhor desenvolvimento dessas plantas, produzindo uma boa palhada. Em um estudo conduzido pela Embrapa Solos, em Turvelândia GO, após um cultivo de soja, foi feito o plantio do milheto na primavera e algodão no verão. Foram feitas comparações entre as adubações, antecipada realizada ainda no cultivo do milheto e na linha de plantio do algodão. Os resultados do experimento mostraram que a adubação potássica realizada durante o cultivo do milheto foi benéfica, pois estimulou a produção de fitomassa. O milheto respondeu com um aumento de 45% de produção de matéria seca. Verificou-se também outra vantagem do sistema, pois para atingir produtividades próximas daquelas com a antecipação, o produtor deveria optar por 2 parcelamentos, o que tornaria o custo de produção mais alto. É importante ressaltar que no SPD a cobertura verde também tornará mais eficiente a ciclagem de nutrientes, reforçando a ideia de que a adubação tenha a finalidade de manter a fertilidade do solo em níveis satisfatórios. Assim, podemos afirmar que a adoção do SPD, juntamente com a antecipação da adubação, possibilita uma ação sistêmica, e não apenas pontual como no sistema tradicional. Fertilizantes de liberação controlada Levando em conta que a prática da adubação antecipada faz com que os fertilizantes aplicados permaneçam por mais tempo expostos aos agentes químicos e físicos responsáveis pelas perdas em sua eficiência e também por possíveis impactos ambientais, o uso de fertilizantes de liberação controlada ou revestidos, pode contribuir muito para que esses problemas sejam minimizados. Os fertilizantes de liberação controlada são recobertos por substâncias orgânicas, inorgânicas ou resinas sintéticas. Tais substâncias são, em sua maioria, derivadas de ureia, como poliamidas, de enxofre elementar ou, ainda, de polímeros das mais diversas naturezas. A espessura e a natureza química da resina de recobrimento, a quantidade de microfissuras em sua superfície e o tamanho do grânulo do fertilizante determinam a taxa de liberação de nutrientes ao longo do tempo. O emprego desses fertilizantes tem por finalidade disponibilizar os nutrientes para as culturas por um período 22

23 de tempo mais longo, na medida da necessidade da planta, otimizando a absorção e reduzindo as perdas. As principais vantagens dos fertilizantes de liberação controlada são: fornecimento regular e contínuo de nutrientes na época necessária para as plantas; menor frequência de aplicações; redução de perdas de nutrientes por lixiviação, desnitrificação, imobilização e ainda volatilização; eliminação de danos causados às sementes e raízes por altas concentrações de sais; maior praticidade no manuseio de fertilizantes; redução da poluição ambiental pelo nitrato e redução nos custos de produção. Fukuda e colaboradores verificaram a viabilidade da aplicação a lanço de ureia revestida por polímeros antecipadamente à semeadura, em relação à técnica tradicional de adubação de plantio e cobertura. Em outro estudo desenvolvido por Guareschi e colaboradores, a aplicação a lanço de superfosfato triplo e cloreto de potássio, revestidos por polímeros, 15 dias antes da semeadura, conferiu maior produção de massa seca, número de vagens por planta e produtividade de grãos de soja em relação aos fertilizantes convencionais. Sendo assim, percebe-se que os fertilizantes revestidos por polímeros são mais eficientes para garantir a nutrição mineral das plantas quando se visa a uma aplicação antecipada à semeadura. Apesar do grande potencial dos fertilizantes de liberação controlada para aumentar a eficiência de aproveitamento dos nutrientes, o uso de tais produtos ainda é limitado por apresentar custos mais altos quando comparados aos fertilizantes convencionais. Por isso, um maior número de estudos deve ser realizado, avaliando-se a eficiência da adubação antecipada, assim como os fertilizantes de liberação controlada, nas mais variadas culturas, envolvendo-se nitrogênio, fósforo e potássio, para que os benefícios dessa técnica sejam aproveitados ao máximo. Referências bibliográficas CANTARELLA, H.; DUARTE, A.P. Manejo da fertilidade do solo para a cultura do milho. In: GALVÃO, J. C. C.; MIRANDA, G. V., ed. Tecnologia de produção de milho. Viçosa, MG, Universidade Federal de Viçosa, p COLLAMER, D. J. et al., Sulfato de Amônio. In: IPNI. Informações Agronômicas nº 120. Piracicaba SP: International Plant Nutrition Institute Brasil, p FACRE, W. R. Ureia. In: IPNI. Informações Agronômicas nº 120. Piracicaba SP: International Plant Nutrition Institute Brasil, p FIRMINO, G. O.; SILVA, A. A. S.; PAIVA, M. J. A.; et al., S. Avaliação do Desenvolvimento de Plantas de Milho em Resposta à Antecipação da Adubação Nitrogenada. In: Mostra de Pesquisa do Uniaraxá,11., 2012, Araxá MG. 23

24 FONSECA, A. W. Adubação Antecipada de Nitrogênio na Cultura do Feijão p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Agronomia). Centro Universitário do Planalto de Araxá. Araxá MG, FUKUDA, A. J. F. et al. Avaliação dos Parâmetros Biométricos das Diferentes Fontes de Uréia Revestida com Polímeros. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 29. Agosto 2012, Águas de Lindóia. Anais..., Versão eletrônica. GIRARDI, E. A.; MOURÃO FILHO, F. A. A. Emprego de fertilizantes de liberação lenta na formação de pomares de citros. Revista Laranja, Cordeirópolis, v.24, n.2, p , GUARESCHI, R. F. et al. Adubação fosfatada e potássica na semeadura e a lanço antecipada na cultura da soja cultivada em solo de Cerrado. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 29, n. 4, p , out./dez GUARESCHI, R. F. et al. Adubação Antecipada na Cultura da Soja com Superfosfato Triplo e Cloreto de Potássio Revestidos por Polímeros. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 35, n. 4, p , KURIHARA, C. H.; HERNANI, L. H. Adubação da soja em plantio direto requer observação de alguns critérios. Revista Campo e Negócios, n. 4, MATOS, M. A.; SALVI, J. V.; MILAN, M. Pontualidade na operação de semeadura e a antecipação da adubação e suas infl uências na receita líquida da cultura da soja. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.26, n.2, p , MESQUITA, L. A.V. Nitrato de Amônio. In: IPNI. Informações Agronômicas nº 120. Piracicaba SP: International Plant Nutrition Institute Brasil, p. 6-7 SILVA, A. A. S. Fertilidade dos solos e produção de alimentos no cerrado. In: SILVA, J.C.; SILVA, A.A.S. Sustentabilidade Produtiva do Cerrado. Uberlândia: Composer, p SILVA, E. C.; TAKASHI, M.; BUZETTI, S.; et al. Manejo de nitrogênio no milho sob plantio direto com diferentes plantas de cobertura, em Latossolo Vermelho. Pesq. Agropec. Bras. 41: , COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2013): 1000 exemplares CAPAL 24

25 04 Circular Técnica Rafael Tadeu de Assis¹ Vidiane P. Zineli² Ronaldo Eurípedes da Silva² Watus Cleigson Alves da Costa² Igor Olivato² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduando do curso de Agronomia do UNIARAXÁ ARRANJO ESPACIAL DE PLANTAS NA CULTURA DA SOJA As várias alternativas de combinações de espaçamentos e densidades de plantas podem ser definidas como arranjo de plantas, ou seja, é a forma como as plantas estão distribuídas na área, o espaçamento entre linhas e a distribuição de plantas na linha. Teoricamente, o melhor arranjo de plantas é aquele que proporciona uma distribuição mais uniforme das plantas na linha de semeadura, possibilitando melhor utilização da luz, água e nutrientes. Dentre as práticas empregadas para a obtenção de maior produtividade nos cultivos agrícolas, destacam-se a escolha da densidade adequada de semeadura e do melhor arranjo entre as plantas. Em função disso, é que se procura diminuir os espaços entre as fileiras de plantas e aumentar a quantidade de plantas por área, buscando aumentar a produtividade de grãos. Para aumentar a densidade de semeadura, tem-se também que observar alguns fatores como a cultivar, o nível de fertilidade, a umidade do solo e o grau de tecnologia a ser usado. Outro item relacionado com o aumento do número de plantas por unidade de área é a redução do espaçamento entre fileiras. A diminuição do espaçamento entre as linhas de plantas está diretamente relacionada com a competição com as plantas daninhas, em que o menor espaçamento entre linhas irá dificultar sua germinação e estabelecimento. A redução do espaçamento também permite melhor arranjo e distribuição espacial das plantas, possibilitando assim, melhor absorção de nutrientes e melhor absorção de água. Atualmente, novas tecnologias de plantio veem ganhando cada vez mais seguidores, sendo as que mais se destacam: o plantio cruzado, o plantio em linhas duplas e o adensamento de plantas na linha de cultivo. Neste informativo discutiremos os principais pontos relacionados a estas diferentes tecnologias. 25

26 Densidade convencional de plantio da cultura da soja O plantio de uma lavoura deve ser muito bem planejado, pois determina o início de um processo de cerca de 130 dias e que afetará todas as operações envolvidas, além de determinar as possibilidades de sucesso ou insucesso da lavoura. A densidade de plantio varia, basicamente, com a cultivar e com a disponibilidade de água e nutrientes. Uma análise das cultivares de soja disponíveis mostra que a densidade normalmente recomendada pode variar entre a plantas por hectare ou 30 a 32 plantas por m². Variações de 20% nesse número, para mais ou para menos, não alteram significativamente o rendimento de grãos para a maioria dos casos, desde que as plantas sejam distribuídas uniformemente, sem muitas falhas. O cuidado com a distribuição de sementes nas fileiras, a profundidade do plantio e o espaçamento entre fileiras são fatores determinantes para a obtenção da máxima qualidade de plantio e seu efeito sobre as operações subsequentes e a produtividade da lavoura. Nas épocas indicadas de semeadura, devem ser empregados espaçamentos de 20 a 60 cm entre as fileiras. Em condições que favorecem a ocorrência de acamamento de plantas, pode-se corrigir o problema, sem afetar o rendimento, reduzindose a população em 20%. Por outro lado, quando a semeadura é realizada tardiamente - no final da época indicada - sugere-se o acréscimo de 20% na população de plantas, com vistas a compensar a redução de estatura da planta em função do encurtamento do subperíodo vegetativo. Em função de avanços nos sistemas de semeadura, desde a maior precisão das semeadoras, de cultivares mais adaptadas, de melhoria da capacidade produtiva dos solos, de adoção de práticas conservacionistas, de cobertura vegetal do solo e da semeadura direta, entre outros fatores, a população padrão de plantas de soja foi reduzindo gradativamente nas últimas décadas, partindo de uma população de 400 mil para, aproximadamente, 300 mil plantas por hectare, porque as condições acima permitem melhor crescimento e maior rendimento por planta. Esse número de plantas pode variar, ainda, em função da cultivar e/ou do regime de chuvas da região no período de implantação e de crescimento das plantas e da data de semeadura. Além destes, outros fatores são fundamentais para a obtenção do máximo da expressão do potencial produtivo das cultivares visando ao aumento da produtividade e rentabilidade da cultura, tais como o tipo de solo, profundidade, topografia, irrigação, adubação, calagem, irrigação, controle de doenças, pragas e plantas invasoras. 26

27 Plantio cruzado Uma nova prática agrícola que está ganhando projeção entre os sojicultores é o plantio cruzado. O plantio cruzado surgiu no Brasil através dos arremates dos talhões de soja, onde algumas linhas se cruzavam e formavase um xadrez. Aos poucos alguns produtores começaram a observar que estas plantas passaram a produzir ainda mais com este adensamento, e resolveram fazer pequenos testes em suas propriedades. O plantio cruzado consiste em se cruzar linhas de forma que se desenhe na lavoura um tabuleiro de xadrez. Esta prática vem sendo testada por vários produtores brasileiros e muitos garantem sua eficácia. Alguns produtores apenas aumentam de 20 a 50% o número de plantas por hectare enquanto outros dobram não só a população, como a adubação. A colheita ocorre da mesma maneira que em uma lavoura com as linhas paralelas, porém no plantio é necessário a passagem da plantadeira duas vezes na área para cruzar as linhas. Escolhendo um cultivar de qualidade e que seja resistente ao acamamento, combinado a um bom manejo, é muito provável que o produtor eleve sua produção. Como o número de plantas aumenta na área, irá ocorrer maior competição entre plantas, o que induzirá a lavoura a ganhar maior altura, daí a importância de um cultivar resistente ao acamamento. Outro ponto que deve ser observado é a incidência de pragas e doenças, já que neste sistema as plantas ficarão mais propensas a esse ataque devido ao microclima criado pelo arranjo de plantas; logo, é necessário um monitoramento maior para evitar grandes perdas na produção. Deve haver cuidados também com o solo que sofre com a compactação ocasionada pela plantadeira por passar duas vezes dentro da mesma área. É necessário analisar o custo-benefício desta prática, pois o investimento em sementes e insumos será maior, e a produção não depende só do plantio, os cuidados ao longo do ciclo são essenciais para garantir a qualidade do grão. Recomenda-se aumentar de 20 a 50% da população de sementes por hectare, induzindo a planta a aumentar seu potencial individual. Também não é necessário dobrar a adubação, somente aumentar proporcionalmente. O espaçamento entre linhas é o mesmo que em uma lavoura de linhas paralelas, de 45 a 50 cm, e é necessário ficar atento ao ataque de pragas para que seja combatido no início. A lavoura aumentará sua produtividade, não só pelo maior número de plantas, mas também pela melhor distribuição destas na área. 27

28 Plantio em linhas duplas A utilização correta do espaçamento para as diversas culturas agrícolas é prática cultural de baixo custo e de fácil entendimento e adoção pelos agricultores. O uso do espaçamento adequado de plantas, além de contribuir para maximizar a produtividade, uniformiza a maturação, interferindo, ainda, sobre o controle de plantas daninhas e pode representar uma estratégia importante para a utilização mais eficiente de alguns fatores de produção, como luz, água e nutrientes. O rendimento máximo que pode ser alcançado pela soja é determinado pela otimização da capacidade da planta de maximizar a interceptação da radiação solar durante os estádios vegetativo e reprodutivo. A radiação solar é elemento primordial na exploração agrícola, e a máxima exploração da energia solar, ou seja, sua transformação e fixação na forma de substâncias fotossintetizadas é o que se busca na agricultura. Sendo assim, a busca por arranjos espaciais nos quais a planta consiga interceptar a radiação solar de forma mais eficiente e com isso consiga alcançar maiores patamares produtivos, sem interferir drasticamente nos métodos de manejo, tem sido alvo intenso de pesquisas. Observando os resultados de produtividade de alguns produtores, verificamos que o plantio cruzado mostrou-se uma tecnologia eficiente para ampliar a produção por área. Porém, as dificuldades operacionais nos tratos culturais da lavoura dificultam a expansão desta tecnologia e abre as portas para estudos relacionados a novas formas de disposição das linhas de plantio. Resultados de produtividade obtidos em outros países, onde o plantio em linhas duplas já é uma realidade, levam-nos a admitir que esta tecnologia poderá se encaixar perfeitamente nas ambições relacionadas ao aumento de produtividade, além de ser operacionalmente mais fácil de realizar com o maquinário disponível. O plantio em fileiras duplas já é utilizado com sucesso em outros cultivos para facilitar algumas práticas de manejo. Esta tecnologia de plantio em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) facilita a mecanização; b) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e c) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Entendem-se como linhas duplas para a cultura da soja, aquelas agrupadas em duas linhas distanciadas de 0,30 m, mantendo-se a distância de 0,50 m entre as linhas duplas das linhas duplas localizadas ao lado. 28

29 Foto: GDT (Grupo de Desenvolvimento de Tecnologia) Soja super adensada De acordo com as indicações técnicas para o cultivo da soja na região Centro-Sul do Brasil, o espaçamento entrelinhas a ser praticado varia de 20 a 50 cm. Essa recomendação é um tanto ampla, visto que diferenças fisiológicas e edafoclimáticas estão em questão no momento da escolha da distância entrelinhas. Apesar de existir um grande número de trabalhos sobre o assunto, ainda é insuficiente o volume e, principalmente, a consistência das informações geradas sobre o arranjo de plantas na lavoura, levando em consideração a diversidade varietal, no que tange às questões relacionadas ao progresso das doenças. A escolha do genótipo utilizado passa a ser preponderante para a definição do arranjo de plantas na área, levando em conta que algumas cultivares respondem ao adensamento e outras não. O estreitamento das entrelinhas pode estabelecer características diferenciadas do ponto de vista da patogênese, fisiologia da planta e tecnologia de aplicação. O rápido fechamento das entrelinhas estabelece condições de menor circulação de ar e maior umidade, podendo favorecer a incidência de doenças. A condição mais favorável para a patogênese se estabelece principalmente no terço inferior pelo microclima formado abaixo da camada de folhas, onde a amplitude térmica é menor e o orvalho tem sua evaporação retardada, determinando um tempo de molhamento foliar superior a 10 horas por dia, ideal para a germinação e infecção do esporo. A cobertura do solo mais rápida devido ao menor espaçamento entrelinhas proporciona maior umidade no interior do dossel, culminando em aumento da severidade da doença. Além disso, características fisiológicas do terço médio e inferior podem estar sendo suprimidas ou pouco exploradas agronomicamente, devido ao arranjo de plantas inadequado à cultivar. O sombreamento precoce das folhas do terço médio e, principalmente, inferior da planta, causado pelo estreitamento entrelinhas, pode acelerar a senescência de folhas, prejudicando o potencial produtivo da cultura. 29

30 Por tudo isso, há notável dificuldade de proteção química em todo o dossel da planta, principalmente dos terços médio e inferior. Com a penetração e cobertura de gotas prejudicadas, o ingrediente ativo não consegue atingir o alvo em quantidade e qualidade adequadas, reduzindo o residual de controle, obrigando a uma nova aplicação e, consequentemente, encurtando o intervalo entre aplicações. Referências bibliográficas ARANTES, N. E.; SOUZA, P. M. Cultura da soja nos Cerrados. Belo Horizonte: POTAFOS, p. BONATO, E.R.; BONATO, A.L.V. A soja no Brasil: história e estatística. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, p. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 21). BARNI, N. A.; GOMES, J. E. S.; GONÇALVES, J. C. Efeito da época de semeadura, espaçamento e população de plantas sobre o desempenho da soja (Glicyne max (L.) Merrill), em solo hidromórfico. Agronomia Sulriograndense, v. 21, n. 2, p , CÂMARA, G. M. S. Desempenho produtivo dos cultivares de soja IAC-17, IAC-12 e IAC-19, semeados em três épocas de semeadura e em cinco densidades de plantas. Piracicaba, 1998a. 165 p. Tese (Livre-Docência) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo. CÂMARA, G. M. S. Fenologia da soja. Informações Agronômicas, n. 82, p. 1-6, 1998b. CÂMARA, G. M. S.; HEIFFIG, L. S. Fisiologia, ambiente e rendimento da cultura da soja. In: CÂMARA, G. M. S. (Ed.). Soja: tecnologia da produção. Piracicaba: ESALQ/LPV, p EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa da Soja. Recomendações técnicas para a cultura da soja na região Central do Brasil. Londrina: Embrapa, p. HEIFFIG, L. S. Plasticidade da cultura de sojan (Glycine max (L.) Merrill) em diferentes arranjos espaciais. Dissertação Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz USP. Piracicaba, HEIFFIG, S.L.; CÂMARA, S.M.G.; MARQUES, A.L.; et al. Fechamento e índice de área foliar da cultura da soja em diferentes arranjos espaciais. Bragantia, Campinas v.65, n.2, p , NAKAGAWA, J.; MACHADO, J.R.; ROSOLEM, C.A. Efeito da densidade de 30

31 plantas no comportamento de cultivares de soja. Científi ca, v.15, n.112, p.23-36, PELUZIO, J. M.; GOMES, R. S.; ROCHA, R. N. C.; et al. Densidade e espaçamento de plantas de soja cultivar Conquista em Gurupi -TO. Bioscience Journal, v. 16, n. 1, p. 3-13, PIRES, J. L. F.; COSTA, J. A.; THOMAS, A. L. Rendimento de grãos de soja infl uenciado pelo arranjo de plantas e níveis de adubação. Pesquisa agropecuária Gaúcha, v.4, n. 2, p , PIRES, J. L. F.; COSTA, J. A.; THOMAS, A. L.; et al. Efeito de populações e espaçamentos sobre o potencial de rendimento da soja durante a ontogenia. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35, n. 8, p POTAFÓS. Como a planta de soja se desenvolve. Piracicaba. Arquivo do Agrônomo. n.11, p RAMBO, L.; COSTA, J.A.; PIRES, J.L.P.; et al. Rendimento de grãos da soja em função do arranjo de plantas. Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.3, p , maio-jun, TOURINO, M.C.C.; REZENDE, P.M.; SALVADOR, N. Espaçamento, densidade e uniformidade de semeadura na produtividade e características agronômicas da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasileira, v.37, n.8 p , VINTMIMIGLIA, L. A.; COSTA, J. A.; THOMAS, A.L.; et al. Potencial de rendimento da soja em razão da disponibilidade de fósforo no solo e dos espaçamentos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília/DF, V.34, n.2, p , fev COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2013): 1000 exemplares CAPAL 31

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33 05 Circular Técnica Arejacy Antônio Sobral Silva¹ Thayse Souza Lara² Ivanice Aparecida Ribeiro² Nayara Aparecida da Silva² Amarildo José Carneiro Filho² Rodrigo Tavares Ferreira² João Vitor Cassiano Alves Gabriotti² João Sanches Cardoso² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduando do curso de Agronomia do UNIARAXÁ ADUBAÇÃO VERDE: UM PASSO PARA UMA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL Há décadas, a fertilização do solo, em busca da maior produção em lavouras, vem sendo utilizada por produtores rurais. Os adubos verdes são uma valiosa fonte de nutrientes que proporcionam à cultura implantada rendimentos em produção de forma ecologicamente correta, além de melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo. A revolução verde ficou marcada pela expansão e modernização da agricultura nacional, porém houve consequências negativas como o empobrecimento do solo, aumento da erosão, aumento de custos, entre outros, devido à ausência de práticas conservacionistas. O discurso pela agricultura sustentável tem ressuscitado práticas como adubação orgânica, cultivo mínimo, rotação de culturas e adubação verde. Prática conservacionista, a adubação verde consiste no cultivo de certas espécies de plantas que são incorporadas ou mantidas na superfície do solo, geralmente antes de produzir sementes, com a finalidade de aumentar ou assegurar a capacidade produtiva do solo. A proteção proporcionada pela palha sobre a terra, além de funcionar como barreira física à chuva e raios solares, fornece condições para o incremento da vida no solo. E ainda disponibiliza nutrientes para a cultura que será plantada em seguida. Leguminosas As leguminosas são as plantas mais utilizadas para adubação verde, pois apresentam, através de relação simbiótica com bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium, capacidade de fixar N2 atmosférico. Parte do nitrogênio acumulado na planta, após sua decomposição, será disponibilizado para plantas cultivadas na sequência. As leguminosas ainda possibilitam a extração de elementos menos solúveis e a mobilização de 33

34 nutrientes de camadas profundas do solo através de seu sistema radicular mais profundo, disponibilizando os nutrientes à cultura subsequente através de sua decomposição. São exemplos de leguminosas usadas como adubos verdes, as crotalárias (Crotalaria spp), o tremoço (Lupinus albus) o guandu (Cajanus cajan), o estilosantes (Stilosanthes spp), as mucunas (Mucuna spp), etc. Tabela 1: forma de semeadura, profundidade, a lanço e linha. Adubos Verdes de Verão Identificação Profundidade (cm) Profundidade (cm) Semeadura Profundidade (cm) Profundidade Profundidade Profundidade Profundidade (cm) (cm) (cm) (cm) Profundidade (cm) (cm) (cm) (cm) Fonte: Piraí Sementes: O resultado que garante o futuro. Gramíneas Algumas espécies de gramíneas têm merecido destaque na adubação verde, pela capacidade de acumular elevadas quantidades de matéria verde mesmo em condições de baixa fertilidade do solo. São plantas que apresentam elevado desenvolvimento radicular superficial, favorecendo atividade de microrganismos benéficos ao solo. A palhada das gramíneas é mais pobre em nitrogênio, sendo por isso, decomposta mais lentamente, protegendo o solo por mais tempo dos efeitos adversos das chuvas e calor. São exemplos de gramíneas usadas como adubos verdes o milheto (Pennisetum glaucum), a aveia (Avena spp), o azevém (Lolium multiflorum), a braquiária (Brachiaria spp), etc. Consórcio Outra forma de utilização dos adubos verdes é na forma de consórcio ou coquetel entre leguminosas e gramíneas, ou ainda, usando outras famílias botânicas, podendo assim obter uma fitomassa com relação carbono/ nitrogênio (C/N) - proporção de carbono contida no material em relação ao nitrogênio, intermediária àquela das espécies em culturas solteiras. 34

35 Nas regiões mais quentes, onde o processo de decomposição da matéria orgânica é mais acelerado, para uma maior estabilidade da cobertura morta no plantio direto, recomenda-se, como plantas de cobertura na rotação, o uso de gramíneas ou o consórcio de gramíneas com leguminosas e/ou, outras famílias de plantas. Alelopatia Alelopatia é a propriedade que algumas plantas têm de produzir substâncias que inibem o crescimento ou desenvolvimento de outras plantas. Plantas de feijão apresentaram menores índices de germinação sobre palhada de tremoço branco e crotalária juncea, ocorrendo redução na população e altura de plantas, na produção final de grãos e número de vagens por planta. Dessa forma, os adubos verdes podem contribuir para a diminuição de plantas infestantes na área de cultivo. Preparo para plantio e manejo Recomenda-se que sejam feitas as operações de aração e gradagem apenas no primeiro ano e que, nos anos seguintes, se utilize mecanização reduzida, mantendo o solo coberto, realizando o novo plantio sem que seja feito um novo preparo. Em solos de primeiro plantio, se uma leguminosa for utilizada, é necessária a inoculação com bactérias do gênero Rhizobium. A utilização de nitrogênio via adubação química não é recomendada por ser prejudicial ao crescimento das bactérias fixadoras de nitrogênio, quando a inoculação é realizada. O plantio deve ser realizado utilizando-se técnicas adequadas (Tabela 1) e sementes de boa qualidade, de fonte idônea. A época de corte ou incorporação vai depender da espécie, por isso a importância de se conhecerem todas as características do adubo verde que será utilizado. O corte pode ser feito de acordo com o equipamento disponível pelo produtor, pode ser feito com roçadeira, gradagem ou acamadas com rolo faca. Efeitos da adubação verde nas características do solo A adubação verde permite ainda o aporte de quantidades expressivas de fitomassa, possibilitando uma elevação no teor de matéria orgânica do solo ao longo dos anos, consequentemente, obtendo um aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo, retendo mais nutrientes junto às partículas do solo, reduzindo perdas de nutrientes por lixiviação. 35

36 Ao utilizar plantas que expandem seu sistema radicular para horizontes profundos do solo como adubos verdes, elas absorvem nutrientes das camadas subsuperficiais do solo, onde algumas culturas não conseguiriam ter acesso. Dentre as propriedades físicas do solo afetadas pelo aumento dos teores de matéria orgânica, podemos citar estabilidade de agregados, densidade global, porosidade, taxa de infiltração de água e retenção de umidade. A presença de material orgânico favorece a atividade dos organismos do solo, seus resíduos servem como uma fonte de energia e nutrientes, a manutenção da cobertura vegetal permite redução nas oscilações térmicas e de umidade, criando condições que favorecem o desenvolvimento dos organismos do solo. Uma maior atividade biológica do solo aumenta a reciclagem de nutrientes, permitindo inclusive o melhor aproveitamento dos fertilizantes aplicados ao solo. Considerações finais Para o melhor resultado da adubação verde, deve-se levar em conta a quantidade de massa vegetal produzida, a inoculação das sementes de leguminosas com bactérias do gênero Rhizobium e o tempo de adoção do sistema. Capaz de manter a fertilidade do solo, a adubação verde colabora para o aumento da produtividade agrícola. Porém, deve-se estar atento e não esperar respostas imediatas, uma vez que os benefícios oriundos da adição de matéria orgânica ao solo são mais significativos a médio e longo prazos. Outro fator importante a ser considerado pelos agricultores relaciona-se à rotação de cultura que ajudará na diversificação de espécies utilizadas. A utilização de uma única espécie vegetal pode trazer os mesmos inconvenientes da monocultura. Recomenda-se não plantar espécies pertencentes às mesmas famílias botânicas. Por exemplo, se a próxima cultura a ser implantada na área for feijão, o adubo verde plantado anteriormente não deve ser crotalária ou tremoço, pois todas essas plantas são leguminosas. O ideal, nesse caso, é que o adubo verde que antecederá o feijão seja, por exemplo, o milheto, braquiária, girassol, etc. Assim, os benefícios obtidos serão maiores. Referências bibliográficas ALVARENGA, D.A. Efeitos de diferentes sistemas de semeadura na consorciação milho-soja. Universidade Federal de Lavras, p. 36

37 AMABILE, R.F.; CARVALHO, A.M. Histórico da adubação verde. Cerrado Adubação Verde. Embrapa Cerrados. Ed. Embrapa, p Planaltina DF, ANUNCIAÇÃO,G.da.C.F. Infl uência da adubação verde na fertilidade do solo cultivado com Coffea arábica com enfoque em macronutrientes.instituto Federal de educação, ciência e tecnologia do sul de Minas Gerais- campos Muzambinho.2010 BARRADAS,C.A.A. Manual técnico 25 Adubação verde.programa Rio rural Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária,Pesca e Abastecimento,Superintendência de Desenvolvimento Sustentável.Rio de Janeiro.2010 CARVALHO, B. G. de. Avaliação da Produção do Feijoeiro em Plantio Rotacionado com Adubos Verdes. Trabalho de Conclusão de Curso Centro Universitário do Planalto de Araxá. Araxá MG, ESPÍNDOLA, J.A.A.; GUERRA, J.G.M.; ALMEIDA, D.L. de. Adubação verde: Estratégia para uma agricultura sustentável. Seropédica: Embrapa- Agrobiologia, p. (Embrapa-CNPAB. Documentos, 42). FORNARI,E. Manual prático de Agroecologia. Ed. Aquariana, pg. 143 São Paulo FREITAS,G,B DE, et al., Adubação verde.2.ed. Brasília: Senar pg LARA, T.S.; FRAVET, P.R.F.; SILVA, A.A.S.; et al. Infl uência de Diferentes Adubos Verdes sobre a Cultura do Milho (Zea mays l.) em Plantio Subsequente. XI Mostra de Pesquisa do Uniaraxá. Araxá MG, MIYASAKA,S. Adubação orgânica, adubação verde e rotação de culturas do estado de São Paulo. Campinas: Fundação Cargil,1983. PIRAÍ sementes. Catálogo COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2013): 1000 exemplares CAPAL 37

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39 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 06 Circular Técnica Jorge Otavio Mendes de Oliveira Junek¹, Thayse Souza Lara 2 Maria José do Amaral e Paiva 2 Daiane Borges Martins 2 Cleidiane Glória de Morais 3 ¹EngºAgrºM.Sc. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ 2 Engenheira Agrônomas egressa do Centro Universitário do Planalto de Araxá- Uniaraxá 3 Graduanda do curso de Agronomia do UNIARAXÁ. De acordo com a legislação brasileira, fertilizantes produzidos pela a associação entre fontes orgânicas e fontes minerais são classificados como fertilizantes organominerais. Atualmente, o MAPA tem registrado diversos fertilizantes organominerais que, em sua formulação, associam fontes orgânicas como turfas, dejetos animais e compostos orgânicos, e fontes minerais como fertilizantes solúveis e agrominerais. (MAPA, 2009). O mercado de fertilizantes organominerais cresceu a uma taxa média de 10% ao ano na última década no Brasil. Estima-se que em 2009 foram produzidas e comercializadas cerca de 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes organominerais, a partir de matérias-primas como estercos, turfa, resíduos da indústria sucroalcooleira, farinhas de ossos e sangue, tortas diversas e resíduos agroindustriais. A maior parte desta produção é comercializada na forma de farelo ou em pó, e o consumo é concentrado praticamente ao setor da olericultura, fruticultura, perenes e floricultura (ABISOLO, 2010). Os procedimentos utilizados pela indústria brasileira são os mesmos utilizados para fertilizantes minerais, mas normalmente em menor escala. As indústrias de fertilizantes organominerais em operação no Brasil têm capacidade de produção entre e toneladas anuais, podendo ser consideradas médias empresas (BENITES, 2010). O uso de resíduos animais in natura resulta em baixa eficiência de utilização dos nutrientes, perdas por lixiviação e volatilização, e aumenta o risco de contaminação ambiental. Após a transformação biológica dos resíduos animais e sua associação com minerais fontes é possível produzir fertilizantes organominerais granulados com alto teor de fósforo solúvel (BENITES, 2010). Havendo um componente orgânico na adubação, a retenção de nutrientes no solo é aumentada, pois o componente orgânico aumenta a capacidade de troca catiônica. Isto proporciona menor perda de nutrientes 39

40 por lavagem e maior aproveitamento do fertilizante pelas plantas, embora, comparados aos sintéticos os organominerais, tenham liberação mais lenta de nutrientes (CERRI, 2011). A adubação organomineral com fertilizantes minerais obtidos por procedimentos físicos, como a moagem de rochas, vem sendo utilizada para o fornecimento de nutrientes às culturas em substituição aos fertilizantes sintéticos, que em sua maioria são obtidos de processos de grande gasto de energia. Bissani et al. (2004) salientam que mesmo os adubos orgânicos apresentando baixas concentrações de N, P e K, quando complementados com adubação mineral, propiciam efeitos positivos às plantas, uma vez que estas aproveitam melhor os nutrientes através do sincronismo de liberação ao longo de seu desenvolvimento. De acordo com Pelá (2005), a adubação orgânica apresenta efeito acumulativo em relação à adubação mineral em termos de produtividade de grãos na segunda safra. Scherer et al. (1995) cita que o aproveitamento dos nutrientes contidos nos adubos orgânicos pelas plantas deve levar em consideração a taxa de mineralização e os fatores que afetam o efeito residual de cada nutriente no solo, sendo que no caso do esterco de aves, pode persistir por três ou quatro anos. Porém, Pauletti et al (2003) afirmam que ao longo do tempo com aumento gradual da fertilidade do solo, ocorrerá a estabilização dos nutrientes, e consequentemente aumento das produtividades. Em relação às vantagens comparativas do fertilizante organomineral em relação ao uso de resíduos in natura, observa-se uma redução significativa das perdas de nitrogênio pelo uso de fertilizante organomineral em relação à aplicação superficial de resíduos de suínos e aves, uma vez que o enterrio ou injeção do resíduo no sulco de plantio reduz a volatilização de amônia. Nessa mesma lógica, o uso de fertilizantes organominerais reduz as emissões de gases de efeito estufa, representando ganhos ambientais em relação ao uso dos resíduos in natura (BENITES, 2010). Podemos citar como vantagem dos fertilizantes organominerais em relação aos fertilizantes minerais, o fato de aqueles utilizarem como matéria-prima resíduos que são passivos ambientais de outros sistemas de produção. A atual política nacional de resíduos sólidos enfatiza a importância do reaproveitamento e agregação de valor aos resíduos sólidos. Outro ponto favorável ao setor de fertilizantes organominerais é a proximidade entre o ponto de produção de resíduos de suínos e aves e as propriedades de produção de grãos. Tal proximidade favorece o estabelecimento de empresas regionais de produção de fertilizantes organominerais, resultando em ganho em logística (BENITES, 2010). Podemos citar outras vantagens, tais como: 40

41 Proteção contra a salinidade causada pela adubação mineral; Aumento da atividade microbiana do solo; Redução da lixiviação de formas catiônicas; Aumento da disponibilidade dos micronutrientes; Melhora da estrutura de solos argilosos; Aumento da capacidade de troca catiônica; Aumento da capacidade de retenção de água; Contribui com matéria orgânica e pode funcionar como condicionador de solo. (KORNDORFER, 2013) O uso desses resíduos para a produção de fertilizantes organominerais pode eliminar imediatamente 50% do passivo ambiental gerado pelos mesmos, e até 2020, com a ampliação da capacidade instalada para produção desse tipo de fertilizantes, pode-se chegar a amenizar o passivo ambiental das atividades de avicultura e suinocultura em até 80%. Para tanto, espera-se aumento da produção nacional de fertilizantes de base orgânica, principalmente devido ao maior consumo de fertilizantes organominerais, de 6,3 para 12 milhões de toneladas/ano até 2015 e para 20 milhões de toneladas/ano até 2020 (BENITES, 2010). Esse acréscimo na produção de fertilizantes organominerais impactará diretamente a demanda externa por NPK no Brasil, podendo representar cerca de 15% do consumo total de nutrientes até 2015, e 25% até 2020 (BENITES, 2010). Embora o fortalecimento do setor de fertilizantes organominerais não seja uma ação que reverta a dependência externa brasileira por fertilizantes e nem impacte diretamente na formação de preços de fertilizantes, os fatores ambientais e sócio-econômicos relacionados a essa atividade justificam plenamente a adoção de medidas estratégicas que estimulem esse setor (BENITES, 2010). Referências CERRI, C. E.. Eficiência Agronômica dos Organominerais. Palestra Fórum ABISOLO BISSANI,C.A.; GIANELLO.C.; TEDESCO,M.J.; CAMARGO, F.A. O.. Fertilidade dos Solos e Manejo da Adubação de Culturas. Porto Alegre, 2004, Anexo 04, p PELÁ, A. Efeito de Adubos Orgânicos Provenientes de Dejetos de Bovinos Confinados nos Atributos Físicos e Químicos do Solo e na Produtividade do Milho. Dissertação (Doutorado em Agronomia). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP p

42 SCHERER, E. E.; BALDISSERA, I. T.; DIAS, L. F. X. Método rápido para determinação da qualidade fertilizante do esterco de suínos a campo. Agropecuária Catarinense, v. 8, n. 2, p.40 43, PAULETTI, V. et al. Rendimento de grãos de milho e soja em uma sucessão cultural de oito anos sob diferentes sistemas de manejo de solo e de culturas. Ciência Rural, Santa Maria, RS, v. 33, n. 3, p , ABISOLO. Plano Nacional de Biomassa. 44ª Reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Palestra técnica, 16 novembro, Brasília-DF. BENITES, V. de M. et al. Produção de fertilizante organomineral granulado a partir de dejetos de suínos e aves no Brasil., Brasil: Xxix Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas Xiii Reunião Brasileira Sobre Micorrizas Xi Simpósio Brasileiro de Microbiologia do Solo Viii Reunião Brasileira de Biologia do Solo. Guarapari Es, BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa n o 25 de 23 de julho de Diário Ofi cial, Brasília, DF, n. 142, 28 jul Seção 1, p. 20 COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis CAPAL Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares 42

43 07 Circular Técnica Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves¹ Rafael Tadeu de Assis¹ Verônica Máximo² ¹Engº Agrº M.Sc. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduanda do curso de Agronomia do UNIARAXÁ UTILIZAÇÃO DE HORMÔNIOS NA PRODUÇÃO VEGETAL Uma planta precisa de diversos fatores, internos e externos, para crescer e se desenvolver, e isto inclui diferenciar-se e adquirir formas, originando uma variedade de células, tecidos e órgãos (ALBRECHT, et al., 2009). Como fatores externos que afetam o crescimento e desenvolvimento de vegetais, podemos citar luz, dióxido de carbono, água, minerais, temperatura, fotoperíodo, tropismos e contatos com outras plantas ou objetos. Os fatores internos são basicamente químicos. Os principais fatores são os chamados hormônios vegetais (ALBRECHT et al., 2011). A palavra hormônio é originária do termo grego horman, que signifi ca excitar, cumprindo importante função na regulação do crescimento, podendo atuar, através de pequenas quantidades, direta ou indiretamente sobre os tecidos e órgãos que os produzem, expressando respostas fi siológicas específi cas (KARLOVA & VRIES, 2006). Entretanto, existem hormônios inibitórios. Sendo assim, é mais conveniente considerá-los como reguladores químicos, substâncias que atuam sobre a divisão, elongação e diferenciação celular, além de atuarem em conjunto na regulação do metabolismo vegetal (CASTRO & VIEIRA, 2001). Sua atuação não depende apenas de suas composições químicas, porém de como eles são percebidos pelos respectivos tecidos-alvo, de forma que uma mesma substância pode causar diferentes efeitos dependendo do tecido ou órgão no qual estiver atuando, da concentração destes hormônios e da época de desenvolvimento de um mesmo tecido (WEI et al., 2012). O estudo de sua ação tem permitido o aumento da produtividade, variedade e o tempo de conservação de alguns produtos vegetais, principalmente frutas e, assim, tem contribuído para minimizar custos e baratear preços ao consumidor fi nal (ALBRECHT, et al., 2009). 43

44 Contexto histórico O conhecimento dos primeiros hormônios vegetais descobertos, as auxinas, deve-se a experiências realizadas por diversos pesquisadores citados por Taiz & Zeiger (2013), que podem ser resumidas no que segue: Sachs propôs que mensageiros químicos são os responsáveis pela formação e pelo crescimento de diferentes órgãos vegetais. Sugeriu também que os fatores externos como a gravidade poderiam afetar a distribuição dessas substâncias na planta. Embora Sachs não conhecesse a identidade desses mensageiros químicos, suas ideias levaram à descoberta definitiva desses compostos. Os Darwins notaram que, se uma plântula de alpiste recebesse luz vinda de apenas um lado, a coleóptilo se curvava em direção à fonte de luz. Notaram também que, se a cabeça do coleóptilo fosse coberta com papel opaco, a planta deixava de se curvar. Boysen-Jensen, tentando explicar o que Darwin havia constatado, verificou que, se a cabeça do coleóptilo fosse decapitada, a planta deixava de se curvar, mas que, se fosse recolocada, mesmo separada por um pequeno bloco de gelatina (ágar-ágar), a planta voltava a se curvar. Com isso, ele pretendeu provar que uma substância química atravessava o bloco de gelatina, provocando a curvatura nos locais abaixo. Não conseguiu, no entanto, descobrir qual era a substância. Paal verificou que a cabeça cortada do coleóptilo, se recolocada apenas de um lado, mesmo no escuro, provoca uma curvatura em direção oposta. Com isso, provou que a substância acelera o crescimento do lado que ela é colocada. Fritz Wendt, finalmente, também no escuro, cortou e colocou uma porção de cabeças de coleóptilos de aveia sobre um bloco de gelatina, de modo que a substância ali se acumulasse e, analisando a gelatina, verificou que a substância encontrada era o ácido indol-acético, ao qual ele passou a chamar de auxina, termo originado da palavra grega auxos, que significa crescimento (PERET et al., 2007). Posteriormente, ficou demonstrado que a auxina, produzida pelo ápice dos coleóptilos e das gemas terminais dos caules e ramos, se difunde para as regiões abaixo, controlando o crescimento, e que as curvaturas são devidas a uma concentração desigual do ácido indol-3-acético, que se concentra mais no lado sombreado do que no lado iluminado, causando um crescimento desigual e, por isso, as curvaturas (SPAEPEN et al., 2007). 44

45 Hormônios vegetais e suas funções Várias moléculas sinalizadoras que participam nos processos de resistência a patógenos e de defesa contra herbívoros têm sido identificadas em plantas, incluindo formas conjugadas e não conjugadas de ácido jasmónico, ácido salicílico e pequenos polipeptídios. Recentemente, foi demonstrado que a estrigolactona e uma molécula de sinalização transmissível regulam o crescimento de gemas laterais. Outras classes de moléculas, como os flavonoides, atuam como moduladores de transdução de sinal, localizadas dentro ou fora das células. Na verdade, continua aumentando a lista de agentes sinalizadores e de reguladores do crescimento (PAUWELS & GOOSSENS, 2011). Porém, os hormônios tradicionalmente descritos são compostos por 5 tipos principais: Auxinas; Citocininas; Etileno; Ácido abscísico e as Giberelinas. Auxinas: Estimulam o alongamento das células, aparecimento dos órgãos e desenvolvimento das raízes e caules, retardam a abscisão (queda de folhas e frutos). Induzidas porfototropismo, heliotropismo e gravitropismo. As principais auxinas são o ácido indol-3-acético (AIA), ácido 4-cloroindol- 3-acético (4-Cl-AIA), ácido indol-3-butírico (AIB), e também existem auxinas sintéticas, representadas principalmente pelo ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e ácido 2-metoxi-3,6-diclorobenzoico (dicamba) (MATHESIUS, 2008). Citocininas: Controlam a divisão celular e aparecimento dos órgãos e atenuam a sua degradação. Dentre as citocininas, a cinetina foi a primeira a ser descoberta, que é um análogo sintético da zeatina, que foi descoberta no endosperma líquido do coco e do milho. A citocininas do tipo difenilureia, conhecida como tidiazuron é utilizado como desfolhante e herbicida (MURRAY et al., 2007). Etileno: Estimula o amadurecimento dos frutos e promove a abscisão das estruturas. Apesar de ser um gás, e de difícil manuseio no campo, temse utilizado este hormônio através de compostos que liberam o etileno. O composto mais amplamente utilizado é o etefon para amadurecimento de frutos, sincronização de florescimento, porém trabalha-se com inibidores de ligação do etileno, para prolongar o tempo pós-colheita (CASTRO & VIEIRA, 2001). Acido abscísico: Inibe o crescimento e provoca a dormência, bloqueando a germinação. Interfere na impermeabilidade das células estomáticas, provocando fechamento dos estômatos. Promove a abscisão. Através de um carotenoide intermediário, o ABA é sintetizado com 15 carbonos, sendo a orientação do grupo carboxila no carbono dois, que define os isômeros cis ou trans. Outras formas possíveis, são as alterações que resultam o enantiômeros S (forma natural) ou R (forma sintética), as formas comerciais são a mistura dos dois (KLAHOLD et al., 2006). 45

46 Giberelinas: Estas estimulam o alongamento das células e divisão celular (alongamento do caule), germinação das sementes, transição para o florescimento em algumas plantas e formação/maturação de frutos. Foram descobertas quase trinta anos após as auxinas, estudando-se uma doença causada por Gibberella fujikuroi, elucidaram a estrutura química do composto que foi purificado de filtrados deste fungo, ao qual denominaram ácido giberélico, tornado o principal produto comercial do grupo das giberelinas. A este grupo, estão relacionadas atualmente, pelo menos 136 compostos de ocorrência natural (KHAN et al., 2006). Efeito do ácido giberélico em plantas copo-de-leite (Zantedeschia sp) A floricultura brasileira vem se destacando no agronegócio por seu crescimento acelerado. A movimentação financeira em torno dos produtos da floricultura cresce de forma acentuada, exibindo taxas acima de 10% ao ano. Sendo fonte de lucro a pequenos produtores, é um segmento que demanda muita mão-de-obra, o que revela a responsabilidade social como uma de suas características (SCHOENMAKER, 2014). Dentre as plantas ornamentais cultivadas para corte, vale ressaltar a importância agronômica das espécies do Gênero Zantedeschia, conhecidas pelo nome comum de copo-de-leite. Neste gênero, encontram-se espécies com variados híbridos e cores, sendo o copo-de-leite branco (Zantedeschia aethiopica) o de maior relevância. Muito apreciada para ornamentações diversas, esta planta é caracterizada pela presença de uma espádice amarela, envolta por uma folha modificada de coloração branca denominada espata (CASTRO, 1998). As plantas de copo-de-leite têm seu florescimento ótimo logo após a passagem por períodos de baixas temperaturas. Este tipo de estímulo é ocasionado pela resposta endógena de substâncias químicas. As giberelinas no meristema subapical ativam a divisão celular, promovendo o seu crescimento, anterior ao florescimento que, em circunstâncias naturais, vem acompanhado do aumento do nível deste hormônio, cuja aplicação exógena apresenta respostas positivas sobre a indução e a aceleração do florescimento em muitas espécies (BROOKING & COHEN, 2002). A aplicação de giberelinas exógenas (GA 3 ) em gemas cultivadas sob condições que não induzem o florescimento, suplementam a atividade da giberelina endógena, levando ao florescimento (CASTRO et al., 2008). Este aumento da atividade de giberelinas está associado com a mobilização de carboidratos para o crescimento de ápices. Sendo que sua aplicação nos bulbos ou parte aérea de copos-de-leite coloridos é utilizada comumente em campos de produção comerciais, para promover o florescimento, aumentando a produção, pelo aumento do número de gemas que emergem e formam as gemas primárias (QUILOT et al., 2004). 46

47 Considerações finais A evolução da agricultura tem solicitado novas tecnologias, cada vez mais específicas para o ganho de produção, tornando o desenvolvimento e utilização dos hormônios vegetais, uma nova forma de se agregar a cadeia produtiva de diversas culturas. Os reguladores vegetais foram descobertos no final do século XIX e, ainda hoje, existe muito para descobrir. Aos procedimentos comprovados, temos a aplicação do ácido giberélico em copode-leite, que induz o florescimento, garantindo aos floricultores aumentos de produção e rentabilidade. Referências ALBRECHT, L. P.; BRACCINI, A. L.; ÁVILA, M. R.; BARBOSA, M. C.; RICCI, T. T.; ALBRECHT, A. J. P. Aplicação de biorregulador na produtividade do algodoeiro e qualidade de fibra. Scientia Agraria, Curitiba, v. 10, n. 3, p , ALBRECHT, L. P.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; ÁVILA, M. R.; ALBRECHT, A. J. P.; RICCI, T. T. Manejo de biorregulador nos componentes de produção e desempenho das plantas de soja. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 27, n. 6, p , BROOKING, I. R., COHEN, D. Gibberellin induced flowering in small tubers of Zantedeschia Black Magic. Scientia Horticulturae, v-95, p.63-73, CASTRO, G. S. A.; BOGIANI, J. C.; SILVA, M. G.; GAZOLA, E.; ROSOLEM, C. A. Tratamento de sementes de soja com inseticidas e um bioestimulante. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, n. 10, p , CASTRO, P. R. C. Utilização de reguladores vegetais na fruticultura, na horticultura e em plantas ornamentais. Piracicaba: ESALQ/DIBD, 92 p CASTRO, P. R. C., VIEIRA, E. L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Gauíba: Agropecuária, 131 p KARLOVA, R.; DE VRIES, SC. Advances in understanding brassinosteroid signaling. Sci STKE 2006, p.36, KHAN, M.M.A.; GAUTAM, C.; MOHAMMAD, F.; SIDDIQUI, M.H.; NAEEM, M.; KHAN, M.N. Effect of gibberellic acid spray on performance of tomato. Turk J Biol, v.30 p.11-16, KLAHOLD, C. A.; GUIMARÃES, V. F.; ECHER, M. M.; KLAHOLD, A.; ROBINSON, L. C.; BECKER, A. Resposta da soja (Glycine max (L.) Merrill) à ação de bioestimulante. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 28, n. 2, p ,

48 MATHESIUS, U. Auxin: at the root of nodule development? Functional Plant Biology, Victoria, v. 35, n. 8, p , MURRAY, J. D.; KARAS, B. J.; SATO, S.; TABATA, S.; AMYOT, L.; SZCZYGLOWSKI, K. A cytokinin perception mutant colonized by Rhizobium in the absence of nodule organogenesis. Science, Washington, v. 315, n. 1, p , PAUWELS, L.; GOOSSENS, A. The JAZ proteins: a crucial interface in the jasmonate signaling cascade. Plant Cell, v.23, p , PERET, B.; SWARUP, R.; JANSEN, L.; DEVOS, G.; AUGUY, F.; COLLIN, M.; SANTI, C.; HOCHER, V.; FRANCHE, C.; BOGUSZ, D.; BENNETT, M.; LAPLAZE, L. Auxin infl ux activity is associated with Frankia infection during actinorhizal nodule formation in Casuarina glauca. Plant Physiology, Rockville, v. 144, n. 4, p , QUILOT, B.; GENARD, M.; KERVELLA, J.; LESCOURRET, F. Analysis of genotypic variation in fruit fl esh total sugar content via an ecophysiological model applied to peach. Theory Applyed for Genetic, Berlin, v. 109, n. 2, p , SPAEPEN, S.; VANDERLEYDEN, J.; REMANS, R. Indole-3-acetic acid in microbial and microorganism-plant signaling. FEMS Microbiology Reviews, Londres, v. 31, n. 4, p , SCHOENMAKER, K. Informativo IBRAFLOR. n.5, v.43, TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, p. WEI, Z.Z.; LUO, L.B.; ZHANG, H.L.; XIONG, M.; WANG, X. Identifi cation and characterization of 43 novel polymorphic EST-SSR markers for arum lily, Zantedeschia aethiopica (Araceae). Am J Bot 99: p , COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis CAPAL Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares 48

49 08 Circular Técnica AVALIAÇÃO VISUAL DE NUTRIÇÃO DE PLANTAS As plantas são organismos autotrófi cos, ou seja, que fabricam seu próprio alimento através da fotossíntese e da retirada de água e nutrientes minerais do solo. Estes nutrientes minerais são adquiridos primariamente na forma de íons inorgânicos e entram na biosfera predominantemente através do sistema radicular da planta. Paulo Fravet de Fravero¹ Givago Rezende Gervasio2 Guilherme Nogueira2 Vidiane Zineli² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduando do curso de Agronomia do UNIARAXÁ. Figura1: Fontes de alimentos para as plantas O estudo de como as plantas absorvem, transportam, assimilam e utilizam os íons é conhecido como NUTRIÇÃO MINERAL. Esta área do conhecimento busca o entendimento das relações iônicas sob condições naturais de solo (salinidade, acidez, alcalinidade, presença de elementos tóxicos, como Al 3+ e metais pesados, etc). O seu maior interesse está ligado diretamente à agricultura, estando a produção agrícola dependente diretamente da fertilização com elementos minerais. Quando analisamos a quantidade dos nutrientes minerais nos tecidos vegetais observamos que alguns deles estão presentes em maiores proporções que os outros. Essas proporções dividem os nutrientes minerais em duas categorias: 49

50 Macronutrientes ou nutrientes necessários em grandes quantidades Micronutrientes ou aqueles necessários em pequenas quantidades. A divisão entre macro e micronutrientes não tem correlação com uma maior ou menor essencialidade. Todos são igualmente essenciais, só que em quantidades diferentes. Uma consequência da essencialidade por igual dos nutrientes é a chamada Lei do mínimo de Liebig. Figura 2: Nutrientes em quantidades inadequadas limitam a produção. Fonte: MOSAIC, 2011 Essa lei estabelece que a produtividade de uma cultura é limitada pelo elemento que está presente em menor quantidade. Nesse caso, mesmo se aumentarmos a concentração dos demais nutrientes, não haverá um aumento da produtividade. Além de se levar em conta a Lei do mínimo, é necessário considerar que também há um máximo para a utilização de um nutriente. No caso de macronutrientes, a sobra de nutrientes absorvidos não provoca resposta no crescimento e na produção da planta, e no caso de micronutrientes, essa sobra pode provocar toxidez nos tecidos e reduzir o crescimento da planta. As necessidades nutricionais de qualquer planta são determinadas pela quantidade de nutrientes extraídos do solo via colheita, erosão, lixiviação e volatilização. Nutrientes Essências para as plantas Um elemento químico é considerado um nutriente essencial quando a sua presença é indispensável ao desenvolvimento normal da planta. Para que se determine isso, deve-se privar experimentalmente uma planta do elemento e acompanhar o seu desenvolvimento. Se o desenvolvimento da planta for normal, isso significa que o elemento não é essencial. Os elementos químicos reconhecidamente essenciais ao desenvolvimento normal das plantas são: 50

51 Oxigênio (O), Carbono (C), Hidrogênio (H), Nitrôgenio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Cloro (Cl), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Boro (B), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Molibdênio (Mo) Os três primeiros elementos as plantas retiram do gás carbônico do ar (CO 2 ) e da água (H 2 O). Os seis seguintes são chamados macronutrientes, porque as plantas os requerem em maior quantidade que os sete últimos os quais são chamados de micronutrientes que, apesar de também serem indispensáveis, a quantidade requerida pelas plantas é mínima. Entre os macronutrientes existem os macronutriente primários N, P e K, e os restantes são denominados macronutrientes secundários. Macronutrientes primários geralmente tornam-se deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilização desses nutrientes pela planta. Os macronutrientes secundários são geralmente menos deficientes e usados em quantidades menores, porém, a planta precisa tê-los à disposição quando e onde for necessário. Nesta circular técnica, vamos dissertar sobre funções e sintomas de deficiência dos três macronutrientes primários (N, P e K) nas plantas. Demanda de NPK pelas plantas Nitrogênio (N) É o elemento essencial requerido em maior quantidade pelas plantas, sendo o mais utilizado, mais absorvido e mais exportado pelas culturas. O N é necessário para a síntese de clorofila estando, portanto, envolvido no processo da fotossíntese, além de ser constituinte de muitos compostos da planta, incluindo todas as proteínas (formadas de aminoácidos) e ácidos nucléicos. Assim, a deficiência de N proporciona menor síntese de clorofila não permitindo que a planta utilize a luz solar como fonte de energia no processo fotossintético. Desse modo, a planta perde a habilidade de executar funções essenciais, como, por exemplo, a absorção de nutrientes inibindo rapidamente o crescimento da planta. Os sintomas de deficiências de N são bastante característicos, como a paralisação do crescimento; amarelecimento generalizado das folhas velhas devido à alta redistribuição do elemento; baixos níveis de proteínas nas sementes e nas partes vegetativas. 51

52 Figura 3: Sintômas de deficiência de nitrogênio na cultura do milho. Fonte: MOSAIC, As fontes de nitrogênio (N) mais utilizadas na agricultura são a uréia (45% de N), sulfato de amônio (21% de N e 23% de enxofre - S), nitrato de potássio (13% de N e 44% de K 2 O), fosfato monoamônico ou MAP (10% de N e 46 a 50% de P 2 O 5 ) e fosfato diamônico ou DAP (16% de N e 38 a 40% de P 2 O 5 ). Fósforo (P) Desempenha papel importante na fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão e crescimento celular da planta, promovendo a rápida formação e crescimento das raízes, melhoria da qualidade dos frutos, hortaliças e grãos, sendo vital para formação de sementes. Como o P se move rapidamente dos tecidos mais velhos para os mais jovens, a deficiência aparece primeiro nas partes baixas da planta (folhas velhas). O primeiro sinal de deficiência de P manifesta-se na forma de plantas pequenas, sendo um sintoma característico a coloração verdeescura de folhas mais velhas, primeiramente associada ao aparecimento da cor púrpura, devido ao acúmulo de antocianina. Figura 4: Sintomas de deficiência de fósforo na cultura do milho. Fonte: MOSAIC,

53 As principais fontes minerais de fósforo são o fosfato monoamônico ou MAP (10% de N e 46 a 50% de P 2 O 5 ) e fosfato diamônico ou DAP (16% de N e 38 a 40% de P 2 O 5 ), superfosfato simples ou super simples (16 a 18% de P 2 O 5 e 18 a 20% de Ca - Cálcio), superfosfato triplo ou super triplo (41% de P 2 O 5 e 7 a 12% de Ca) e termofosfato (18 % de P 2 O 5, 9% de Mg - Magnésio, 20% de Ca e 25% de SiO 4 ). Potássio (K) O potássio está presente na planta como cátion monovalente (K + ) e executa importante papel na regulação do potencial osmótico de células de plantas. É também requerido para a ativação de muitas enzimas da respiração e da fotossíntese. O sintoma de deficiência aparece primeiro nos tecidos mais velhos da planta, com necrose das margens das folhas. As plantas crescem lentamente, apresentam sistema radicular mal desenvolvido, colmos frágeis, sendo comum o acamamento, sementes e frutos pequenos e desuniformes e baixa resistência às doenças. Figura 5: Sintomas de deficiências de potássio na cultura do milho. Fonte: MOSAIC,2011. As principais fontes de potássio para adubação mineral na agricultura são: cloreto de potássio, sulfato de potássio (48 a 50% ou 60 a 62% de K 2 O) e nitrato de potássio (16% de N e 46% de K 2 O), sendo o cloreto de potássio o mais utilizado, com cerca de 90% do volume aplicado para suprir a necessidade de potássio na agricultura brasileira. Referências Bibliográficas NOVAIS et al.; Fertilidade do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, p FERRI, M. G. (Coord.) Fisiologia Vegetal, v. 1. 2nd ed. São Paulo: EPU, 1985, 361p. MARSCHNER, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. 2nd ed. London: Academic Press,1995, 889p. 53

54 C HOPKINS, W. G. Introduction to Plant Physiology. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons, Inc., 2000, 512p. SALISBURY, F. B., ROSS, C. W. Plant Physiology. 4th ed. Califórnia: Wadsworth Publishing Company, Inc., 1991, 682p. TAIZ, L., ZEIGER, E. Plant Physiology. 2nd ed. Massachusetts: Sinauer Associates, 1998, 792p. TAIZ, L., ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª edição. Editora Artmed, 2004, 719p. RANQUIM, C. C. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões tropicais. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, p.: il. (Embrapa Monitoramento por Satélite. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 8). ISSN PERES, L. E. P. Nutrição Mineral. Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz. USP, São Paulo-SP. Nutri-fatos, Informação agronômica sobre nutrientes para as culturas. Arquivo do Agrônomo Nº 10. Março de FILHO, M. P. B; SILVA, O. F.; Adubação de cobertura do feijoeiro irrigado com uréia fertilizante em plantio direto. Potafos, Informações Agronômicas. Nº 93 Março de MACÊDO, L. S.; MORRIL, W. B. B. Toxidade dos ametais no solo e nas plantas: Uma revisão de literatura. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.2., n.2, p.39-42, jun COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis CAPAL Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares 54

55 09 Circular Técnica Carlos Eugênio Avila de Oliveira¹ Paulo de Tarso Veloso de Menezes Brando 2 Amarildo José Carneiro Filho 2 Carlos Germano Borges 2 Jaciara Aparecida de Oliveira 2 Lerrane Carvalho Mingote 2 CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE BEZERRAS LEITEIRAS NO PERÍODO DE ALEITAMENTO: PRÁTICAS DE MANEJO O cenário e as estatísticas sobre produção mundial de leite apontam o Brasil como um dos principais países produtores de leite, disputando o terceiro posto com a China (IBGE, 2013; FAO, 2012; Milkpoint, 2014). Um levantamento feito pela FAO (2001) aponta o leite e seus derivados como os alimentos mais consumidos no mundo. Este aumento se deve ao aumento da renda e do crescimento populacional associados à ocidentalização do hábito alimentar, além do acesso a este produto pelos países em desenvolvimento (Milkpoint, 2014). Dentro deste contexto, torna-se inquestionável o papel relevante da pecuária leiteira brasileira, não só no agronegócio nacional, mas também na produção mundial deste alimento. Na atividade leiteira, vários aspectos são fundamentais para a obtenção de resultados positivos, não só os tangíveis aos aspectos econômicos, mas também os relacionados à sua sustentabilidade. Alimentação, sanidade, mão-de-obra, tratamento de dejetos e bemestar animal são alguns exemplos. Associada a isto, está a criação de bezerras, futuras produtoras de leite e responsáveis pela reposição de animais economicamente inviáveis na atividade. Isto posto, a presente publicação tem como objetivo mencionar aspectos relevantes à criação de bezerras como sanidade, alimentação e nutrição. ¹Médico Veterinário, Professor Doutor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ 2 Graduando(a) do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá- UNIARAXÁ Fase pré-parto Os cuidados com a futura produtora de leite deve começar antes mesmo do seu nascimento. A mãe da bezerra deve apresentar uma condição corporal adequada. Problemas metabólicos como cetose (vacas muito gordas), redução no teor de gordura do leite e anestro temporário (vacas muito magras) são facilmente identifi cados em animais com escore corporal inadequado. 55

56 A mãe da futura bezerra deve estar seca (sem produzir leite) pelo menos 60 dias antes do parto previsto. Além de proporcionar um repouso fisiológico da glândula mamaria, favorece maior produção de colostro (leite rico em imunoglobulinas produzido logo após o parto). O local onde ela ficará alojada também é de fundamental importância: deve ser levada por volta de 60 dias antes do parto para um piquete ou pasto com visibilidade favorecida (caso haja necessidade de intervenção durante o parto). Este pasto maternidade deve conter forragem de boa qualidade, bem como água limpa, sal mineral e sombra. A vacinação cerca de 30 dias antes do parto contra paratifo (diarreia causada por Salmonella spp.) é um manejo sanitário que deve ser adotado. Isso irá proporcionar uma produção de anticorpos contra a doença que pode chegar à bezerra através do colostro. Colostro O colostro, como já mencionado, é o leite produzido pela mãe logo após o nascimento da bezerra. Possui algumas peculiaridades que o diferem do leite normal, como coloração, viscosidade e composição. É de fundamental importância para proporcionar imunidade passiva (proteção) à bezerra, já que o sistema imune dela não lhe proporciona esta condição. Apresenta uma maior viscosidade, cor amarelo-avermelhada e alta concentração de proteínas e imunoglobulinas, conforme tabela 1. Tabela 1: Proteína total e concentração de imunoglobulinas no colostro dos bovinos em relação ao tempo, após o parto (g/100 ml de colostro) Horas após o parto Proteína total Imunoglobulina total 0 13,7 ± 3,3 6,03 ± 1, ,0 ± 3,1 4,25 ± 1,8 24 7,0 ± 1,8 2,42 ± 0,9 Adaptado de Bush (1971) Considerando a concentração de imunoglobulinas em relação ao tempo após o parto, é importante ressaltar a necessidade de que as primeiras mamadas da bezerra aconteçam o quanto antes. As vilosidades intestinais favorecem a absorção das imunoglobulinas (intactas) nas primeiras horas de vida. Esta absorção vai sendo dificultada com o passar do tempo até tornar-se inadequada depois de 36 horas do nascimento (Drackley, 2001). A quantidade também é relevante. A bezerra deve ingerir pelo menos três litros nas primeiras seis horas de vida e mais quatro litros nas primeiras 12 horas de vida (Drackley, 2001). Além da rapidez e da quantidade, a qualidade e a sanidade do colostro também são de fundamental importância. A qualidade 56

57 do colostro pode ser obtida por colostrômetros e refratômetros, enquanto que a pasteurização do colostro é eficaz para o controle de patógenos. Existem linhas de pesquisa que defendem que até o colostro deve ser fornecido em mamadeira e não diretamente na teta da mãe, sugerindo a sua pasteurização. A ideia de se ter um banco de colostro de boa qualidade também é bem difundida (deve ser armazenado congelado). Alimentação Algumas questões importantes quando se aborda a alimentação e nutrição de bezerras: Quantidade de leite fornecida por dia A quantidade de leite deve ficar entre seis e oito litros por dia. Podese usar um sucedâneo de boa qualidade que, em sua composição, deve se aproximar o máximo possível da composição do leite integral. É importante verificar a viabilidade econômica de utilização deste sucedâneo (preço) e a mão-de-obra disponível para adoção de tal prática de manejo. Vale ressaltar que a água deve estar disponível sempre, bezerra que toma leite, também toma água. Número de vezes que este leite é fornecido por dia Normalmente, por questões práticas, sugere-se o fornecimento do leite em duas refeições diárias (metade pela manhã e metade à tarde). Há propriedades que adotam um único fornecimento diário (pela manhã). A alegação é de facilidade de manejo e maior consumo de concentrado na parte da tarde. Propriedades mais tecnificadas utilizam os alimentadores automáticos; através de um colar de identificação, fornecem a quantidade indicada a cada bezerra (foto 1). Foto1: Alimentador automático de bezerras. Fonte: 57

58 Fornecimento de concentrado A bezerra ao nascer possui um sistema digestório adaptado para digestão de leite. Nos primeiros dias de vida, há a formação da goteira esofágica que permite que o leite ingerido pela bezerra vá direto para o abomaso. Entretanto, o fornecimento de concentrado já nos primeiros dias de vida promove um maior desenvolvimento das papilas ruminais, estruturas estas responsáveis pela absorção de AGV s (Ácidos Graxos Voláteis). Bezerras que sofrem restrição de ingestão de concentrado na fase inicial da vida apresentam papilas menos desenvolvidas e menos pigmentadas, comprometendo a absorção de AGV s (foto 2). A Foto 2: Aspectos distintos do rúmen e retículo de bezerras com seis semanas de vida, onde (A) recebeu leite e concentrado na dieta e (B) recebeu somente leite na dieta. Fonte: psu.edu/dairynutrition/calves/rumen/ Fornecimento de forragem Estudos indicam que o fornecimento de forragem em pequenas parcelas a partir da terceira semana de vida deve contribuir para o desenvolvimento fisiológico adequado do trato digestório e, consequentemente, da bezerra (Terré et al, 2014). Outro aspecto a ser considerado em relação à forragem para bezerras é o crescimento da microbiota ruminal celulolítica (capaz de digerir a celulose das forragens). Esta microbiota tem a sua população no rúmen aumentada de modo significativo por volta de quatro semanas de vida (Anderson et al, 1987). Davis e Drackley (1998) sugerem que forragens inteiras e de folhas grosseiras não são adequadas para bezerras de seis a oito semanas de vida. Além da dificuldade de apreensão, há a dificuldade de digestão. Entretanto, forragens tenras e com folhas finas e/ou cortadas são recomendas para bezerras desta idade. Algumas forragens cultivadas no Brasil são altamente recomendadas para bezerras como coast cross, tifton e alfafa. B 58

59 Desmame A idade para se desmamar a bezerra talvez esteja mais associado ao sistema de produção do que a qualquer outro fator. Quando a bezerra estiver ingerindo cerca de 600 g a 750 g de concentrado/dia, o que ocorre por volta de 70 a 90 dias de vida, classifica-se esta bezerra como apta para a desmama (fim da ingestão de leite e/ou sucedâneo). Uma técnica desenvolvida na Argentina visa tornar as bezerras, animais ruminantes mais precocemente. Uma dieta seca, de alta digestibilidade, com alta concentração de óleos e proteínas de excelente qualidade, é tecnicamente vantajosa para desenvolvimento ruminal dos animais (Vittone et al, 2006). Bezerras com 35 a 40 dias de vida neste sistema, apresentam desenvolvimento ruminal compatível com bezerras de 120 dias no sistema tradicional. Sistemas de criação Um bom sistema de criação deve sempre se preocupar em fornecer condições às bezerras de crescerem saudáveis, bem alimentadas e estarem sempre confortáveis. O ambiente deve ser seco e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ser de 17 C e 21 C, com umidade relativa do ar entre 50% e 70%. A área destinada a cada animal também é importante sendo sugerido de 2,8 m² a 3 m² por bezerra (Hänninen, 2007). Os sistemas mais utilizados para criação de bezerras baseiam-se no alojamento individual (foto 3) ou em grupo (foto 4). Após o desaleitamento, normalmente, as bezerras são criadas em grupo. Hoje, principalmente no Brasil e Argentina, existe uma versão da criação individual, mais adaptada às nossas condições de clima e mão-de-obra, chamado de sistema argentino ou sistema tropical (foto 5), que prima por apresentar custos relativamente mais baixos se comparado às casinhas tradicionais. Foto 3: Alojamento individual para criação de bezerras. Fonte: zpublisher/materias (foto: André Pedroso) 59

60 Foto 4: Aleitamento de bezerras criadas em grupo (coletivo). Fonte: com/2012_05_27_archive.html Foto 5: Sistema Argentino ou Sistema Tropical. Foto: Sandra G. Coelho Sistema individual Apresenta vantagens como a diminuição do contato e, consequentemente, a minimização da transmissão de doenças entre as bezerras; o acompanhamento clínico individual de cada animal, o que facilita a observação de qualquer problema de saúde, além de não existir competição entre os animais. Por outro lado, há menor movimentação e menor socialização dos animais, o que pode afetar o comportamento do animal no futuro. Outro aspecto negativo da criação individual está ligado à maior exigência da mão-de-obra (Coelho, 2014). 60

61 Sistema coletivo ou em grupo O sistema coletivo já minimiza o trabalho para alimentação das bezerras e limpeza das instalações; apresenta também uma maior socialização entre os animais. Entretanto, este sistema parece mais propício à propagação de doenças. Se por um lado, em relação à alimentação e limpeza das instalações, o trabalho é menor, é desejável que os funcionários tenham experiência e conhecimento para detecção de qualquer problema sanitário e clínico em relação às bezerras (Coelho, 2014). Doenças Algumas medidas são fundamentais para proporcionar proteção à bezerra nos primeiros dias de vida. Uma delas é a vacinação da mãe no período pré-parto contra paratifo. A mamada do colostro logo após o nascimento da bezerra é de fundamental importância, já que seu sistema imunológico não consegue proporcionar proteção nestes primeiros contatos com patógenos. Outra medida extremamente eficiente é a cura do umbigo com iodo 10% durante os três primeiros dias de vida. A diarreia talvez seja a principal enfermidade que acomete bezerras mais jovens. Na fase neonatal (até seis semanas de vida), várias infecções podem causá-la: E. coli, Cryptosporidium spp., rotavirus, coronavirus, Giargia duodenallis, Eimeria spp., Strongyloides spp., Salmonella spp., Clostridium perfringens, entre outros. Após seis semanas de vida, os quadros de diarreia são mais comumente causados por Eimeria spp., Estrongyloides spp., Estrongilídeos, Giargia duodenallis e Salmonella spp. Para algumas doenças existem vacinas, outras têm antibióticos como tratamento, mas a prevenção é a melhor maneira de se evitar o problema. A limpeza das instalações e dos utensílios utilizados para alimentar as bezerras é medida muito eficaz no combate à proliferação destes patógenos. Outro fator importante a ser mencionado é a fluidoterapia (hidratação) quando já se apresenta o quadro de diarreia. A desidratação é a maior causa de morte em animais com este problema. Outras doenças como babesiose e anaplasmose (conhecidas como tristeza parasitária bovina) podem acometer bezerras nesta fase de aleitamento, embora sejam mais comuns os casos após a desmama. O mesmo acontece com problemas respiratórios que aparecem, na maioria dos casos, após o desaleitamento. Algumas vacinas e vermifugações são comumente utilizadas em bezerras. Há variações de acordo com a assistência técnica e com a região onde se encontra a propriedade. A figura 1 apresenta as mais importantes. 61

62 Figura 1: Estratégias de vacinação e vermifugação em bezerras. Adaptado de Silva & Leão (2014) Considerações finais Não existe o melhor sistema. Não há um sistema que se adapta a todas as situações, mas pode haver um que seja o melhor para determinada situação ou propriedade. Ao escolher um sistema, deve-se considerar os custos de instalação e durabilidade, custo com mão-de-obra e eficiência do trabalho. É preciso entender que, mesmo com excelentes instalações, os resultados ruins podem aparecer se o manejo não for adequado (Coelho, 2014). Prevenir doenças é melhor que tratá-las. Medidas de manejo favorecem a ausência de determinados patógenos na propriedade, diminuindo custos com medicação e favorecendo o crescimento satisfatório e desejado às bezerras. Referências bibliográficas Anderson, K.L.; Nagajara, T.G.; Morril, J.L. et al. Ruminal microbial development in conventionally or early weaned calves. Journal of Animal Science, v.64, n.4, p , Busch, L. J. et al. Absorption of colostral immunoglobulins by newborn dairy calves. Jornal of Dairy Science, v. 54, n. 10, p Coelho, S. G. Sistemas de criação de bezerras: conforto e bem estar, pelo. In: 4º Simpósio Internacional Leite Integral. Criação de bezerras. Proceedings do 4º Simpósio Internacional Leite Integral; março de 2014; Curitiba. 58 p. FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (online). Dezembro de Disponível na Internet. URL: home/en/ Davis, C. L. & Drackley J. K. The Development Nutrition and Management of the Young Calf. Iowa State Univ. Press, Ames, Drackley, J. K. Milk feeding strategies for calves: Does accelerated growth make sense? in Proc. 5th Annu. Professional Dairy Heifer Growers Assoc. National Conf., Seattle, WA. PDHGA, Savoy, IL, p

63 Hänninen, L. Sleep and rest in calves: Relationship to welfare, housing and hormonal activity. Feb p. Dissertação. Faculty of Veterinary Medicine of the University of Helsinki. Helsinki, IBGE Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (online). Dezembro de Disponível na Internet. URL: Milkpoint (online). Março de Disponível na Internet. URL: milkpoint.com.br/ Silva, M. R. H. & Leão, G. F. M. Manejo de bezerras leiteiras. Disponível na Internet.URL: p&idnoticia=6626. Acesso em 27/02/2014. Terré, M.; Castells L.; Bach, A. Is it necessary to provide forage to preweaning calves? pelo. In: 4º Simpósio Internacional Leite Integral. Criação de bezerras. Proceedings do 4º Simpósio Internacional Leite Integral; março de 2014; Curitiba. 73 p. Vittone, Juan Sebastián; Geraci, José I.; Otero, Gabriel; Lis, Alejandro; Monje, Ariel; Galli, Ignacio O. Estrategias de suministro de RUTER en terneros con destete precoz. Congreso Argentino de Produccion Animal. 29. Mar del Plata, Argentina COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares CAPAL 63

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65 10 Circular Técnica Tavares, T. O. 1 Costa, W. C. A. 2 Leite, P. J. S. 3 INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS OCORRIDAS NA SAFRA 2013/14 E NO DESENVOLVIMENTO DO CAFEEIRO NA REGIÃO DE ARAXÁ, MG. Sendo o cafeeiro uma planta perene, durante todo ano ele está sujeito a qualquer adversidade decorrente de eventos climáticos que possam vir a prejudicar o desenvolvimento da cultura, como por exemplo, geadas, ventos frios, má distribuição pluviométrica, temperatura e outros. Quaisquer dessas ocorrências climáticas podem causar prejuízos à produtividade do cafeeiro e na bienalidade produtiva, em maior ou menor grau, dependendo da intensidade do evento. As diversas fases fenológicas do cafeeiro arábica (Coffea arabica, L.) são afetadas principalmente pela precipitação pluviométrica e temperatura do ar e, em menor escala, pela umidade do ar, vento, luz e radiação solar. Dentre as variedades disponíveis de café arábica, Mundo Novo e Catuaí são as mais plantadas em solos brasileiros e nesta região, razão por que foram escolhidas para os levantamentos feitos no presente trabalho. Este tem por objetivo analisar o desenvolvimento do cafeeiro na região de Araxá nesta safra (2013/14), especialmente na fase de granação de frutos, em função de precipitações abaixo da média e temperaturas acima da média. De maneira geral, se observa um problema significativo na granação dos frutos e no crescimento vegetativo (safra 2014/15). 1 Eng.Agro. do Campo Experimental de Café da Capal 2 Acadêmico em Agronomia pelo Uniaraxá 3 Prof.Me do Uniaraxá Being a perennial coffee throughout the year it is subject to any adversity due to climatic events that may hinder the development of culture, such as frost, cold winds, poor rainfall distribution, temperature and others. Any of these weather events can damage the coffee yield and production biannuality a greater or lesser degree, depending on the intensity of the event. The different phenological stages of Arabica coffee (Coffea arabica L. ) are affected mainly by rainfall and air temperature and, to a lesser degree, by humidity, wind, light and solar radiation. Among the available varieties of Arabica coffee, New World and Catuaí are commonly grown in Brazilian soils and in this region, why were chosen for the surveys in this study which aims to analyze the development of coffee in the region this season Araxá (2013 /14), especially in the filling phase of fruits, 65

66 due to below average rainfall and above average temperatures. In general we observe a significant problem in grain formation and vegetative growth (harvest 2014/15). Palavras-chave: clima; temperatura; fases fenológicas; desenvolvimento cafeeiro; estiagem. São vários os fatores que afetam o desenvolvimento fenológico do cafeeiro arábica (Coffea arabica), mas os principais são a quantidade e distribuição das chuvas, a temperatura e, em menor escala, ventos e radiação solar. O desenvolvimento fenológico interfere no potencial produtivo e na bienalidade da lavoura, na qualidade do produto e na vida produtiva da lavoura. No tocante à temperatura, Matielloet al (2010) citaram que as regiões propícias ao cultivo do cafeeiro arábica são aquelas onde se tem temperaturas médias anuais de 19 a 22 C. Com relação às exigências hídricas, o cafeeiro arábica se desenvolve bem em precipitações anuais de a mm bem distribuídos, principalmente na florada e granação (Thomazielloet al., 2000).O déficit hídrico, quando acentuado, pode resultar em prejuízos significativos no desenvolvimento e na produção do cafeeiro. O presente trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento do cafeeiro na região de Araxá nesta safra (2013/14), especialmente na fase de granação de frutos, em função de precipitações abaixo da média e temperaturas acima da média. Densenvolvimento Dentre as variedades disponíveis de café arábica, Mundo Novo e Catuaí são as mais plantadas em solos brasileiros e nesta região, razão por que foram escolhidas para os levantamentos feitos no presente trabalho. Temperaturas excessivas podem reduzir ou até paralisar o desenvolvimento fenológico do cafeeiro, inviabilizando o seu cultivo (Camargo, 1985). Em regiões com temperaturas médias acima de 23 C, o desenvolvimento e a maturação dos frutos são acelerados, ocasionando perdas de qualidade do café produzido, além de escaldaduras nas folhas, prejudicando a captação de luz e a produção fotossintética (Franco, 1956). Quando estas altas temperaturas ocorrem no momento da florada, podem ocasionar abortamento de botões florais, reduzindo o pegamento e não produzindo frutos (Camargo, 1985).O cafeeiro é também muito suscetível à geada, sendo que temperaturas abaixo de 10 o C inibem o crescimento da 66

67 planta (SANTINATO; FERNANDES, 2002). De acordo com Matielloet al (2010), a necessidade de umidade no solo para o desenvolvimento do cafeeiro é variável de acordo com as fases do ciclo da planta. Regiões que apresentam precipitações próximas a 1200 mm são consideradas ótimas para o cultivo. Entretanto, a distribuição das chuvas é fundamental, sendo importante que se tenha umidade disponível no solo no período de vegetação e reprodução, que vai de outubro a maio. A partir de maio, especialmente entre junho e setembro, a exigência hídrica é menor e, após esse período, quando a umidade volta a subir por chuvas ou irrigações, estimula as gemas reprodutivas dormentes induzindo o abotoamento e posterior florada do cafeeiro. As diversas fases fenológicas do cafeeiro arábica (Coffea arabica, L.) são afetadas principalmente pela precipitação pluviométrica e temperatura do ar e, em menor escala, pela umidade do ar, vento, luz e radiação solar. Esses elementos climáticos condicionam a produtividade da planta, além de interferir na bienalidade produtiva, na qualidade do produto e na sustentabilidade da cultura. Camargo e Camargo (2001) citam que o ciclo produtivo do cafeeiro necessita de dois anos para ser completado. No primeiro, acontece a formação dos galhos, folhas e gemas vegetativas. Com a diminuição do tempo de luminosidade diário (fotoperíodo), estas gemas vegetativas começam a se diferenciar em gemas florais que, quando submetidas a um choque hídrico com irrigação ou com chuva, desenvolvem-se originando as flores. É esse momento que se inicia o segundo ano fenológico, com a formação dos chumbinhos e o crescimento destes até atingirem tamanho normal dos frutos, caracterizando a granação. Além de grande influência no desenvolvimento do cafeeiro, o clima também influencia os demais organismos que interagem no ambiente da lavoura. Na escolha de uma localidade para o plantio, é necessário que se levantem principalmente informações de temperatura e precipitação. Segundo Santinato e Fernandes (2002), a temperatura ideal para o café arábica fica entre 19 a 22 o C, sendo que temperaturas muito altas interferem negativamente na produção fotossintética, estimulando a proliferação de pragas e aumentando o risco de infecções que podem comprometer a qualidade da bebida. Matiello et al. (2009) citam que a cultura do café necessita de disponibilidade de água no solo em um período, e de seca em outro período. De outubro a maio, acontece a vegetação e frutificação, período em que é necessário que se tenha umidade disponível para o melhor desenvolvimento e enchimento dos 67

68 frutos, sendo que a deficiência hídrica nesta fase afeta negativamente o enchimento dos frutos e reduz a produtividade da lavoura no ano seguinte devido à redução no crescimento vegetativo dos ramos produtivos. Após maio, é interessante que se tenha um período seco, já que chuvas nesta época retardam a maturação dos grãos da safra pendente e prejudicam a uniformidade de floração da safra seguinte. As chuvas normalmente retornam com a primavera, em setembro, dando um choque hídrico na planta e fazendo com que seja induzida a expansão dos botões florais. Camargo (1985), analisando dados comparativos do balanço hídrico climatológico de várias regiões produtoras do Brasil, sugere que a produção econômica do cafeeiro arábica suporta bem deficiências hídricas de até 150 mm anuais, principalmente quando a estação seca coincide com a maturação e a colheita. Quando há um déficit maior que 150 mm durante o ano agrícola, é necessário que haja uma suplementação hídrica com irrigação. Nessas regiões irrigadas, muitos profissionais recomendam a aplicação de um estresse hídrico visando uniformizar a indução floral, com a consequente uniformização da granação e da maturação dos frutos, gerando maior qualidade. Um problema comum é a desuniformidade de maturação em lavouras adensadas e também em lavouras cultivadas em altitudes superiores a 900 metros. Ambos os ambientes criam um microclima mais frio que interfere no metabolismo da planta (MATIELLO et al, 2010). Camargo e Camargo (2001) classificam o café em seis fases fenológicas distintas, sendo que três ocorrem no primeiro ano e três no segundo ano do ciclo fenológico. Na primeira fase ocorre a formação das gemas vegetativas que acontece em dias longos, acima de 13 horas de luz efetivas, situação que se verifica normalmente de setembro a março. São sete meses de dias longos, com fotoperíodo acima de 13 a14 horas de luz efetiva ou acima de 12 horas de brilho solar (CAMARGO, 1985). Geralmente em abril há uma diminuição de horas diárias de luz e, consequentemente, de temperatura, o que modifica o metabolismo da planta, tendo início a segunda fase, quando ocorre a diferenciação celular, transformando as gemas vegetativas em gemas reprodutivas, resultado da modificação climática. No fim desta fase, em julho/agosto, as plantas entram em repouso, quando emitem um ou dois pares de folhas pequenas, devido ao baixo potencial hídrico do solo e temperaturas mais baixas. Nesse período, as gemas amadurecem e aguardam condições para florir, o que delimita os anos fenológicos. A terceira fase acontece quando há o início das chuvas ou das 68

69 irrigações, quando o aumento do potencial hídrico induz as gemas florais a se expandirem e florirem. Outros motivos, como um acentuado aumento da umidade relativa do ar, mesmo que os cafeeiros não recebam diretamente a chuva, poderá também provocar a florada (CAMARGO; FRANCO, 1981). Quanto maior o aumento deste potencial, maior será a uniformidade da florada. Temperatura ambiente elevada associada a um intenso déficit hídrico, durante o início da florada, provoca a morte dos tubos polínicos pela desidratação, causando o abortamento das flores, resultando nas conhecidas estrelinhas. Após a fecundação, vêm os chumbinhos e a fase de expansão dos frutos, etapa essa com duração de quatro meses, de setembro a dezembro. Havendo estiagem forte nessa fase, o estresse hídrico poderá prejudicar o crescimento dos frutos e resultar na ocorrência de uma concentração de grãos nas peneiras baixas. Nesses últimos anos vem acontecendo um problema grave: há o estímulo das primeiras chuvas e, em seguida, para de chover e aumenta a temperatura, causando o abortamento das flores, a diminuição do vingamento dos frutos, resultando em queda na produção. A quarta fase compreende agranação dos frutos pelo aumento do teor de matéria seca, o que ocorre de janeiro a março. Déficits hídricos severos nesta fase resultam frutos chochos e baixas rendas no beneficiamento. A quinta fase é caracterizada pela diminuição na quantidade de água disponível no solo, compreendendo normalmente os meses de abril, maio e junho, fazendo com que os frutos cessem o enchimento e comecem a madurar. Chuvas nesta fase fazem com que a maturação se retarde. Na sexta fase, a planta entra em repouso, coincidindo com a fase da colheita. As duas primeiras fases correspondem a fase vegetativa do desenvolvimento da planta e, a terceira, quarta e quinta fases, representam a fase reprodutiva (CAMARGO; CAMARGO, 2001).Valle Filho (2008) cita que o ponto de maturação fisiológica das sementes do cafeeiro se dá quando os frutos estão entre os estádios de verde-cana e cereja, 220 dias aproximadamente após a fecundação das flores. Esse é um ponto importante, pois corresponde ao momento em que se tem a maior qualidade de colheita. Além da época de colheita, o conjunto clima, fertilidade efitossanidade devem ser trabalhadas com eficiência nas fases antes da colheita em busca da qualidade produtiva do cafeeiro. Nesse modelo, a fenologia do cafeeiro arábica foi definida e esquematizada para as condições tropicais do Brasil e está relacionada com as condições agrometeorológicas de cada ano. A esquematização das diferentes fases fenológicas do cafeeiro permite identificar quais delas são mais exigentes em água, facilmente disponível no solo, e as que necessitam 69

70 da ocorrência de um pequeno estresse hídrico para condicionar uma florada abundante (CAMARGO; CAMARGO, 2001; CAMARGO et al., 2001). Na Figura 1, é apresentado um esquema detalhado das fases fenológicas do cafeeiro arábica (Coffea arabica L.), segundo Camargo e Camargo (2001). O ciclo fenológico, para as condições tropicais do Brasil, foi subdividido em seis fases bem distintas, conforme comentado anteriormente, sendo duas vegetativas e quatro reprodutivas, a saber: 1ª) vegetação e formação de gemas foliares; 2ª) indução e maturação das gemas florais; 3ª) florada; 4ª) granação dos frutos; 5ª) maturação dos frutos; e 6ª) repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários. Figura 1. Vegetação e frutificação do cafeeiro arábica, abrangendo seis fases fenológicos, durante 24 meses. Fonte:adaptado de Camargo e Camargo (2001). 70

71 Figura 2 Escala de notas para a correta identificação da fase do desenvolvimento do cafeeiro. Fonte: Pezzopaneet al.(2003) Os déficits hídricos podem levar à queda de produtividade do cafeeiro, embora seus efeitos dependam da duração e da intensidade da deficiência hídrica e do estádio fenológico em que a planta se encontra. Segundo Camargo e Camargo (2001), nos estádios fenológicos de vegetação, formação do grão e maturação, uma deficiência hídrica severa pode afetar a produtividade. Sendo o cafeeiro uma planta perene, durante todo ano, ele está sujeito a qualquer adversidade decorrente de eventos climáticos que possam vir a 71

72 prejudicar o desenvolvimento da cultura, como por exemplo geadas, ventos frios, má distribuição pluviométrica e outros. Quaisquer dessas ocorrências climáticas podem causar prejuízos à produtividade do cafeeiro, em maior ou menor grau, dependendo da intensidade do evento. Pragas e doenças também são dependentes de condições favoráveis, do ambiente e das plantas: lavouras equilibradas, bem nutridas e com boa sanidade, apresentam mais resistência tanto aos ataques de enfermidades quanto às adversidades climáticas. Desde 2010, vem sendo realizado o monitoramento mensal das condições agrometeorológicas e fenológicas do café em Araxá-MG. Esse monitoramento se dá pelas análises da precipitação pluviométrica e da temperatura em relação ao desenvolvimento fenológico do cafeeiro. O levantamento é realizado por coletas em uma estação climática do Campo Experimental de Café da Capal e Fundação Procafé. Na tabela 1, estão demonstrados os dados pluviométricos da média histórica e de 2011 a Observa-se que o último ano agrícola (agosto de 2013 a março de 2014) apresentou um acumulado de 849 mm, média muito abaixo da média histórica, que foi de 1394 mm, e também abaixo da média de 2011 a 2013 para o período, que foi de 1230 mm. Observa-se que o início da época chuvosa em agosto, setembro e outubro de 2013, apresentou médias praticamente iguais à média histórica, enquanto que, a partir desse mês, o índice de chuvas foi 25% menor em novembro, 19% menor em dezembro, 79% menor em janeiro de 2014, 74% menor em fevereiro, e, em março, 35% menor que a média histórica. De maneira geral, no ano agrícola 2013/14 apresentou um índice pluviométrico 39% menor até o final de março. Tabela1. Acompanhamento pluviométrico da Araxá (Latitude SLongitude W Altitude: 960m)Fonte: Fundação Procafé Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total M.Hídrica ,8 122,4 282,8 79, , ,4 1377, , ,3 171,9 50,7 62,6 3,6 0 32,8 73,1 187,3 197, ,9 131,3 257,9 79,4 101,3 33, ,7 149, ,8 1554, ,2 48, ,4 Os valores referentes às temperaturas médias mensais estão demonstrados no Gráfico 1. Comparando-se as temperaturas verificadas 72

73 no ano agrícola 2013/14 com as da média histórica, nota-se que setembro apresentou uma média de quase 2 C a mais e outubro de 2 C a menos, lembrando que em outubro ocorreu abertura da maior florada do café nesta safra, o que na região normalmente ocorre em setembro. A partir de outubro houve uma variação mensal de 0,5 a 0,9 C a mais que a média histórica, o que, juntamente com a falta das chuvas, prejudicou sobremaneira o processo de enchimento dos frutos do café, aumentando o índice de frutos pequenos, mal formados e chochos. Gráfico 1. Acompanhamento de temperatura média mensal de Araxá/MG Luiza (2014) explica que esta seca é proveniente de um fenômeno climático com curta duração, denominado El Niño. Ele decorre do aquecimento expressivo das águas do Oceano Pacífico e da redução simultânea dos ventos alísios equatoriais, tendo como uma das suas principais marcas a seca em algumas regiões e níveis elevadíssimos de precipitação em outras. Todas as interações ambientais podem interferir em diferentes formas no desenvolvimento do cafeeiro. O monitoramento realizado considera também o crescimento dos ramos do cafeeiro no ano agrícola, expresso pelo número de nós formados a partir da última roseta produtiva. Geralmente, o primeiro nó do ano agrícola é formado em julho/agosto, com temperaturas e umidade relativamente baixas, apresentando-se assim um pequeno internódio, menor que os demais produzidos nas épocas chuvosas (figura 3). Em 2014, devido às baixas precipitações pluviométricas, principalmente em janeiro e fevereiro, o crescimento dos nós produzidos no mês foi prejudicado, apresentando um internódio de tamanho reduzido no meio do ramo plagiotrópico (figura 4), tendo esse fato sido observado em vários galhos nas lavouras avaliadas. No gráfico 2 observa-se que o número de nós desenvolveu-se de forma normal até o mês de janeiro de 2014, sendo que em fevereiro e março 73

74 o número de nós médios crescidos (de agosto de 2013 a março de 2014) foi menor que o normal da região, podendo prejudicar a produção da safra de Figura 3. Ramo com crescimento normal. Figura 4. Ramo com crescimento prejudicado Fonte: Campo Experimental de Café da Capal Gráfico 2. Desenvolvimento dos ramos plagiotrópicos do ano agrícola 2013/14Fonte: Fundação Procafé Esses resultados são semelhantes aos de outras regiões também castigadas pelo evento climático. Pesquisadores, como prof. Rena (2014), 74

75 explicam fisiologicamente esses fatos, em que as altas temperaturas e a falta de chuvas cessam a produção de fotoassimilados, retardando o desenvolvimento das plantas, enquanto a falta de água diminui a translocação de seiva impedindo ou diminuindo a hidratação e nutrição dos frutos, gerando frutos com peneiras menores, grãos mal formados, grãos chochos e grãos mumificados. Essas más formações podem prejudicar o rendimento e uniformidade do café, resultando em uma menor rentabilidade das lavouras. Rena cita ainda que, em alguns casos, esta anomalia climática atingiu também o sistema radicular e, como a recuperação do mesmo é mais lenta, isso pode prejudicar igualmente a produção da safra de A má formação de frutos foi constatada em varia localidades, inclusive em Araxá, como pode ser observado nas fotos da Figura 5. Figura 5. Efeito dos eventos climáticos no cafeeiro na região de Araxá MG. Vários levantamentos estão sendo feitos na região para estimar a quebra na produção de Lavouras mais bem nutridas e/ou que utilizam a irrigação apresentam o problema de forma menos expressiva, assim como lavouras mais precoces e lavouras plantadas em regiões mais altas, sentiram menos. De forma geral, os especialistas calculam uma quebra de 20% para a região do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba, com boas chances de prejudicar a safra de 2015 e algumas de prejudicar a safra de

76 Referências CAMARGO, A. P. FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DE CAFÉ ARÁBICANAS DIFERENTES REGIÕES CAFEEIRAS DO BRASIL. PesquisaAgropecuária Brasileira, Brasília, v.20, n.7, p ,1985. CAMARGO, A. P; CAMARGO, M. B. P. DEFINIÇÃO E ESQUEMATIZAÇÃO DAS FASES FENOLÓGICAS DO CAFEEIRO ARÁBICA NAS CONDIÇÕES TROPICAIS DO BRASIL. Campinas, CAMARGO, A. P. de; FRANCO, C. M. CLIMA E FENOLOGIA DO CAFEEIRO. In: CULTURA de café no Brasil: manual de recomendações.rio de Janeiro: Instituto Brasileiro do Café, p FRANCO, C. M. DESCOLORAÇÃO EM FOLHAS DE CAFEEIROS, CAUSADA PELO FRIO. Bragantia, Campinas, v. 15, p , MATIELLO, J. B; GARCIA, A. W. R; ALMEIDA, S. R. COMO FORMAR CAFEZAIS PRODUTIVOS. Varginha-mg: Reproarte Gráfi ca, p. MATIELLO, J. B; SANTINATO, R; GARCIA, A. W; ALMEIRA, S. R; FERNADES, D. R. CULTURA DE CAFÉ NO BRASIL MAUNUAL DE RECOMENDAÇÕES. Varginha: Gráfi ca Santo Antônio, p. RENA, A. B.ESTIAGEM E CALOR PODEM AFETAR SAFRAS DE CAFÉ ATÉ Revista Cafeicultura Disponível em: < revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=52805> Acesso em: Março de 2014 SANTINATO, R; FERNANDES, A. L. T. CULTIVO DO CAFEEIRO IRRIGADO EM PLANTIO CIRCULAR SOB PIVÔ CENTRAL. Belo Horizonte: Editora O Lutador, p. THOMAZIELLO, R. A.; FAZUOLI, L. C.; PEZZOPANE, J. R. M.; FAHL,J. I.; CARELLI, M. L. C. CAFÉ ARÁBICA: CULTURA E TÉCNICAS DE PRODUÇÃO.Campinas: Instituto Agronômico, p. (Boletim Técnico, 187). VALLE FILHO, J. G. R. DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO RECEPADO COM DIFERENTES DOSES E FONTES DE P2O5. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação, em Cafeicultura, da EAFMuz, como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo em Cafeicultura. Mozambinho, COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis CAPAL Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares 76

77 11 Circular Técnica Rafael Tadeu de Assis¹ Cleidiane Gloria de Morais² ¹Engº Agrº Me. Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ ²Graduanda do curso de Agronomia do UNIARAXÁ SORGO SACARINO, A SEGUNDA SAFRA DO ETANOL NO BRASIL A demanda mundial por combustíveis renováveis tem se expandido rapidamente nos últimos anos, devido à preocupação com a redução do volume de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020, como determina o compromisso assumido pelo governo brasileiro na COP 15. Além disso, incertezas a respeito da disponibilidade futura de recursos não renováveis e tensões geopolíticas em regiões produtoras de petróleo têm despertado grande interesse no mundo pelos biocombustíveis, pois estes são os mais viáveis substitutos para o petróleo, em escala signifi cativa. (TOMAZ & ASSIS, 2013) Mesmo sabendo do importante uso da cana-deaçúcar, e de se planejar para que no País possam surgir outras fontes potenciais para robustecer e estimular o aumento de técnicas no intuito de gerar bioenergia. Pensando em produção de etanol, uma das opções é o sorgo sacarino, que pode ser plantado em período de entressafra da cana-de-açúcar e usado como cultura para renovações de canaviais. Sendo assim, seu ciclo de cultivo e colheita abrange o período da entressafra da cana-de-açúcar, principalmente na região centro-sul do Brasil, contribuindo para o aumento de oferta e de preços, comum no período de entressafra da cana-de-açúcar (MOREIRA, 2010). O sorgo é uma gramínea tropical nativa de países africanos, da região do Sudão, Etiópia. O sorgo sacarino é de porte alto, superior a três metros, caracterizado, principalmente, por apresentar colmo doce e suculento como o da cana-de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e produz poucos grãos (sementes). O sorgo, nos diferentes tipos (granífero, forrageiro e sacarino), apresenta-se como uma espécie bem adaptada a ambientes extremos de estresses abióticos, especialmente, de temperatura do ar e umidade do solo. Este comportamento de rusticidade às condições ambientais confere ao sorgo condições favoráveis à sua adaptação em relação a outras espécies comerciais. Apesar deste fato, o sorgo é responsivo às boas 77

78 práticas agrícolas e de manejo da cultura, e, portanto, passível de inovação tecnológica competitiva para a sua utilização e usos (COELHO, et al., 2002). Quando se fala da cultura do sorgo, a primeira coisa que imaginamos é aquela planta que produz grãos e forragem para alimentar o gado. No entanto, nos últimos anos, com a voracidade do mundo por fontes de energia renováveis, outro tipo de sorgo despertou a curiosidade e interesse dos pesquisadores, o sorgo sacarino que serve para fazer etanol. Ao lado da cana-de-açúcar, que é tradicionalmente empregada na produção de etanol, o sorgo sacarino apresenta-se como uma ótima opção sob o ponto de vista agronômico e industrial (MAGALHÃES, et al., 2007). O sorgo sacarino pode oferecer, dentre outras, as seguintes vantagens: rapidez no ciclo (quatro meses); cultura totalmente mecanizável (plantio por sementes, colheita mecânica); colmos suculentos com açúcares diretamente fermentáveis (produção de 40 a 60 t ha -1 de colmos); utilização do bagaço como fonte de energia para a industrialização, para a co-geração de eletricidade ou como forragem para alimentação de animais, contribuindo para um balanço energético favorável (EMBRAPA, 2012). O sorgo sacarino pode ainda colaborar na composição do manejo varietal da usina. Com a integração desta cultura, as variedades de cana-deaçúcar do início de safra podem ter sua colheita atrasada e, consequentemente, gerar um maior acúmulo de açúcar, ou seja, um aumento do POL da cana por hectare. Associado a esses fatores, o uso do sorgo sacarino também ajuda a diminuir a ociosidade da indústria, durante o período de entressafra da cana-de-açúcar, e consequentemente, isso contribui para a diluição do custo fixo da usina (TOMAZ & ASSIS, 2013). Sendo assim, o sorgo sacarino é a espécie mais promissora para elevar a quantidade produzida de etanol anualmente no Brasil, de forma rápida e segura, uma vez que não há necessidade de mudanças estruturais e logísticas do parque industrial e operacional das usinas que o receberão. Os colmos de sorgo podem ser colhidos com a mesma colhedora da cana e a época de colheita ideal se dá justamente na entressafra de cana, ou seja, quando a produção de etanol por hectare é máxima no sorgo, a cana está muito abaixo do seu potencial máximo de produção (EMBRAPA, 2012). Para que se consiga um manejo adequado no desenvolvimento da cultura, desejando elevada produtividade de biomassa e, naturalmente, alta produção de caldo por hectare plantado, a lavoura de sorgo sacarino demanda a mesma regra recomenda para todos os tipos de cultura. Implantação e manejo da lavoura Antes de iniciar um plantio, de qualquer cultura, sem dúvida alguma o primeiro passo é realizar a amostragem de solo (na profundidade de 0-20 e cm) no intuito de avaliar adequadamente as condições químicas do 78

79 solo e, assim, determinar as práticas corretivas, caso sejam necessárias, e a quantidade de fertilizante a ser aplicada. O sucesso de uma lavoura de sorgo depende muito de um bom preparo de solo, devendo-se: fazer aração cedo, logo após a colheita da cultura anterior; antes do plantio de sorgo, eliminar os torrões, detritos e plantas infestantes; deixar a superfície do solo o mais nivelada possível, para que a emergência da plântula seja rápida e uniforme. O sorgo sacarino não deve ser plantado com o solo seco e/ou frio. A temperatura do solo deve atingir pelo menos 18ºC, e deve ser plantado após uma boa chuva. Usa-se a mesma plantadeira usada para outros grãos, observando-se apenas a troca do disco de plantio (SCHAFFERT, 1980). Com relação à profundidade de semeadura, a máquina tem de estar bem regulada e deve-se ter um monitoramento rigoroso na hora do plantio, principalmente em solos argilosos. A semente deve ser depositada no solo com a profundidade 2 cm. Em um hectare é comum usar em média 8 kg de semente. Em áreas de sorgo sacarino não é comum dividir a adubação de cobertura, com isso buscando reduzir os gastos com operações agrícolas (EMBRAPA, 2012). A quantidade de plantas por hectare deve girar em torno de 100 a 120 mil plantas, já o espaço entre linha pode variar dependendo da máquina que vai ser usada na colheita. Quando se usa um espaçamento menor, a produtividade de colmo por área tende a aumentar. Entretanto, existe um limite de espaçamento, pois lavouras muito adensadas e com crescimento vigoroso estão mais propícias a diversos problemas, um deles é o acamamento devido às chuvas fortes e com ventanias, comuns principalmente nos meses de janeiro a março (TOMAZ & ASSIS, 2013). Viabilidade econômica da produção de etanol a partir do sorgo sacarino A produção de etanol a partir do sorgo sacarino tem sido considerada viável devido à semelhança com a cana-de-açúcar, ao alto teor de açúcares, uma boa produção de biomassa, custos inferiores ao da cana-de-açúcar (Figura 1), além de o processamento poder ser feito nas usinas de cana-deaçúcar. Entretanto, há poucos estudos e informações sobre a viabilidade técnico-econômica da produção de etanol a partir do sorgo sacarino (TOMAZ & ASSIS, 2013). Alguns fatores possuem importantes efeitos sobre os custos de produção de etanol a partir do sorgo, como o preço das matériasprimas, o preço do etanol e os fatores de conversão. O potencial mínimo de geração de etanol de sorgo sacarino está estimado em L/ha, com uma produtividade que gira em torno de 55 t/ha, o que representa cerca de 58,6 L/t. 79

80 Fontes: Embrapa e Monsanto O Sorgo Sacarino complementa a produção de cana-de-açúcar e é uma matéria-prima ideal para produção de etanol. O sorgo sacarino cresce rapidamente, utilizando menos água e fertilizantes e alcança picos de açúcar em diferentes épocas do ano. Com o uso de sementes, o sorgo pode ser plantado em rotação com outros cultivos anuais e potencialmente semeado em áreas não cultivadas, assim como em terras onde a cana não se adapta bem. Essa flexibilidade é resultado, em parte, de o sorgo ser uma planta de características naturais fortes e de rápido crescimento. As plantas atingem a maturidade geralmente entre 120 a 140 dias, com potencial para cortes adicionais após a primeira colheita. A cana de sorgo ainda pode ser colhida em épocas de alta umidade, desde que haja cuidado com sistema radicular. E, já que o açúcar acumula ao redor do centro da planta, pode ser cortado numa distância maior do solo, o que reduz a sujeira no material colhido (TEIXEIRA, et al., 1997). As usinas têm agora a possibilidade de iniciar suas atividades industriais com o sorgo sacarino a partir da segunda quinzena de março, visto que a janela ideal de plantio de sorgo é de 15 de novembro a 15 de janeiro, período em que essa cultura encontra as melhores condições de desenvolvimento, proporcionando, assim, um aumento na amplitude da janela de colheita. 80

81 Considerações finais Cultura de ciclo rápido, ou seja, de 120 dias, o sorgo sacarino produz biomassa e açúcares fermentáveis que, uma vez industrializados, transformamse em etanol. A proposta da cultura do sorgo sacarino não é competir com a cana-de-açúcar para produção de etanol no Brasil, mas ser uma opção alternativa e viável, plantada como rotação de culturas nas áreas de reforma de cana-de-açúcar em outubro, para colheita em fim de fevereiro/março. Seu ciclo de cultivo e colheita fica compreendido justamente ao período da entressafra da cana, especialmente, na região Centro-Sul, o que contribui para a diminuição da volatilidade de oferta e de preços, típica da entressafra da cana-de-açúcar. O cultivo de sorgo é também uma excelente opção para manter as usinas em pleno funcionamento durante a entressafra de cana, impactando positivamente na minimização dos custos fixos do negócio, no fluxo de caixa, e melhorando ainda mais a relação custo/benefício da produção de etanol. A colheita do sorgo em um período em que a cana está com baixo nível de açúcar é também outro benefício. Assim, pode-se esperar o melhor momento - um maior acúmulo de POL da cana - para a colheita, aumentando ainda mais a produtividade da usina para indústria de etanol. O alto volume de bagaço gerado pelo cultivo do sorgo proporciona matéria-prima essencial na geração de energia - em período que a cana não está disponível - possibilitando a comercialização do excedente. Referências COELHO, A. M.; WAQUIL, J. M.; KARAM, D.; CASELA, C. R.; RIBAS, P. M. Seja doutor de seu sorgo. Potafos. Informacoes Agronomicas, n.100, p MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M.; RODRIGUES, J. A. S. Cultivo do Sorgo Aspectos gerais dos efeitos ambientais sobre o crescimento do sorgo. Embrapa Milho e Sorgo. Sistemas de Produção 2. Sete Lagoas Disponível em: Sorgo/CultivodoSorgo/ambientais.htm. Acessado em 10 de abril de MOREIRA, L. R. Biocombustiveis: abastecer o debate sobre os rumos da política energetica. Revista Principios. Sao Paulo. Ed. 105, p , Jan/ Fev SCHAFFERT, R. E.; SANTOS, F. G.; BORGONOVI, R. A.; SILVA, J. B. Aprenda a plantar sorgo sacarino. Agroquímica, São Paulo, v. 13, p ,

82 Sistema Embrapa de produção agroindustrial de sorgo sacarino para bioetanol: Sistema BRS1G Tecnologia Qualidade Embrapa / Editores técnicos: May, A. et al. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, p. TEIXEIRA, C. G; JARDINE, J. G; BEISMAN, D. A. Utilizacao do sorgo sacarino como materia-prima complementar a cana-de-acucar para obtencao de etanol em microdestilaria. Ciencia e Tecnologia de Alimentos. vol.17 n TOMAZ, H, V. Q.; ASSIS, R. T. Sorgo sacarino Rendimento extra na entressafra da cana-de-açúcarin: Silva. J.C; Silva. A. A. S; Assis. R. T; Sustentabilidade e inovação no campo. editora Composer, Uberlândia- MG Cap. 6, P COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis CAPAL Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares 82

83 12 Circular Técnica Arejacy Antônio Sobral Silva 1 Paulo de Tarso Veloso Menezes Brando 2 Nayara Aparecida da Silva 2 Emanuely Torres Melo 2 1 Professor do Uniaraxá arejacysilva@uniaraxa.edu.br 2 Graduando em Agronomia no Uniaraxá. COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIA BRANCA E AVEIA PRETA EM ARAXÁ, MG. As aveias, assim como outras culturas de clima temperado ou de inverno, são comumente cultivadas nos estados da região sul do Brasil, pois lá encontram condições climáticas ideais ao seu desenvolvimento. Da mesma forma que o trigo, que a princípio era plantado apenas nas regiões mais frias do país, as aveias têm sido cultivadas na região sudeste no outono, em sequeiro após a safra de verão e até mesmo durante o inverno, desde que haja disponibilidade de irrigação. O uso de aveias, tanto para a alimentação animal quanto para adubação verde e mesmo para a produção de grãos (aveia branca), vem despertando o interesse de produtores e técnicos das regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Em sistemas de produção animal, a utilização de forrageiras de inverno é uma alternativa para suprir a escassez de pastagens tropicais que, no período de outono-inverno, sofrem quedas drásticas na produção, mesmo quando irrigadas, devido à diminuição da temperatura. Com auxilio de programas de melhoramento genético e uso adequado de irrigação, a região Sudeste do Brasil, está conseguindo obter bons resultados na produção de aveias. Entretanto, é de fundamental importância identifi car cultivares que apresentem desempenho satisfatório nessa região. Com o objetivo de avaliar a produtividade de cultivares ou genótipos de aveia branca (Avena sativa L.) e aveia preta (Avena strigosa Schreb) na região, foi desenvolvida em 2013, uma pesquisa para avaliar o desempenho de 12 cultivares (BRANDO et al., 2014; SILVA et al., 2014). O experimento foi realizado no campo experimental do Centro Universitário do Planalto de Araxá UNIARAXÁ, em Araxá-MG, que se localiza a de latitude e de longitude, com altitude de 960 metros, em solo cultivado de textura média. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com nove tratamentos e três repetições para 83

84 as cultivares de aveia branca: IPR 126, IPR SUPREMA, IPR ESMERALDA, FAPA 43, URS GUAPA, TORENA, CORONA, GUARA, TAURA. O mesmo delineamento experimental, porém com três tratamentos e três repetições, foi usado para a avaliação de cultivares de aveia preta: EMBRAPA 140, BRS 139 e IAPAR 61. A semeadura foi realizada manualmente no dia 28 de abril de 2013, em sulcos, a uma profundidade de 3 cm, com densidade de 350 sementes aptas por m². As parcelas possuíam 10 linhas, espaçadas de 0,20 m e suas dimensões eram de 2 m de largura e 2 m de comprimento (4m²). A adubação de plantio foi feita com 300 kg ha-1 de A adubação de cobertura foi realizada aplicando-se 35 kg ha-1 de cloreto de potássio mais 20 kg ha-1 de sulfato de amônio na fase de perfilhamento. Após cada corte foi aplicado 20 kg ha-1 de sulfato de amônio. A irrigação foi realizada com intervalos de 10 dias, de acordo com as condições climatológicas, aplicando uma lâmina de 25 mm de água em cada irrigação, descontando as chuvas. (BACCHI e GODOY, 1997). Os cortes foram realizados quando as plantas atingiam 30 a 35 cm de altura, deixando resíduo de 7 cm para que houvesse rápida rebrota. O último corte foi realizado quando 50% das plantas estavam no estádio de emborrachamento. Foi realizada a avaliação do hábito de crescimento das aveias através de uma escala de notas variando de um a nove, sendo que a nota um referese à planta com hábito de crescimento vertical e nota nove, à planta com crescimento prostrado (tombado). Notas de dois a oito indicam hábito de crescimento de semiereto a semiprostrado, respectivamente. No momento de cada corte, para determinação da massa de forragem, foram colhidas três amostras de forragem, em cada tratamento, utilizando-se uma moldura de vergalhão de 0,50 m x 0,50 m, colocada ao acaso, em ponto representativo da condição do relvado nas parcelas. Os perfilhos contidos no interior da moldura foram colhidos rente ao solo, com o auxílio de uma tesoura de poda e acondicionados em sacos plásticos, devidamente identificados. Em seguida, essas amostras foram transportadas para o laboratório, onde os componentes da planta foram pesados e secos em forno micro-ondas, de acordo com Santos et al. (2004), calculando-se, assim, o percentual de matéria seca. Os dados de hábito de crescimento e produção de massa seca por corte e total estão apresentados na Tabelas 1 e 2. As cultivares de aveia branca com hábito de crescimento mais prostrado foram IPR SUPREMA E IPR 126. As cultivares mais produtivas foram IPR 126 com 7936 kg ha-1 em seis cortes e IPR SUPREMA com 7334 kg ha-1 em cinco cortes, ambos com ciclo tardio (Tabela 1). Todos as cultivares de aveia preta avaliadas mostraram hábito de crescimento semiereto. 84

85 A cultivar de aveia preta com menor produção foi EMBRAPA 140, uma vez que encerrou seu ciclo após o terceiro corte. IAPAR 61 foi mais produtiva que EMBRAPA 140 e não se diferiu estatisticamente da cultivar BRS 139. As aveias pretas IAPAR 61 e BRS 139 produziram um corte a mais que EMBRAPA 140 (Tabela 2). A produtividade, tanto para aveia branca, quanto para aveia preta, se correlacionou com o hábito de crescimento, sendo que as mais produtivas apresentaram hábito de crescimento semiprostrado. Mas cultivares de hábito de crescimento excessivamente prostrado podem dificultar a colheita da forragem pelos animais, ou mesmo a colheita mecanizada. Isso, aliado ao maior sombreamento das folhas mais velhas, localizadas na base da planta, pode implicar perdas da forragem produzida. A maior estabilidade e o maior período de produção da aveia favorece a disponibilidade de alimento durante esse período de escassez de alimento no régio outono-inverno. Para o uso na alimentação animal, destacaram-se as aveias brancas IPR 126 e IPR SUPREMA e a aveia preta IAPAR 61, devido à maior produção e número de colheitas que proporcionaram. Se o objetivo for o uso como adubo verde ou rotação de culturas a fim de fornecer massa (palhada) para o solo, podem-se considerar aquelas cultivares que produziram mais no primeiro corte, já que, nesse caso, não há interesse na rebrota das plantas. Tabela 1. Resultados de hábito de crescimento, dias para último corte e produtividade de massa seca por corte e total dos genótipos avaliados. Araxá, MG, Fonte: Silva et al.,

86 Tabela 2. Resultados de hábito de crescimento, dias para último corte e produtividade de massa seca por corte e total dos genótipos avaliados. Araxá, MG, Fonte: Brando et al.,2014 Imagem 1. Vista parcial do experimento. Referências: BACCHI, O. O. S.; GODOY, R. Demanda hídrica de aveia forrageira na região de São Carlos, SP. In: REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE AVEIA, 17.,1997, Passo Fundo. Resultados Experimentais. Passo Fundo, CSBPA,1997.p BRANDO, P.T.V.M; SILVA, A.A.S.; RIBEIRO, J.V.C.; PAIVA, M.J.A.; GERVÁSIO, G.R.; INÁCIO, P.K. Competição de genótipos de aveia preta, 86

87 Araxá, MG, Anais da XXXIV Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia. CASTRO-Pr, SILVA, A.A.S.; BRANDO, P.T.V.M.; RIBEIRO, J.V.C.; PAIVA, M.J.A.; CARNEIRO FILHO, A.J.; INÁCIO, P.K. Ensaio de genótipos de aveia branca, Araxá, MG, Anais da XXXIV Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia. CASTRO-Pr, SOUZA, G.B.; NOGUEIRA, A.R.A.; RASSINI, J.B. Determinação de matéria seca e umidade em solos e plantas com forno de micro- ondas doméstico. Circular Técnica, 33. EMBRAPA. SÃO CARLOS, COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Coordenador: Dr. José Carlos da Silva Membros: Arejacy Antônio Sobral Silva, Rafael Tadeu de Assis, Jorge Mendes de Oliveira Junek, Carlos Eugênio Ávila Oliveira, Paulo Fávero de Fravet, Paulo José da Silva Leite e Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves. Revisão de texto: Jacqueline de Souza Borges Assis Normalização bibliográfica: Maria Clara Fonseca josecarlos@uniaraxa.edu.br Versão eletrônica, junho de ª impressão (2014): 100 exemplares CAPAL 87

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