Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia
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- Isabel Weber Bicalho
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1 Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia Bases neurofisiológicas da atenção Profª Maria da Soledade Recife
2 Introdução Cérebro humano é confrontado com uma variedade de estímulos sensoriais: sons, sensações táteis, estímulos gustativos, visuais, dentre outros; Atenção: sentido generalizado de focar, prestar atenção em alguma atividade; (BRANDÃO, 2005)
3 Introdução Prestar atenção a algum estímulo implica em, paralelamente, darmos pouca ou nenhuma importância aos demais acontecimentos do meio; Atividade mental humana é dotada de alto grau de seletividade e direção;
4 Exemplo de seletividade em atenção
5 Introdução Atenção é o nome dado ao caráter direcional e à seletividade dos processos mentais organizados; Manutenção da vigilância sobre o curso e desenvolvimentos de nossas ações; Planejamento;
6 Introdução Processos que determinam a atenção envolvem atividades cooperativas na formação reticular, sistema límbico e estruturas corticais; Destaque: tálamo, formação reticular e áreas corticais responsáveis pelo processamento de um estímulo particular
7 Tálamo
8 Formação reticular
9 Área cortical específica Exemplo: lobo temporal
10 A formação reticular - especificidades Conjunto de neurônios de tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas; Agrupamento de neurônios que formam núcleos; Sua principal função está relacionada com a ativação do córtex cerebral, regulando os estados de alerta e sono;
11 A formação reticular - especificidades Experimento de Moruzzi; Magoun: Lesões circunscritas à linha média do mesencéfalo de gatos determinavam uma diminuição do tono cortical e do aparecimento de um estado de sono; Se a lesão fosse feita mais abaixo, na linha média da ponte, os gatos permaneciam em alerta e acordados;
12 Sistema ativador reticular ascendente (SARA) A condição mais elementar da atenção - o estado de alerta está sob controle do sistema ativador reticular ascendente (SARA); Eferências da SARA são distribuídas difusamente para todas as áreas corticais; Estimulação elétrica de regiões no SARA causa rápida e marcada ativação no EEG;
13 Sistema ativador reticular ascendente (SARA) Imagem retirada de BRANDÃO, 2005
14 Sistema ativador reticular ascendente (SARA) O SARA está localizado no tronco encefálico; Fibras ascendentes da formação reticular projetam-se em núcleos inespecíficos do tálamo, e daí para o córtex, constituindo este sistema, que tem como principal função ativar o córtex e manter a vigilância
15 Sistema ativador reticular ascendente (SARA) Evidências farmacológicas: importância do SARA na manutenção da consciência. Drogas depressoras da atividade neuronal do SARA diminuem o nível de consciência. Ex.: barbitúricos Drogas estimulantes do SARA produzem efeitos excitatórios. Ex.: anfetaminas;
16 Ativação cortical relacionada à atenção Vários neurotransmissores estão envolvidos na integração do estado de atenção; Evidências da presença de acetilcolina, noradrenalina, dopamina e serotonina na atuação de natureza multimediada do SARA;
17 O núcleo tegmental lateral do mesencéfalo Principal fonte de inervação colinérgica (acetilcolina) no SNC, na regulação da atenção; Seus neurônios colinérgicos projetam-se em áreas sensoriais talâmicas, como também nos núcleos reticulares do tálamo; O núcleo tegmental lateral do mesencéfalo é ativado por estímulos sensoriais estado de alerta
18 O núcleo tegmental lateral do mesencéfalo Resumindo: Sinais sensitivos externos como um som de forte intensidade, ao chegar ao córtex, descem à formação reticular e sobem, fazendo conexão com centros talâmicos, até chegar novamente ao córtex, trazendo-nos ao estado vigil, se estivermos dormindo, ou ao estado de atenção o córtex pré-frontal se acordados.
19 Registro dos indicadores de atenção Testes dicóticos; Registros eletroencefalográficos; Exames de imagem;
20 Teste dicótico Ouve uma informação principal em uma orelha (a esquerda) e uma informação competitiva na orelha direita; Processo de seleção da informação: escolhemos primeiro o que é mais relevante e após, procedemos a identificação do estímulo;
21 Exemplo de teste dicótico - PSI Mostre o gato tomando leite João e Maria foram passear...
22 O EEG
23 Efeito Stroop
24 Exames de imagem
25 Contexto clínico: Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH Causa multifatorial (fatores genéticos, distúrbios do desenvolvimento do cérebro, fatores psicossociais); O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma condição relativamente crônica, que afeta muitos domínios das principais atividades do cotidiano, revelando prejuízos evidentes na capacidade de atenção, acompanhados de um comportamento hiperativo e impulsivo. Apesar da extensa literatura sobre a epidemiologia e caracterização do TDAH na infância, tal transtorno pode ocorrer em outras fases da vida, como a adolescência e a idade adulta.
26 TDAH George Still realizou uma descrição pioneira sobre o TDAH, em 1902, onde descreveu as características de 43 crianças atendidas em seu consultório, todas com sérias dificuldades em manter a atenção e com comportamento hiperativo. Still acreditava que a gênese do TDAH estava associada a um defeito no controle moral, ou em alguns casos, em função de uma doença cerebral aguda (BARKLEY et al, 2008).
27 TDAH O DSM-IV (2002) estabelece os atuais critérios diagnósticos para o TDAH, considerando três elementos categóricos norteadores: Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade; O DSM-IV e a CID-10 (Código Internacional de Doenças) incluem um critério de idade do início dos sintomas que acarretem prejuízos antes dos 7 anos de idade;
28 TDAH As evidências das pesquisas de neuroimagem funcionais e estruturais convergem para demonstrações consistentes de que os indivíduos com TDAH apresentam alterações no circuito frontal-estriatal (Colby et al, 2012)
29 Circuito frontal-estriatal
30 TDAH - tratamento Psicoterapia e fármacos; Fármacos: agentes estimulantes do SNC, como o dextroanfetamina e metilfenidato; Estas drogas agem ativando vias inibitórias do SNC, particularmente as mediadas pelo GABA;
31 Ritalina o fármaco mais conhecido: Farmacodinâmica Classe terapêutica: psicoestimulante. A Ritalina é um composto racêmico que consiste de uma mistura 1:1 de d-metilfenidato e l-metilfenidato. O metilfenidato é um fraco estimulante do sistema nervoso central, com efeitos mais evidentes sobre as atividades mentais do que nas ações motoras. Seu mecanismo de ação no homem ainda não foi completamente elucidado, mas acredita-se que seu efeito estimulante é devido a uma inibição da recaptação de dopamina no estriado, sem disparar a liberação de dopamina.
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