Conservação Ecológica

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Conservação Ecológica"

Transcrição

1 Conservação Ecológica Biogeografia de ilhas e metapopulações Jean Paul Metzger Depto. Ecologia IB - USP

2 Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. Por que conservar? Causas de extinções Estimativas de perda 3. Sensibilidade das populações pequenas 4. Vulnerabilidade à extinção II ESTUDO DE POPULAÇÕES FRAGMENTADAS 5. Biogeografia de ilhas 6. A teoria de metapopulações 7. Ecologia de paisagens

3 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE Conservação da natureza: todo tipo de manejo da natureza (proteção total, utilização sustentável e restauração) visando a perpetuação das espécies e a manutenção dos recursos naturais de forma sustentável.

4 Por que conservar a biodiversidade? estéticas, cênicas econômicas: valores diretos: consumo (lenha, caça), produtivo (madeira de lei, castanha do Pará, peixes, frutas, mel, cera de abelha,...) valores indiretos (serviços ambientais): proteção de mananciais, contenção de erosões, deslizamentos e enchentes, controle climático, recreacional, eco-turismo valor de opção: banco genético para indústria de alimentos e de fármacos éticas (valor de existência)

5 Por que conservar a biodiversidade? VALORES INSTRUMENTAIS: estéticas, cênicas econômicas: valores diretos: valores indiretos (serviços ambientais): valor de opção VALORES INTRÍNSECOS éticas (valor de existência) Qual a diferença de considerar valores intrínsecos ou instrumentais?

6 Se extinções são naturais, por que se JP preocupar? Metzger Lepac USP

7 Principais causas da crise da biodiversidade - Perda e fragmentação do habitat - Introdução de espécies exóticas - Exploração direta - Mudanças climáticas

8 Exemplo do Mar de Aral Antiga União Soviética (agora Cazaquistão Uzbequistão) Era a quarta maior superfície de água doce do mundo km2

9 Exemplo do Mar de Aral Alimentado por dois rios (Amu Daria e Sir Daria) A partir dos anos 1960 foram utilizados para irrigação de culturas de algodão no Uzbequistão (Amu Daria) e de arroz no Cazaquistão (Sir Daria). Até 90% da água destes rios foi retirada.

10 Exemplo do Mar de Aral

11 Exemplo do Mar de Aral

12 Exemplo do Mar de Aral O Mar de Aral praticamente secou (perdeu 60% do seu volume); Com o aumento da salinidade, os peixes morreram (20 das 24 espécies de peixes locais se extinguiu) e a comunidade de pescadores locais (60 mil pessoas) abandonou as atividades; Os depósitos de sal nas áreas ressecadas foram dispersas pelo vento, reduzindo a produtividade agrícola e acabando com a criação de gado num raio de 200 km no entorno do Mar de Aral;

13 Exemplo do Mar de Aral O lençol freático baixou de 5 a 15 m nas áreas do entorno e ficou salgada; Nas áreas irrigadas, o lençol subiu, provocando a salinização do solo e sua desertificação O clima mudou, ficando mais quente no verão e menos chuvoso. A população sofre com a alta densidade de areia e sal, com a contaminação dos solos e da água por pesticidas (muito usados para o algodão) a amamentação não é recomendada devido à alta concentração de pesticidas no leite materno! A incidência de câncer de garganta e de doenças respiratórias é alta.

14 Estimativas de perda de espécies Arrhenius (1921): S=c A z onde: S: riqueza A: área c e z constantes (específicas) Arrhenius, O Species and area. J. of Ecology 9:

15 Relação entre área de uma ilha e a taxa de extinção A variação da riqueza em função da área da ilha pode ser modelizada a partir da equação logística: S = c A z Log(S) = Log(c) + z Log(A) S: riqueza específica A: área da ilha c e z são duas constantes Log(S) Log(c) z Log(A) A constante z parece representar as capacidades de colonização e as possibilidades de extinção das comunidades estudadas

16 Estimativas de perda de espécies z médio = 0,30 Arrhenius, O Species and area. J. of Ecology 9:

17 mudança no padrão de uso e ocupação das terras...

18

19 48% da terra está diretamente transformada / alterada pelo Homem JP Metzger (FAO Lepac USP 2002)

20 Estimativas de perda de espécies (Wilson 1993) espécies identificadas Estima-se de 10 a 100 milhões o número de espécies

21 Estimativas de perda de espécies (Wilson 1993) espécies identificadas Estima-se de 10 a 100 milhões o número de espécies A extinção de espécies é estimada em função da perda da área de floresta tropical Para S=10 milhões, z= 0,15 ==> extinção = espécies/ano 74 espécies/dia 3 espécies/hora Taxa de extinção é hoje 100 a 1000 vezes maior Neste ritmo 10-50% das espécies devem desaparecer até 2030

22 Estimativas de perda de espécies Sexta grande crise de extinção

23 Taxa de extinção de fundo vs Taxa de especiação

24 Por que conservar a biodiversidade? éticas (valor de existência) estéticas, cênicas econômicas: valores diretos: consumo (lenha, caça), produtivo (madeira de lei, castanha do Pará, peixes, frutas, mel, cera de abelha,...) valores indiretos (serviços ambientais): proteção de mananciais, contenção de erosões, deslizamentos e enchentes, controle climático, recreacional, eco-turismo valor de opção: banco genético para indústria de alimentos e de fármacos

25 Espécies extintas no Brasil -11 espécies extintas nos últimos 500 anos (QUAIS????) Coleoptero Extinto Ave (Mutm) Extinto da Natureza Ave (Arara Azul Pequena) Extinto Coleoptero Extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Lepidoptera Provavelmente extinto Gastropodo Extinto Gastropodo Extinto Gastropodo Extinto Annelida Provavelmente extinto Annelida Provavelmente extinto Onycophora Provavelmente extinto

26 Dodô

27

28 Tigre da Tasmânia

29 Quagga

30

31 Quantas espécies já foram extintas ou estão em vias de serem extintas? IUCN Bankok (17-25 Nov 2004)

32 Espécies em vias de serem extintas- IUCN O que significam as categorias? sp ameaçadas CATEGORIA Extintas Críticas Ameaçadas Vulneráveis Característica Espécies que não existe no ambiente natural Probabilidade > 50% de extinção em 5 anos ou em duas gerações Probabilidade de 20-50% de extinção em 20 anos ou 10 gerações Probabilidade de 10-20% de extinção em 100 anos

33 Espécies em vias de serem extintas- IUCN

34 Quantas espécies já foram extintas ou estão en vias de serem extintas? PROBLEMAS: 1 Subjetividade BRASIL anfíbios -15 espécies ameaçadas de extinção (Célio Haddad) espécies ameaçadas de extinção (IUCN) Na dúvida, é ameaçada. 2 Falta de conhecimento sp ameaçadas da análise de 3% das spp descritas

35 Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. Por que conservar? Causas de extinções Estimativas de perda 3. Sensibilidade das populações pequenas 4. Vulnerabilidade à extinção II ESTUDO DE POPULAÇÕES FRAGMENTADAS 5. Biogeografia de ilhas 6. A teoria de metapopulações 7. Ecologia de paisagens

36 Sensibilidade de populações pequenas ha da Reserva de Poço das Antas é suficiente para proteger o Mico-Leão-Dourado, sabendo que vivem lá cerca de 400 indivíduos? QUAL É A POPULAÇÃO MINÍMA VIÁVEL?

37 Sensibilidade de populações pequenas O QUE É UMA POPULAÇÃO MINÍMA VIÁVEL? Uma PMV para uma espécie em um determinado local é a menor população isolada que tenha 99% de chances de continuar existindo por anos, a despeitos dos efeitos previsíveis de estocastividade genética, ambiental e demográfica, e de catástrofes naturais (Shaffer 1981) Eventos estocásticos : eventos probabilísticos

38 Sensibilidade de populações pequenas ESTOCASTICIDADE GENÉTICA 1. Deriva genética redução na frequência de alelos de uma geração para a outra declínio da heterozigozidade 2. Depressão endogâmica acasalamento entre parentes próximos cria fraca ou estéril (alelos nocivos) Perda da variabilidade gênica Perda da flexibilidade evolucionária

39 Sensibilidade de populações pequenas ESTOCASTICIDADE DEMOGRÁFICA Na capacidade de carga: taxa média nascimento = taxa média de mortalidade Em populações pequenas, as taxas têm alta variância. - Redução repentina no tamanho populacional - Desbalanceamento na proporção de sexos;

40 Sensibilidade de populações pequenas ESTOCASTICIDADE DEMOGRÁFICA Efeito Allee: quanto menor a população, maior as chances dela se reduzir ainda mais - Tamanho da população (espécie ameaçada) - Reprodução

41 Sensibilidade de populações pequenas ESTOCASTICIDADE DEMOGRÁFICA Efeito Allee: quanto menor a população, maior as chances dela se reduzir ainda mais - Dificuldade de encontrar os parceiros para acasalamento; - Capacidade de encontrar alimentos - Capacidade de defender território contra ataques

42 Sensibilidade de populações pequenas ESTOCASTICIDADE AMBIENTAL e CATÁSTROFES NATURAIS - Variações climáticas (secas, cheias, ) disponibilidade de alimento - Catástrofes: tempestades, terremotos, incêndios, erupções vulcânicas, Causam variações no tamanho populacional Populações pequenas podem ser extintas por um destes eventos.

43 Sensibilidade de populações pequenas O QUE É UMA POPULAÇÃO MINÍMA VIÁVEL? Uma PMV para uma espécie em um determinado local é a menor população isolada que tenha 99% de chances de continuar existindo por anos, a despeitos dos efeitos previsíveis de estocastividade genética, ambiental e demográfica, e de catástrofes naturais (Shaffer 1981) Vertebrados: indivíduos Invertebrados: > indivíduos

44 Sensibilidade de populações pequenas QUAL A ÁREA MÍNIMA NECESSÁRIA PARA A CONSERVAÇÃO DE UMA ESPÉCIE? É a área necessária para manter um população mínima viável. Mamíferos de pequeno porte: ha Onças do Pantanal? Uma onça = ha 1000 onças = ha

45 Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. Por que conservar? Causas de extinções Estimativas de perda 3. Sensibilidade das populações pequenas 4. Vulnerabilidade à extinção II ESTUDO DE POPULAÇÕES FRAGMENTADAS 5. Biogeografia de ilhas 6. A teoria de metapopulações 7. Ecologia de paisagens

46 Vulnerabilidade à extinção As espécies raras estão entre as mais vulneráveis à extinção O que é uma espécie rara? - Densidade populacional baixa - Distribuição espacial restrita - Grande especificidade de habitat

47 Vulnerabilidade à extinção

48 Ameaças e endemismo Ex.: Jararaca ilhoa Bothrops insularis Ilha Queimada-Grande

49 Ameaças e endemismo

50 Ameaças e endemismo

51 Vulnerabilidade à extinção São mais vulneráveis à extinção espécies com: - Grandes exigências de espaço - Dificuldade de deslocamento - Baixa fecundidade - Dependência por recursos imprevisíveis ou irregularmente distribuídos - Ninhos no chão - Intolerância a ambientes de borda - Interesse para populações humanas

52 Vulnerabilidade à extinção Henle et al. 2004

53 Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. Por que conservar? Causas de extinções Estimativas de perda 3. Sensibilidade das populações pequenas 4. Vulnerabilidade à extinção II ESTUDO DE POPULAÇÕES FRAGMENTADAS 5. Biogeografia de ilhas 6. A teoria de metapopulações 7. Ecologia de paisagens

54 Bases para a conservação I MODELOS DE ILHAS E DE REDE Biogeografia de ilhas Conceituação Aplicação Teoria de metapopulações Conceituação Aplicação II MODELOS DE MOSAICOS Ecologia de paisagens Conceituação Aplicação

55

56 Conservação baseada na teoria da ilhas Regras para definição de reservas baseadas na teoria das ilhas (Terborgh 1974, 1975, Diamond 1975, Wilson & Willis 1975, IUCN 1980)

57 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Esta teoria estava baseada em três observações: 1. Comunidades insulares são mais pobres em espécies do que as comunidades continentais equivalentes (Sc > S1); 2. Esta riqueza aumenta com o tamanho da ilha; 3. Esta riqueza diminui com o aumento do isolamento da ilha. (S1 > S3) S3 S1 Sc S4 (S2 > S4) S2 (S3 > S4) (S1 > S2)

58 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Esta teoria estava baseada também numa premissa: 1. As ilhas não funcionam como um sistema fechado: (S1 > S3) S3 S4 (S2 > S4) S1 S2 Sc (S3 > S4) (S1 > S2)

59 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Existe um equilíbrio dinâmico entre extinção e colonização Taxa de colonização (espécies / tempo) Taxa de extinção (espécies / tempo) Chegada de uma espécie nova na ilha 0 Se P Número de espécies

60 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Existe um equilíbrio dinâmico entre extinção e imigração Taxa de colonização (espécies / tempo) Taxa de extinção (espécies / tempo) Espécies com maior capacidade de locomoção chegam mais rapidamente 0 Se P Número de espécies Predação e competição aumentam o risco de JP Metzger extinção Lepac USP

61 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Este equilíbrio dinâmico depende da área da ilha. Taxa de colonização (espécies / tempo) pequena grande Taxa de extinção (espécies / tempo) 0 Sepq Segrd P Número de espécies

62 Relação entre RIQUEZA e ÁREA de uma ilha: Efeito de área ou efeito de heterogeneidade? A teoria da biogeografia das ilhas Exemplo: riqueza de aves nas ilhas de Aland (Finlândia)

63 A teoria da biogeografia das ilhas Relação entre RIQUEZA e ÁREA de uma ilha: Efeito de área ou efeito de heterogeneidade?

64 A teoria da biogeografia das ilhas Relação entre RIQUEZA e ÁREA de uma ilha: Efeito de área ou efeito de heterogeneidade? Exemplo: experimentos de Simberloff em manguezais com invertebrados

65 A teoria da biogeografia das ilhas Relação entre RIQUEZA e ÁREA de uma ilha: Redução da heterogeneidade do habitat; Área da ilha < Área mínima necessária para a sobrevivência de uma determinada população; Intensificação das competições inter e intra específicas devido à escassez de recursos; Extinções secundárias, devido ao desaparecimento de espécies-chave; Aumento dos riscos de extinções estocásticas.

66 A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) Este equilíbrio dinâmico depende do isolamento da ilha. Taxa de colonização (espécies / tempo) Próxima Longe Taxa de extinção (espécies / tempo) 0 Selonge Seprox. P Número de espécies

67 Relação entre isolamento de uma ilha e a taxa de imigração Exemplo: aves nas ilhas das Bahamas A teoria da biogeografia das ilhas

68 A teoria da biogeografia das ilhas A teoria da biogeografia das ilhas (MacArthur, R.H. and Wilson, E.O The theory of island biogeography. Princeton Univ. Press. Ed., Princeton) A riqueza de uma comunidade insular depende de equilíbrio dinâmico entre as taxas de extinção e de imigração, que, por sua vez, são influenciadas pela área e isolamento da ilha. Trata-se de uma teoria simples, sedutora, fácil de ser testada e com muitas implicações práticas.

69 Conservação baseada na teoria da ilhas Os legados da teoria das ilhas para conservação : A metáfora de refúgios/reservas como ilhas; O debate do SLOSS ( single large or several small );

70 Conservação baseada na teoria da ilhas O debate do SLOSS ( single large or several small ) single large or several small

71 Conservação baseada na teoria da ilhas O debate do SLOSS ( single large or several small ) Estratégia de maximização da riqueza específica (Simberloff & Abele 1976, 1982, Järvinen 1982, Margules et al. 1982, Mclellan et al. 1986) Várias pequenas reservas permitem proteger um número maior de espécies - Dados de campo - Modelos baseados em equações logísticas No entanto: muitas espécies são de borda e generalistas (espécies focais podem não estar protegidas) - Riqueza não implica numa maior estabilidade ou num bom funcionamento do ecossistema - A longo prazo, fragmentos pequenos só suportam espécies se houver um fonte estável próxima

72 Conservação baseada na teoria da ilhas O debate do SLOSS ( single large or several small ) Estratégias de minimização dos riscos de extinção (Diamond 1975, 1976, Wilson and Willis 1975, Terborgh 1974 et 1976, Whitcomb et al. 1976, Fahrig and Merriam 1985) Uma única reserva grande é melhor - Quanto maior a reserva, menor os riscos de extinções (simulações) km 2 para obter uma taxa de 0,5% em 100 anos (Terborgh 1976) No entanto, há maior risco de extinções em massa por perturbações raras de grande escala

73 Conservação baseada na teoria da ilhas O debate do SLOSS ( single large or several small ) Limitações do SLOSS na prática 1. Raramente a questão do SLOSS pode ser aplicada (e.g., tem que conservar o que sobrou ) 2. As necessidades são muito mais de saber como gerenciar uma rede de reservas (reconhecer reservas-chave) 3. A pergunta do SLOSS não é espacialmente explícita

74 Conservação baseada na teoria da ilhas A pergunta do SLOSS não é espacialmente explícita: diferentes graus de fragmentação single large or several small Quantos several smalls?

75 Conservação baseada na teoria da ilhas A pergunta do SLOSS não é espacialmente explícita: diferentes isolamentos several small or several small Qual distanciamento?

76 Conservação baseada na teoria da ilhas A pergunta do SLOSS não é espacialmente explícita: diferentes distribuições espaciais several small or Qual disposição? several small

77 Conservação baseada na teoria da ilhas Regras para definição de reservas baseadas na teoria das ilhas (Terborgh 1974, 1975, Diamond 1975, Wilson & Willis 1975, IUCN 1980) + princípio de complementaridade

78 Mudança de Paradigma Mudança de paradigma na biologia da conservação (Hanski & Simberloff 1997)

79 Bases para a conservação I MODELOS DE ILHAS E DE REDE Biogeografia de ilhas Conceituação Aplicação Teoria de metapopulações Conceituação Aplicação II MODELOS DE MOSAICOS Ecologia de paisagens Conceituação Aplicação

80 O que é uma população? Conjunto de indivíduos de uma espécie, habitando um mesmo local, num mesmo tempo. É uma unidade panmítica: todos os indivíduos têm a mesma chance de interagir (cruzar). Dinâmica: ênfase nas mortes e nascimentos de indivíduos da população.

81 O que é uma metapopulação? 1. Conjunto de populações locais isoladas espacialmente em fragmentos de habitat e unidas funcionalmente por fluxos biológicos. Richard Levins (1969)

82 O que é uma metapopulação? 2. As populações locais correm risco de extinção: existe uma dinâmica de extinções e recolonizações locais Tempo 1 Tempo 2 Fragmentos ocupados Fragmentos vazios

83 O que é uma metapopulação? 3. Este modelo clássico enfatiza principalmente o turnover das populações locais ( indivíduo == pop. local ). Tempo 1 Tempo 2 Fragmentos ocupados Fragmentos vazios P= 4/10 P= 6/10 P: Proporção de manchas ocupadas.

84 O que é uma metapopulação? 4. Se a taxa de recolonização = taxa de extinção, a metapopulação está em equilíbrio. Tempo 1 Tempo 2 Fragmentos ocupados Fragmentos vazios P= 4/10 P= 6/10 P: Proporção de manchas ocupadas.

85 O que é uma metapopulação? A abordagem de metapopulação advem da necessidade de espacializar a dinâmica de populações. Taxa de extinção Tamanho Taxa de recolonização Conectividade

86 O que é uma metapopulação? Duas premissas básicas : 1. as populações estão estruturadas em conjuntos de populações reprodutivas locais; 2. a migração entre as populações locais tem uma influência limitada na dinâmica local, permitindo principalmente o restabelecimento de populações locais extintas.

87 O que é uma metapopulação? As metapopulações apresentam um variedade de estruturas que se organizam num contínuo indo desdes populações em desequilíbrio às patchy populations, ou do modelo de Levins a um modelo de continente-ilha

88 O que é uma metapopulação?

89 Um exemplo de metapopulação do tipo Levins: The Glanville fritillary (Melitaea cinxia) metapopulation É uma espécie de boborleta ameaçada de extinção, que desapareceu da Finlândia no final dos anos 1970, e agora ocorre, naquela região, apenas nas ilhas de Aland e em algumas ilhas ao redor. É uma das metapopulações mais bem estudadas (Ilkka Hanski)

90 Outros exemplos de metapopulação clássica - 57 das 94 espécies de borboletas residentes da Finlândia (com muita incerteza) - Insetos florestais que vivem em microhabitats, como tronco de árvores mortas (besouro) - Daphnia em poças d água em rochas; - Anfíbios em brejos/lagoas - Aves e pequenos mamíferos em paisagens tendo pequenos bosques

91 Conservação baseada em metapopulações A teoria das metapopulações : 1. Recuperou a importância dos pequenos fragmentos para a conservação. A teoria da biogeografia acentuava a importância dos grandes fragmentos (que muitas vezes não existem numa escala local ou regional), relegando os pequenos fragmentos para um segundo plano. 2. Ressalta a importância da dinâmica de extinção e recolonização, o que valoriza os fragmentos não-ocupados. 3. Mostra que proteger a paisagem onde uma população ocorre hoje não vai necessariamente permitir sua conservação (p.e., as non-equilibrium metapopulation ). 4. Chama a atenção para a rede de fragmentos, e não apenas para alguns grandes fragmentos.

92 Estudo de populações fragmentadas I MODELOS DE ILHAS E DE REDE Conceituação Conservação Biogeografia de ilhas Teoria de metapopulações Biogeografia de ilhas Teoria de metapopulações II MODELOS DE MOSAICOS Ecologia de paisagens conceituação Ecologia de paisagens aplicação para conservação

93 Conservação baseada em metapopulações Como explicar a mudança de paradigma? As premissas das duas teorias são muito semelhantes : não há por que rejeitar uma e aceitar a outra. Teoria das ilhas Teoria de metapopulação Objeto de pesquisa Riqueza de espécies Presença/ausência de uma espécie Objeto de estudo Ilhas verdadeiras Fragmentos de habitat Principais fatores considerados Área e isolamento Área e isolamento

94 Conservação baseada em metapopulações Como explicar a mudança de paradigma? 1. Crescente descrença de extinções locais em massa (muitas espécies permanecem em pequenos fragmentos). 2. Aplicação crescente da genética de populações na biologia da conservação (problemas de endocruzamento, deriva genética) maior atenção para populações e espécies. 3. Escala de análise: a biogeografia de ilhas foi muito voltada para explicar padrões em escalas muito amplas (nacionais, continentais), com uma única fonte (fragmentos grandes), enquanto a teoria de metapopulações está mais voltada para a escala de paisagem, com fragmentos pequenos, onde ocorrem as alterações e o manejo da paisagem. A persistência de espécies nestas paisagens depende de uma dinâmica regional.

95 Conservação baseada em metapopulações Em termos de conservação, o que necessitamos em geral saber é se: 1. A espécie focal (ameaçada de extinção, espécie sensível à fragmentação) vai persistir num determinado conjunto de fragmentos. 2. Se um ou outra mancha de uma determinada paisagem for eliminada, o que vai acontecer com a espécie focal. 3. Existe um número mínimo de manchas para manter uma população numa paisagem fragmentada? Modelos de metapopulação permitem responder a estas perguntas

96 Conservação baseada em metapopulações A. Persistência na paisagem Uma vez tendo estimados (e testados) os parâmetros dos modelos de metapopulação e conhecendo o valor de P, é possível prever como a metapopulação vai reagir a qualquer paisagem fragmentada (patch network). Exemplo: 4 espécies de borboletas, P inicial = 0,5

97 Conservação baseada em metapopulações B. Importância de cada mancha Importância de cada mancha: probabilidade de reocupação da rede de manchas a partir de uma única mancha Exemplo de Melitia cinxia

98 Conservação baseada em metapopulações C. Tamanho mínimo de uma metapopulação Minimum Viable Population size (MVP) - Número mínimo de indivíduos numa população que tem uma boa chance de sobreviver num período de tempo amplo (e.g., 99% de sobrevivência em 1000 anos). - É um conceito de difícil utilização. Minimum Viable Metapopulation size (MVM) É definido como sendo o número mínimo de populações locais para a persistência a longo prazo da metapopulação. Minimum Amount of Suitable Habitat (MASH)

99 Conservação baseada em metapopulações C. Tamanho mínimo de uma metapopulação Tempo esperado de vida de uma metapopulação(t M ), baseado num modelo de Levins (Gurney & Nisbet 1978): T M = 2 ( HP )/( 2( 1 P) T e ) L Onde: T L é o tempo esperado de extinção local H é o número de habitats disponíveis (número de patches) P é a proporção de patches ocupados no equilíbrio

100 Conservação baseada em metapopulações C. Tamanho mínimo de uma metapopulação Definindo uma persistência a longo prazo da metapopulação como sendo T M > 100 T L, então: 2 ( HP )/( 2( 1 P) T T e ) M = L 2 ( HP )/( 2( 1 P) 100.T = T e ) L L P H 3 Se H= 50, P > 0,42, MVM= 21 Se P alto, H min = 10, MASH=10

101 Conservação baseada em metapopulações C. Tamanho mínimo de uma metapopulação Relação entre T M e o produto P H 3 para Melitia cinxia

102 Conservação baseada em metapopulações C. Tamanho mínimo de uma metapopulação O conceito de T M depende das características da espécie (refletido por P) e das características da paisagem (H), o que implica que os conceitos de MVM e MASH não podem ser aplicados independentemente. Todas estas predições supõem que não há uma sincronia na extinções (extinções e recolonizações são estocásticas). Apenas um bom modelo faz uma boa previsão O modelo depende do tipo de metapopulação É mais fácil avaliar um MVM do que um MVP

Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade. Jean Paul Metzger IB-USP

Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade. Jean Paul Metzger IB-USP Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade Jean Paul Metzger IB-USP Conservação da Biodiversidade - 2013 Segundo Cerqueira et al. (2003), a fragmentação é um processo exclusivamente induzido pelo

Leia mais

Conservação Ecológica

Conservação Ecológica Conservação Ecológica Biogeografia de ilhas e metapopulações Jean Paul Metzger Depto. Ecologia IB - USP Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. Por que conservar? Causas de

Leia mais

Populações em paisagens fragmentadas: da teoria das ilhas aos modelos atuais de metapopulação

Populações em paisagens fragmentadas: da teoria das ilhas aos modelos atuais de metapopulação Populações em paisagens fragmentadas: da teoria das ilhas aos modelos atuais de metapopulação Principais tópicos 1. A teoria da biogeografia de ilhas 2. A teoria de metapopulações A teoria da biogeografia

Leia mais

Conservação da paisagem: um novo paradigma para a conservação da biodiversidade?

Conservação da paisagem: um novo paradigma para a conservação da biodiversidade? Conservação da paisagem: um novo paradigma para a conservação da biodiversidade? 1. Introdução: a urgência da conservação; 2. Conservaçãobaseadanateoriadailhas: reserve management ; 3. Conservação baseada

Leia mais

Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade. Jean Paul Metzger IB-USP

Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade. Jean Paul Metzger IB-USP Perda e Fragmentação de habitat e biodiversidade Jean Paul Metzger IB-USP Conservação da Biodiversidade - 2010 Onde conservar? A B C F E D G 2. Onde conservar? A B C F E D G 1620 A perda e fragmentação

Leia mais

Metapopulações: Conectividade e conservação da biodiversidade

Metapopulações: Conectividade e conservação da biodiversidade Metapopulações: Conectividade e conservação da biodiversidade Estrutura da aula Histórico sobre o tema Processos e Conceitos Modelos Aplicação População População: compreende os indivíduos de uma espécie

Leia mais

Jean Paul Metzger (USP) A fragmentação de habitats como principal ameaça à biodiversidade

Jean Paul Metzger (USP) A fragmentação de habitats como principal ameaça à biodiversidade + Jean Paul Metzger (USP) A fragmentação de habitats como principal ameaça à biodiversidade + A fragmentação de habitats como principal ameaça à biodiversidade O que é fragmentação? Por que devemos nos

Leia mais

Redução de área Isolamento Efeito de borda. Fragmentação de Habitats. Fragmentação de Habitats. Biogeografia de ilhas (MacArthur & Wilson, 1963, 1967)

Redução de área Isolamento Efeito de borda. Fragmentação de Habitats. Fragmentação de Habitats. Biogeografia de ilhas (MacArthur & Wilson, 1963, 1967) Fragmentação de Habitats Fragmentação de Habitats Ampla porção contínua de habitat, reduzida em área e dividida em pedaços; Matriz e fragmentos Conseqüências da fragmentação Redução de área Isolamento

Leia mais

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp Fragmentação Umberto Kubota ukubota@gmail.com Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp Fragmentação ou Mosaicos Naturais Fragmentação Processo no qual um habitat contínuo é dividido

Leia mais

Conservação Ecológica

Conservação Ecológica Conservação Ecológica Biogeografia de ilhas e metapopulações Jean Paul Metzger Depto. Ecologia IB - USP Principais tópicos I CONCEITOS GERAIS DE CONSERVAÇÃO 1. Definições 2. A crise de extinção Estimativas

Leia mais

Ecologia de Populações e Comunidades

Ecologia de Populações e Comunidades Ecologia de Populações e Comunidades Profa. Isabel Belloni Schmidt Dept. Ecologia UnB isabels@unb.br Biogeografia O que é Ecologia? O que é Biogeografia Estudo de padrões de distribuição e abundância de

Leia mais

Hierarquia e Processos Ecológicos

Hierarquia e Processos Ecológicos BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021 AULA 5: TEORIA E MODELOS COM MAIS DE UMA POPULAÇÃO HIERARQUIA E PROCESSOS ECOLÓGICOS MODELOS Source-Sink OU Fonte-Ralo implicações populacionais da heterogeneidade de hábitat

Leia mais

História de vida. História de vida. Estratégia r vs. estratégia K. História de vida 06/09/2013. Investimento reprodutivo vs. sobrevivência de adultos

História de vida. História de vida. Estratégia r vs. estratégia K. História de vida 06/09/2013. Investimento reprodutivo vs. sobrevivência de adultos História de vida Investimento de recursos (energia) Taxas vitais: sobrevivência, crescimento e reprodução História de vida Adaptações comportamentais e fisiológicas dos organismos (tempo de vida, reprodução,

Leia mais

Populações & Metapopulações. Marco A. R. Mello

Populações & Metapopulações. Marco A. R. Mello Populações & Metapopulações Marco A. R. Mello 1 Tadarida brasiliensis 2 Tadarida brasiliensis 3 4 5 Objetivo da aula Apresentar diferentes.pos de sistemas locais formados por organismos da mesma espécie

Leia mais

-ECOLOGIA APLICADA. Espécies símbolos. Prevenção da Poluição. Conservação de áreas. Preservação da diversidade genética bbbb

-ECOLOGIA APLICADA. Espécies símbolos. Prevenção da Poluição. Conservação de áreas. Preservação da diversidade genética bbbb -ECOLOGIA APLICADA * É o estudo dos efeitos causados pelo homem nos sistemas ecológicos, e o consequente manejo desses sistemas e recursos em benefício da sociedade. Espécies símbolos Questões Prevenção

Leia mais

Metapopulação. Evolução. Espécie chave por Robert Paine (1966) Interações complexas, cascatas tróficas 05/12/2013

Metapopulação. Evolução. Espécie chave por Robert Paine (1966) Interações complexas, cascatas tróficas 05/12/2013 Revisão Geral de Conceitos Ecologia de Populações e Comunidades Metapopulação Interações complexas, cascatas tróficas Conjunto de sub - populações Espécie chave por Robert Paine (1966) É uma espécie que

Leia mais

Padrões de desmatamento e seus efeitos sobre paisagem e a biodiversidade: existem padrões não-lineares?

Padrões de desmatamento e seus efeitos sobre paisagem e a biodiversidade: existem padrões não-lineares? Padrões de desmatamento e seus efeitos sobre paisagem e a biodiversidade: existem padrões não-lineares? Padrões de desmatamento e limiares Padrões de transformação da paisagem (desmatamento) Padrões de

Leia mais

Licenciatura em Ciências Biológicas Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente Universidade Federal de Ouro Preto

Licenciatura em Ciências Biológicas Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente Universidade Federal de Ouro Preto Licenciatura em Ciências Biológicas Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente Universidade Federal de Ouro Preto biologia da conservação Prof. Dr. Roberth Fagundes roberthfagundes@gmail.com

Leia mais

Ecologia de Populações e Comunidades. Planos de manejo 29/11/2013. Tipos de Ucs (IUCN e SNUC) Permissões de uso são compatíveis com conservação?

Ecologia de Populações e Comunidades. Planos de manejo 29/11/2013. Tipos de Ucs (IUCN e SNUC) Permissões de uso são compatíveis com conservação? Ecologia de Populações e Comunidades Profa. Isabel Belloni Schmidt Dept. Ecologia UnB isabels@unb.br Por que se criam Unidades de Conservação? Proteger ambientes pristinos contra pressões antrópicas; Conservar

Leia mais

FRAGMENTOS FLORESTAIS

FRAGMENTOS FLORESTAIS FRAGMENTOS FLORESTAIS O que sobrou da Mata Atlântica Ciclos econômicos 70% da população Menos de 7,4% e mesmo assim ameaçados de extinção. (SOS Mata Atlânitca, 2008) REMANESCENTES FLORESTAIS MATA ATLÂNTICA

Leia mais

Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967)

Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967) Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967) 1. Importância da Teoria do Equilíbrio da Biogeografia Insular - TEBI - Compreensão dos processos que auxilíam o entendimento da distribuição

Leia mais

Relações entre presença/ausência, riqueza e freqüências da fauna com a configuração e composição da paisagem

Relações entre presença/ausência, riqueza e freqüências da fauna com a configuração e composição da paisagem Relações entre presença/ausência, riqueza e freqüências da fauna com a configuração e composição da paisagem McGarigal, K., and B. J. Marks. 1995. Giordano Ciocheti IB USP Laboratório de Ecologia da Paisagem

Leia mais

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Comunidades I

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Comunidades I BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental Comunidades I Programa Introdução Módulo I: Organismos Módulo II: Populações Módulo III: Comunidades - Padrões espaciais - Padrões temporais

Leia mais

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia.

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia. Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia Biodiversidade P r o fe s s or D r. O r i e l H e r re ra B o n i l l a M o n i to

Leia mais

Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967)

Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967) Teoria da Biogeografia de Ilhas (MacArthur e Wilson, 1963;1967) Teoria da Evolução (Charles Darwin, 1859) Teoria de Tectônica de Placas (Wegener, 1915) Teoria dos Redutos e Refúgios Florestais na América

Leia mais

Tema 2 Teorias Biogeográficas. Teoria da Biogeografia de Ilhas (TEBI)

Tema 2 Teorias Biogeográficas. Teoria da Biogeografia de Ilhas (TEBI) Tema 2 Teorias Biogeográficas Teoria da Biogeografia de Ilhas (TEBI) Aula de campo Sábado (22/09) entregar exercícios 02/10 Próxima Aula de campo Sábado (06/10) entregar exercícios 09/10 Desenho do perfil

Leia mais

Ecologia Ecologia da paisagem

Ecologia Ecologia da paisagem Algumas espécies com uma mobilidade reduzida necessitam de recursos provenientes de vários ecossistemas. Por isso vivem nas margens. Foi reconhecido que nas margens a diversidade biológica é maior. Smith

Leia mais

Ecossistemas BI63B Profa. Patrícia Lobo Faria

Ecossistemas BI63B Profa. Patrícia Lobo Faria urso de Graduação em Engenharia Ambiental Ecossistemas BI63B Profa. Patrícia Lobo Faria Ecologia de comunidades: Abordagem geral sobre Distúrbios: Fragmentação de hábitats, efeito de borda, ecologia da

Leia mais

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Biomas brasileiros. Professor: Alex Santos

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Biomas brasileiros. Professor: Alex Santos BIOLOGIA Ecologia e ciências ambientais Professor: Alex Santos Tópicos em abordagem: I Conceitos fundamentais II Fatores físicos que influenciam na formação dos biomas III Tipos de biomas brasileiros IV

Leia mais

VALOR AMBIENTAL DA BIODIVERSIDADE

VALOR AMBIENTAL DA BIODIVERSIDADE VALOR AMBIENTAL DA BIODIVERSIDADE BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO Estudo científico de como preservar a diversidade da vida. # Análise das causas de ameaça e extinção. # Produção de medidas que visem preservar

Leia mais

BIOGEOGRAFIA DE ILHAS

BIOGEOGRAFIA DE ILHAS BIOGEOGRAFIA DE ILHAS 1. Tipos de ilhas - Continentais - Oceânicas 1. Tipos de ilhas Ilhas continentais: - sobre plataforma continental - origens diversas 1. Tipos de ilhas Ilhas continentais: - sobre

Leia mais

A ESPECIE EM CONSERVAÇÃO

A ESPECIE EM CONSERVAÇÃO BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021 AULA 3: CONSERVAÇÃO EM NIVEL DE ESPECIE E POPULAÇÕES CONSIDERAÇÕES GENETICAS - Conceitos de espécie em conservação - Importância da variação genética - Perda de variação

Leia mais

TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS E PERDA DA BIODIVERSIDADE: ESTUDO DE CASO DA MATA DOS MACACOS EM SANTA FÉ DO SUL - SP.

TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS E PERDA DA BIODIVERSIDADE: ESTUDO DE CASO DA MATA DOS MACACOS EM SANTA FÉ DO SUL - SP. TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS E PERDA DA BIODIVERSIDADE: ESTUDO DE CASO DA MATA DOS MACACOS EM SANTA FÉ DO SUL - SP. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ECOLOGIA

Leia mais

Teoria da Biogeografia de Ilhas

Teoria da Biogeografia de Ilhas Teoria da Biogeografia de Ilhas Tema 1 Teorias Biogeográficas Teoria da Biogeografia de Ilhas (TEBI) Aula de campo Sábado (16/09) Técnicas de estudo da vegetação: Decifrando a planta Desenho do perfil

Leia mais

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES. AULA 6: Genética e conservação de populações

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES. AULA 6: Genética e conservação de populações ECOLOGIA DE POPULAÇÕES AULA 6: Genética e conservação de populações AVISOS IMPORTANTES! 18/09: aula teórica 24/09: Prova às 13:30 25/09: Atividade orientada de análise de dados No site: www.benderlab.weebly.com

Leia mais

Fragmentação e limiares. Limiares estruturais Limiares de extinção Limiares de fragmentação

Fragmentação e limiares. Limiares estruturais Limiares de extinção Limiares de fragmentação Fragmentação e limiares Limiares estruturais Limiares de extinção Limiares de fragmentação 1. Limiares estruturais Quantidade de habitat Tamanho dos fragmentos Conectividade dos fragmentos Isolamento entre

Leia mais

Universidade Federal de Goiás. Ecologia de Ecossistemas

Universidade Federal de Goiás. Ecologia de Ecossistemas Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Dep. Ecologia Prof. Adriano S. Melo asm.adrimelo no gmail.com Ecologia de Ecossistemas www.ecoevol.ufg.br/adrimelo/ecossistemas Aula 11: Conservação

Leia mais

A falta de investimentos como ameaça à integridade do Cerrado

A falta de investimentos como ameaça à integridade do Cerrado A falta de investimentos como ameaça à integridade do Cerrado Gustavo A.B. Fonseca Fundo Global do Meio Ambiente - GEF Ricardo B. Machado Alexandre Prado Conservação Internacional Estrutura Importância

Leia mais

Conservação da vegetação

Conservação da vegetação Conservação da vegetação Prof. Pedro Eisenlohr pedrov.eisenlohr@gmail.com A Biologia da Conservação tem como objeto de estudo a BIODIVERSIDADE. O que é biodiversidade? Biodiversidade (diversidade biológica)

Leia mais

BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021. Por que é importante? Por que é necessário? Por que é importante? Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem

BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021. Por que é importante? Por que é necessário? Por que é importante? Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021 Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem AULA 10 I. Planejamento e em Conservação - Planejamento Sistemático da Conservação - Conservação em nível de espécie, localidade

Leia mais

Diversidade e Conservação. Conservação da Biodiversidade 2012

Diversidade e Conservação. Conservação da Biodiversidade 2012 Diversidade e Conservação Conservação da Biodiversidade 2012 Sistemas complexos: partes (subsistemas) + relações = propriedades emergentes s escalas não lineares não são conseqüência das partes isoladamente

Leia mais

Mata Atlântica Floresta Pluvial Tropical. Ecossistemas Brasileiros

Mata Atlântica Floresta Pluvial Tropical. Ecossistemas Brasileiros Mata Atlântica Floresta Pluvial Tropical Ecossistemas Brasileiros https://www.youtube.com/watch?v=ee2ioqflqru Sub-regiões biogeográficas endemismo de aves, borboletas e primatas Mata das Araucárias (Ombrófila

Leia mais

Estudo de populações fragmentadas

Estudo de populações fragmentadas Estudo de populações fragmentadas I MODELOS DE ILHAS E DE REDE Conceituação Conservação Biogeografia de ilhas Teoria de metapopulações Biogeografia de ilhas Teoria de metapopulações II MODELOS SISTEMÁTICOS

Leia mais

Perda e proteção de espécies. ConBio 2013

Perda e proteção de espécies. ConBio 2013 Perda e proteção de espécies ConBio 2013 Extinção = processo natural cada espécie tem um tempo de vida finito (em média 2-5 milhões de anos) Provavelmente, 96-98% de todas as espécies que já existiram

Leia mais

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Níveis de organização da vida. Professor: Alex Santos

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Níveis de organização da vida. Professor: Alex Santos BIOLOGIA Ecologia e ciências ambientais Professor: Alex Santos Tópicos em abordagem: Introdução a ecologia e níveis de organização da vida: I Introdução aos fundamentos de Ecologia II Níveis de organização

Leia mais

A biodiversidade ameaçada no Brasil: como garantir a sua proteção?

A biodiversidade ameaçada no Brasil: como garantir a sua proteção? A biodiversidade ameaçada no Brasil: como garantir a sua proteção? José Maria Cardoso da Silva & Adriano Paglia Conservação Internacional-Brasil Biodiversidade no Brasil Biodiversidade em vários níveis

Leia mais

A comunidade é um conjunto de populações de diferentes espécies existentes num determinado espaço durante um período de tempo

A comunidade é um conjunto de populações de diferentes espécies existentes num determinado espaço durante um período de tempo Comunidade A comunidade é um conjunto de populações de diferentes espécies existentes num determinado espaço durante um período de tempo Pode ser caracterizada pela -composição de espécies -diversidade

Leia mais

Onde deixar a figueira? Uma conversa sobre computadores, paisagens, o universo e tudo mais. Prof. Dr. Danilo Boscolo

Onde deixar a figueira? Uma conversa sobre computadores, paisagens, o universo e tudo mais. Prof. Dr. Danilo Boscolo Onde deixar a figueira? Uma conversa sobre computadores, paisagens, o universo e tudo mais Prof. Dr. Danilo Boscolo Vila madalena, São Paulo, 1950 Rua Fradique Coutinho Encolhimento da Biosfera

Leia mais

SELEÇÃO DE MESTRADO 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ

SELEÇÃO DE MESTRADO 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ PROVA ESPECÍFICA ECOLOGIA E EVOLUÇÃO SELEÇÃO DE MESTRADO 2016 NOME: NÚMERO DE INSCRIÇÃO ASSINATURA: BOA

Leia mais

Geografia. Claudio Hansen (Rhanna Leoncio) A Questão Ambiental

Geografia. Claudio Hansen (Rhanna Leoncio) A Questão Ambiental A Questão Ambiental A Questão Ambiental 1. (UNESP) Desde 1957 o mar de Aral, localizado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, teve uma redução de 50% de área e de mais 66% de volume, em boa parte por causa

Leia mais

Material RedeFor. I. Iniciando a conversa. I. II Conteúdos

Material RedeFor. I. Iniciando a conversa. I. II Conteúdos I. Iniciando a conversa A maioria das pessoas sente (ou deveria sentir) respeito pelos demais seres vivos, plantas e animais por diversas razões práticas ou filosóficas e, atualmente, a possibilidade de

Leia mais

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradadas. Aula 6. Contextualização. Adequação Ambiental. Prof. Francisco W.

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradadas. Aula 6. Contextualização. Adequação Ambiental. Prof. Francisco W. Recuperação de Áreas Degradadas Aula 6 Prof. Francisco W. von Hartenthal Organização da Aula Adequação Ambiental e Biologia da Conservação 1. Adequação Ambiental de Atividades Produtivas 2. Preservação,

Leia mais

BRAZILIAN ATLANTIC FOREST:

BRAZILIAN ATLANTIC FOREST: BRAZILIAN ATLANTIC FOREST: How Much Is Left And How Is The Remaining Forest Distributed? IMPLICATIONS FOR CONSERVATION Ribeiro, M.C.; Metzger, J.P.. Martensen, A.C.; Ponzoni, F.J.; Hirota, M.M. ATLANTIC

Leia mais

Ecologia de comunidades Novas perspectivas: Meta-comunidades. Alexandre Palma

Ecologia de comunidades Novas perspectivas: Meta-comunidades. Alexandre Palma Ecologia de comunidades Novas perspectivas: Meta-comunidades Alexandre Palma Pontos de vista 4 diferentes visões em ecologia de comunidades: Determinística comunidades como resultado de interações locais

Leia mais

Diversidade e Conservação. Conservação da Biodiversidade 2009

Diversidade e Conservação. Conservação da Biodiversidade 2009 Diversidade e Conservação Conservação da Biodiversidade 2009 Sistemas complexos: partes (subsistemas) + relações = propriedades emergentes s s escalas não lineares não são conseqüência das partes isoladamente

Leia mais

Tema Conservação da Biodiversidade Palestra: Carlos Alfredo Joly, DEPPT/MCT e IB/UNICAMP

Tema Conservação da Biodiversidade Palestra: Carlos Alfredo Joly, DEPPT/MCT e IB/UNICAMP Tema Conservação da Biodiversidade Palestra: Carlos Alfredo Joly, DEPPT/MCT e IB/UNICAMP BIODIVERSIDADE & POLÍTICA NACIONAL DE MUDANÇAS DO CLIMA Carlos A. Joly IB & NEPAM/UNICAMP Coordenador BIOTA/FAPESP

Leia mais

Débito de extinção: um desafio para a conservação da biodiversidade

Débito de extinção: um desafio para a conservação da biodiversidade Débito de extinção: um desafio para a conservação da biodiversidade Kuussaari et. al, 2009 Grupo: Talitha, Tatiana, Juliana, Bruno, Paulo O que é débito de extinção? Débito de extinção Tempo de relaxamento

Leia mais

Avaliação dos critérios da IUCN para a

Avaliação dos critérios da IUCN para a Renata Pardini Avaliação dos critérios da IUCN para a elaboração de Listas Vermelhas: embasamento científico e viabilidade prática USP renatapardini@uol.com.br Pequenos mamíferos maior diversidade Paglia

Leia mais

SILVICULTURA. Enga Agra Clélia Maria Mardegan

SILVICULTURA. Enga Agra Clélia Maria Mardegan SILVICULTURA Enga Agra Clélia Maria Mardegan ECOLOGIA FLORESTAL GRUPOS ECOLÓGICOS, DINÂMICA DE CLAREIRAS, SUCESSÃO SECUNDÁRIA, RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA. ESTRUTURA DAS FLORESTAS TROPICAIS Restauração e Sucessão

Leia mais

Alexandrina Pujals Ana Carolina Pitta Letícia Araujo Raphael de Oliveira Silva

Alexandrina Pujals Ana Carolina Pitta Letícia Araujo Raphael de Oliveira Silva Importância da estimativa de qualidade da matriz para modelagem de distribuição de espécies em paisagens tropicais complexas: uma análise com pequenos mamíferos de Mata Atlântica Alexandrina Pujals Ana

Leia mais

Dispersão. Biogeografia. Maratona de Biogeografia Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade

Dispersão. Biogeografia. Maratona de Biogeografia Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade Biogeografia Dispersão Maratona de Biogeografia Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade Vivian F. Renó 29/03/2012 O que é dispersão? Movimento de um organismo

Leia mais

COMPLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DE COMUNIDADES. META Nessa aula é importante aprender sobre o conceito de complexidade e estabilidade de comunidades

COMPLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DE COMUNIDADES. META Nessa aula é importante aprender sobre o conceito de complexidade e estabilidade de comunidades COMPLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DE COMUNIDADES Aula 8 META Nessa aula é importante aprender sobre o conceito de complexidade e estabilidade de comunidades OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá:

Leia mais

IC II Sala 11. Aula 6. Turma: 2015/1 Profª. Larissa Bertoldi

IC II Sala 11. Aula 6. Turma: 2015/1 Profª. Larissa Bertoldi IC II Sala 11 Aula 6 Turma: 2015/1 Profª. Larissa Bertoldi larabertoldi@gmail.com Biologia da Conservação Conservar a biodiversidade significa proteger a as formas de vida que se manifestam em toda biosfera.

Leia mais

Biodiversidade: Conceitos gerais e estudos sobre a coexistência

Biodiversidade: Conceitos gerais e estudos sobre a coexistência Biodiversidade: Conceitos gerais e estudos sobre a coexistência Por que a diversidade biológica é tão alta em florestas tropicais? Uma visão pessoal e uma experiência pessoal Biodiversidade alta significa

Leia mais

SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO

SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO AULA 5 Mariana Fonseca Rossi mfonsecarossi@gmail.com RELEMBRANDO... Equilíbrio de Hardy-Weiberng: RELEMBRANDO... Equilíbrio de Hardy-Weiberng: Frequência dos genótipos

Leia mais

Biotecnologia e Biodiversidade. Prof. Msc. Lucas Silva de Faria

Biotecnologia e Biodiversidade. Prof. Msc. Lucas Silva de Faria Biotecnologia e Biodiversidade Prof. Msc. Lucas Silva de Faria Biotecnologia e Biodiversidade Biodiversidade Diversidade Biológica, ou Biodiversidade, refere-se à variedade de espécies de todos os seres

Leia mais

Conectividade Genética Funcional: o papel da estrutura da paisagem, dinâmica temporal e permeabilidade da matriz

Conectividade Genética Funcional: o papel da estrutura da paisagem, dinâmica temporal e permeabilidade da matriz Conectividade Genética Funcional: o papel da estrutura da paisagem, dinâmica temporal e permeabilidade da matriz Milton Cezar Ribeiro Proposta de Projeto Jovem Pesquisador Histórico A fragmentação tem

Leia mais

Porque conservar fauna e flora?

Porque conservar fauna e flora? UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA BIO-547: CONSERVAÇÃO E MANEJO DA BIODIVERSIDADE AULA 1 Porque conservar fauna e flora? Profs.: Evandro do Nascimento

Leia mais

Os quatro processos fundamentais: 1. Seleção 2. Deriva ecológica 3. Dispersão 4. Especiação

Os quatro processos fundamentais: 1. Seleção 2. Deriva ecológica 3. Dispersão 4. Especiação Os quatro processos fundamentais: 1. Seleção 2. Deriva ecológica 3. Dispersão 4. Especiação Os quatro processos fundamentais: 1. Seleção 2. Deriva ecológica 3. Dispersão 4. Especiação Metacomunidades

Leia mais

Camila, Daniel, Rossi e Thayná

Camila, Daniel, Rossi e Thayná Uma abordagem para otimizar os esforços de restauração da biodiversidade baseados na cobertura e conectividade da paisagem Artigo submetido na Restoration Ecology Camila, Daniel, Rossi e Thayná 1 Escala

Leia mais

Exame de Ingresso no Doutorado Programa de Pós-graduação em Ecologia - USP

Exame de Ingresso no Doutorado Programa de Pós-graduação em Ecologia - USP Exame de Ingresso no Doutorado Programa de Pós-graduação em Ecologia - USP Antes de iniciar a prova, leia atentamente estas instruções e todas as questões. Instruções gerais: 1. A prova tem duração máxima

Leia mais

Renascimento de florestas

Renascimento de florestas Renascimento de florestas regeneração na era do desmatamento Robin L. Chazdon SUMÁRIO 1. Percepções sobre florestas tropicais e regeneração natural... 15 1.1 Visão cíclica das florestas... 15 1.2 A resiliência

Leia mais

EFEITO DO ISOLAMENTO E DO TAMANHO DA ÁREA SOBRE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE FAUNA ABRIGADA EM TRONCOS

EFEITO DO ISOLAMENTO E DO TAMANHO DA ÁREA SOBRE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE FAUNA ABRIGADA EM TRONCOS EFEITO DO ISOLAMENTO E DO TAMANHO DA ÁREA SOBRE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE FAUNA ABRIGADA EM TRONCOS Discentes: Letícia Gomes, Poliana Moreno, Geraldo Freire, Pamela Moser, Mariana Garcez Stein e Danilo Fortunato

Leia mais

Terminologia, Conceitos, definições e esclarecimentos...

Terminologia, Conceitos, definições e esclarecimentos... Terminologia, Conceitos, definições e esclarecimentos......para facilitar a comunicação sobre o Código Florestal Brasileiro!!! por Renata Evangelista de Oliveira FCA-UNESP- Doutorado em Ciência Florestal

Leia mais

Nuno de Santos Loureiro Universidade do Algarve. Combate à Desertificação e Desenvolvimento Sustentável

Nuno de Santos Loureiro Universidade do Algarve. Combate à Desertificação e Desenvolvimento Sustentável Nuno de Santos Loureiro Universidade do Algarve Combate à Desertificação e Desenvolvimento Sustentável 1992, Junho Na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de

Leia mais

CONCEITOS DE ECOLOGIA. É a história natural científica que se relaciona à sociologia e economia dos animais (Elton,1937)

CONCEITOS DE ECOLOGIA. É a história natural científica que se relaciona à sociologia e economia dos animais (Elton,1937) CONCEITOS DE ECOLOGIA É a ciência das biocenoses (Clemens, 1916) É a história natural científica que se relaciona à sociologia e economia dos animais (Elton,1937) É a ciência que estuda as leis que regem

Leia mais

SELEÇÃO DE MESTRADO 2017 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ

SELEÇÃO DE MESTRADO 2017 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ PROVA ESPECÍFICA ECOLOGIA E EVOLUÇÃO SELEÇÃO DE MESTRADO 2017 NOME: NÚMERO DE INSCRIÇÃO ASSINATURA: 1)As

Leia mais

Áreas de Alto Valor de Conservação

Áreas de Alto Valor de Conservação Mil Madeiras Preciosas ltda. Áreas de Alto Valor de Conservação Resumo para Consulta Pública Acervo Área de Manejo PWA Setor de Sustentabilidade Itacoatiara/AM- Brasil. Agosto de 2017. SOBRE ESTE RESUMO

Leia mais

Efeito de estratégias de manejo em plantio de eucalipto sobre a ocorrência de aves. Camila Cristiane Isabella

Efeito de estratégias de manejo em plantio de eucalipto sobre a ocorrência de aves. Camila Cristiane Isabella Efeito de estratégias de manejo em plantio de eucalipto sobre a ocorrência de aves Camila Cristiane Isabella Introdução Matriz: Área heterogênea Unidades de não-habitat que apresentam condições mais ou

Leia mais

Árvores Plantadas. e Biodiversidade. Fauna: por que é tão importante protegê-la? Foto: Klabin/ Zig Koch

Árvores Plantadas. e Biodiversidade. Fauna: por que é tão importante protegê-la? Foto: Klabin/ Zig Koch Árvores Plantadas e Biodiversidade Fauna: por que é tão importante protegê-la? Foto: Klabin/ Zig Koch Representatividade O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Sua imensidão territorial, seus

Leia mais

MEGADIVERSIDADE. # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas

MEGADIVERSIDADE. # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas MEGADIVERSIDADE MEGADIVERSIDADE # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas 2. Número de espécies endêmicas em geral 3. Número total

Leia mais

MODELO DE PLANO DE ENSINO FICHA N o 2 (variável)

MODELO DE PLANO DE ENSINO FICHA N o 2 (variável) MODELO DE PLANO DE ENSINO FICHA N o 2 (variável) Disciplina: Ecologia Aplicada Código: TT019 Natureza: ( X ) obrigatória ( ) optativa Semestral ( X ) Anual ( ) Modular ( ) Pré-requisito: Não há Co-requisito:

Leia mais

BIODIVERSIDADE = DIVERSIDADE BIOLÓGICA

BIODIVERSIDADE = DIVERSIDADE BIOLÓGICA BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021 AULA 2: BIODIVERSIDADE NIVEIS DE BIODIVERSIDADE - Genética - Organismo - Ecológica PADRÕES DE BIODIVERSIDADE - mudanças temporais da diversidade - distribuição da diversidade

Leia mais

Influência das caraterísticas locais e da paisagem na ocupação de um primata endêmico da Mata Atlântica

Influência das caraterísticas locais e da paisagem na ocupação de um primata endêmico da Mata Atlântica Influência das caraterísticas locais e da paisagem na ocupação de um primata endêmico da Mata Atlântica Ms. Bruna Lopes Pinto brunalopes111@gmail.com Orientadora: Dra. Laurence Culot INTRODUÇÃO Alta diversidade

Leia mais

68 Por Jussara Goyano (TEXTO), Otavio Marques (TEXTO e FOTOS) e Márcio Martins (FOTOS)

68  Por Jussara Goyano (TEXTO), Otavio Marques (TEXTO e FOTOS) e Márcio Martins (FOTOS) A Ilha das Cobras A Queimada Grande, conhecida como Ilha das Cobras, é um grande exemplo da complexa e intrincada relação de fatores a serem considerados na preservação de espécies Por Jussara Goyano (TEXTO),

Leia mais

É importante que você conheça os principais biomas brasileiros e compreenda as características.

É importante que você conheça os principais biomas brasileiros e compreenda as características. Plantas e Ambiente Profª Carla Aquino Como sabemos, a Ecologia é um dos temas mais cobrados no Enem. Os biomas brasileiros estão entre os assuntos com mais chances de aparecer na prova, uma vez que o Brasil

Leia mais

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES 2º EM Biologia Professor João ECOLOGIA DE POPULAÇÕES INTRODUÇÃO População: qualquer grupo de organismos de mesma espécie que ocupa um determinado espaço em determinado período de tempo; Ecologia de populações:

Leia mais

Funções e valores da Biodiversidade. Conservação da Biodiversidade 2017

Funções e valores da Biodiversidade. Conservação da Biodiversidade 2017 Funções e valores da Biodiversidade Conservação da Biodiversidade 2017 Sistemas complexos: partes (subsistemas) + relações = propriedades emergentes s escalas não lineares não são conseqüência das partes

Leia mais

Ecologia de Paisagens: Conceitos e Práticas de Conservação. Dr. Ricardo Sartorello

Ecologia de Paisagens: Conceitos e Práticas de Conservação. Dr. Ricardo Sartorello Ecologia de Paisagens: Conceitos e Práticas de Conservação Dr. Ricardo Sartorello Introdução Vivemos tempos de modificações cada vez mais rápidas e drásticas das paisagens As implicações são cada vez maiores

Leia mais

Disciplinas Obrigatórias

Disciplinas Obrigatórias Disciplinas Obrigatórias Meio Ambiente, Ciência e Sociedade A natureza e os seus diferentes sentidos. Saber, ciência e epistemologia. Natureza e cultura.a importância das ciências naturais na leitura positivista

Leia mais

Population Viability Analysis. Módulo 14

Population Viability Analysis. Módulo 14 Population Viability Analysis Módulo 14 Population Viability Analysis (PVA) Lato sensu: Conjunto de métodos que utilizam modelos estocásticos (= probabilísticos) para projectar o futuro da população e,...

Leia mais

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES 2º EM Biologia Professor João ECOLOGIA DE POPULAÇÕES INTRODUÇÃO População: qualquer grupo de organismos de mesma espécie que ocupa um determinado espaço em determinado período de tempo; Ecologia de populações:

Leia mais

CORREÇÃO ROTEIRO SUCESSÃO ECOLÓGICA, RELAÇÕES ECOLÓGICAS E DINÂMICA DE POPULAÇÃO APOSTILA 11 PROVA MENSAL 4º. BIMESTRE

CORREÇÃO ROTEIRO SUCESSÃO ECOLÓGICA, RELAÇÕES ECOLÓGICAS E DINÂMICA DE POPULAÇÃO APOSTILA 11 PROVA MENSAL 4º. BIMESTRE CORREÇÃO ROTEIRO SUCESSÃO ECOLÓGICA, RELAÇÕES ECOLÓGICAS E DINÂMICA DE POPULAÇÃO APOSTILA 11 PROVA MENSAL 4º. BIMESTRE 1º. O que podemos entender por sucessão ecológica e quais seus tipos? PROCESSO GRADUAL

Leia mais

PT Unida na diversidade PT B8-0360/1. Alteração. Paolo De Castro, Ulrike Rodust, Isabelle Thomas em nome do Grupo S&D

PT Unida na diversidade PT B8-0360/1. Alteração. Paolo De Castro, Ulrike Rodust, Isabelle Thomas em nome do Grupo S&D 27.4.2015 B8-0360/1 1 Considerando C-A (novo) C-A. Considerando que os temas da Expo Milão 2015, que incidem principalmente na alimentação, incluem também a pesca, que, como a agricultura, está ligada

Leia mais

Ecologia de comunidades. Padrões e processos. Alexandre Palma

Ecologia de comunidades. Padrões e processos. Alexandre Palma Ecologia de comunidades Padrões e processos Alexandre Palma Comunidades Definição Conjunto de organismos de diferentes espécies vivendo em um dado local e tempo. Ecologia de comunidades Estudo dos padrões

Leia mais

Mil Madeiras Preciosas ltda. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PC-007/2007

Mil Madeiras Preciosas ltda. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PC-007/2007 Mil Madeiras Preciosas ltda. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PC-007/2007 Versão: 02 Atividade: IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DE AAVC Data de Criação: 29/08/2007 Data de Revisão: 03/08/2017 Metodologia voltada

Leia mais

Conectividade e redes ecológicas em paisagens fragmentadas: aplicações em conservação da biodiversidade e restauração ecológica

Conectividade e redes ecológicas em paisagens fragmentadas: aplicações em conservação da biodiversidade e restauração ecológica Conectividade e redes ecológicas em paisagens fragmentadas: aplicações em conservação da biodiversidade e restauração ecológica Maria Lúcia Lorini UNIRIO-RJ Simpósio Mamíferos em paisagens fragmentadas:

Leia mais

Competição e neutralidade

Competição e neutralidade 1 Competição e neutralidade Paulo R. Guimarães Jr (Miúdo) www.guimaraes.bio.br Os quatro processos fundamentais: 1. Seleção 2. Dispersão 3. Deriva ecológica 4. Especiação Competição interespecífica

Leia mais

Conceptos Básicos de Restauración Ecológica. Severino Rodrigo Ribeiro Pinto, Phd.

Conceptos Básicos de Restauración Ecológica. Severino Rodrigo Ribeiro Pinto, Phd. Conceptos Básicos de Restauración Ecológica Severino Rodrigo Ribeiro Pinto, Phd. Processo Chave Cenário Conceitos Norteadores Restauração ecológica: processo de auxiliar a recuperação de um ecossistema

Leia mais