DÉCIO DE MOURA MALLLMITH IMPRESSÕES POÉTICAS. 2ª Edição

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3 DÉCIO DE MOURA MALLLMITH IMPRESSÕES POÉTICAS 2ª Edição Porto Alegre/RS 2015

4 Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição - Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite: Ou envie uma carta para: Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, California 94305, USA. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica elaborada pelo Autor M254i Mallmith, Décio de Moura Impressões Poéticas / Décio de Moura Mallmith ed. -- Porto Alegre: PerSe, p. ; 21 cm. 1. Poesia brasileira I. Título. Índices para catálogo sistemático: 1. Poesia : Literatura brasileira CDD

5 A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o azul cristalino, são fatos estéticos. (Oswald de Andrade in Manifesto da Poesia Pau-Brasil)

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7 PREFÁCIO Apresento aos Leitores, nesta obra, uma coletânea de poemas publicados ao longo dos últimos anos. Especificamente, trata-se de poemas publicados no quinquênio de 2007 a 2011, em trabalhos coletivos ou livros individuais. Advém disto o título da publicação: Impressões Poéticas. Ou seja, o título apenas quer significar que os poemas já foram publicados, nada mais! A apresentação dos poemas ocorre em ordem alfabética, enquanto as notas de rodapé informam as referências bibliográficas atinentes à publicação original. Embora seja uma obra artística e que, portanto, não admite contestações de qualquer espécie, o Autor receberá de bom grado críticas e sugestões e se compromete a respondê-las, preferencialmente por , num prazo razoável. Convém salientar que esta 2ª Edição do livro já apresenta correções sugeridas pelos leitores, bem como, algumas melhorias gráficas. Boa leitura! O Autor

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9 ÍNDICE A Espiral do Amor A Luz A Via da Vila Acendo o Cigarro Alma em Pedaços As Ruas do Meu Destino Beijo Guardado Beijo Remoto Beijos Belo Sorriso Coisas que Vivi Definindo Saudade Dependentes Umbilicais Encontros Esse Teu Jeito Expressar Diminutivo Insônia Labirintos da Memória Ledo Engano Manhã Mareado Melancólico Dia Menino-Poeta Meu Ser Meus Fantasmas Monótona Letargia... 40

10 Não Tenho Nervos de Aço Nós O Besouro O Caudaloso Rio Que Me Percorre O Cintilar dos Teus Olhos O Menino no Chão O Teu Cheiro Olhos Secretos Ou, Talvez Partida Pátria Pelos Pés Posta-Restante Pressuposto Que Coisa Quisera Amar Reminiscências do Pago Revel Teoria do Destino Teu Flutuar Vazio Vendas da Paixão Vestes Voo Fatídico Sobre a capa... 71

11 Impressões Poéticas A ESPIRAL DO AMOR 1 De repente, descobrimo-nos estranhos, sombras do que significamos um ao outro, resto da vida que vivemos e vivenciamos. E tudo foi num crescendo, crescendo... E hoje, não éramos tudo o que tínhamos sido, aquele amor eterno desvaneceu-se, acabou. Simplesmente, rompeu-se o circulo mágico, o mesmo que o continha, enredava e envolvia. E assim, devolvemo-nos a nós mesmos. De repente, descobrimo-nos apenas sós, e somos quase estranhos a nós mesmos, mas o espectro do outro nos rodeia, enleva E o círculo vai se fechando, se fechando... E numa espiral doidivanas enclausura-nos, remete-nos ao fundo de tudo, cerne da alma, lá onde habita, pulsa e se agita o coração. E descobrimos atônitos: ainda nos amamos! De repente... estamos de volta ao começo. 1 MALLMITH, Décio de Moura. A espiral do amor (Poesia). In Vozes de Aço. X Antologia Poética de Diversos Autores. p. 40. Volta Redonda/RJ: Poeart,

12 Décio de Moura Mallmith A LUZ 2 A luz que em mim habita Um dia em fractais se fará E me transportará às estrelas e além delas, E serei tudo, E serei nada. Serei tu, você e eu mesmo; Serei terra, ar, fogo e água; O céu, um grão de areia e apenas a luz. E serei o espaço, o tempo, a matéria, a energia. E serei todos e um único ser. E serei o amor que nos une e nós mesmos, O criador e a criatura. Ah! Como me separei de ti sendo tu, eu mesmo? Como a mim mesmo não me amei? A luz dia deste me dirá! 2 MALLMITH, Décio de Moura. A Luz (Poesia). In Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 35 o Volume. Maio de p a. Ed. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE, MALLMITH, Décio de Moura. Poemas Anacrônicos. p. 12. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE,

13 Impressões Poéticas A VIA DA VILA 3 A via que transigia a vila Dividia-a e por ela se ia. A vida que na vila havia Devia aquela via niilista Tudo às margens da via, As coisas que lá se via e tudo que lá não havia. E transigia a vida da vila Como de fato devia a via E, se vadia durante o dia, A via não via, transgredia ou infringia a vida da vila. 3 MALLMITH, Décio de Moura. Poemas Anacrônicos. p. 16. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE,

14 Décio de Moura Mallmith ACENDO O CIGARRO 4 Acendo o cigarro, mais um... Sei do câncer, do odor, da fumaça, e da indecisão de acender mais um cigarro ou de deixar de acendê-lo! Acendo o cigarro, mais um... Sei da poluição, comércio, propaganda. [Enganosa] De e do sucesso, carros, motos, mulheres, cowboys e da pseudoliberdade... Acendo o cigarro, mais um... Sei do prazer, dentes amarelos, tosse, escarro, E do sucesso... Do horror e da dor! Mesmo assim, acendo o cigarro! 4 MALLMITH, Décio de Moura. Poemas Anacrônicos. p. 17. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE, MALLMITH, Décio de Moura. Verve. Coleção Scrivere. Vol. 7. p. 11. São Paulo: Madio Editorial,

15 Impressões Poéticas ALMA EM PEDAÇOS 5 Um estrondo adentra-me a alma, partiu-se o espelho da vida. Pedaços, retalhos de quem ama fulguram no chão, feito ferida. Cacos dispersos me refletiam e, afora o reflexo, nada se salvava. Eram imagens que sobreviviam, cada qual a si próprio se refratava. Os pedaços se repetiam e, isolados, desviavam tudo que neles teimava incidir. Transformavam o real e, multicoloridos, Eclipsavam-se a si, o nosso próprio porvir. Como recompor tal cenário? Seria fácil dispor cada cena, cada viés daquele relicário? Claro que não. Eis o dilema. 5 MALLMITH, Décio de Moura. Alma em pedaços (Poesia). In Vozes de Aço. X Antologia Poética de Diversos Autores. p. 39. Volta Redonda/RJ: Poeart,