ANÁLISE E PROPOSTA DE ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA, SUDOESTE DO RIO GRANDE DO NORTE

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - (UVA) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - (PRPPG) CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - (CCH) MESTRADO ACADÊMICO EM GEOGRAFIA - (MAG) ANÁLISE E PROPOSTA DE ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA, SUDOESTE DO RIO GRANDE DO NORTE LAERTON BERNARDINO DA COSTA Sobral/CE Fevereiro/2015

2 UNIVERSIDADE ESTADUALVALE DO ACARAÚ MESTRADO ACADÊMICO EM GEOGRAFIA ANÁLISE E PROPOSTA DE ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA, SUDOESTE DO RIO GRANDE DO NORTE LAERTON BERNARDINO DA COSTA Sobral/CE Fevereiro/2015

3 LAERTON BERNARDINO DA COSTA ANÁLISE E PROPOSTA DE ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA, SUDOESTE DO RIO GRANDE DO NORTE Dissertação apresentada ao Mestrado Acadêmico em Geografia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, como requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre em Geografia. Área de Concentração: Organização, Produção e Gestão do Território no Semiárido. Linha de Pesquisa: Análise ambiental e estudos integrados da natureza. Orientador: Prof. Dr. Fabio Souza e Silva da Cunha Co-orientador: Prof. Dr. Ernane Cortez Lima Sobral/CE Fevereiro/2015

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6 DEDICATÓRIA Aos meus pais, Maria Lucia Vieira Costa João Bernardino da Costa Aos meus irmãos, Lucivaldo, Lucimar, Laucimar, Laucineide, Laercio (in memorian), Luzia, Laudielson, A minha namorada, Francimeire Costa.

7 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me conceder as forças necessárias para transpor as distâncias físicas e poder enfrentar as dificuldades dessa etapa. À FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio a Pesquisa), pela concessão da bolsa que possibilitou aporte financeiro para desenvolvimento da pesquisa, assim como também oportunizou a concretização do curso de mestrado. Aos familiares que representam a base da construção do ser humano que hoje sou. Mesmo com todas as dificuldades sempre presentes durante essa trajetória, minha mãe Lúcia, meu pai João, todos os meus irmãos e ainda a Meire, minha namorada pela força e companheirismo em todos os momentos vividos dessa etapa. Aos mestres e colegas da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, onde iniciei minha caminhada pelo universo acadêmico, pelo incentivo e apoio ofertado. Agradeço a todos os professores do MAG/UVA, em especial aos meus orientadores Fabio Cunha e Ernane Cortez pelo compartilhar do conhecimento e experiências, dedicação e amizade que me guiou no desenvolvimento acadêmico dando suporte em muitas situações práticas da execução da pesquisa, como em momentos pessoais. A todos os amigos e colegas de turma: Juscelino Lima pelo compartilhamento do início dessa luta, Ielos e Kércia pelo acolhimento e amizade, Jofre, Rachel, Analine, Maria, Valdelúcio, Vanúzia, Vanessa, José pelos momentos os quais podemos vivenciar durante esse período onde compartilhamos objetivos e construímos ideais. Aos amigos Rodrigo e Marcelo pelos ensinamentos e aporte na elaboração dos produtos cartográficos da pesquisa. Aos funcionários da UEVA, representados por Dona Antonieta, pessoa simples e acolhedora, sempre ofertando um cafezinho para revigorar as ideias. A todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a construção desse trabalho.

8 A paisagem é bem isto que a gente vê, mas a gente não a vê jamais diretamente, a gente não a vê jamais isoladamente e a gente não a vê jamais pela primeira vez. A paisagem está no espelho da sociedade. Os geógrafos, entre outros, devem refleti-la. Bertrand, 1977

9 RESUMO O presente trabalho apresenta uma análise geoambiental a partir de uma compartimentação das unidades de paisagem da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana, localizada no sudoeste do Estado do Rio Grande do Norte. A área compreende 286 Km² e foi escolhida por sua importância em meio ao contexto semiárido no qual se insere, e pela singularidade de seus elementos na caracterização da dinâmica natural local. Pensando nisso, a metodologia empregada envolve a análise dos componentes do sistema geoambiental (geologia, geomorfologia, hidrografia, solos, vegetação) e das formas de uso e cobertura do solo. Por meio de um estudo integrado dos elementos da paisagem, buscou-se caracterizar a sua diversidade e o seu estado de conservação. Para tanto, parte-se de uma proposta metodológica de base geossistêmica, utilizando-se as categorias inferiores de análise da paisagem propostas por Bertrand (1972): geossistema, geofácies e geótopo. Esta compartimentação foi fundamentada na integração dos componentes dos sistemas físicos, biológicos e humanos, empregando-se os sistemas de informação geográfica QGIS 2.0 e SPRING 5.1, para a análise e classificação de imagens de satélite Landsat 8 OLI e integração de dados vetoriais e matriciais de diferentes fontes, com apoio de dados obtidos em levantamentos de campo. Neste contexto, foram delimitados um geossistema, cinco geofácies e um geótopo. As condições de estabilidade das unidades geoambientais (geofácies e geótopo) baseiam-se na classificação ecodinâmica de Tricart (1977), que define meios estáveis, instáveis e intergrades considerando-se a ação dos processos morfogenéticos e pedogenéticos. Nesta classificação, a sub-bacia do riacho Santana apresenta-se descaracterizada e com elevados níveis de instabilidade ambiental em todos os seus setores. Por fim, a partir da análise integrada das informações temáticas, apresenta-se uma proposta de zoneamento visando contribuir com futuros estudos de planejamento ambiental. Palavras-chave: Geossistema; Sub-bacia; Análise Geoambiental.

10 ABSTRACT This study presents a geoenvironmental analysis from a compartmentalization of landscape units of hydrographic sub-basins in Riacho Santana, Southwest of Rio Grande do Norte. The area encompasses 286 Km2 and was chosen due yours importance in amid the semi-arid context in which it is inserted, and the singularity of its elements in the characterization of natural local dynamics. The methodology involves the components analysis of the geoenvironmental system (geology, geomorphology, hydrology, soils and vegetation) and forms of land use and land cover. Through an integrated study of landscape elements, searched up to characterize its diversity and its conservation status. Thus, was performed a methodology of geosystemic basis, using the lower categories of analysis of landscape proposed by Bertrand (1972): geosystem, geofaces and geotop. This compartmentalization was based of the components integration of the physical, biological and human systems, using geographic information systems QGIS 2.0 and SPRING 5.1 for the analysis and ratings satellite images of Landsat 8 OLI and integration of raster and vector data from different sources, with supporting data obtained in field research. In this context, were delimited one geosystem, five geofaces and one geotop. The conditions of stability of geoenvironmental units (geofaces and geotop) are based on the classification of ecodynamics Tricart (1977), which defines stable, unstable means and intergrades, considering the action of the pedogenetic and morphogenetic processes. In this classification, the sub-basin of the Riacho Santana showed up decharacterized and with high levels of environmental instability in all its sectors. Finally, from the integrated analysis of the thematics informations was presented a zoning proposal to contribute for studies of environmental planning. Key words: Geosystem. Sub-basin. Geoenvironmental analysis.

11 LISTA DE SIGLAS APP- Área de Preservação Permanente BHAP- Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró CAERN- Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente CPRM- Companhia de recursos Minerais DER/RN- Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte DF- Distrito Federal EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GPS- Global Positioning System IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEMA- Instituto de Desenvolvimento do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte INCRA- Instituto Nacional de Reforma Agrária INPE- Instituto de Pesquisas Espaciais MAXVER- Máxima Verossimilhança MDE- Modelo Digital de Elevação MMA- Ministério do Meio Ambiente MNT- Modelo Numérico de Terreno NEGECART- Núcleo de Estudos Geocartograficos PI- Plano de Informação QGIS- Quantum GIS SEMARH- Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do Norte SEPLAN- Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças SIG- Sistema de Informação Geográfico SPRING- Sistema de Informação Geoferrenciado

12 SRTM- Shauttle Radar Topography Mission SUDENE- Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste TGS- Teoria Geral dos Sistemas TIFF- Tagged Image File Format UERN- Universidade Estadual do Rio Grande do Norte UFC- Universidade Federal do Ceará UFERSA- Universidade Federal do Semiárido UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte USGS- United States Geological Survey UTM- Sistema Universal Transversal de Mercator ZEE- Zoneamento Ecológico Econômico ZPA- Zona de Preservação Ambiental ZRA- Zona de Recuperação Ambiental ZUD- Zona de Uso Disciplinado

13 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 Mapa de localização da sub-bacia do riacho Santana...21 FIGURA 02 Componentes do geossistema segundo Bertrand (1972)...33 FIGURA 03 Fluxograma dos procedimentos metodológicos da pesquisa...49 FIGURA 04 Mapa geológico simplificado do Estado do Rio Grande do Norte e contexto da área de estudo...54 FIGURA 05 Mapa geológico da sub-bacia do riacho Santana...56 FIGURA 06 Mapa Geomorfológico da sub-bacia do riacho Santana...58 FIGURA 07 MDE da sub-bacia do riacho Santana...61 FIGURA O8 - Precipitação acumulada dos municípios inseridos na sub-bacia do riacho Santana nos anos de 2013 e FIGURA 09 - Mapa da hierarquia fluvial dos canais, da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana RN...66 FIGURA 10 Mapa de solos da sub-bacia do riacho Santana...72 FIGURA 11 Mapa de vegetação da sub-bacia do riacho Santana...77 FIGURA 12 Área dos municípios tomada pela sub-bacia Santana...79 FIGURA13 Aspectos estruturais e culturais dos municípios e distritos inseridos na sub-bacia Santana...96 FIGURA 14 Uso e cobertura do solo nos períodos de 2013 e FIGURA 15 Proximidade entre área de lixão e o riacho FIGURA 16 Área de lixão do município de Riacho de Santana FIGURA 17 Carta imagem dos impactos na área da sub-bacia Santana FIGURA 18 Características do Platô úmido FIGURA 19 Características da vertente Leste semiárida FIGURA 20 Características da vertente Oeste Sub-úmida FIGURA 21 Características do Alto vale do riacho Santana FIGURA 22 Características da superfície de aplainamento FIGURA 23 Mapa das unidades geoambientais FIGURA 24 Proposta de zoneamento geoambiental...126

14 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - GRÁFICO 2 - GRÁFICO 3 - GRÁFICO 4 - GRÁFICO 5 - GRÁFICO 6 - GRÁFICO 7 - GRÁFICO 8 - GRÁFICO 9 - GRÁFICO 10- GRÁFICO 11- GRÁFICO 12 GRÁFICO 13 Evolução da população urbana e rural do município de Água Nova nos anos de 2000, 2007 e Evolução da população urbana e rural do município de Luís Gomes nos anos de 2000, 2007 e Evolução da população urbana e rural do município de Rafael Fernandes nos anos de 2000, 2007 e Evolução da população urbana e rural do município de Riacho de Santana nos anos de 2000, 2007 e Valor agregado por atividade ao PIB nos municípios da subbacia Santana no ano de Principais produtos agrícolas dos municípios inseridos na subbacia em toneladas no ano de Principais produtos agrícolas secundários dos municípios da sub-bacia Santana em toneladas no ano de Efetivo total dos Principais rebanhos dos municípios inseridos na sub-bacia Santana no ano de Valores dos principais produtos do extrativismo vegetal dos municípios da sub-bacia Santana, nos anos de 2010, 2011 e Valores agregados pelos setores agropecuários, de indústria e serviços ao PIB de cada município Rafael Fernandes Valores agregados pelos setores agropecuários, de indústria e serviços ao PIB de cada município Riacho de Santana...86 Valores agregados pelos setores agropecuários, de indústria e serviços ao PIB de cada município Água Nova...86 Valores agregados pelos setores agropecuários, de indústria e serviços ao PIB de cada município Luís Gomes...86

15 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - TABELA 2 - População rural e urbana dos municípios inseridos na área da sub-bacia Santana...77 Evolução da população urbana e rural dos municípios inseridos na sub-bacia nos anos de 2000, 2007,

16 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Estruturação dos objetivos da pesquisa...24 QUADRO 2 - Unidades geomorfológicas presentes na área de estudo...62 QUADRO 3- Principais reservatórios com mais de m³ da sub-bacia hidrográfica do riacho Santa RN...67 QUADRO 4 - Características dos solos da sub-bacia...73 QUADRO 5 - Histórico da formação socioespacial dos municípios inseridos na sub-bacia Sanatana...81 QUADRO 6 - Impactos ambientais causas e consequências QUADRO 7 - Unidades geoambientais e graú de estabilidade da sub-bacia da Santana QUADRO 8- Síntese do zoneamento geoambiental...127

17 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO Localização da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana Objetivos da pesquisa Estrutura da dissertação BASES TEÓRICAS DA GEOGRAFIA FÍSICA Geossistema como base teórica metodológica da pesquisa em geografia física A análise geoambiental A bacia hidrográfica como unidade de planejamento ambiental Planejamento ambiental em bacias hidrográficas PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E METODOLÓGICOS Materiais, equipamentos e produção dos mapas CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES NATURAIS DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA Aspectos geológicos Aspectos geomorfológicos Clima e recursos hídricos Solos Vegetação CONTEXTO HISTÓRICO, DEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS PRESENTES NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA... 78

18 5.1 Aspectos históricos e demográficos dos municípios da sub-bacia Principais atividades econômicas Pecuária Extrativismo vegetal Serviços Cultura e turismo Arquitetura, festejos e costumes Potencialidades turísticas USO E COBERTURA DO SOLO NA ÁREA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS PRESENTES NA ÁREA DA SUB- BACIA DO RIACHO SANTANA Desmatamentos e queimadas Barramentos sucessivos no decorrer do leito do riacho Contaminação e poluição por resíduos sólidos COMPARTIMENTAÇÃO E ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA Platô Úmido: Vertente Leste Semiárida Vertente Oeste Sub-úmida Alto Vale do riacho Santana Superfície de aplainamento PROPOSTA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL PARA SUB-BACIA DO RIACHO SANTANA, RIO GRANDE DO NORTE

19 9.1 Áreas de Preservação Permanente (APP) Zona de Preservação Ambiental (ZPA) Zona de Recuperação Ambiental (ZRA) Zona de Uso Disciplinado (ZUD) CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

20 19 1- INTRODUÇÃO A análise integrada dos componentes geoambientais do semiárido nordestino é uma ação primordial para a representação dos processos atuantes e a compreensão das problemáticas advindas das diferentes formas de uso e ocupação. Ela se constitui como um instrumento de base para a gestão e o planejamento ambiental. Um número significativo de estudos geoambientais tem contribuído, ao longo das últimas décadas, para um conhecimento mais preciso da realidade ambiental regional. Estes estudos demonstram que propostas e análises de cunho geoambiental são capazes de estabelecer estratégias que colaborem com o manejo racional dos recursos naturais e a adequação das formas de organização do espaço, no tocante às maneiras de uso e ocupação do solo. Dessa forma, a análise dos processos que atuam nas diferentes unidades geoambientais inseridas no contexto semiárido, colaboram com as ações de ordenamento deste espaço contribuindo com a conservação dos seus recursos naturais, diagnóstico e recuperação de áreas degradadas e adequação de locais para o desenvolvimento das diferentes atividades. Guerra e Cunha (1996) expõem que as bacias hidrográficas integram uma visão conjunta do comportamento das condições naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas, uma vez que, mudanças significativas em qualquer dessas unidades podem gerar alterações naturais. As características das bacias hidrográficas não estão somente relacionadas a um contexto hidrológico, mas também aos aspectos ambientais, econômicos, sociais e culturais do território. Assim, nas margens dos rios e riachos localizam-se comunidades que utilizam os recursos naturais para sua sobrevivência. Tal utilização acontece através da agricultura de subsistência, da criação de animais, extração vegetal, entre outros. Desse modo, a bacia hidrográfica é mantida como um sistema aberto, onde ocorrem trocas e fluxos de matéria e energia, que, se alterados, sofrem desequilíbrios capazes de modificar o potencial natural deste espaço.

21 20 Fundamentado nestes princípios, a partir da perspectiva da análise integrada da paisagem, do uso das técnicas de geoprocessamento e visando subsídios para um planejamento ambiental, o presente trabalho apresenta uma análise geoambiental e uma proposta de zoneamento da sub-bacia do riacho Santana, localizada no alto curso da Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró, região oeste do estado do Rio Grande do Norte. A sub-bacia está inserida na segunda maior bacia hidrográfica do estado do Rio Grande do Norte e a referida área vem passando por intensa descaracterização ambiental ao longo dos anos. Esse processo, decorrente do uso de técnicas rudimentares e inadequadas, que, em interação com suas características naturais, vem promovendo uma drástica mudança na paisagem. 1.1 Localização da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana O estado do Rio Grande do Norte está geograficamente situado na região Nordeste do Brasil, fazendo limite com os estados do Ceará, a oeste, da Paraíba, ao sul e com o Oceano Atlântico, nas porções leste e norte. Do ponto de vista hidrogeográfico, o estado encontra-se subdividido em 16 unidades de bacias hidrográficas (SEMARH, 2013), 14 de tamanho menor, que deságuam em direção ao litoral oriental do estado, e duas grandes bacias que têm suas desembocaduras direcionadas para o litoral setentrional: a bacia do rio Piranhas-Assú e a do rio Apodi-Mossoró. A sub-bacia do riacho Santana está localizada no extremo sudoeste do Estado do Rio Grande do Norte, inserida na Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró, e abrange uma área total de 286 km² (figura 01). Suas nascentes estão localizadas nas serras de São José (a oeste), Poço Dantas (a sudoeste) e do Camelo (a leste). Em termos de hierarquia fluvial, de acordo com os critérios de classificação de Stanley (1982), o riacho Santana caracteriza-se como um afluente de quinta ordem do rio Apodi-Mossoró, segundo maior rio do estado. Esta sub-bacia possui seu alto e médio curso dispostos em um vale encaixado com altitudes que variam entre 200 e 850 m e prossegue em seu baixo curso até a barragem Pau dos Ferros.

22 Figura 01: Mapa de localização da sub-bacia do racho Santana, Rio Grande do Norte RN Fonte: Base de dados vetoriais do IBGE (2010), dados do projeto TOPODATA, Valeriano (2008),- SEMARH (2014), Carta topográfica SB.24-Z-A II Pau dos Ferros, imagens Landsat 8. Elaborado por: Bernardino Costa (2014). 21

23 Objetivos da pesquisa As ações empreendidas no estudo da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana estão focadas na análise geoambiental integrada e no estudo da paisagem, tendo como objetivo geral: Realizar uma análise geoambiental da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana-RN, através da análise integrada dos componentes da paisagem. Como objetivos específicos da pesquisa destacam-se: Caracterizar o quadro natural da área (geologia, geomorfologia, solos, hidrografia, clima, recursos hídricos, vegetação) de maneira integrada para compreensão da dinâmica local; Executar compartimentação das unidades geoambientais de acordo com os níveis de escala de análise da paisagem propostos por Bertrand (1972); Classificar os meios de acordo com a ecodinâmica de Tricart (1977); Analisar as formas de uso e ocupação do solo na área da sub-bacia; Realizar análise integrada dos elementos naturais e antrópicos da subbacia para caracterização geoambiental desse geossistema. Propor a delimitação de zonas que auxiliem o planejamento ambiental da sub-bacia hidrográfica Com base nas metodologias desenvolvidas por Bertrand (1972) e Tricart (1977), buscou-se elaborar uma compartimentação geoambiental, em escala 1: Neste contexto, foram realizados mapeamentos temáticos dos diversos componentes geoambientais, a partir de levantamentos préexistentes, análise e interpretação de imagens de sensoriamento remoto e trabalhos de campo, visando uma análise integrada dos componentes da

24 23 paisagem, um diagnóstico das principais formas de uso e ocupação do solo e os principais tipos de impactos ambientais presentes na área. A sub-bacia hidrográfica do riacho Santana foi considerada como um geossistema, segundo a concepção de Bertrand (1972). Nela foram individualizados cinco geofácies: a) Platô Úmido, b) Vertente Leste Oeste Subúmida, c) Vertente Leste Semiárida, d) Alto Vale do Riacho Santana e d) Superfície de Aplainamento. Em uma escala inferior, identificou-se um geótopo representado pelos mares de morros inseridos no Alto Vale do Riacho Santana. Por fim, apresenta-se uma proposta de zoneamento ambiental que pretende colaborar com a adequação do uso do solo, sua preservação, recuperação dos recursos naturais da sub-bacia visando maior equilíbrio ambiental e melhoria de qualidade de vida para população. Esta proposta final é apenas um instrumento que tomou como base os critérios legais e a sobreposição dos campos de informação temáticos elaborados a partir do uso de SIGs, e que serve como base propositiva para o planejamento ambiental, ficando a aplicação dos resultados desta análise a cargo dos gestores e dos demais órgãos interventores da sociedade civil. O quadro 01 apresenta de forma esquemática o objetivo geral e os específicos acompanhados da fundamentação teórica, dos procedimentos metodológicos e dos resultados e produtos que foram gerados por parte de cada objetivo para efetivação da análise geoambiental da unidade sistêmica em estudo. 1.3 Estrutura da dissertação A presente dissertação está estruturada em oito capítulos, organizados com o intuito de proporcionar linearidade e maior clareza dos conteúdos apresentados. O capítulo 01 reúne a localização geográfica da área de estudo, os objetivos do trabalho e a justificativa.

25 REALIZAR UMA ANÁLISE E ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA, ATRAVÉS DA ANÁLISE NTEGRADA DOS ELEMENTOS DA PAISAGEM E TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO 24 OBJETIVO GERAL OBJETIVOS FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS RESULTADOS E PRODUTOS Delimitar a área da sub-bacia hidrográfica através de trabalhos de campo, técnicas de geoprocessamento e uso de SIG; Caracterizar o quadro natural da área (geologia, geomorfologia, solos, hidrografia, clima, vegetação) de maneira integrada para compreensão da dinâmica local; Executar compartimentação das unidades geoambientais de acordo com os níveis de escala de análise da paisagem propostos por Bertrand (1972); Classificar os meios de acordo com Tricart (1977); Valeriano, (2008); Florenzano, (2008); Manual de elaboração de mapas temáticos no QGIS, (INCRA, 2012); Angelin (2006); Medeiros et al (2010); Sá (1981); Suertagaray (2008); Dantas (2010); Fernandes (1990); Bertrand, (1972); Lima, (2012); Souza (2002). Tricart (1972); Souza (2000), (2002); Lima, (2012). Uso de carta topográfica; Obtenção de dados SRTM, referentes à declividade (INPE, 2008); Utilização de software QGIS versão 2.0 para processamento dos dados; Trabalho de campo para reconhecimento da área e ajuste de dados obtidos. Trabalhos de campo; Análise de perfis de solos em setores diferenciados da subbacia; Registro fotográfico e construção de perfis em campo, Levantamento dos principais tipos de espécie presentes na sub-bacia, Elaboração de modelo digital de elevação (MDE), Interpretação de informações em imagens de satélite, Processamento de dados vetoriais e matriciais para produção de mapas. Trabalhos de campo; Sobreposição de todos os níveis de informações temáticas produzidas a cerca da área; Caracterização socioeconômica da área da sub-bacia; Análise ambiental integrada; Delimitação das unidades através da criação de classes em ferramenta de SIG, QGIS 2.0. Averiguação dos processos de pedogênese e morfogênese atuantes sobre cada unidade geoambiental delimitada. Delimitação do polígono referente aos limites da subbacia, identificação dos riachos que compõem a rede de drenagem da sub-bacia; Construção do mapa de delimitação da área de estudo contendo os limites a hidrografia e a hipsometria. Caracterização das variáveis físicas do quadro paisagístico da sub-bacia; Mapa das unidades geológicas; Mapa das unidades geomorfológicas; Mapa das classes de solos; Mapa da cobertura vegetal; Modelo Digital de elevação MDE; Relevo sombreado; Classificação de imagens de satélite. Delimitação de unidade de paisagem de acordo com a dinâmica estabelecida entre os elementos do meio físico e a interação destes com as formas de uso e ocupação do espaço; Mapa de delimitação das unidades geoambientais com base nas categorias de Bertrand (1972). Determinação do estado de estabilidade, instabilidade e de transição de cada unidade de paisagem e do geossistema como um todo. Analisar as formas de uso e cobertura do solo na área da subbacia do riacho Santana; Realizar análise integrada dos elementos naturais e antrópicos da sub-bacia para caracterização geoambiental desse geossistema. Manual técnico de uso da terra, (IBGE, 2013); IBGE (2010), (2012); IDEMA (2012). Bertand (1972); Sotchava, (1977); Tricart (1972); ROS (2006); Ab Sáber (2003); Souza (2000). Trabalhos de campo; Registro fotográfico e perfil longitudinal; Levantamentos de dados econômicos, sociais e culturais a respeito das comunidades rurais e núcleos urbanos da subbacia; Analise, interpretação e classificação de imagens de sensores remotos OLI Landsat 8; Delimitação das principais formas de ocupação apoiando-se em imagens de satélite, e uso de SIG. Levantamentos variáveis geoambientais; Levantamento de dados socioeconômicos; Levantamento de fatores culturais; Proceder analise integrada da paisagem; Trabalhos de campo; Mapeamentos temáticos e uso de SIG. Caracterização das principais formas de uso e cobertura do solo; Classificação das formas de uso e cobertura do solo com base em imagens de satélite nos períodos de 2013 e 2014; Carta imagem de uso e ocupação do solo; Carta imagem dos impactos ambientais. Caracterização do quadro geoambiental; Caracterização do quadro socioeconômico; Determinação das formas de uso e ocupação do solo; Proposta de zoneamento geoambiental. Quadro 1: Estruturação dos objetivos da pesquisa, seus fundamentos teóricos e os respectivos procedimentos metodológicos executados para o seu desenvolvimento e os resultados e produtos gerados em cada um deles. Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013).

26 25 O capítulo 02 trata dos aspectos teóricos que nortearam a pesquisa. Nele discute-se, inicialmente, a abordagem sistêmica e sua aplicação na geografia e nos estudos ambientais. As diversas propostas de estudos da paisagem que são desenvolvidas com base nessa teoria, como as de Sotchava (1972), Bertrand (1972) e Tricart (1977), e experiências mais recentes e enquadradas na realidade estudada como Souza (2000), Lima (2012), Silva (2006). Discorre-se também acerca da delimitação e do uso da bacia hidrográfica e suas unidades inferiores, como unidades de análise para o planejamento ambiental, sobre a importância da análise integrada da paisagem e das técnicas de geoprocessamento nas tarefas de caracterização e planejamento do espaço geográfico. O capítulo 03 pontua os aspectos metodológicos que foram tomados como base no desenvolvimento das etapas da pesquisa. Expõe, inicialmente, o geossistema, como referência teórico-metodológica para o desenvolvimento da pesquisa, sua viabilidade e adequação aos estudos fisiográficos e para elaboração de estudos em unidades de bacia hidrográfica. Posteriormente apresenta os procedimentos para delimitação da área e elaboração dos produtos cartográficos temáticos, as formas de obtenção de dados e os materiais utilizados são descritos de forma detalhada. O diagnóstico geoambiental da sub-bacia é apresentado no capítulo 04, onde são abordados os aspectos do clima semiárido na busca de uma compreensão sobre qual é a influência que este exerce sobre o geossistema em estudo na dinâmica dos seus processos naturais, sobre os aspectos vegetacionais, de uso e ocupação do solo. Este capítulo também abrange o contexto geológico da sub-bacia, tendo como bases as principais unidades e os tipos de litologias que dão suporte a conformação do relevo local, integrandoos diretamente às características geomorfológicas, gerando uma contextualização da formação da base do relevo local e de suas feições. Nele também são tratados os tipos de solos e de vegetação dispostos nos diversos setores da sub-bacia. Compõem ainda esse capítulo, os aspectos hidrológicos a partir da distribuição espacial dos riachos e reservatórios, o estado de

27 26 conservação destes e a relação que os mesmos estabelecem com os aspectos geológicos, pedológicos, geomorfológicos e vegetacionais da sub-bacia. No capítulo 05 reúne-se alguns aspectos econômicos, sociais e culturais representativos das sedes municipais e comunidades rurais inseridas na área da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana. As características de uso e cobertura do solo na sub-bacia do riacho Santana, a partir da interpretação de imagens de satélite Landsat 8 OLI, e o levantamento de campo dos principais impactos ambientais identificados na área de estudo são tratados no capítulo 06. O capítulo 07 traz a compartimentação e a análise geoambiental da sub-bacia e apresenta a delimitação das respectivas unidades paisagísticas (geofácies). Estas unidades foram delimitadas de acordo com a interação dos diferentes componentes geoambientais levantados, sendo estipulado ainda um grau de estabilidade para cada um desses espaços com base na ecodinâmica dos meios proposta por Tricart (1977). Neste mesmo capítulo são abordados ainda, de forma conjunta, todos os dados levantados acerca dos componentes geoambientais de cada unidade delimitada. Por fim, no capítulo 08, é apresentada uma proposta de zoneamento geoambiental considerando as características de cada unidade geoambiental e seu grau de estabilidade. A delimitação de cada uma das zonas propostas partiu de uma sobreposição de todas as informações do quadro ambiental e das formas de uso e cobertura do solo, utilizando um Sistema de Informação Geográfica SIG (QGIS).

28 27 2- BASES TEÓRICAS DA GEOGRAFIA FÍSICA A geografia, enquanto ciência que estuda as relações entre a sociedade e a natureza para compreensão das diferentes formas espaciais possui uma diversidade de métodos que são empregados para análise de seu objeto principal: o espaço geográfico. Durante um longo período, os estudos geográficos relacionados à natureza realizaram procedimentos mais descritivos e na maioria das vezes setorizados que não atendiam de forma satisfatória a análise dos meios naturais e sua atual realidade ambiental. Essa questão levou a uma crise da geografia física até meados da década de 1970, pois não havia uma sistematização metodológica nos seus estudos que fosse capaz de gerar resultados que demonstrassem a relação entre as partes e o todo que vinha se estudando. É nesse contexto, que se inicia a busca por uma base metodológica capaz de atender a realidade dessa área, integrando as diversas características da paisagem, a dinâmica existente entre eles e as ações antrópicas. Nesse sentido, é mediante a essa necessidade que as pesquisas geográficas passam a ser influenciadas por um novo paradigma teórico: a Teoria Geral dos Sistemas (TGS), sistematizada por (Bertalanfy 1975): [...] a teoria geral dos sistemas consiste numa ampla concepção que transcende de muito os problemas e exigências tecnológicas, é uma reorganização que se tornou necessária na ciência em geral e na gama de disciplinas que vão da física e da biologia às ciências sociais e do comportamento e da filosofia. É uma concepção operatória, com graus variáveis de exatidão, em diversos terrenos, e anuncia uma nova compreensão de mundo de considerável impacto (BERTALANFY, 1975, p.7). A geografia, assim como muitas outras ciências sociais, em decorrência desse novo paradigma, incorpora com bastante ênfase o uso de

29 28 sistemas, que passam a influenciar os estudos de geografia física, principalmente os de cunho ambiental. O sistema comporta-se como um todo no qual as variações de qualquer elemento dependem de todos os outros (BERTALANFY, 1975, p. 83). Assim, surgem os chamados sistemas naturais que podem ser analisados em diferentes escalas, tendo como preocupação principal, a compreensão da interligação de suas partes para a configuração da totalidade, no caso, os diferentes meios naturais existentes sobre a terra. Granjeiro (2004, p.44), coloca que os estudos integrados de influência sistêmica, permitem ir além dos anteriores, [...] pois integram os componentes do meio abiótico aos bióticos e aparece claramente a necessidade de incluir o homem em todas as suas dimensões. Dessa forma, a teoria dos sistemas de Von Bertalanfy, passou a dar suporte para que a geografia física viesse a estudar a dinâmica da natureza de forma mais coerente, pois possibilitou a criação de novos procedimentos e conceitos voltados para o estudo do meio físico e da paisagem. Além disso, ela possibilita uma maior aproximação dos diferentes ramos fragmentados da geografia física proporcionando maior unidade aos estudos. 2.1 Geossistema como base teórica metodológica da pesquisa em geografia física A teoria geral dos sistemas facultou a elaboração de inúmeras proposições para o melhoramento dos estudos da natureza, todas baseadas em um novo conceito de cunho geográfico que começa a ser discutido e empregado, o geossistema. Desta forma, três principais proposições metodológicas de caráter sistêmico que tomam como base esse conceito podem ser destacadas dentro do atual arcabouço teórico metodológico da geografia física: a proposta de Sotchava (1977), Bertrand (1972) e Tricart (1977).

30 29 O geossistema emerge pela primeira vez na geografia soviética desenvolvido nos estudos de Sotchava (1977). Este vê o geossistema como fenômeno natural, muito embora todos os fatores econômicos e sociais afetem sua estrutura. Tais fatores devem ser considerados nos estudos/pesquisas dos geossistema, pois tem influência sobre as mais importantes modificações conexões dentro de cada geossistema, sobretudo nas paisagens muito modificadas pelo homem (ROSS, 2009, p. 25). Sotchava (1977) considera o geossistema como o objeto de estudo da geografia física. Sendo assim, destaca que ele permite sair da simples morfologia da paisagem e efetuar ações que revelem as conexões entre os diversos elementos que caracterizam sua dinâmica, além de poder projetar estágios futuros de seu desenvolvimento. Dentro deste contexto de aplicação do geossistema, o mesmo autor distingue claramente a diferença do seu uso em relação ao conceito de ecossistema, largamente utilizado nos estudos geográficos da natureza até a sua inserção. Ele associa a concepção de ecossistema a Ecologia, atrelando-o a delimitação de ambientes específicos de determinado ser vivo, algo de natureza biológica. Já em relação ao geossistema, expõe que ele envolve a totalidade dos componentes naturais na perspectiva de suas conexões [...] de seus aspectos funcionais (SOTCHAVA, 1977, p. 18), possuindo assim caráter espacial. Ross (2009, p.25), a respeito do uso do conceito pela geografia, coloca que [...] a noção de geossistema associa-se a uma concepção geográfica da natureza. Assim sendo, a proposição metodológica de cunho sistêmico, desenvolvida por Sotchava, possui uma concepção de que o geossistema é a categoria mais adequada para o desenvolvimento dos estudos de base físico-geográficos. Georges Bertrand, também desenvolve uma proposição teóricometodológica própria de ordem sistêmica, baseada em níveis taxonômicos da paisagem. Bertrand (1972) realiza uma crítica ao uso desse conceito pela geografia da época, expondo que [...] o estudo das paisagens não pode ser realizado senão no quadro de uma geografia física global. De acordo com sua colocação, o autor aponta para o fim de uma geografia fragmentada e para

31 30 criação de uma nova proposta que considere o todo da paisagem. Dessa forma, expõe que: A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É numa determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução (BEROUTCHACHVILI e BERTRAND, p. 33). Essa concepção de paisagem geográfica rompe com outros conceitos e concepções utilizados nos estudos geográficos até então, principalmente o de região natural e o de ecossistema. Bertrand (1977) discute que, o conceito de região natural foi, durante muito tempo na geografia, a principal forma de categorizar a natureza. Sendo o termo região aplicada a diferentes aspectos como os estruturais, climáticos e vegetacionais, escapando a lógica dos estudos tanto pelas diferentes formas que agregava como pela superfície que abrangia. Em relação ao ecossistema, Bertrand (1977, p.36) considerou que o ecossistema é uma unidade sem escala e sem suporte espacial definido, não é um conceito puramente geográfico, por considerar processos alheios ao espaço como trocas, circulação e acumulação de energias dentro do sistema. A partir disso, é posto que, ao invés de continuar utilizando-se conceitos alheios a geografia e a suas escalas de intervenção, pois são de natureza biogeográfica, torna-se melhor escolher unidades geográficas globais adaptadas ao estudo da paisagem. Essa unidade, de acordo com a classificação que e proposta pelo autor, parece ser o geossistema. Ao tratar de uma definição das unidades da paisagem, o autor considera que todas as delimitações geográficas são arbitrárias e é impossível achar um sistema geral do espaço que respeite os limites próprios para cada ordem de fenômeno (BERTRAND, 1977, p.37). No entanto, é possível, em função da escala têmporo-espacial, fixar limites e realizar uma taxonomia das paisagens com dominância física.

32 31 Com essa perspectiva de divisão da paisagem, a partir de uma escala de tratamento das informações, Bertrand define um sistema de classificação das paisagens contendo seis níveis taxonômicos, divididos em unidades superiores: zona, domínio, região e unidades inferiores: geossistema, geofácies e geótopo. Dentro das unidades superiores, a Zona compreende uma noção planetária da paisagem compondo a primeira ordem de grandeza da divisão de Bertrand. Define-se, sobretudo, pelo fator climático e por megaestruturas geológicas das áreas. O domínio é o segundo grau hierárquico, compreendendo a subdivisão de uma determinada zona. Como exemplo disso, podemos citar Ab Saber (2003), em sua obra Os domínios de natureza no Brasil, ao tratar a Caatinga: O domínio dos sertões secos, considerando-a como parte de uma zonalidade climática maior. A região natural corresponde à terceira ordem de grandeza das unidades superiores da paisagem. É uma região que pode ser bem delimitada dentro de um domínio da paisagem no âmbito do domínio da semiaridez, pode-se pensar os macios residuais úmidos como uma região natural que diferenciasse tanto pelas características geomorfológicas como climáticas em relação à variação de sua temperatura. Do ponto de vista da pesquisa, a empregabilidade dessas unidades é bem mais restrita, sendo, no entanto, de extrema importância a relação estabelecida entre os componentes climáticos, geológicos e das massas vegetais contidos em seus níveis de escala. As unidades inferiores correspondem ao segundo nível de análise da paisagem, sendo composta pelo geossistema, que, segundo Bertrand (1977, p. 39), é a categoria que acentua o complexo geográfico e a dinâmica de conjunto. Desse modo, a geofácies corresponde ao aspecto fisionômico existente entre os diferentes elementos do geossistema e pode chegar a corresponder a níveis diferenciados de estágio do geossistema; e pelo geótopo, unidade que possui o menor grau de escala geográfica identificável no terreno.

33 32 As unidades inferiores são a base para os estudos geossistêmicos proposto por Bertrand (1977), destacando-se o geossistema que se caracteriza por ser: O geossistema corresponde a dados ecológicos relativamente estáveis. Ele resulta da combinação de fatores geomorfológicos (natureza das rochas e dos mantos superficiais, valor do declive, dinâmica das vertentes...), climáticos (precipitações, temperatura...) e hidrológicos (lençóis freáticos epidérmicos e nascentes, PH das águas, tempos de ressecamento do solo...). É o potencial ecológico dos geossistema. Ele é estudo por si mesmo e não sob aspecto limitado de um simples lugar (BERTAND, 1977, p. 42). O geossistema é definido ainda por três fatores que estabelecem diferentes níveis de interação entre si. Estas variáveis, segundo o autor, correspondem a um potencial ecológico, a uma exploração biológica e uma ação antrópica. Elas interagem da seguinte forma: o geossistema oferece um potencial ecológico em seu espaço composto por seus elementos geomorfológicos, pelo clima e por seus recursos hídricos, que passa por uma exploração biológica por parte dos elementos do meio biótico, como por exemplo, a vegetação que, de acordo com suas características, comporta-se como síntese do potencial ecológico oferecido pelo geossistema. Havendo certo equilíbrio entre estes dois fatores, o geossistema encontra-se em estado de clímax. Este estado varia de acordo com a interação das variáveis (dinâmica natural da vegetação e dos solos, intervenções antrópicas...) no tempo e no espaço, sendo bastante difícil de ser classificado. Sendo assim a ação antrópica está interligada e empregada sobre essas duas esferas e funciona como importante agente caracterizador do geossistema. Esta conexão proporciona maior exatidão na análise da dinâmica interna do geossistema, tornando-o categoria de cunho geográfico de grande importância, por considerar, nos estudos da natureza, variáveis bióticas, abióticas e antrópicas.

34 33 Para uma melhor compreensão de seu caráter dinâmico e funcional, estas três esferas do geossistema, podem, de forma estrutural, assim serem representadas (figura 02): Figura 2: Estrutura funcional do geossistema Fonte: Adaptado de Bertrand (1977). Para a classificação dos geossistemas, costumam-se proceder com essa tarefa tomando como referência para designá-lo, os aspectos da vegetação. O próprio Bertrand expõe que para dar nome ao geossistema, é ela que nos proporciona a solução mais fácil, e reforça afirmando que a mesma representa, muitas vezes, a melhor síntese do meio que se busca classificar como geossistema. Vale ressaltar que o próprio autor faz menção ao fato de não podermos tomar esse critério como uma regra padrão, já que o tapete vegetal não é sempre o elemento dominante da combinação (BERTRAND, 1977, p. 45), existindo outros fatores preponderantes dentro do conjunto que podem exprimir maior síntese do meio e que podem ser utilizados para determinação do geossistema. As feições geomorfológicas podem ser um destes, a exemplo

35 34 dos geossistemas montanhosos tomados em seus próprios estudos de aplicação do geossistema. Encontra-se, no entanto, uma grande problemática em relação à categorização das paisagens, pois a adaptação dos táxons é dificultada pela mudança das estruturas e dinâmica das diferentes unidades de acordo com o nível de escala. Desta forma, somente o critério fisionômico, estabelecido a determinado geossistema a partir da predominância vegetal ou das estruturas geomorfológicas, não atende a sua total classificação dentro do universo das paisagens. Assim, torna-se necessário buscar aspectos relacionados à evolução do geossistema, onde é preciso, além dos aspectos anteriores, considerar o seu estágio atual em relação ao clímax e se ele caminha para uma dinâmica progressiva, regressiva ou de estabilidade. A partir desta sistematização, Bertrand (1977) estabelece dois tipos básicos de geossistemas: os que se encontram em biostasia e os que estão em resistasia. Os geossistemas em biostasia tratam-se de paisagens onde as atividades geomorfogenéticas são fracas, a sua evolução é dominada por agentes como a pedogênese e vegetação. A ação antrópica pode provocar dinâmica regressiva desses elementos, mas nunca afeta de maneira grave o equilíbrio Potencial Ecológico Exploração Biológica do geossistema. De acordo com essas variações, ele pode demonstrar dinâmica progressiva ou regressiva. Nos geossistemas em resistasia, as ações da geomorfogênese prevalecem com maior intensidade, predominando os fatores erosivos, o transporte de materiais que modifica o potencial ecológico do geossistema, alterando, consequentemente, o tipo de exploração biológica e seu estado de clímax. Distinguem-se dentro desta ordem, dois tipos de geossistemas: os geossistemas com geomorfogênese natural e os geossistemas regressivos com geomorfogênese ligada à ação antrópica. As subdivisões classificatórias desses dois tipos de geossistemas apresentam certo grau de dificuldade em sua execução, devido ao fato de exigirem uma grande atenção dos fatores

36 35 físicos e antrópicos dentro de uma lógica temporal e espacial de ocorrência destes processos. Essa dificuldade pode vir a ser sanada nas pesquisas que o tomam como conceito norteador para análise da paisagem, através do aporte cartográfico, enquanto forma de análise e representação de fatores ligados a ele. Valeriano (2008, p.72), destaca a importância de dados georeferenciados de aspectos ligados à morfologia das paisagens, que podem ser empregados nos estudos da mesma através do aporte de sistemas de informação geográfica: Os dados topográficos fornecem variáveis importantes e frequentemente solicitadas nas análises ambientais e nos empreendimentos de engenharia. Os estudos envolvendo dados topográficos tem se voltado a caracterização de unidades de paisagem com base em variáveis morfológicas, estritamente ligadas a feições geométricas da superfície sob análise. Expondo ainda a respeito da modelagem de dados relacionados aos fatores físicos e do manuseio deles em ambientes SIG, o autor diz que: A modelagem de dados do meio físico em sistemas de informação geográfica (SIG) e o uso de métodos paramétricos de análise da paisagem permitem o fornecimento de uma base mais objetiva e padronizada para a identificação de sistemas terrestres. (VALERIANO, 2008, p. 101). Na representação cartográfica das paisagens, podemos encontrar essa variabilidade de elementos têmporo-espaciais que permeiam o processo de delimitação do grau de estabilidade do geossistema. Esse encontro se dá, através de levantamentos geomorfológicos, pedológicos, geológicos, fitogeográficos, hidrogeológicos, uso e ocupação dos diferentes lugares por meio de imagens de sensores acoplados a satélites e fotografias aéreas. Esses fatores podem ser analisados de maneira histórica ou através de diferentes

37 36 intervalos temporais como o auxílio de imagens de satélite e perfis das áreas de abrangência do geossistema. A escala média (1: , 1: ) é a que melhor se adequa para cartografar o geossistema, adequando-se a dimensão tratada por Bertrand de forma descritiva como sendo uma superfície composta por algumas dezenas ou centenas de quilômetros quadrados. Jean Tricart (1977), em Ecogeografia, apresenta uma proposição de análise da natureza de caráter sistêmico apoiada no conceito de ecossistema, mas que é bastante desenvolvida nos estudos dos biogeógrafos e dos geomorfólogos. A mesma valoriza as estruturas, as trocas de fluxos de matéria e energia e pode servir de apoio metodológico ao estudo dos geossistemas, assim como trabalhado por Souza (2000). Tricart (1977, p.32) balizou seus estudos em unidades ecodinâmicas, que expõem ser [...] uma unidade caracterizada por certa dinâmica do meio ambiente que tem repercussões mais ou menos imperativas sobre as biocenoses. Para caracterização dessas unidades, toma a morfodinâmica como critério que melhor a determina e defende que esta, a morfodinâmica, é regida pelo clima, pela topografia e pelo material rochoso (TRICART, 1977, p. 32). Seu estudo permite a compreensão da integração desses parâmetros e, consequentemente, a conexão do meio natural em suas três esferas de organização: organização da matéria, organização da vida e a organização social. Segundo Tricart, o conceito de unidade ecodinâmica integra-se ao conceito de ecossistema e não a geossistema, mesmo estando sua análise atrelada a uma lógica de sistema. Os componentes morfogenéticos e os pedogenéticos compõem parte importante da proposta, pois é através destes dois processos que se pode estabelecer um grau de estabilidade ambiental dos diferentes meios ecodinâmicos. Criando assim, a partir da intensidade ou da sobreposição de um sobre o outro no espaço, uma taxonomia própria, que expõe ser capaz de avaliar seu nível de estabilidade e de degradação, sendo estes formados por meios estáveis, intergrades ou de transição e fortemente instáveis. Compreende-se, então:

38 37 Meios estáveis: definidos pela predominância de pedogênese e de uma maior contenção dos fenômenos erosivos, menor desgaste das encostas, cobertura vegetal pouco alterada ou em rápido processo de recuperação. Meios intergrades: apresentam concomitantemente a ação da morfogênese e da pedogênese, correspondendo a um estágio de passagem de um ambiente estável para um instável, ou vice versa. Unidades ecodinâmicas instáveis: meios com predominância da morfogênese que se constitui como elemento predominante para caracterização da dinâmica natural desses sistemas. Há forte ausência da vegetação, solos bastante passivos a erosão e forte dissecação do relevo. Souza (2000) em seus trabalhos de proposição da metodologia sistêmica aos estudos de geografia física integrada do meio natural semiárido,- [...] cruza o estudo da paisagem de Bertrand com a ecodinâmica de Tricart [...] (GRANJEIRO, 2004, p. 70), utilizando essa proposição para a finalidade de planejamento ambiental e ordenação territorial. Seguindo essa linha de pensamento, Souza defende/apresenta o uso dessas duas abordagens em três dos seus estudos datados respectivamente de 1994, 1996 e Souza, ao empregar a metodologia geossistêmica na região semiárida, realiza uma compartimentação desse geossistema em inúmeras unidades geoambientais, delimitando-as, principalmente, a partir de critérios geomorfológicos e procede uma análise ecodinâmica das unidades naturais deste geossistema. Para tanto, realiza uma adaptação das categorias de Tricart (1977), aplicando as classes de ambientes estáveis, ambientes de transição e ambientes fortemente estáveis, no intuito de estipular o estado de estabilidade ambiental de cada unidade geoambiental. Botelho e Silva (2010) expõem que vem ocorrendo um crescimento do número de artigos científicos publicados na área das ciências ambientais que tratam a bacia hidrográfica como unidade de análise para o desenvolvimento dos seus métodos. Ressaltando que: Estudos sobre os temas erosão, manejo e conservação do solo da água e planejamento ambiental são aqueles que

39 38 mais têm utilizado a bacia hidrográfica como unidade de análise. (BOTELHO; SILVA, 2010, p. 155). Tratando de forma mais específica de trabalhos que desenvolvem analises ambientais, estudos da paisagem e propostas de zoneamento geoambiental ou que reforcem a importância dessa temática, podemos destacar as seguintes publicações, uma vez que funcionam como referencial dentro da área. Menezes e Zuquette (2004), autores que desenvolvem um trabalho no qual propõem a avaliação das informações do meio físico para estudos geoambientais de bacias hidrográficas, tomando como base a bacia do Rio Pardo, na região Sudeste do Brasil, com aproximadamente km² de área. Foram analisadas três áreas dentro desta bacia e as avaliações feitas levaram em consideração ordens menores de bacias (sub-bacias e microbacias). Dentro dessa análise, foram considerados como atributos mais preponderantes os seguintes elementos: substrato rochoso (litologia), relevo (declividade, forma e amplitude) das encostas, hidrografia (água subterrânea e superficial) e processos atuantes no meio físico (tipos, magnitude, ocorrência). Este trabalho, embora significativo, não tratou de zoneamento dessas áreas e sim do levantamento mais qualitativo do ponto de vista econômico. Tornando-se, assim, um subsídio para interessados em estudos de bacias hidrográficas de grande extensão e sub-bacias de qualquer região para fins de investigações de impactos ambientais e planejamento territorial. Na sequência, destacamos Trentin et al. (2004) apresentam como unidade de mapeamento a delimitação natural da bacia hidrográfica do rio Reúno. Os autores procederam uma análise morfométrica da bacia a partir de parâmetros indicativos do relevo. Os índices morfométricos que foram analisados dizem respeito à ordem e magnitude da bacia, conforme proposto por Strahler (1952): a área, o comprimento total dos canais, a amplitude, a altimetria, a densidade de drenagem, o índice de rugosidade, o coeficiente de compacidade, a forma, a declividade e o comprimento de rampa. A bacia foi subdividida em unidades de relevo, que definem áreas caracteristicamente

40 39 homogêneas, através da integração dos dados de altitude e de declividade, da análise topográfica e da rede de drenagem. Os dados de uso da terra e a execução de levantamentos de campo permitiram adicionalmente a divisão da bacia em três setores distintos de uso e ocupação, conforme a estrutura fundiária, a densidade demográfica e o tipo de cultivo. O cruzamento dos setores de uso e ocupação com as unidades de relevo possibilitou a construção de um mapa geoambiental que apresenta, como fundamento principal, a compartimentação da paisagem segundo características naturais e de intervenção antrópica. A partir da integração dos dados obtidos e dos produtos cartográficos de unidades de relevo e de uso e ocupação foi desenvolvido o zoneamento geoambiental, onde os autores individualizaram 14 áreas com características semelhantes. A descrição de cada uma dessas áreas e os principais problemas geoambientais encontrados são apresentados de maneira tal que usuários terão condições de fazer uso adequado das informações. Outro estudo que merece destaque é o de Delabianca et al. (2004), que analisa o uso e ocupação do solo no Distrito Federal em uma unidade de sub-bacia, a partir de cartas produzidas através de classificações de imagens de Satélite em ferramentas de SIG. Nessa pesquisa, os autores apresentam a análise do meio físico e da vegetação e expõem os usos do solo em uma carta síntese de vulnerabilidade. Tais proposições fazem do referido trabalho um instrumento interessante para avaliação da dinâmica do uso do solo em áreas sem adequada orientação. Citamos ainda Santos et al. (2004), essa publicação apresenta resultados de uma análise geomorfológica realizada no sentido de uma melhor compreensão das ocorrências erosivas. Um dos seus objetivos é contribuir para identificação das potencialidades e fragilidades dos ambientes naturais e fornecer subsídio ao planejamento ambiental sustentável. Para tanto, parte da análise de informações morfológicas e morfométricas do relevo, geológicas, pedológicas e de uso do solo para delimitação de unidades homogêneas de relevo.

41 40 Oliveira e Pinto (2004) fizeram um trabalho de cunho teórico que trata da análise temporal das alterações decorrentes do uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do ribeirão São João, no estado de São Paulo. Com essa proposta contemplam o mapeamento dos parâmetros das perdas de solo, em duas datas diferentes, para posterior avaliação quanto ao avanço da degradação e impactos ambientais associados. Os parâmetros considerados (erosividade, erodibilidade, fator topográfico, cobertura vegetal, manejo do solo) são obtidos através de dados prévios e visitas a campo, interpretação de produtos de sensoriamento remoto e SIG. Tais fatores são analisados por operações de sobreposição em SIG e resultam em comparações entre classes de uso e ocupação existentes, suas percentagens em área e o potencial natural de erosão dos solos, para as duas datas consideradas. Os produtos de sensoriamento remoto utilizados foram: fotografias aéreas, para obtenção de informações sobre o meio físico; e imagens de satélite, para obtenção de informações sobre o uso e ocupação do solo. O procedimento objetiva contribuir para o planejamento territorial da região e para o seu gerenciamento através de avaliações temporais. Além dos já citados, merecem atenção Santos e Silveira (2004), pois apresentam o resultado do uso de técnicas de geoprocessamento (SPRING) na distribuição espacial das características geoambientais de solos no DF. Com base em um banco de dados geograficamente referenciado, realizou-se o modelo de distribuição espacial das características geotécnicas dos materiais. As ferramentas de geoprocessamento permitiram gerar modelos de distribuição espacial por modelagem numérica de terreno de grupos de solos. Os resultados obtidos mostraram que o uso do geoprocessamento na distribuição espacial das características geográficas do solo é viável. As cartas geradas podem ser consideradas produtos que auxiliam em projetos geotécnicos, principalmente na orientação das investigações de campo e no planejamento do uso e ocupação. O SPRING (INPE, 1996) é um SIG integrado que permite processar dados matriciais e dados vetoriais. Também unifica, em um ambiente computacional, dados de diferentes formatos como imagens de sensoriamento remoto, mapas temáticos e modelos numéricos de terreno

42 41 (MNT). Para organização deste trabalho fez-se necessário um levantamento de informações pontuais. Outro nome de referência para essas investigações é o de Carvalho (2011). Em sua tese de doutorado, o autor supracitado, analisa os principais sistemas ambientais da Bacia Hidrografia Apodi Mossoró, como forma de subsídio ao seu planejamento ambiental. Apesar de desenvolver uma abordagem em macroescala, aponta para necessidade do desenvolvimento de estudos em mesoescala que possam dar maior detalhe e forneçam uma proposta mais coerente de zoneamento ambiental para bacia. O mesmo deixa claro que, o tamanho da bacia, a diversidade de ambientes e o número de municípios potencializam a utilização de análise multitemáticas como ferramentas para o diagnóstico ambiental dessa unidade. Assim, aponta claramente que devem haver diagnósticos com nível de detalhe em todos os setores dessa bacia, os quais em consonância com suas proposições possam efetivar de maneira mais concreta as ações de planejamento dessa bacia hidrográfica. Por último, destacamos Lima (2004) que realizou um trabalho sobre a bacia hidrográfica do Rio Acaraú, no semiárido cearense, desenvolvendo uma análise ambiental das suas áreas de nascentes através de uma abordagem integrada dos atributos do seu sistema ambiental e das formas de uso e ocupação da terra. O referido autor, a partir de uma compartimentação geoambiental bastante influenciada por critérios geomorfológicos e de uma lógica sistêmica, define as principais características, potencialidades e limitações dos geofácies e a relação entre os diversos elementos geoambientais do geossistema da sub-bacia. Em trabalho mais recente, Lima (2012) trata de forma mais específica dos temas de gestão e planejamento ambiental na área da bacia de drenagem do açude Paulo Sarasate. Neste estudo, é apresentada uma análise integrada dos elementos do sistema ambiental e que, conjuntamente a técnicas de sensoriamento remoto e elaboração de produtos temáticos, oferece subsídio à elaboração de propostas de recuperação, conservação e preservação ambiental. Além disso, Lima (2012) propõe a tarefa de zoneamento de acordo

43 42 com as características naturais e sociais contidas nessa unidade da bacia hidrográfica. 2.2 A análise geoambiental Souza (2002, p.82) considera análise geoambiental como [...] estudos unificados das condições naturais que dão uma percepção do meio em que vive o homem e que se adaptam os demais seres vivos. A mesma promove uma visão dos elementos da natureza não de forma isolada, mas através de suas ligações. Este autor propõe um trabalho conjunto entre todos os fatores e entre as diferentes ciências da terra de forma analítica, em busca principalmente da síntese do meio. Os estudos integrados tomam corpo na Geografia Física, a partir da Teoria Geral dos Sistemas e dos estudos geossistêmicos, sendo utilizados numa ótica geoambiental nos estudos das diferentes paisagens. Neste tipo de análise se parte de um tratamento dos componentes geoambientais da natureza, que de início possui caráter descritivo e temático, mas que permite chegar a um estágio seguinte, de natureza conectiva entre os fenômenos e de cunho sistêmico. Os níveis de abordagem propostos por Nimer (1986) e Silva (1987), nesses estudos são os seguintes: Analítico: visa identificar os componentes e seus atributos e propriedades e o contexto socioeconômico; Sintético: caracterizam os arranjos espaciais, os sistemas de uso e ocupação e as organizações introduzidas pelas atividades econômicas; Dialético: confronta as potencialidades e limitações inerentes a cada unidade espacial, com as organizações imposta pela sociedade e os problemas emergentes em face da ocupação dos bens naturais.

44 43 Quanto à forma e as variáveis que podem ser englobadas nesse tipo de estudo, Souza (2000) nos indica que as condições a serem observadas podem ser as seguintes: As morfoestruturais, as morfoesculturais, as morfopedológicas e hidromorfológicas e a resposta fitoecológica. Os traços característicos do uso e ocupação e do estado de conservação da vegetação revelam a dinâmica derivada do antropismo na paisagem. 2.3 A bacia hidrográfica como unidade de planejamento ambiental A bacia hidrográfica em sua definição clássica enquanto área drenada por um rio principal e seus afluentes, vem passando por mudanças e ganhando adaptações conceituais mais elaboradas dentro dos estudos geográficos e das demais ciências ambientais. Nas últimas duas décadas, passou-se a discutir a sua natureza não mais apenas na perspectiva de uma unidade física delimitada pelas características do relevo, mas de algo delimitador e de maiores ligações com os processos socioambientais internos a ela. Atualmente, uma importante concepção que vem sendo desenvolvida por uma série de estudos é a que adota a Bacia Hidrográfica como célula ou unidade espacial para as ações de planejamento ambiental e territorial de determinada região. Esses estudos vêm apontando cada vez mais para o fato de que as unidades menores, como as sub-bacias e as microbacias hidrográficas, possuem um enorme potencial para estas ações, visto que, nelas, a interação dos diversos elementos da paisagem pode ser melhor observada, quantificada e descrita, possibilitando estudos com resultados mais adequados as diversas realidades locais e regionais. Botelho (2007, p. 270) chama a atenção para o fato de que: [...] a bacia hidrográfica é uma unidade natural de análise da superfície terrestre, onde é possível reconhecer e estudar as interrelações existentes entre os diversos elementos da paisagem e os processos que atuam na sua esculturação. Botelho e Silva (2010, p. 153), abordam que como [...] célula básica da análise ambiental, a bacia hidrográfica permite conhecer e avaliar seus

45 44 diversos componentes e os processos e interações que nela ocorrem, reforçando que a [...] visão sistêmica e integrada do ambiente está implícita na adoção desta unidade fundamental. Nessa perspectiva, a bacia hidrográfica e suas compartimentações passam a representar uma unidade significativa para planejamento de uso terra. No Brasil, as décadas de 1980 e, principalmente, a de 1990 são marcadas por inúmeros trabalhos que têm na bacia hidrográfica sua unidade fundamental de pesquisa, em detrimento das áreas de estudo, anteriormente muito utilizadas, como as unidades político-administrativas, ou aquelas delimitadas por linhas de coordenadas geográficas (BOTELHO, 2007). Os estudos que passam a ter este tipo de abordagem acerca das bacias hidrográficas são, em sua maioria, os voltados para as questões do uso da água e os de planejamento ambiental. Esses passam a empregar a bacia hidrográfica e mais especificamente as microbacias como unidades espaciais para o desenvolvimento e aplicação de suas técnicas e para o alcance de seus objetivos, através de análises mais integradas e do auxílio de sensoriamento remoto. 2.4 Planejamento ambiental em bacias hidrográficas Em relação ao uso da bacia hidrográfica e de suas subdivisões, como as sub-bacias enquanto unidade de estudos geográficos e ambientais, a geografia física vem reconhecendo-as e utilizando-as como unidade espacial em seus estudos desde a década de Oliveira (2002) declara que Horton (1945) e Strahler (1952) já utilizavam essa delimitação em seus trabalhos expondo que estes estão entre os pioneiros em considerar a bacia hidrográfica como unidade ecossistêmica básica. (OLIVEIRA, 2002, p. 128). De acordo com Botelho e Silva (2010, p.159) [...] é possível adotar a sub-bacia, microbacia como unidade espacial de análise, desde que ela seja representativa das condições físicas e socioeconômicas de porção significativa do território considerado. O planejamento de bacias hidrográficas sempre

46 45 esteve mais centrado na questão do uso da água enquanto recurso natural. Dessa forma, ele ocorre, segundo Silva (2011), [...] sobre uma concepção de domínio e controle da natureza, através de barramentos de rios, transposição de água e grandes projetos de irrigação. Essas práticas têm ocasionado grandes danos as diferentes esferas espaciais como a social, a econômica e a ambiental. Isso tem ocasionado certa mudança no seu pensar e iniciado a procura de novas bases para execução do planejamento dessa unidade geoambiental que é a bacia hidrográfica. Segundo Silva (2011, p. 30), o que ocorre após essa compreensão é que [...] a bacia passou a ser considerada um conjunto de fatores ambientais e nos últimos anos tem-se desenvolvido a ideia do planejamento e manejo ambiental integrado sobre essa unidade espacial. A conceituação de bacias hidrográficas varia da simples definição geográfica de uma área drenada por um curso d água principal e seus afluentes, a montante de uma determinada seção transversal, para qual convergem águas que drenam a área considerada. Há uma conceituação de concepção bem mais elaborada, de ordem sistêmica, composta por relações espaço temporais que compõem uma paisagem natural. Verifica-se, a utilização por diversas áreas de pesquisa, entre elas a geografia, dessa unidade físico-territorial como uma unidade de estudo, gerenciamento, pesquisa, análise, planejamento, intervenção, gestão, desenvolvimento, manejo e banco de dados (MACHADO e TORRES 2012, p. 39), para realização de estudos de ordenamento do território e planejamento ambiental. Desse modo, o seu conceito é estendido para muito além das barreiras do território, sendo apresentados pelos limites naturais, expostos por seus divisores, seu clima, a geologia e o relevo. Em decorrência dessas concepções e da ampliação conceitual, Pires et. al (2002 apud MACHADO; TORRES, 2012 p. 39) expõem que essa categoria tem sido cada vez mais expandida e utilizada como unidade de gestão da paisagem na área de planejamento ambiental. Rodrigues e Silva (2011, p. 32), discutindo o planejamento ambiental em bacias hidrográficas, bem como Mateo (2005), expõem ser necessário

47 46 considerar a análise da bacia e de suas respectivas subdivisões, por meio de uma perspectiva ambiental e sistêmica, destacando que: Na bacia interagem componentes de diferentes características (naturais, econômicas, sociais, políticas e históricas) que em conjunto conduzem a formação de diversos sistemas ambientais; A bacia é uma totalidade sistêmica, formada pela interação e articulação de diversos sistemas ambientais (ecossistemas, geossistemas e sociossistemas).

48 47 3- PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E METODOLÓGICOS O levantamento bibliográfico da pesquisa tem como base os estudos e as propostas de análise da paisagem, o método Geossistêmico relacionado à Teoria Geral dos Sistemas (TGS), bem como pressupostos teóricos que abordam a bacia hidrográfica como unidade físico territorial para ações de planejamento ambiental. Aborda ainda a viabilidade que o geoprocessamento possui nos procedimentos de análise da paisagem em estudos geográficos. A segunda etapa aborda o modelo geossistêmico seguido no decorrer da pesquisa, destacando os seus componentes (geológico, geomorfológico, pedológico, hidrológico, vegetacional), com a finalidade de gerar um quadro com a caracterização e interligação dos elementos naturais da área, para possibilitar a delimitação das unidades geoambientais (geofácies). Nessa perspectiva a caracterização dos componentes geoambientais ocorreu por meio de uma abordagem interdisciplinar e de caráter sistêmico. Esses levantamentos foram efetuados através de consultas em materiais técnicos e científicos pré-existentes que englobam a área, constituídos no geral por Zoneamentos Ecológicos Econômicos (ZEE) da região do Alto Oeste Potiguar, trabalhos de geologia regional dos cursos de Pós-graduação em Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, e da Universidade Federal do Ceará- UFC. Além deles, foram utilizados dados disponibilizados em formato eletrônico pela Companhia de Recursos Minerais - CPRM (2006), Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Norte IDEMA (2013), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010), Ministério do Meio Ambiente MMA (2012) e Universidade Federal do Semiárido UFERSA, (2012). Paralelo aos aspectos de caracterização dos elementos naturais da paisagem foi realizado um levantamento das principais comunidades rurais e sedes municipais, destacando os seus aspectos econômicos, sociais e culturais. A partir desta catalogação pretende-se destacar a importância destes elementos na estruturação do sistema geoambiental e colaborar com a

49 48 delimitação das formas de uso e ocupação nas diferentes áreas da sub-bacia do riacho Santana. A identificação dos processos de uso e ocupação existentes na subbacia foi apoiada em trabalhos de campo e na análise de dados de sensoriamento remoto, por meio de classificação de imagens Landsat 8 OLI, de setembro de 2013 (período seco) e maio de 2014 (período chuvoso), com o intuito de destacar aspectos de uso e cobertura do solo da sub-bacia. Na análise integrada e compartimentação das unidades geoambientais da sub-bacia efetuou-se uma integração das informações temáticas geradas acerca de cada parâmetro descrito na segunda etapa e juntamente com trabalhos de campo, foi realizada uma compartimentação das unidades de paisagem da sub-bacia, tomando como base as categorias (Geossistema, geofácies e geótopo) propostas por Bertrand (1972). Com relação às condições ecodinâmicas e a vulnerabilidade ambiental de tais unidades, estas foram interpretadas por meio dos estudos de Tricart (1977) e categorizadas de acordo com as classes que o mesmo desenvolve: Estáveis, Instáveis e de transição (Intergrades). Os principais impactos ambientais foram identificados através de trabalhos de campo e sua espacialização deu-se através de ferramenta de SIG. Por fim, com base na caracterização dos elementos do sistema, na compartimentação das unidades geoambientais, categorização dos meios quanto ao seu nível de estabilidade e instabilidade, na identificação dos impactos que ocorrem na área, em conjunto com a interpretação e representação destas através de ferramenta de SIG e com o apoio de dados obtidos em campo, realizou-se uma análise geoambiental e uma proposta de zoneamento ambiental com base nos dados gerados e em concordância com os aspectos da legislação ambiental. As etapas estão estruturadas no fluxograma das etapas teórico metodológicas da pesquisa, conforme ilustração (figura 03):

50 Figura 03: Fluxograma das etapas teórico metodológicas a serem desenvolvidas durante a pesquisa Fonte: Adaptado de Bertrand (1972), Souza (2000) e Lima (2010). Elaborado por Bernardino Costa (2013). 49

51 Materiais, equipamentos e produção dos mapas Para a produção dos mapas, primeiramente foram definidos os limites da área de estudo utilizando-se cartas topográficas da SUDENE folhas: SB.24 Z-A-II (Pau dos Ferros), e dados altimétricos do projeto TOPODATA (VALERIANO, 2008). Além disso, foram utilizadas bases cartográficas em formato vetorial da rede de drenagem do alto curso da Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró, obtidas no Núcleo de Estudos Geocartográficos (NEGECART) da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte UERN. As demais informações da área de estudo, como os limites dos municípios os quais a sub-bacia se insere, foram conseguidas através da malha dos setores censitários disponibilizada pelo IBGE (2010). No que se refere aos dados das localidades, estes foram obtidos com base na carta topográfica e coleta de pontos através de aparelho GPS. Já as informações concernentes às sedes municipais estradas e rodovias, foram adquiridas no Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte DER/RN. Para a produção dos mapas que englobam os aspectos físicos da paisagem da sub-bacia, foi gerado um conjunto de mapas temáticos, tais como, o Mapa geológico, utilizando arquivos vetoriais da estrutura geológica e das unidades litoestratigráficas do estado do Rio Grande do Norte, obtidas na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM (2006). Sendo assim, foi realizado o recorte e o ajuste das informações referentes às características litológicas e geocronológicas para a área da sub-bacia e a geração do produto final em ferramenta de SIG. Na elaboração do mapa geomorfológico, foram utilizados dados do Topodata (VALERIANO, 2008), os quais foram cortados de acordo com o limite da sub-bacia. Na sequência foi realizada uma classificação destes dados atribuindo-se valores mínimos e máximos de altitude para cada unidade de relevo existente e delimitadas a campo, com isso, obteve-se e a representação de três grandes unidades geomorfológicas. Complementando o procedimento, foi gerada utilizando-se os mesmos dados de elevação, uma representação do relevo de forma sombreada o qual

52 51 possibilita uma maior compreensão do modelado da área, por acentuar o grau de dissecação. Tal escolha possibilitou uma melhor visualização das vertentes e da conformação dos vales por onde percorrem os cursos de água da subbacia, esse relevo foi sobreposto a camada com as classes anteriormente criadas para composição do mapa final. Para o mapeamento dos solos, realizou-se uma adaptação de dados vetoriais, fruto da pesquisa de Carvalho (2011), baseada na escala de 1: abrangendo todo alto curso da Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró (BHAP), no qual a sub-bacia se insere. Estes dados foram adaptados para escala de 1: e sofreram a inserção de classes novas, categorizadas a campo, através da análise de perfis e das características estruturais, de acordo com a (EMBRAPA,1999), estas foram georreferenciadas e delimitadas de forma vetorial sobre imagens da área. Com relação às classes de vegetação, as informações foram obtidas Junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do programa de levantamento das espécies e do mapeamento do Bioma Caatinga (2012). A partir dessa documentação obtivemos toda base cartográfica referente aos limites das classes de vegetação inseridas na área de estudo na escala de 1: , sendo realizada o corte e o ajuste das classes ao limite da subbacia, bem como a criação de tabela de atributos com nova nomenclatura com base na classificação de Fernandes (1990). Na produção do mapa das unidades geoambientais, foi realizada, através da ferramenta de SIG, uma sobreposição de todas as camadas de informação referentes aos temas de geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e a hidrografia, juntamente com os valores hipsométricos obtidos como base nos dados Topodata sobrepondo-as às demais camadas. Tendo todos esses níveis de informação temáticos estruturados, e os registros de campo organizados, realizou-se a delimitação das classes de paisagem identificando as áreas de caráter diferenciado, de acordo com a interação dos fatores inicialmente sobrepostos. Todos os produtos temáticos foram gerados com base em dados vetoriais e imagens trabalhadas no sistema de informações geográficas QGIS

53 Os produtos que auxiliaram nas tarefas de identificação e compreensão das formas de uso e ocupação do solo e cobertura vegetal da sub-bacia são frutos de classificação supervisionada de imagens de Satélite no SIG SPRING 5.1. Foram obtidas para este estudo duas imagens do acervo do satélite Landsat 8, disponibilizadas, gratuitamente, pelo serviço geológico dos Estados Unidos USGS, sendo uma de e outra de Ambas recobrindo toda a área da microbacia em questão e com menos de 10% de cobertura de nuvens. As bandas utilizadas foram as número 6 (infravermelho próximo), 5 (verde) e 4 (azul), com resolução espacial de trinta metros. As imagens foram georreferenciadas a partir de base cartográfica na escala 1: da microbacia, utilizando-se o software Quantum GIS A projeção cartográfica adotada foi a Universal Transversa de Mercator (UTM), datum SIRGAS 2000, fuso 24 S. As bandas passaram por um processo de corte, através de um polígono pré-estabelecido enquadrando somente a área da bacia e seu entorno. Em seguida, as imagens foram trabalhadas no Spring obtendo-se uma composição colorida RGB 654. Posteriormente foram aplicadas técnicas de contraste para realçar os valores de pixel de cada uma das bandas. A segmentação e a classificação das imagens foram realizadas utilizando-se ainda o Spring aplicando a ferramenta de classificação supervisionada em que foram determinadas classes (corpos d água, vegetação com maior grau de preservação, vegetação com menor grau de preservação, solo exposto, áreas urbanas) e colhidas amostras em áreas específicas de cada uma, possibilitando, assim, a delimitação e a quantificação das mesmas. A imagem classificada foi exportada em formato TIF e inserida no Quantum GIS para a produção do mapa temático de uso e cobertura do solo dos períodos de setembro de 2013 e maio de 2014.

54 53 4-CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES NATURAIS DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA São apresentados neste capítulo os componentes geoambientais naturais da área da sub-bacia de forma setorizada, onde estes estão agrupados conforme as interrelações que demonstram no quadro paisagístico local. Desta forma, são expostos individualmente os aspectos geológicos, geomorfológicos, os tipos de solos e de vegetação. A caracterização dos componentes naturais, e a posterior integração desses, fazem parte do processo de delimitação das unidades paisagísticas e caracterização da dinâmica geoambiental da sub-bacia, pois determinam a estrutura e o aspecto ecodinâmico possibilitando a delimitação de ambientes heterogêneos. 4.1 Aspectos geológicos A geologia do estado do Rio Grande do Norte (figura 04) pode ser generalizada a partir de três grandes grupos de rochas: o primeiro, e mais antigo, é representado por unidades pré-cambrianas dispostas na porção centro meridional do estado. O segundo constitui unidades do Cretáceo representadas pelas rochas sedimentares da Bacia Potiguar e vulcânicas associadas. Já o terceiro, de idade mais jovem, é constituído pelas coberturas sedimentares, estando os dois últimos situados na porção setentrional do estado (MEDEIROS et. al, 2010). As unidades pré-cambrianas são caracterizadas a partir dos seguintes domínios geológicos: a) Jaguaribeano, no extremo-oeste; b) Rio Piranhas- Seridó e São José do Campestre, no centro-leste. Estas unidades se encontram também intercalados por granitóides do magmatismo brasiliano, entre outras litologias de menor dimensão (MEDEIROS, et al., 2010; CARVALHO, 2011). Sá (1981) apresenta um relatório que contempla uma área de 225 km 2, na qual está inserida a Sub-bacia Hidrográfica do riacho Santana,

55 54 compreendendo os municípios de Rafael Fernandes, Água Nova e Riacho de Santana. Neste trabalho, é afirmado que [...] a área encontra-se inserida na província Borborema, compreendendo um complexo de rochas metamórficas indivisas do précambriano, intrudidas por diversos corpos granitóides. O Grupo Serra de São José representa uma unidade metavulcanossedimentar, referida, inicialmente, por Jardim de Sá et al. (1981). Essa formação encontra-se representada por biotita-xistos, podendo conter muscovita. Apresenta vários níveis/camadas de quartzitos, metaconglomerados, rochas calcissilicáticas, mármores, anfibólio e/ou biotita-paragnaisses. Figura 04: Mapa geológico simplificado do Estado do Rio Grande do Norte e enquadramento da área da sub-bacia Santana no Domínio Jaguaribeano. Fonte: Adaptado de Angelim, Medeiros e Nesi (2006), Mapa geológico do estado do Rio Grande do Norte, escala 1: De acordo com essas informações e com a análise do mapa do arcabouço tecnoestrutural (CPRM, 2006), a superfície da sub-bacia está geologicamente inserida no Domínio Jaguaribeano, que representa uma entidade geológica de idade paleoproterozóica, constituída principalmente por

56 55 litotipos do Complexo Jaguaretama, Grupo Serra de São José e ortognaisses da Suíte Serra do Deserto (MEDEIROS, et al., 2010). O Complexo Jaguaretama é formado por ortognaisses granodioríticos com restos de metassedimentos. O mesmo compõe todo o embasamento mais antigo da superfície da sub-bacia. A Suíte Serra do Deserto é composta por biotita augen gnaisses e ortognaisses, presentes na base da vertente Oeste. O Grupo Serra de São José é uma unidade metavulcanossedimentar que se encontra litologicamente representada por biotita-xistos, podendo conter muscovita, intercalados por vários níveis/camadas de quartzitos, metaconglomerados, rochas calcissilicáticas e mármores. Ele se constitui em uma faixa alongada de orientação sudoeste-nordeste, que perfaz a porção superior da vertente Oeste. As demais unidades geológicas presentes na área de estudo correspondem a: Suíte Intrusiva Dona Inês: hornblenda e/ou biotita granitos, leucogranitos com granulação fina a média (Neoproterozóico); Suíte Intrusiva Catingueira: granitos a quartzo sienitos, com biotita, aegirina-augita e anfibólio, de afinidade alcalina e peralcalina (Paleoproterozóico); Formação Pendências: arenitos finos a grossos com raras intercalações de calcários e argilitos (Mesozóico); Depósitos aluvionares: areias, cascalho e níveis de argila (Cenozóico). O mapa geológico da sub-bacia do riacho Santana é apresentado na figura 05.

57 Figura 05: Mapa geológico da sub-bacia do riacho Santana Rio Grande do Norte Fonte: Adaptado de CPRM (2006), e controle de campo. Elaborado por Bernardino Costa, (2014). 56

58 Aspectos geomorfológicos Na área de estudo, as unidades geomorfológicas existentes são: a) depressão sertaneja, representando toda parte de relevo mais rebaixado, b) as unidades de serras isoladas (maciços residuais) na porção do extremo sudoeste, nos limites com o estado da Paraíba, e c) as estreitas faixas de planície fluvial que ocupam toda extensão do leito do riacho Santana, resultantes do acúmulo de sedimentos (figura 6). A depressão constitui uma superfície aplainada, desenvolvida por longos processos erosivos na qual predominam formas planas ou levemente onduladas. As depressões são rebaixadas e localizam-se entre superfícies mais elevadas (SUERTEGARAY, 2008, p. 124). Nesse sentido, a Depressão Sertaneja compreende a maior porção da área estudada, constituindo-se em uma extensa superfície aplainada entremeada por pediplanos sertanejos, resultantes de um longo processo de erosão. Dantas et al. (2010) discorrem sobre esta feição expondo que as Superfícies Aplainadas da Depressão Sertaneja consistem em vastas superfícies arrasadas, com cotas baixas, entre 60 e 200 m, podendo atingir cotas entre 200 e 300 m nas regiões do alto vale do rio Apodi (nas cercanias da cidade de Pau dos Ferros). No extremo sudoeste da área ressalta-se um conjunto de alinhamentos serranos com relevo montanhoso e alguns platôs elevados (Serra de São José), estando alçados em cotas que variam entre 500 e 800 m de altitude. Esse conjunto serrano caracteriza-se por um relevo com vertentes predominantemente retilíneas a côncavas, escarpadas, e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente arredondados (DANTAS, et al. 2010). O sistema de drenagem da área e a elevada declividade apresentada nas vertentes demonstra um franco processo de entalhamento das rochas que dão conformação a vales em V. Essa drenagem é predominantemente dendrítica a sub-dendritica na cabeceira sudoeste, contando com uma rede de riachos bastante complexa formada por ramificações de primeira, segunda e terceira ordem.

59 Figura 06: Mapa das unidades geomorfológicas da sub-bacia Santana, Rio Grande do Norte Fonte: TOPODATA (2009), IBGE (2010), SEMARH (2012) e controle de campo. Elaborado por Bernardino Costa (2014). 58

60 59 No trecho estrutural principal, formado pela superfície do vale alongado e escarpado, o curso do riacho é mais retilíneo. Por estar em uma região semiárida, possui regime temporário, estando corrente entre os períodos de janeiro a maio. O relevo é bastante acidentado no trecho correspondente ao alto curso, predominando serras com cotas que variam de 350 a 850 m, podendo ser distintas três superfícies principais: regiões com altitudes entre 350 e 500m, restritos ao vale formado pelo riacho Santana, regiões com altitudes entre 500 e 700m perfazem a maior percentagem da área da sub-bacia, sendo caracterizadas por maciços montanhosos entremeados no vale principal por onde o riacho percorre, assim como a serra de Poço Dantas, alinhada na direção NNE-SSW dentro da área. As regiões com altitudes entre 700 e 850 m, correspondem à estrutura alongada denominada Serra de São José, que serve como divisor da bacia na sua vertente noroeste e setores dos divisores sul, sudoeste. A maioria das planícies fluviais presentes na região semiárida do nordeste brasileiro está relacionada às drenagens intermitentes, constituindose como estreitas faixas ao longo dos canais que percorrem entre afloramentos de rochas e os pediplanos espaçados em meio à superfície sertaneja. A planície fluvial do riacho Santana, apresenta-se como uma faixa de acumulação, alargada na direção Sudoeste-Nordeste, formada por depósitos de materiais aluvionares, com altitudes entre 200 e 300 m, também conhecida como área de várzea. Uma área de relevo plano, resultante da deposição de materiais transportados pelo riacho Santana e seus micro-canais durante o Quaternário. Desse modo, é formada por sedimentos, siltosos e arenosos, sendo que em áreas do baixo curso encontramos trechos com grande quantidade de cascalho (material menos consolidado) o que demostra que havia um elevado gradiente de transporte no passado. Os sedimentos de menor granulometria estão dispostos em áreas estreitas ao longo dos cursos de água do riacho Santana, sendo mais representativos no decorrer de seu médio e baixo curso.

61 60 As planícies são dotadas de grande potencial natural, pois possuem solos de boa fertilidade e maior disponibilidade hídrica, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura e pecuária. Vale mencionar que, nos períodos de estiagem são locais de obtenção de água através da perfuração de poços e cacimbões, elementos bastante presentes em toda sua extensão. As áreas de várzea, representadas pelo leito maior, estão se estreitando em detrimento da diminuição do volume de água acumulados na sub-bacia nos messes de chuva dos três últimos anos, o leito excepcional também não está sendo mais ocupado. Estas áreas são caracterizadas por total ausência de cobertura vegetal (caatinga arbustiva arbórea), bem como pela inexistência de mata ciliar mais próxima ao dique marginal do riacho. Encontram-se também bastante descaracterizadas em relação a sua fisionomia, não sendo possível, na maioria dos setores, diferenciar ou identificar o canal principal do riacho. Essas áreas são bastante utilizadas para agricultura de subsistência nos períodos de chuva, plantio de culturas irrigadas e vazante nos meses secos, quando o nível do lençol começa a baixar. É caracterizada ainda pela presença de extensas faixas direcionadas ao plantio de capim e sorgo que servem de alimentos para o gado. A figura 07 apresenta um Modelo Digital de Elevação MDE, com um exagero vertical de dez vezes, elaborado a partir de dados do Projeto Topodata integrados com imagem de satélite Landsat 8 - OLI. O modelo possibilita uma caracterização do relevo da área em diferentes perspectivas, sendo possível identificar através dele as áreas de relevo mais elevado das vertentes Leste e Oeste, a superfície do vale encaixado com suas unidades residuais e a superfície de aplainamento do baixo curso. O quadro 02 complementa esta caracterização com uma visão representativa destas unidades na sub-bacia.

62 Figura 07: Modelo Digital de Elevação MDE da Sub-bacia Santana produzido a partir de dados altimétricos com exagero vertical de 10 vezes. Fonte: Adaptado a partir de Topodata (VALERIANO, 2008), Landsat 8 OLI, base de dados vetoriais do NEGECART/UERN (2013) 61

63 62 UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS FEIÇÕES MORFOLÓGICAS CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS Depressão Sertaneja Superfície de aplainamento Sertões de Riacho de Santana, Rafael Fernandes, Água Nova e Pau dos Ferros - RN Formas deprimidas com superfícies erodidas planas e/ou ligeiramente dissecadas Maciços Residuais Serras secas do complexo São José, Serra de Poço Dantas e Serra do Camelo, conjunto de Mares de Morros a Oeste de Luiz Gomes RN Formas residuais dissecadas Planície Fluvial Planície fluvial do riacho Santana Formas de acumulação Quadro 02: Síntese das unidades morfoesculturais da sub-bacia do Riacho Santana RN Fonte: Pesquisa direta e controle de campo.

64 Clima e recursos hídricos As condições climáticas e os aspectos hidrológicos exercem grande influência na dinâmica ambiental e socioeconômica das regiões semiáridas. A dinâmica ambiental e afetada principalmente através da resposta da vegetação por meio de seus mecanismos de adaptação as variações pluviométricas. Os recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) se correlacionam às condições pluviométricas regionais, estando ainda associados às estruturas geológicas que lhes dá suporte. Nesse sentido, a dinâmica ambiental desse geossistema mantêm estreitos vínculos funcionais com o regime climático regional, sendo que alterações nesse conjunto provocam mudanças nos aspectos paisagísticos locais. Todas as atividades desenvolvidas nessa região, especialmente as atividades agrícolas, dependem das condições climáticas e especificamente do componente natural água para se desenvolverem, sendo fundamental um panorama dessas condições e da disponibilidade desse recurso na área da sub-bacia do riacho Santana. O tipo climático predominante da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana é o BSw h, na classificação climática de Köppen. Este se caracteriza por um clima muito quente e semiárido, com a estação chuvosa se atrasando para o outono. No extremo sudoeste da sub-bacia, na região dos maciços residuais onde estão dispostas a maior parte das nascentes, ocorre o tipo Aw, caracterizado por um clima tropical chuvoso com verão seco e estação chuvosa se adiantando para o outono (SEMARH, 2012). Na maior parte da Bacia Hidrográfica Apodi Mossoró, as chuvas anuais possuem uma média em torno de 700 mm (SEMRH, 2012). Esse padrão se mantem na área da sub-bacia Santana, havendo pequena variação no município serrano de Luís Gomes no alto curso da sub-bacia onde essa média varia de 900 a 1000 mm anuais (SEMARH, 2012). Dados dos anos de 2013 e 2014, referentes à precipitação dos principais municípios inseridos na sub-bacia (Figura 08), corroboram com estas

65 64 informações e indicam a existência de variações no quantitativo médio de precipitações. Em relação a estes dados, há destaque para o município de Luís Gomes na região serrana da sub-bacia, onde a precipitação no ano de 2013 chegou a 900 mm. O município de Rafael Fernandes, no setor leste, teve 566 mm de precipitação anual, a menor entre os municípios apresentados, um déficit de 334 mm em relação a Luís Gomes no ano de 2013.

66 65 Figura 08: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 Precipitação acumulada dos municípios inseridos na sub-bacia do riacho Santana nos anos de 2013 e Fonte: EMPARN, Os valores de precipitação acumulados revelam que esse espaço tem passado por uma predominância de períodos secos, com uma variação e redução significativa do volume de chuvas, quadro que tende a se manter durante período indeterminado, e que vem provocando drástica mudança nos componentes paisagísticos, especialmente na disponibilidade dos recursos hídricos locais. No que se refere à rede de drenagem superficial, em decorrência das características do substrato rochoso cristalino, a área em estudo apresenta um padrão de drenagem dendrítico, conforme descrito em Christofoletti (1980), ocorrendo uma elevada densidade de cursos d água por km². Estima-se uma densidade de drenagem da ordem de 2,45 km/km², caracterizando-se como de alta densidade de acordo com os valores apresentados por Beltrame (1994). Já para uma caracterização mais detalhada do ponto de vista quantitativo, e pretendendo obter uma maior compreensão do escoamento e intensidade do fluxo de água que percorre pela sub-bacia no período chuvoso, e o consequente índice de aproveitamento desse recurso, procedeu-se uma hierarquização dos canais baseando-se em Horton (1945) e Strahler (1952) (Figura 09). Além disto, tendo como base o Plano Estadual de Recursos Hídricos do RN (2010), e em controles de campo realizou-se o cadastro dos principais açudes na sub-bacia do riacho Santana (quadro 03).

67 Figura 09: Mapa da hierarquia fluvial dos canais, da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana RN Fonte: IBGE (2010), SEMARH (2012), controle de campo. Elaborado por: Bernardino Costa (2014) 66

68 67 Existe um número considerável de pequenos açudes e barramentos em toda extensão da sub-bacia, mas os mesmos logo perdem o volume de água que acumulam no período chuvoso. Assim mesmo, podem ser considerados como parte integrante dos recursos hídricos disponíveis na subbacia. Mas, por critério de maior representatividade em termos de volume, destacamos a importância de dois reservatórios principais o Açude Santana e a Barragem Pau dos Ferros na qual o riacho Santana deságua: o primeiro totalmente e o segundo parcialmente inserido ao munícipio de Rafael Fernandes baixo curso da sub-bacia. Estes reservatórios representam os principais locais de acúmulo de água superficial, constituindo-se também como as principais fontes de abastecimento das comunidades espalhadas pela subbacia. Estes reservatórios em decorrência das variações pluviométricas apresentadas anteriormente e da má gestão dos seus volumes de água, encontram-se totalmente ou parcialmente secos, gerando um quadro atual de baixa disponibilidade hídrica superficial na maioria dos setores da sub-bacia. Quadro 03: Principais reservatórios com mais de m³ da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana RN. AÇUDE MUNICÍPIO RIO/RIACHO BARRADO VOL. (m³) Gangorra ou Santana Rafael Fernandes Riacho Santana Barragem Pau Pau dos Ferros/ Rio Apodi dos Ferros Rafael Fernandes Mossoró Fonte: IDEMA (2013) Em relação aos recursos hídricos sub-superficiais, existe a presença constante de poços artesanais (cacimbões), de pouca profundidade, os quais não conseguem manter o nível de água durante o período seco, mesmo estando próximos ou no próprio leito do riacho Santana, sendo esta, uma forma pouco eficaz de obtenção de água nestas localidades. No tocante aos recursos hídricos subterrâneos, por à área de estudo estar sob o predomínio cristalino a existência de poços tubulares com maior profundidade e vasão favorável é algo

69 68 pontual, sendo quase todos privados e de uso voltado principalmente para as tarefas de irrigação Solos O levantamento de dados referente às tipologias de solos da área de estudo foi realizado em duas etapas: a primeira em gabinete, através do estudo do Manual de Classificação de Solos da EMBRAPA (1999), de mapeamentos disponibilizados pela Embrapa Solos (2012) e a base cartográfica de solos da Universidade Federal do Semiárido - UFERSA (2013) na escala 1: A segunda foi composta por trabalhos de campo para constatação e averiguação dos perfis dos solos mapeados. Ainda nesta esta etapa, considerou-se como critério de análise, o tipo de vegetação, as características do relevo e o tipo de litologia de cada área para melhor enquadramento deste componente. De acordo com o levantamento realizado, existem cinco tipos principais de solos na área da sub-bacia: Argissolo vermelho/amarelo, Luvissolo, Neossolo Litólico Planossolo Solódico, Neossolo flúvico, e uma porção de associação entre Luvissolo Neossolo litólico (figura 08). Argissolo vermelho/amarelo: Segundo a EMBRAPA (1999), compreendem solos constituídos por material mineral, que têm como características diferenciais argila de atividade baixa e horizonte B textural (Bt). São de profundidade variável, sendo que nas áreas onde ocorrem dentro da sub-bacia hidrográfica do riacho Santana são moderadamente profundos e imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas, raramente acinzentados. O horizonte A possui textura que varia de arenosa a argilosa, já no Bt chega à média e muito argilosa sempre havendo maior concentração de argila neste horizonte. Com transição gradual entre os horizontes A e Bt. A distribuição deste tipo de solo encontra-se nas partes mais elevadas do relevo, em altitudes entre 500 e 800 metros, correspondendo a uma grande

70 69 porção dos topos das serras localizadas a oeste, sudoeste, sul e sudeste da sub-bacia. Luvissolos: Compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural ou B nítico, com argila de atividade alta e saturação por bases altas (EMBRAPA, 1999). Pouco profundo, com perfil variando entre 60 a 120 cm, com sequência de horizontes A, Bt e C, com nítida distinção dos horizontes A e Bt, em detrimento da diferenciação de textura e cor entre os mesmos. Essa diferenciação ocorre de forma abrupta, apresentando pouca pedregosidade na parte superficial. Na área de estudo, estes solos aparecem com bastante expressividade em locais de relevo plano a suavemente ondulado, correspondentes às porções da depressão sertaneja as quais a sub-bacia abrange e próximos a planície fluvial do riacho Santana, onde é desenvolvida a maioria das atividades agrícolas e de pastoreio. Neossolo Litólico: Compreendem solos constituídos por material mineral ou material orgânico, pouco espesso com menos de 30 cm (EMBRAPA, 1999). Possuem uma sequência de horizontes A-C-R sendo seu horizonte A assentado diretamente sobre a rocha matriz ou sobre um horizonte C pouco expressivo e de difícil verificação. Segundo Nunes (2006), é comum a presença de minerais primários facilmente intemperizáveis em sua superfície, como biotita e feldspato, além de seixos rolados, sendo que a textura e a fertilidade do solo variam de acordo com o material de origem. Os principais materiais de origem são granitos, gnaisses, migmatitos e o quartzito presentes na geologia local. Geralmente são passivos ao processo de escoamento superficial devido à rápida saturação e a baixa capacidade de infiltração.

71 70 Este tipo de solo ocorre na área da sub-bacia nas cotas médias das encostas da vertente oeste, em seu médio curso, e em associação com Luvissolos no baixo curso. O estrato vegetal mais característico que se encontra junto a ele é a caatinga arbustiva/arbórea, em sua maioria apresentando-se como vegetação secundária. Planossolo Solódico: São solos hidromórficos de drenagem deficiente. Entretanto, segundo EMBRAPA (1999) esses solos, quando ocorrem em zonas semiáridas, onde se encontra sujeito a excesso de água por curto período, principalmente quando surge em relevos suaves e ondulados, não chegam a ter propriamente essa característica hidromórfica. Possuem um horizonte Bt argiloso, o horizonte A extremamente lavado e arenoso e de cor esbranquiçada sobre o horizonte B de coloração acinzentada. São solos rasos a pouco profundos, com 80 cm no máximo, originários de rochas ígneas e metamórficas (NUNES, 2006). A abrangência do mesmo na área da sub-bacia se estende nas regiões planas e de relevo pouco ondulado, próximas a calha principal do riacho Santana e seus tributários, nas imediações do médio curso. Seguindo a lógica de ocorrência descrita pela EMBRAPA (1999), Nunes (2006), destacam sua presença em condições ambientais que favoreçam vigência periódica de excesso de água, mesmo que de curta duração sob condições de clima semiárido. Neossolo Flúvico: Solos pouco desenvolvidos encontrados nos vales dos rios (várzeas), provenientes de deposição fluvial. Medianamente profundos, 80 a 100 cm, compostos por sedimentos não consolidados de natureza argilosa, siltosa e arenosa, formando camadas estratificadas. Aparecem na área, no médio e no baixo curso da sub-bacia acompanhando o perfil longitudinal do riacho Santana e de seus afluentes de segunda ordem.

72 71 Associação Luvissolo Neossolo litólico Em uma grande porção do baixo curso, correspondente a região nordeste da sub-bacia, as características do solo passam por uma modificação, pois ocorre uma associação entre dois tipos de solo, o Luvissolo e o Neossolo. Este processo forma um horizonte superficial de composição mais cascalhenta, diferenciando, nesses locais, os aspectos de fertilidade e de porte da vegetação, sendo consequentemente mais drenado e suscetível à erosão em decorrência dos processos lineares. Mediante esse levantamento dos tipos de solos e averiguação dos seus pontos de ocorrência na área através dos trabalhos de campo, foi possível sintetizar as características que os mesmos apresentam junto ao restante dos elementos do conjunto paisagístico, seus potenciais, limitações, áreas do relevo onde ocorre e principais usos que são dados aos mesmos em termos de cultivo de cultura. Essa síntese auxilia na adequação e análise do uso de determinados setores da sub-bacia é apresentada no quadro 03.

73 Figura 10: Mapa das classes de solo da sub-bacia Santana, Rio Grande do Norte. Fonte: Adaptado de IBGE (2010), Almeida e Alves (2014), controle e coletas em campo. 72

74 73 CLASSSES DE SOLOS POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES FEIÇÕES DO RELEVO EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA FOTOS Argissolo Vermelho/ Amarelo Solos medianamente profundos a profundos, fortemente drenados, apresentando boa fertilidade quando em condições favoráveis de relevo (suavemente ondulado). Baixa permeabilidade, favorecendo escoamento superficial, suscetibilidade aos processos erosivos de acordo com o tipo de textura apresentado. Maciços como: Serra de São José (oeste) e em pequenos níveis serranos serra do Camelo (ao leste) e de Poço Dantas (a sudoeste). Culturas de subsistência: milho, feijão-de-corda, algodão arbóreo, forrageiras. Luvissolos Alta fertilidade natural e boa composição química, rico em cálcio, magnésio e potássio, moderadamente drenados. São os mais indicados na área da sub-bacia para aproveitamento agropecuário (bovinos, caprinos). Solos rasos a pouco profundos, baixo teor de matéria orgânica, alta suscetibilidade a salinização mediante irrigação mal projetada e em decorrência do clima semiárido. Em relevos suavemente ondulados a ondulados da Depressão Sertaneja. Médio curso da sub-bacia. Milho e feijão, tomate, cebola e forrageiras como sorgo e leucina. Neossolo Litólico Fertilidade que varia de acordo com o material de origem e da associação com outros tipos de solos. Solos pouco desenvolvidos, baixa capacidade de infiltração da água, rápida saturação, atividade erosiva intensa devido a pouca profundidade e o relevo acidentado de algumas áreas, podendo ocorrer deslizamentos nos locais mais íngremes. Superfícies rebaixadas e domos inseridos na Depressão Sertaneja. Agricultura de sequeiro, milho e feijão, gergelim: bastante desprovido de cobertura vegetal com intuito de gerar extratos herbáceos para o gado. Planossolo Solódico Favorece o acúmulo de água durante parte do ano, alta concentração de sódio, sendo melhor aproveitados para implementação de pastagens (capim, cana, e outra forrageiras). Drenagem deficiente não se presta a irrigação, vulnerável a salinização. Raso a pouco profundo, extremamente lavado, bastante ressecado no período de estiagem. Depressão Sertaneja, Planície fluvial, áreas de acumulo de água sazonal. Melhor utilizado com pastagens, plantio de batata em áreas de varzante Neossolo Flúvico Fertilidade natural alta, medianamente profundos. Podem ser utilizados para agricultura tanto com ou sem uso de irrigação, não apresentam grande risco a erosão. Pouco desenvolvidos, sujeitos a enchentes periódicas. Vale principal do riacho Santana (médio e baixo curso) e ao redor dos cursos secundários. Intensamente utilizados pela agricultura, principalmente através do plantio de arroz, feijão, mandioca, cebola e de fruticultura. Quadro 04: Síntese das características principais dos solos mapeados na área da sub-bacia Santana Fonte: Adaptado a partir de EMBRAPA (1999), Lima (2012) e pesquisa direta em campo.

75 Vegetação A caracterização dos aspectos vegetacionais da área da sub-bacia foi elaborada tomando-se como base o levantamento das unidades do bioma caatinga realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2012). Para tanto, foi utilizada a base cartográfica gerada em escala 1: , a qual foi reorganizada em termos de nomenclatura, tomando-se como referência os critérios de classificação de Fernandes (1990), apoiada em interpretação de imagens orbitais (Landsat 8 OLI) e em trabalhos de campo. De acordo com Nunes (2006), a vegetação de caatinga ocupa toda a região semiárida norte-riograndense (75% da área do estado) sendo composta por uma formação lenhosa de porte baixo ou médio, constituída por plantas xerófilas e caducifólias, adaptadas a lugares secos. A vegetação de caatinga varia em porte, densidade e composição de espécies vegetais de acordo com variações dos parâmetros do meio físico. Dessa forma, as condições climáticas e as características geomorfológicas, com as conseguintes disponibilidades hídricas e peculiaridades edáficas, assumem importância nos padrões de vegetação e de distribuição da flora (FERNANDES, 1990, p. 69). De acordo com a classificação desse autor, ocorrem duas variações em relação ao porte: uma arbórea (caatinga alta) e outra arbustiva/subarbustiva (caatinga baixa). Na sub-bacia do riacho Santana, o quadro vegetacional é típico das áreas semiáridas com espécies da caatinga (figura 09), bastante agravado por ações antrópicas, o que o torna descaracterizado tanto em relação à diversidade das espécies como ao porte das mesmas, nos seus diferentes setores. Na porção sudoeste da sub-bacia, região correspondente ao alto curso, as cotas altimétricas são mais elevadas, condição que favorece a ocorrência de espécies relacionadas à mata seca, de acordo com a classificação de Fernandes (1990). Trata-se de uma tipologia de vegetação subcaducifólia ou caducifólia que ocupa algumas serras secas de cumes amplos e ondulados. O

76 75 seu desenvolvimento nesse setor é decorrente de um maior índice de umidade em função da maior altitude do relevo e da presença de solos mais profundos (argissolos vermelho/amarelo distrófico). A mata seca apresenta fisionomia arbustiva/arbórea com indivíduos de porte arbóreo espaçados e forte presença de arbustos, denunciando forte retirada das espécies originais e um caráter totalmente secundário. Entre as espécies arbóreas/arbustivas encontradas nessa porção da sub-bacia pode-se citar: Aroeira (Astronium urundeuva), Jurubeba (Solanum paniculatum L.), Murici (Byrsonima sericeia), Mororó (Bauhinia macrostachya) e a Palmeira Babaçu (Attalea ssp.). Esta última ocorre de forma pontual, indicando os locais com maior nível de umidade. Por apresentar em suas elevações do alto e médio curso graus de ocupação diferenciados, há em decorrência das atividades desenvolvidas, um grau de diferenciação vegetacional nas vertentes oeste e leste que dão conformação ao vale principal da sub-bacia bem como nos maciços residuais de menor altitude mais isolados em seu meio. Dessa forma, há a ocorrência de uma vegetação de caatinga arbustiva/arbórea mais densa e de porte mais elevado com espécies mais preservadas nos flancos da encosta oeste destacando-se espécies como: Aroeira (Astronium urundeuva), Sabiá (Mimosa caesalpinifolia), Angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa). Por sua vez, na vertente leste, predominam uma vegetação de caatinga arbustiva/subarbustiva caatinga baixa de porte secundário mais aberta com afloramentos rochosos frequentes em sua extensão, predominando espécies como Catingueira (Caesalpinia pyramidalis), Mufumbo (Combretum leprosum), Marmeleiro (Cydonia oblonga), Mororó (Bauhinia macrostachya), Jurema (Mimosa tenuiflora). Nas partes mais rebaixadas da vertente Oeste ela também se faz presente e aos poucos da continuidade a vegetação existente nas áreas da depressão sertaneja (médio e baixo curso da sub-bacia). Nas faixas marginais do riacho Santana, no transbordo, em terrenos planos (várzeas), desenvolve-se uma vegetação de várzea que ocupa áreas de cerca de 500 m ao redor do riacho, com predominância de espécies da caatinga arbustiva/arbórea, pontuada por alguns indivíduos de porte baixo

77 76 existentes nas demais áreas da depressão. Além desses tipos são encontradas espécies como a Oiticica (Licania rígida), Juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), Canafístola (Pelthoporium dubium), ocupando áreas correspondentes ao médio e baixo curso da sub-bacia. A mata ciliar que deveria compor as faixas mais próximas a calha do riacho, praticamente não é encontrada e quando ocorre é bastante descaracterizada, sendo observada apenas de forma pontual em locais do alto e baixo curso, composta por espécies como Ingazeira (Ínga edules mart) e Oiticica (Licania rígida). Uma vez que, de forma geral, a vegetação primitiva da sub-bacia tem sido submetida a um intenso uso através da exploração madeireira ou da atividade agropecuária e de extrativismo vegetal, pouco resta da fisionomia original, dificultando uma amostragem de seu anterior extrato natural, predominando, atualmente, a caatinga arbustiva/arbórea ao longo da depressão sertaneja.

78 Figura 11: Mapa de vegetação da sub-bacia Santana Rio Grande do Norte Fonte: Adaptação com base em Fernandes (1999), IBGE (2010) e controles de campo. Elaborado por Bernardino Costa (2014) 77

79 78 5- CONTEXTO HISTÓRICO, DEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS PRESENTES NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA As informações referentes às condições socioeconômicas da área da sub-bacia do riacho Santana revelam a situação em que vivem as comunidades, as formas de convivência e a apropriação por parte destas em relação aos recursos naturais locais. Assim, fornecem elementos para a compreensão do contexto histórico dos processos de uso e ocupação do solo, os quais são integrantes da caracterização do geossistema e de suas unidades menores de paisagem. Neste capítulo serão considerados os aspectos históricos, demográficos e socioeconômicos dos principais municípios presentes na área de estudo: Água Nova, Luís Gomes, Rafael Fernandes e Riacho de Santana. Um pequeno setor situado no extremo nordeste da sub-bacia pertence ao município de Marcelino Vieira, entretanto o mesmo não será detalhado neste estudo por tratar-se de uma área pouco representativa em termos percentuais da área territorial do mesmo. O levantamento das informações foi feito com base em dados do censo demográfico de 2010 (IBGE, 2010), censo agropecuário estadual de 2012 (IDEMA, 2012) e perfis municipais (IDEMA, 2013). 5.1 Aspectos históricos e demográficos dos municípios da sub-bacia Os municípios de Água Nova e Luís Gomes localizam-se na Microrregião da Serra de São Miguel e os municípios de Rafael Fernandes e Riacho de Santana situam-se na Microrregião de Pau dos Ferros, sendo ambas englobadas na Mesorregião Oeste Potiguar. Os quatro municípios totalizam uma área territorial equivalente a 423,62 km² (IDEMA, 2013). Deste total, 286 km² (67,51%) correspondem à área da sub-bacia do riacho Santana, sendo que Riacho de Santana, Luís Gomes e Rafael Fernandes são os municípios que possuem maior superfície drenada (figura 10).

80 Figura 12: Área territorial ocupada por cada munícipio na sub-bacia do riacho Santana Fonte: IBGE (2010), SEMARH (2012) e controle de campo 79

81 80 Os aspectos históricos relacionados à formação destes espaços estão vinculados aos vetores de formação socioespacial da região Nordeste e dos demais estados que a compõem. É uma formação iniciada principalmente com base no binômio agricultura de subsistência / pecuária e do algodão. A partir da década de 1950, tais práticas promoveram a criação de pequenos núcleos populacionais ao longo dos principais rios e riachos da porção semiárida, isso ocorreu em função da disponibilidade de água, terras agricultáveis e espaço para criação do gado em regime extensivo. São municípios de emancipação política recente, com exceção do Município de Luís Gomes (alto curso da sub-bacia), mas que possuem um histórico de ocupação e exploração dos recursos bastante antiga, pois já pertenciam a comarcas maiores, sendo locais de pastoreio e produção de gêneros alimentícios (milho, feijão e mandioca). Em suma, os municípios da área de estudo tiveram sua história muito atrelada ao desenvolvimento das bases econômicas que impulsionaram a ocupação e a produção do espaço norte rio-grandense. Para um melhor enquadramento destes elementos, o quadro 05 apresenta uma síntese histórica dos municípios abordados. Quadro 05: Síntese histórica dos municípios da sub-bacia do riacho Santana RN Município Água Nova Data de Criação 27 de Dezembro de 1963 Síntese Histórica Às margens do riacho do Meio a existência de um bebedouro gerou um hábito nos moradores das proximidades que ali encontraram água de boa qualidade, farta e nova. Era o início da comunidade de Água Nova que no princípio ficou conhecida como Nossa Senhora de Fátima de Água Nova. A localidade estava numa área de fazendas e pequenas propriedades, que começava a estender-se, mas apresentava um crescimento de maneira muito lenta. Por força da Lei nº 3.041, Água Nova desmembrouse de Riacho de Santana e tornou-se um novo município do Rio Grande do Norte.

82 81 Luís Gomes Riacho de Santana Rafael Fernandes Fonte: IDEMA (2013). 05 de Junho de de Maio de de Outubro de 1963 O Tenente-Coronel Luís Gomes de Medeiros, natural de Caicó, chegou à região no ano de 1756, com o objetivo de edificar raízes e de construir o futuro. Ao chegar à localidade, chamada de Serra do Senhor Bom Jesus, o Tenente Coronel construiu uma pequena casa, a primeira da futura povoação, e iniciou, em caráter experimental, um plantio de milho, feijão, mandioca e árvores frutíferas. Antes de regressar a Caicó, Luís Gomes de Medeiros passou a responsabilidade de cuidar das recentes plantações para seu fiel escravo Jacó. O escravo Jacó, trabalhador leal, deu conta do recado. Quando retornou a Serra do Senhor Bom Jesus, um ano depois, o Tenente-Coronel encontrou os frutos brotando da terra e o resultado do pioneiro trabalho sendo garantido pela fertilidade dos verdes campos da região. Pela Lei nº 31, Luís Gomes foi desmembrado de Pau dos Ferros e tornou-se município do Rio Grande do Norte. Numa faixa de terra, situada numa região serrana cheia de pequenos riachos e córregos, teve início um povoamento às margens do riacho de Santana. As terras de boa qualidade para a prática da agricultura motivaram os moradores que ali se acomodaram, vindos de várias partes da região. O povoado de Riacho de Santana começou a desenvolver-se com sua primeira escola, feira dominical e várias fazendas onde se multiplicavam as plantações de milho, feijão e algodão o que fez, na época com que o povoado expandisse seus negócios. Por causa de pequenas plantações desenvolvidas nas proximidades do riacho de Santana, surgiu um povoamento que de início chamou-se Varzinha. A pequena povoação que ali se instalou, transformou a área em zona voltada para a atividade pastoril, aproveitando a existência de algumas fazendas e as criações de caprinos e ovinos presentes pelas redondezas. Pela Lei nº 2.964, Rafael Fernandes desmembrouse de Pau dos Ferros e tornou-se município do Rio Grande do Norte. De acordo com o censo demográfico de 2010 (IBGE, 2010), os quatro municípios têm uma população total estimada em mil habitantes, destes mil habitantes (60,50%) estão concentrados na zona urbana e (39, 50 %) na zona rural, (Tabela 01).

83 82 De acordo com dados do IBGE, referentes ao ano de 2000, à população total dos quatro municípios que compõem a área equivaliam a mil habitantes, sendo que em 2010 esses valores passaram a corresponder a habitantes, havendo um aumento total de habitantes em um período de 10 anos (tabela 02). Dados do IBGE (2014) estimam que a soma da população destes quatro municípios, no ano de 2013, chegou a habitantes. Tabela 01: População rural e urbana dos municípios inseridos na área da subbacia do riacho Santana MUNICÍPIOS POP. URBANA POP. RURAL TOTAL Água Nova Luís Gomes Rafael Fernandes Riacho de Santana TOTAL Fonte: IBGE (2010), Censo demográfico da população brasileira. Como mostra a tabela 01 contendo dados do ano de 2010, com exceção do município de Riacho de Santana, os outros três municípios inseridos na área possuem maior número de pessoas residindo na zona urbana. Tabela 02: Evolução da população urbana e rural dos municípios inseridos na sub-bacia do riacho Santana nos anos de 2000, 2007, MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL Água Nova Luís Gomes Rafael Fernandes Riacho de Santana TOTAL Fonte: IBGE ( ).

84 83 A tabela 02 apresenta a evolução da população urbana e rural dos quatro municípios, demostrando que a população urbana apresentou um aumento significativo de habitantes, passando de em 2000 (55,61%) para em 2010 (60,66%). Em relação à população rural, os dados apontam um decréscimo ao longo dos três anos destacados, com 8950 habitantes em 2000 (44.39%), em 2007 (41,72%) e em 2010 (39,34%) havendo uma diminuição total, entre esses anos, de 5,05% no número de habitantes do meio rural (Gráficos 01, 02, 03 e 04). Gráfico 01, 02, 03 e 04: Evolução da população urbana e rural dos municípios de Água Nova, Luís Gomes, Rafael Fernandes e Riacho de Santana entre os anos de 2000, 2007 e Fonte: Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte (IDEMA, 2000, 2007, 2010). Os dados apontam para uma porcentagem maior de pessoas nos núcleos urbanos destes municípios. No entanto, é relevante ser destacado que grande parte destes indivíduos que residem no meio urbano, assim como os demais que residem no meio rural, tem como ocupação principal as atividades agrícolas e pecuárias, desenvolvidas em áreas circunjacentes a esses

85 84 pequenos núcleos urbanos ou em pequenas propriedades, principalmente ao longo da sub-bacia do riacho Santana. De forma geral, apesar de haver um número maior de indivíduos na zona urbana, todos os municípios supracitados possuem vocação histórica voltada para as atividades da agricultura e pecuária sendo estas as principais vias de transformação da paisagem no espaço da sub-bacia. 5.2 Principais atividades econômicas Em relação à economia, o Gráfico 05 demonstra que nos quatro municípios destacados, atualmente, as atividades econômicas estão mais concentradas nos setores dos serviços e da agropecuária, e, em menor escala, no setor terciário, representado pela indústria e pelos demais bens de produção que são incipientes nas áreas urbanas e rurais desses distritos. Gráfico 05: Valor agregado por atividade ao PIB nos municípios da sub-bacia Santana no ano de Fonte: IBGE (2012). Atualmente, a atividade agrícola nestes municípios está baseada na agricultura de subsistência como o arroz, milho e feijão. Além desses principais produtos destacam-se, por ordem de produção, os seguintes gêneros: cana-de-

86 85 açúcar, banana, batata-doce, castanha de caju, tomate, mandioca, algodão herbáceo, manga, goiaba e o coco-da-baía (IDEMA, 2012). De acordo com dados do perfil básico de cada município, fornecidos pelo IDEMA (2013), observa-se que o cultivo da cana-de-açúcar representou 48% da produção agrícola total dos municípios, destacando-se em relação aos demais produtos agrícolas cultivados. No entanto, a produção dos demais gêneros, como feijão, milho, mandioca e arroz ainda são os produtos mais significativos para o sustento da população rural, para alimento dos animais e para comercialização nas pequenas feiras e comércios locais (Gráfico 06). Gráfico 06: Principais produtos agrícolas dos municípios inseridos na sub-bacia em toneladas no ano de Fonte: IDEMA (2012) Em relação aos produtos agrícolas secundários dos municípios, os quais a sub-bacia se insere, de acordo com dados do IDEMA (2013) referentes ao ano de 2012 os principais produtos que se destacam (Gráfico 07) são: banana (56%), que é produzida praticamente em todos os municípios havendo maior destaque tanto em relação a área cultivada como em produção no município de Luís Gomes (Alto curso da sub-bacia), seguido pela castanha (16%), com cultivo neste mesmo município, e pelo tomate (12%) nos municípios de Rafael Fernandes e Riacho de Santana (Médio e baixo curso).

87 86 Gráfico 07: Principais produtos agrícolas secundários dos municípios da sub-bacia Santana em toneladas no ano de Fonte: IDEMA (2014) No ano de 2013, segundo dados do anuário estatístico do estado do Rio Grande do Norte, destacam-se, na produção da lavoura permanente dos municípios, a banana, com 114 toneladas e a castanha de caju, com 1 tonelada. Verifica-se que estas culturas são desenvolvidas, em sua maioria, ao redor das margens do riacho Santana desde seu médio até seu baixo curso ao longo de sua planície fluvial, contribuindo bastante para o desmatamento e com a degradação destas áreas em decorrência do uso de maquinários, agrotóxicos e falta de manejo do solo. Nos anos de 2013 e 2014, os demais produtos agrícolas sofreram grande redução em sua produção ou então, em sua maioria, as áreas plantadas tiveram perda total das lavouras em decorrência do fenômeno das secas, que ocasionaram baixos índices pluviométricos e afetaram severamente esta porção semiárida no decorrer dos últimos três anos. Estes produtos agrícolas têm uma enorme importância no quadro econômico desses municípios e são a base de sobrevivência desta população. Como exemplo, podemos citar a banana e o tomate, cultivados nas áreas de planície, e da castanha-de-cajú nas áreas mais elevadas e nas vertentes da serra de Luís Gomes, setor do alto curso da sub-bacia. Estes artigos

88 87 constituem uma das fontes de renda primária mais significativas comercializadas na região, além dos produtos do extrativismo vegetal e dos serviços do setor municipal e estadual, que complementam a geração de renda desses locais Pecuária A planície fluvial do rio Apodi Mossoró, na altura do atual município de Pau dos Ferros, teve seu histórico de ocupação estritamente ligado a atividade pecuária. Isso porque, era local de pastagem e de currais para os rebanhos dos senhores da Serra de Portalegre e do Martins e local de descanso das boiadas que vinham da região do Seridó, em direção ao estado do Ceará. Os pequenos municípios que posteriormente foram se formando ao sudoeste desta área, nos quais a sub-bacia Santana está inserida, mantiveram essa herança e ainda possuem a atividade pecuária ao longo dos vales dos seus riachos como fonte geradora de renda. Muito embora a agricultura seja uma importante atividade nos setores da sub-bacia, a pecuária é uma significativa atividade complementar aos produtos agrícolas e ajuda as populações a si manterem nos períodos de estiagem. Em 2012, o efetivo do rebanho dos quatro municípios foi equivalente a cabeças, representados pelos rebanhos bovinos, ovinos e caprinos juntamente com suínos, equinos, asininos, muares, (IDEMA, 2012). Neste mesmo ano, analisando os dados conjuntos dos quatro municípios (Gráfico 08) observa-se um predomínio de bovinos, com cabeças, seguido por suínos, ovinos, caprinos, 601 asininos, 452 muares e 296 equinos (IDEMA, 2012). Nos últimos anos, em decorrência das fortes estiagens que afetaram a região, os rebanhos bovinos vêm diminuindo em relação a anos anteriores, havendo, em contrapartida, um significativo aumento dos rebanhos caprinos e suínos. Essa mudança pode ser justificada pelo fato de os caprinos serem mais

89 88 resistentes às condições do semiárido e os suínos possuírem custos baixos durante sua criação e um alto valor agregado no mercado local. Gráfico 08: Efetivo total dos principais rebanhos dos municípios inseridos na subbacia Santana no ano de Fonte: IBGE (2012) Mesmo assim, o gado ainda continua sendo bastante valorizado e sua produção continua forte nesses setores, demandando ainda grandes áreas para sua criação, sendo possível no decorrer de todos os setores da sub-bacia visualizar propriedades com áreas desmatadas para pastagens ou então verificar a presença de áreas irrigadas com o plantio de capim, cana-de-açúcar ou sorgo, usados para alimentação do gado. A presença de currais também é constante em todas as pequenas propriedades e próximos a residências encontradas. Desta forma, a atividade agropecuária constitui-se como importante vetor econômico local e, ao mesmo tempo, forte agente modificador do espaço natural da sub-bacia Extrativismo vegetal Segundo dados do IDEMA (2012), os principais produtos de extração vegetal destas áreas estão representados pelo angico (Anadenanthera

90 89 macrocarpa), (casca), lenha e o carvão vegetal, seguido de quantidades menos expressivas de espécies como carnaubeira (Copernicia prunifera) (fibra). Ainda de acordo com informações do IDEMA (2012) referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012, a retirada de espécies vegetais para produção de lenha tem apresentado um decréscimo, mantendo-se estável o total da produção do carvão vegetal e da extração da casca do angico (Gráfico 09). Gráfico 09: Valores dos principais produtos do extrativismo vegetal dos municípios da sub-bacia Santana nos anos de 2010, 2011 e Fonte: IBGE (2010) A exploração vegetal é uma atividade significativa nesses municípios, como fonte de sobrevivência e geração de renda, uma vez que supre as necessidades básicas das populações rurais em relação à geração de energia para cozinhar e como mercadoria que pode ser vendida, no caso do carvão, para obtenção de outros produtos. O que realmente preocupa é a extração de lenha, em grandes quantidades, para consumo em cerâmicas e padarias. Tal exploração se dá em áreas inadequadas das elevações locais e através da retirada de espécies nativas e de valor como o angico, a aroeira (Astronium urundeuva) e o pau d arco (Tabebuia impetiginosa). Todas essas espécies são encontradas isoladamente e constituem resquícios da caatinga arbustiva arbórea antes presente em quase todos os setores do alto e médio curso da sub-bacia.

91 90 A casca do angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa) também é tida como produto de origem vegetal valorizado, principalmente nos municípios de Rafael Fernandes e Riacho de Santana, onde há presença de curtumes que utilizam a casca como matéria prima na curtição de couro. Esta é uma atividade bastante ameaçadora do ponto de vista ambiental, pois vem dizimando as unidades dessa espécie na medida em que as árvores que não são derrubadas no momento da extração morrem algum tempo depois por terem a casca do seu tronco totalmente arrancada e, dessa forma, não podem se regenerar. Vale mencionar que, atualmente, o angico hoje é considerado uma madeira nobre e de difícil ocorrência na área da sub-bacia, existindo poucas unidades em terrenos particulares, privados de acesso Serviços Segundo o IBGE (2010), de acordo com o contingente populacional, todos os municípios drenados pela sub-bacia Santana são de pequeno porte. Esta condição é refletida através de um grande meio rural e de estruturas urbanas muito deficientes, desprovidas de serviços mais sofisticados e atividades industriais significativas. Dessa forma, a maior parte da renda gerada nesses municípios vem, em primeiro lugar, dos serviços públicos representados pelos setores de saúde, educação e comércio seguido pelo setor agropecuário e por último, por atividades industriais pouco sofisticadas (Gráficos 10, 11, 12 e 13). Por mais que o setor de serviços gere o maior percentual do PIB em todos os municípios, ele não é composto por um maior número de pessoas ocupadas, estando este valor mais concentrado no setor agropecuário. Essa constatação revela que, mesmo não gerando tanto valor agregado aos seus produtos, a agropecuária é a atividade que mais concentra pessoas e, consequentemente, a que mais demanda área para desenvolver-se.

92 91 Sendo assim, ela está estreitamente relacionada à exploração desordenada dos recursos naturais locais e, por conseguinte, contribui para processos de desequilíbrio ambiental por meio do emprego de técnicas rudimentares de cultivo. Além disso, é possível verificar outro agravante, pois em alguns casos está se desenvolvendo em locais inapropriados do espaço da sub-bacia. Gráficos 10, 11, 12, 13: Valores agregados pelos setores agropecuários, de indústria e serviços ao PIB de cada munícipio. Fonte: IBGE (2010) Em relação aos serviços de saneamento básico, referentes ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, os municípios apresentam um quadro bastante preocupante do ponto de vista sanitário e ambiental. O abastecimento de água nas zonas urbanas dos quatro municípios é realizado pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte

93 92 CAERN. As fontes de abastecimento se diversificam. Nos municípios de Luís Gomes, Riacho de Santana e Rafael Fernandes predominam açudes públicos, enquanto em Água Nova baseia-se principalmente em poços tubulares e cacimbões. De acordo com dados do IDEMA (2010), o número de domicílios da zona urbana do conjunto dos quatro municípios que possuem abastecimento de água chega a domicílios. As zonas rurais dos municípios que perfazem a maioria da área da sub-bacia não contam com a prestação desses serviços de abastecimento, sendo assim, os barramentos e poços são recursos significativos para a obtenção da água nesses meios. Outra forma de abastecimento que vem ganhando destaque são as cisternas de placas que estão sendo implantadas em quase todas as residências dos setores da sub-bacia através do projeto P1MC, desenvolvido por instituições não governamentais, associações e sindicatos rurais, que vêm trazendo melhorias na obtenção e na qualidade da água para diversas famílias. No tocante ao serviço de esgotamento sanitário, este praticamente não existe em todos os municípios pesquisados, pois a maioria dos domicílios, tanto da zona urbana quanto da rural, descartam seu esgoto a céu aberto ou em fossas rudimentares, não havendo nenhum tratamento antes de ser descartado no ambiente. O mesmo ocorre em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Desse modo, os serviços de coleta e transporte se restringem às sedes dos municípios. Sem um destino final apropriado para os resíduos sólidos oriundos dos domicílios e dos espaços públicos, ocorre o descarte dos mesmos em espaços de lixões a céu aberto. Existem quatro locais desses na área da sub-bacia, o que pode ocasionar contaminações do solo, da água e do ar. 5.3 Cultura e turismo Ao lado da caracterização dos recursos naturais, da infraestrutura e da economia vemos a necessidade em dar ênfase à cultura da região,

94 93 materializada por meio de seu patrimônio cultural, cuja preservação é fundamental. Desta forma, o patrimônio material (arquitetura pós-colonial; festas; música; artesanato) e a própria história dos municípios e da região devem ser mantidas vivas e articuladas ao presente, pois são importantes colaboradoras das formas de apropriação deste território. Ademais é um viés antrópico bastante significativo para compreensão e planejamento deste sistema. Uma listagem completa deste patrimônio aqui, se faz impraticável até porque há sempre elementos sendo incorporados e outros sendo excluídos a ele. O que se faz, a seguir, é uma sistematização das principais formas culturais que foram percebidas durante a pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo. O desenvolvimento destas questões visa um maior detalhamento das questões relacionadas à esfera social do geossistema da sub-bacia Arquitetura, festejos e costumes A maioria dos prédios históricos da região (mercados, igrejas) e das poucas casas e sobrados que decoram o centro das cidades teve sua construção nos séculos XVIII, XIX e conservam os traços deste período (figura 11). Grande parte dos prédios ainda mantém externamente suas características originais. Trata-se de construções muito sólidas que retratam a essência dos primeiros vilarejos e a riqueza que os ciclos do gado e do algodão imprimiram nestes espaços. Outra forma de manifestação cultural local são os festejos juninos. Durante vários dias do mês de junho, a região vive um clima contagiante de festa. O arraiá acontece no centro de cada cidade ou povoado, com apresentações de quadrilhas tradicionais, casamento matuto, concursos e barracas que oferecem bebidas e comidas típicas. O ambiente se completa com a apresentação de bandas de forró. Ainda com relação aos festejos religiosos, cada município tem como padroeiro (a) uma santa ou santo cuja história se vincula às tradições do lugar e essa festa se comemora em dia fixo. Em geral, os festejos começam dez dias

95 94 antes, atraindo um grande número de fiéis. São realizadas novenas, missas, procissões, bingos, serestas, apresentações da bandinha da igreja, além de barracas de bebidas e comidas típicas. A vaquejada é outro costume presente nesses lugares. A mesma nasceu na época dos coronéis. Nesse período, não havia cercas no sertão nordestino, os animais eram marcados e soltos mata adentro. Depois de alguns meses, os coronéis reuniam os peões (vaqueiros), para juntar o gado e marcar as reses novas. Eram as pegas de gado. Para esse serviço os vaqueiros se apresentavam montados em seus cavalos e vestidos com seus gibões de couro. Atualmente o costume foi transformado em esporte e é realizado em parques onde acontecem as competições e feiras agropecuárias Potencialidades turísticas De acordo com o plano de desenvolvimento sustentável da região do Alto Oeste Potiguar SEPLAN (2006), a região na qual se insere a sub-bacia Santana, dispõe de condições propícias à exploração do turismo em espaço rural. É uma região serrana de clima ameno, frio no inverno, com temperatura que chega a atingir 18ºC, com forte presença de serras graníticas com marcante beleza paisagística, dispondo de sítios arqueológicos pré-históricos, propício para a prática de esportes como o alpinismo, rapel e voo de asa delta. Outros atrativos são as igrejas, os engenhos de fabricação de açúcar desativados, sítios históricos que deram origem a lendas e contos populares regionais, além do artesanato, do folclore e das danças provenientes da colonização portuguesa. A interiorização do turismo potiguar reúne condições de realmente se efetivar, mas para isso ainda são necessários esforços e ações que deem suporte a atividade nesses locais. De modo geral, o turismo existente na região ainda encontra-se em fase inicial de seu desenvolvimento. De forma específica, na área da sub-bacia, destaca-se como possíveis locais de potencial turístico, como é o caso da serra de Luís Gomes (complexo

96 95 de serras de São José). Sua potencialidade se justifica pela existência de cachoeiras e da beleza paisagística, favorável ao turismo ecológico e ao desenvolvimento de ações de educação ambiental de cunho educativo e científico (figura 11). Os levantamentos do meio físico integrados a essa caracterização de aspectos socioeconômicos nos conduz a uma possibilidade de pensar o espaço da área de estudo de maneira funcional, com base nos seus recursos naturais, humanos e culturais.

97 96 A- Centro de atividades culturais B- Mercado público do município de C- Centro de eventos populares D- Capela ornamentada para no município de Rafael Fernandes Luís Gomes no município de Riacho de Santana festejo na comunidade de Pau d arco E- Mirante com vista para depressão F- Mercado público do município de G- Cachoeira do rela importante H- Praça e mercado central de município de Luís Gomes Água Nova nascente do Rio Apodi e ponto Riacho de Santana em meio a turístico da serra de Luís Gomes Planície da sub-bacia. Figura 13: Aspectos estruturais e culturais dos municípios inseridos na sub-bacia do riacho Santana Fonte: Bernardino Costa (2014).

98 97 6- USO E COBERTURA DO SOLO NA ÁREA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA Neste capítulo serão apresentados os procedimentos de análise e interpretação de imagens de satélite Landsat 8 OLI, visando compreender as formas de uso e cobertura do solo de uma maneira mais analítica e conjunta entre os elementos ambientais. Faremos isso com base nas respostas espectrais que os mesmos são capazes de gerar quando combinados de maneira ordenada com o objetivo de delimitar suas variações. As imagens utilizadas correspondem à parte da cena , recortadas de acordo com o polígono que delimita a área de estudo, tendo sido tomadas em 12 de setembro de 2013 (época de seca na região) e 26 de maio de 2014 (estação chuvosa na região). O uso de imagens de períodos distintos possibilita analisar as respostas das feições em diferentes estados de umidade e desenvolvimento da vegetação em decorrência da alternância dos períodos de chuvas. As imagens foram processadas através dos softwares QGIS versão e SPRING versão Inicialmente as imagens foram inseridas no QGIS, para o recorte da área de estudo e seu devido georreferenciamento com base na carta topográfica Pau dos Ferros (SB-24-Z-A-II), em escala 1: (SUDENE, 1967), na projeção SIRGAS Após a efetivação do registro das imagens, realizou-se o transporte dos Planos de Informação (PI) de três bandas selecionadas (4, 5 e 6) para o SPRING onde foi gerada uma composição colorida falsa, cor RGB 654, com aplicação de realce de contraste de mínimo e máximo, para cada uma das épocas analisadas. A etapa de classificação das imagens realçadas, visando à delimitação das classes de uso e cobertura do solo, foi executada, inicialmente, através do processo de segmentação, no qual os pixels das imagens são agrupados em regiões homogêneas de acordo com suas características similares em relação a seus termos tonais e texturais. Após esse procedimento foi efetuada a delimitação de amostras de treinamento de cinco classes pré-estabelecidas (Corpos d água, Vegetação com menor grau de preservação, Vegetação com

99 98 maior grau de preservação, Solo exposto, Áreas urbanas) com base em diferentes locais representativos, marcados em campo na área da sub-bacia, sendo estes posteriormente confirmados através de análise estatística. Na sequência, foi aplicado o método de classificação supervisionada de Máxima Verossimilhança MAXVER. Após a geração das imagens classificadas, as mesmas foram convertidas do formato imagem para o formato temático, resultando nos produtos apresentados na figura 12. Esse procedimento é realizado para que se possa efetuar o cálculo dos valores das áreas correspondentes a cada classe em hectares (ha) ou quilômetros (km²). A descrição detalhada de cada uma dessas cinco classes é a seguinte: Vegetação com maior grau de preservação: mata de porte mais elevado e denso, de fragmentos vegetais mais contínuos, localizada nas partes mais elevadas dos divisores e em áreas mais preservadas das vertentes dos maciços residuais da sub-bacia. Apresenta predominância de espécies de caatinga arbustiva/arbórea, cujos alvos são distinguidos nas imagens através de regiões com tons mais escuros de verde. Vegetação com menor grau de preservação: mata em estágio de regeneração ou sucessão inicial. Esta classe foi diferenciada pelo maior tamanho da área que ocupa em relação a vegetação de topo mais preservada e as tonalidades mais claras de verde, dada como resposta para este alvo na imagem. Encontra-se em áreas de menor declividade, englobando regiões utilizadas para agricultura, pastagem, mata de várzea e mata ciliar, sendo fragmentos que possuem espécies arbustiva arbórea menos homogêneas e aleatórias, podendo, no geral, ser classificadas como (capoeira). Solo exposto: solo que encontra-se exposto e que geralmente é utilizado pela agricultura de subsistência, desmatamento e pecuária extensiva. Apresenta tons alaranjados como resposta espectral. Caracterizando-se ainda por áreas bastante suscetíveis aos processos erosivos por apresentar parcial ou total falta de cobertura vegetal.

100 99 Áreas urbanas: nesta classe estão agrupados os pequenos núcleos urbanos, povoados de maior expressividade e locais asfaltados. Classe de maior dificuldade de delimitação por não haver um limite nítido entre as demais classes, em função da resolução do sensor trabalhado, mas que foi delimitada através da resposta dada pelos tons de cinza mais escuro. Corpos d água: são locais de acúmulo de água em função de barramentos em alguns pontos da sub-bacia. Possuem resposta espectral escura e representação azulada. A análise dessas classes constrói o seguinte quadro em relação ao uso e cobertura vegetal desta sub-bacia: observamos que trata-se de uma subbacia com predomínio de áreas de cobertura vegetal em estágio avançado de degradação, em decorrência de práticas agrícolas rudimentares desenvolvidas ao longo de toda planície fluvial e nas áreas de maior declividade, tanto da vertente oeste quanto, e principalmente, da Leste que apresenta a menor área de cobertura vegetal entre as duas. Sendo assim, esta última, exibe unidades de rochas afloradas e bastante solo exposto. A classe correspondente à vegetação degradada em 2013 mostra-se mais representativa em toda porção da vertente Leste e na base da vertente Oeste, em suas porções sudoeste e nordeste. Na segunda classificação correspondente aos primeiros meses do ano de 2014 (período chuvoso), em consequência das chuvas que proporcionam a revitalização das espécies vegetais de caráter secundárias e o surgimento de um extrato herbáceo proeminente que compõem a capoeira, unidade vegetacional que caracteriza todas as áreas mais rebaixadas e menos íngremes da sub-bacia, essa classe apresenta-se bem mais representativa em termos de área. As áreas de Caatinga arbustiva/arbórea (caatinga alta) classificadas como cobertura vegetal com maior grau de preservação, apresentam menor expressividade tanto no período de 2013 como no período de Esta classe encontra-se presente com maior expressividade nos divisores da subbacia, especialmente no topo e nas cotas mais elevadas da vertente Leste

101 100 (Serra de São José). Vale destacar que em regiões menos elevadas esta cobertura vegetal ocorre com maior proporção apenas em maciços residuais rebaixados, através de pequenos fragmentos compostos por indivíduos isolados de maior porte. A área classificada como solo exposto é bastante expressiva sendo equivalente a mais de 60% no período seco. Esta é uma categoria que gera preocupação em relação aos processos de degradação e desequilíbrio ambiental para sub-bacia. No período chuvoso essa classe apresenta-se menos significativa, considerando-se o aumento das áreas de vegetação degradada. É, portanto, uma classe que demanda cuidados em decorrência do atual manejo desenvolvido, sendo tendenciosa a crescimento e a colaborar com o agravamento dos processos de erosão, ravinamento e surgimento de voçorocas, em função do tipo de solo existente (Litólicos) no alto e médio curso da sub-bacia. Já o percentual da classe de áreas urbanas demostra que a sub-bacia possui uma área ocupada formada, predominantemente, por setores rurais e pequenos vilarejos e que as manchas urbanas ocupam pequena porcentagem de sua superfície, sendo bem representadas no período de É necessário destacar que essa classe apresenta-se com maior expressividade no ano de 2013 em consequência de confusão entre as amostras no momento da classificação, pois por serem núcleos urbanos pequenos, não apresentam muita distinção entre as demais classes. Dessa forma, na classificação de 2013 há um conflito entre as classes de urbano e vegetação com menor grau de preservação principalmente no baixo curso da bacia, pois a reflectância dos alvos referentes ao urbano, vegetação degradada e solo exposto se assemelham, não sendo possível, nesse período, distinguir claramente os seus limites.

102 Figura 14: Uso e cobertura do solo da sub-bacia Santana em setembro de 2013 (período seco) e maio de 2014 (período chuvoso). Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2014) 101

103 102 A classe corpos d água, no período de 2013, esta representada apenas por reservatórios (açudes) de maior volume, indicando que a acumulação de água ao longo do curso da sub-bacia é algo que esta bastante comprometido por existirem poucas reservas superficiais disponíveis. No período de 2014, mesmo estando em um período dito chuvoso, é possível analisar, com base na resposta dessa classe, uma situação de escassez drástica de água. Este fato é algo grave, mas pode ser aceito em decorrência de se estar em período cíclico de seca e pela irregularidade das chuvas da quadra invernosa do ano de Mas o fato é que a retirada da vegetação das áreas de nascente e a ocupação das várzeas para prática de agricultura e pecuária comprometem cada vez mais a manutenção do nível do lençol freático, dificultando o acúmulo de água em poços e reservatórios no decorrer de todo leito do riacho Santana e alterando o ciclo hidrológico da subbacia. Dessa forma, a sub-bacia Santana possui um uso e cobertura do solo bastante agravado de acordo com as respostas apresentadas em todas as classes e pela averiguação das suas características em campo, onde foi verificado que a maioria de seus setores encontra-se com uso inadequado. Sendo assim, faz-se necessário um trabalho de ordenamento do uso do solo através de um zoneamento geoambiental para melhoramento e recuperação de seu sistema.

104 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS PRESENTES NA ÁREA DA SUB- BACIA DO RIACHO SANTANA A resolução do CONAMA nº 1/1986 (BRASIL, 1986) enfatiza que impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria e energia resultante das ações humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 1) a saúde, a segurança e o bem estar da população; 2) as atividades econômicas e sociais; 3) a biota; 4) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 5) a qualidade dos recursos ambientais. Com base nesses pressupostos, os impactos ambientais presentes na área de estudo foram avaliados a partir de trabalhos de campo, interpretação de imagens de satélite e marcação de pontos de controle. Esse instrumental possibilitou a constatação e espacialização dos vários impactos ambientais distribuídos nos setores da sub-bacia (quadro 05). Dentre eles, destacam-se os desmatamentos e queimadas indiscriminados em diferentes áreas, degradação das áreas de topos e vertentes, barramentos sucessivos ao longo do riacho, poluição e contaminação de áreas por deposição de resíduos sólidos (figura 15) Desmatamentos e queimadas A vegetação é um dos principais componentes dos sistemas ambientais. No âmbito da bacia hidrográfica, ela funciona como interceptadora do fluxo hídrico que recai sobre o solo, auxiliando na manutenção do volume e recarga do lençol freático. Está associada ainda a proteção do solo contra os processos erosivos. No que se refere ao desmatamento é possível classificá-lo como uma ação que desequilibra a ocorrência de todos esses processos no meio natural. Sua ocorrência se dá principalmente pela prática das atividades agrícolas, para a ampliação de áreas de pastagem e para o consumo de madeira em cercas e o uso da lenha em fornos e fogões.

105 104 Na área da sub-bacia, o cultivo agrícola e os diferentes tipos de uso da madeira (geração de energia, construção de cercas) têm sido as principais causas de degradação da cobertura vegetal. Como principais consequências destas ações destacamos a instabilidade de algumas áreas do relevo, como os topos dos maciços residuais, as áreas de vertente, tanto do lado leste como do oeste, e dos maciços entremeados entre o alto vale do riacho. Além disso, ocorre a ausência quase que total da mata ciliar ao longo da planície fluvial, além da perda das camadas superficiais do solo, o assoreamento dos açudes e canais fluviais da sub-bacia. 7.2 Barramentos sucessivos no decorrer do leito do riacho A prática de barramentos em forma de pequenos açudes e barragens é amplamente constatada ao longo dos setores da sub-bacia. A formação desses pequenos reservatórios visa uma maior acumulação de água para cultivo agrícola através de irrigação e dessedentação de animais nos meses de estiagem. Esta prática é bastante controversa mediante o estado de conservação em que se encontram a vegetação e o solo da área, constituindose em uma ação impactante à medida que provoca uma acumulação do volume de água que deveria ser transportado e a evaporação desses recursos hídricos por exposição direta do espelho d água. Esta ação favorece ainda o acúmulo de sedimentos transportados durante as enxurradas e a diminuição do fluxo hídrico a jusante dos açudes, prejudicando comunidades pela diminuição do volume de água que deveria chegar até elas. 7.3 Contaminação e poluição por resíduos sólidos A falta de políticas de saneamento, coleta e destinação final dos resíduos sólidos, vêm causando inúmeras problemáticas ao meio ambiente e a população da sub-bacia do riacho Santana. A principal delas é a deposição de

106 105 resíduos sólidos em locais inapropriados, como encostas de rodovias e mananciais de água, como é o caso do riacho Santana. Nos trabalhos de campo realizados verificou-se uma grande proximidade das áreas de lixões com os rios ou açudes de abastecimento público local, essa ocorrência foi constatada, em quase todos os municípios da área de estudo. Diante disto, ressalta-se a necessidade de adequação destes espaços. O quadro geral observado, em relação aos locais de deposição final de resíduos sólidos urbanos dos municípios desta região, se caracteriza em sua totalidade como áreas de mera disposição do lixo a céu aberto, sem nenhum critério sanitário de proteção ao ambiente, o que demonstra descaso com o meio natural e falta de atendimento a legislação sanitária e ambiental. Os locais dos lixões também não seguem nenhum critério de escolha adequado do ponto de vista ambiental, sendo, portanto, um dos principais fatores referentes à situação de impacto. Em geral, esses locais ficam distantes da zona urbana, mas observa-se que a maioria está em áreas inapropriadas por manterem proximidade com riachos e com outros reservatórios de água de pequeno porte, localizados na microrregião. Alguns desses espaços também se encontram em áreas de declividade bastante acentuada, acima de 25º. Outra consequência percebida nesses locais de deposição inadequada diz respeito aos impactos causados aos solos. O contato direto dos resíduos com o solo provoca um processo de contaminação significativo, pois a maioria dos municípios não executa a seleção dos materiais coletados durante a limpeza pública. Dessa forma, é despejada, nos lixões municipais uma grande variedade de resíduos domiciliares, lixo hospitalar, dentre outros tipos de resíduos. A questão do lixo como possível contaminador da água e do solo nesses pontos analisados, dentro da sub-bacia Santana, advém do transporte dos materiais depositados para dentro desses corpos hídricos por agentes naturais, como a chuva, e por possível percolação do chorume nas camadas do solo chegando até o lençol freático, provocando contaminação.

107 106 No município de Rafael Fernandes, no baixo curso da sub-bacia, o lixão ocupa uma área de declive próximo ao leito superior do riacho Santana. Os resíduos sólidos ali depositados chegam a escorrer ou são carreados por diversos processos diretamente para o seu canal principal que desemboca na barragem Pau dos Ferros, localizada a Noroeste da zona urbana do município. A referida barragem constitui-se como reservatório de importância regional, sendo fonte de abastecimento do município supracitado. Caracteriza-se esse processo que ocorre nesta área de lixão visitado, através do esquema ilustrado na figura 13. O lixão do município de Riacho de Santana também possui características semelhantes aos demais lixões analisados do ponto de vista da inadequação de seu local. Desse modo, situa-se em uma área elevada do relevo, facilitando os processos de escoamento superficial e de carreamento de materiais pela ação das chuvas, está próximo a reservatórios de água locais (açudes e barreiros), e de canais secundários da sub-bacia do riacho Santana, na região do alto curso da bacia do Apodi Mossoró (figura 14). A sua localização se da sobre uma área predominantemente composta por solos argilosos, Argissolos vermelho/amarelo, que expostos sofrem grande ação erosiva e possui um grau de permeabilidade considerável, um relevo bastante irregular com declive direcionado para as drenagens locais, caracterizando-se ainda como um local que possui forte transporte de material pela chuva. É uma área que teve sua vegetação bastante alterada, em função desta ação e que apresenta poucas espécies da mata nativa, caatinga arbórea/arbustiva ao seu redor, existindo bioindicadores de poluição como a Mamona na superfície ocupada pelos resíduos, além disto, está a uma distância muito curta da área urbana do município, o que chega a atrair vetores indesejados nesse meio. Constata-se que esses impactos são resultado do contexto histórico de ocupação da área de estudo ocorrido até os dias atuais, associados a uma falta de conhecimento a respeito das técnicas de uso do solo, o que termina por provocar sérios danos aos recursos naturais locais.

108 Figura 15: Proximidade entre a área ocupada por lixão e o canal da sub-bacia Santana no município de Rafael Fernandes (seta 1: sentido da vertente e do carreamento; seta 2: leito do riacho; seta 3: direção da corrente do riacho). Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013) 1- Sub-bacia do riacho Santana 2-Canal secundário Figura 16: Área de lixão do munícipio de Riacho de Santana RN, panorama de impacto. (seta 1: direção da vertente e canal do riacho Santana, seta 2: canal secundário que percorre em meio ao lixão). Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2014)

109 Unidades geoambientais Platô úmido Vertente Leste semiárida Vertente Oeste Sub-úmida Alto vale Superfície de aplainamento Formas de uso e ocupação Agricultura de subsistência; Plantações de caju e mandioca; Cultivo de forrageiras; Ocupação de vertentes; Turismo sazonal. Agricultura de subsistência; Cultivo do algodão; Retirada de madeira. Exploração de madeira; Agricultura de subsistência em áreas mais rebaixadas. Agricultura de subsistência; Pecuária extensiva; Núcleos urbanos; Extrativismo vegetal e mineral. Agricultura de subsistência; Pecuária extensiva; Núcleos urbanos; Extrativismo vegetal e mineral. Causas Retirada da vegetação natural (caatinga arbustiva arbórea); Cultivo em vertentes íngremes; Queimadas. Retirada da vegetação nativa das áreas de vertente. Desmatamentos. Ocupação e cultivo irregular das margens dos riachos; Deposição de resíduos sólidos a céu aberto (lixões); Desmatamentos; Formas de preparo inadequado do solo e uso de fertilizantes. Ocupação e cultivo irregular das margens dos riachos; Deposição de resíduos sólidos a céu aberto (lixões); Desmatamentos; Preparo inadequado do solo barramentos ao longo do curso do riacho. Quadro 06: Principais impactos existentes nas unidades geoambientais da sub-bacia Santana Fonte: Levantamentos em campo Impactos ambientais Consequências 108 Escoamento superficial elevado e erosão do solo; Redução da biodiversidade natural; Diminuição do potencial de absorção de água no solo; Ressecamento de áreas de nascentes. Processos erosivos acentuados; Perda de solo por escoamento superficial; Afloramento de superfícies rochosas; Assoreamento dos riachos; Descaracterização de áreas de nascente. Perda de biodiversidade natural; Diminuição do índice de humidade e dos recursos hídricos locais. Devastação da mata ciliar e de várzea; Assoreamento do leito do riacho; Poluição do solo, das águas superficiais e sub-superficiais; Compactação do solo e perda da vegetação natural. Devastação da mata ciliar e de várzea; Assoreamento do leito do riacho; Poluição do solo, das águas superficiais e sub-superficiais; Compactação do solo; Retenção de volume de água apenas em trechos do riacho.

110 109 Figura 17: Carta imagem dos principais impactos ambientais da sub-bacia do riacho Santa Fonte: Landsat 8, SEMARH (2012) e controle de campo.

111 COMPARTIMENTAÇÃO E ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SANTANA A compartimentação geoambiental realizada é equivalente à escala das categorias inferiores de análise da paisagem desenvolvidas por Bertand (1972): geossistema, geofácies e do geótopo. As mesmas foram delimitadas através de observações em campo, estudo e levantamento dos componentes naturais, antrópicos e até mesmo culturais inseridos na área da sub-bacia Santana. As leituras dessas categorias estão apoiadas em interpretação de imagens de satélite e trabalhos relacionados a temática, como os de Souza (2000), Lima (2010), dentre outros que realizam esta tarefa na região semiárida do Nordeste do Brasil. Os geofácies foram identificados de acordo com o grau de interação entre os elementos e a situação de como estes se apresentam. Desta forma, estas unidades representam as heterogeneidades do geossistema e ao mesmo tempo, através de suas ligações, dão a conformação da dinâmica ambiental e da estética paisagística presente nesta sub-bacia hidrográfica. No alto curso da sub-bacia foi identificada uma unidade de paisagem bastante singular por possuir uma especificidade significativa em meio ao conjunto estudado. A mesma foi delimitada na escala do geótopo por conter dimensão, feição e forma distinta do restante do contexto analisado. A análise ecodinâmica dos geofácies foi realizada com base em critérios de Tricart (1977), com adaptações às características e aos processos atuantes no local. Sendo assim, as tipologias utilizadas obedecem à nomenclatura proposta pelo autor: meios estáveis, meios instáveis e meios intergrades. Após a classificação tipológica foi elaborado um mapa síntese (figura 22) e um quadro contendo todas as unidades delimitadas e as informações relacionadas ao seu uso e ao estado ambiental (quadro 06). 8.1 Platô Úmido: Este geofácies corresponde às áreas de topo entre 600 e 800 m apresentando rochas graníticas, gnaisses e migmatitos. São áreas que trazem

112 111 relevo pouco acidentado, em alguns casos em formato de mesa, vertentes pouco dissecadas, apresentando vales em forma de V, com declives acentuados, solos do tipo Argissolo vermelho/amarelo. Corresponde a uma área mais úmida, devido às altitudes em que está situada. Aloca a maior parte das áreas de nascente da sub-bacia, possuindo um padrão de drenagem dendrítico/sub-dendrítico. Em decorrência de maior umidade e influência dos solos, possui vegetação de caatinga arbustiva/arbórea, sendo que esta encontra-se em estado bastante degradado em função da retirada provocada pelo processo de uso e ocupação local, possuindo hoje caráter secundário do seu extrato vegetacional, restando poucas espécies da mata nativa como palmeiras, aroeira (Astronium urundeuva), angico (Anadenanthera macrocarpa). É uma área densamente povoada e que exerce influência singular sobre a manutenção e dinâmica da sub-bacia através de suas formas de uso e ocupação do solo, dos mananciais e nascentes e dos recursos vegetacionais desse geossistema (figura 16). A B Figura 18: Visão geral das características do Platô Úmido: A) características da vegetação em relação ao porte, e espaçamento das espécies, B) profundidade dos solos, com problemas de voçorocamento. Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013) Em decorrência das condições de uso do solo e da ausência de cobertura vegetal que auxilia na diminuição dos processos erosivos, verifica-se através da observação que este ambiente sofre ações morfogenética

113 112 aceleradas nas suas áreas de topo e nas bordas das vertentes mais elevadas, caracterizando um quadro de forte instabilidade ambiental neste local. 8.2 Vertente Leste Semiárida Este geofácies representa uma área localizada entre o limite oriental do platô úmido, indo até o início da superfície do alto vale que corresponde a margem direita da sub-bacia. Trata-se de uma área de encosta, compreendida entre as altitudes de m com declive bem acentuado acima de 60º. Em termos geológicos, apresenta litologias compostas por hornblenda, biotita granitos, leucogranitos. Possui superfície dissecada em cristas e colinas, com significativo número de afloramentos decorrentes da elevada retirada da vegetação para execução de práticas agrícolas (figura 17) e dos processos morfogênicos acentuados por esta prática. As poucas espécies da vegetação natural encontradas possuem caráter caducifólio e/ou subcaducifólio, de porte arbustivo/arbóreo, não oferecendo proteção significativa aos solos que, predominantemente, se apresentam como sendo argissolos vermelho/amarelo com associação de Luvissolos. Assim, as ações intempéricas agem com maior intensidade sobre essa área, impulsionando os processos morfogenéticos proporcionando, de acordo com Tricart (1977), um meio fortemente instável. Esse geofácies dá suporte também a riachos intermitentes com padrão dendrítico/sub-dendritica que, em decorrência do uso e ocupação histórico do meio, encontram-se descaracterizados e com seus cursos assoreados e sem proteção alguma de mata ciliar. Figura 19: Aspectos da Vertente Leste Semiárida. Vista de parte da vertente demostrando o grau de exposição das rochas e a ausência de vegetação Desmatamento em áreas de encosta e solo exposto.

114 Vertente Oeste Sub-úmida Este geofácies corresponde à margem esquerda da sub-bacia, compreendido entre a margem ocidental da superfície do platô úmido e a superfície do alto vale estando em termos de variação de altitude correspondente a vertente leste semiárida, entre as cotas de 400 a 600 m. Apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas, relevo dissecado em cristas e colinas, possuindo níveis de erosão pouco acentuados em decorrência de maior preservação da vegetação em quase toda sua extensão. Por possuir maior declividade, apresenta vertentes e córregos mais entalhados, solos do tipo Argissolos vermelho/amarelo, vegetação de caatinga arbórea/arbustiva, parcialmente degradada, e riachos sub perenes. Esse geofácies apresenta maior grau de preservação da vegetação e da mata ciliar ao redor dos seus riachos, o que contribui para uma maior permanência de água e umidade nesse espaço (figura 18). Os processos de uso e ocupação sobre ele são menos intensos em decorrência da declividade dificultando o uso do solo. Desta forma, essas condições de maior grau de preservação possibilitam enquadrá-lo como um ambiente mais equilibrado, com dinâmica mais estável, mas que ao mesmo tempo passa por processos de uso e ocupação geradores de instabilidade de sua dinâmica, sendo assim, um meio Intergrade ou de transição de acordo com Tricart (1977). A Figura 20: Características da vertente Oeste Sub-úmida. A) Cristas da serra de São José com vegetação densa de caatinga arbustiva arbórea, B) Porção da vertente Sub-úmida na Altura do médio curso da sub-bacia Santa. Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013) B

115 Alto Vale do riacho Santana Este geofácies corresponde a uma superfície plana a ondulada encaixada entre as vertentes Leste Semiárida e Oeste Sub-úmida que se estende até o nível de base da sub-bacia onde o declive é mais elevado, estando ele, mais especificamente em termos altimétricos, entre as cotas de 300 a 400 m. Apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas, sendo entremeada por formações residuais de pequenos domos. Em meio a planície que se forma entre eles percorre o leito principal do riacho e a maioria de seus afluentes de 1º, 2º, 3º e 4º ordem. Esta unidade também apresenta feições geomorfológicas singulares, como mares de morros, típicos de rochas graníticas (figura 19). Os solos predominantes são constituídos pelo Planossolo Solódico, nas áreas de várzea, e Neossolo Litólico em áreas mais adjacentes. Prevalece a caatinga arbustiva/arbórea de caráter secundário com presença nas áreas de várzea de espécies isoladas da mata ciliar. Algumas das nascentes do riacho encontram-se inseridas ainda nessa área. Essas estão bastante desprotegidas e descaracterizadas ambientalmente, pois o espaço possui forte ocupação humana e desenvolvimento de agricultura de subsistência. Nesse meio, o fator antrópico que caracteriza o grande dano a sub-bacia são as ações de barramento feitas através de pequenos açudes e perfuração de poços amazonas em busca de água. A referida ação é fruto de uma não conservação do leito e de suas margens para manutenção da água no solo de forma mais favorável, mesmo fora dos períodos chuvosos e das cheias do riacho. A carência de água, as formas de ocupação das margens e a forte ocupação humana próxima ao leito do riacho proporcionam condições de afirmar uma forte instabilidade no alto vale da sub-bacia.

116 115 A B C D E F Figura 21: Características gerais do Alto vale: A) superfície dissecada do Vale; B) Alto vale e áreas por onde o riacho Santana percorre. C) Feições de mares de morros. D) Barramento do riacho em forma de pequenos açudes em trecho do alto vale. E) Uso e ocupação do leito do riacho para plantio de tomate trabalhando o solo com técnicas de sulcos. F) Calha do riacho Santana e a mata galeria em estado de preservação no médio curso. Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013). 8.5 Superfície de aplainamento Este geofácies se estende desde o sopé do alto vale (300 m) até a desembocadura do riacho Santana, na barragem Pau dos Ferros, em uma cota

117 116 aproximada de 200 m de elevação. Ela forma uma vasta planície fluvial de mais de 200 m de largura proporcionando a formação de terraços aluvionares e áreas de deposição de sedimentos de menor granulometria carreados pelo riacho (figura 20). A B C D E F Figura 22: A) Trecho final do riacho Santana onde há o represamento de suas águas. B) Passagem molhada sobre o leito do riacho demonstrando a dimensão de sua extensão nesse setor da sub-bacia. C) Caracterização dos solos da superfície de aplainamento: perfil de Neossolo Litólico. D) Porte da vegetação no baixo curso, caracterizada por capoeira e espécies de caatinga arbustiva. E) Calha do riacho assoreada. F) Deposição de resíduos sólidos próximo a calha do riacho. Fonte: Elaborado por Bernardino Costa (2013)

118 117 A superfície apresenta um predomínio de Neossolo litólico, sendo que nas proximidades do leito encontram-se solos aluviais. O porte da vegetação acompanha os poucos nutrientes que o solo pedregoso oferece, apresentandose de forma arbustiva havendo presença marcante da capoeira com espécies espaçadas e de pequeno porte. Estas características são também fruto das formas de uso e ocupação que já esvaíram as espécies de maior porte, dando caráter totalmente secundário ao extrato vegetal. O leito do riacho encontra-se, em quase todo o setor, fortemente assoreado devido a ausência da mata ciliar nativa e da existência da pecuária extensiva no local, promovendo uma grande perda de solo das margens. Os sedimentos tendem a depositar-se na calha do riacho, sendo que em alguns trechos ocorre a difícil localização do seu leito pela total ausência da marcação de sua calha e de vegetação que indique esse local. Esses fatores tornam a planície mais uma unidade de características singulares do ponto de vista de sua dinâmica, mas ao mesmo tempo, do ponto de vista da capacidade de suporte ambiental, é um meio que possui forte instabilidade. O quadro 06 apresenta as unidades geoambientais delimitadas, partindo da escala do geossistema (sub-bacia Santana), apresentando as cinco unidades que a compõem (geofácies) e descrevendo a última unidade em termos de escala identificada e delimitada na área (geótopo). Todas elas estão caracterizadas e acompanhadas das condições geoambientais que apresentam e do estado de estabilidade ambiental que lhe foi aferido com base em Tricart (1972). Na sequência (figura 21) é apresentada a delimitação cartográfica destas unidades no âmbito da sub-bacia.

119 SUB BACIA DO RIACHO SANTAN A 118 Unidades geoambientais da sub-bacia do riacho Santana Geossistema Geofácies Condições geoambientais Ecodinãmica atual Platô Úmido: Apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas; os topos apresentam níveis altimétricos entre 600 e 830 m; relevo pouco dissecado, apresentando vales em forma de V com declives acentuados; solos do tipo argissolos; área mais úmida e drenagem c/ padrão dendrítico/ subdendrítico; riachos intermitentes; vegetação de mata seca e/ou caatinga arbustiva/arbórea. Desmatamentos e queimadas; ocupação indevida de áreas de nascentes; ravinamentos e voçorocas; ocupação de leitos de riachos com práticas agrícolas. Meio fortemente instável Vertente Leste Semiárida: Corresponde à margem direita da sub-bacia; apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas; áreas de encostas compreendidas entre as altitudes de m, dissecadas em cristas e colinas rasas, com significativo número de afloramentos; solos do tipo Argissolos vermelho/amarelo com associação Luvissolos; drenagem de padrão dendrítico/sub-dendrítico; riachos intermitentes; áreas de contato entre o platô e o fundo do vale; vegetação de caatinga arbustiva e capoeira. Desmatamentos; aumento dos processos erosivos; práticas agrícolas rudimentares em áreas de declividade; ocupação de encostas. Meio fortemente instável Vertente Oeste Sub-úmida: Corresponde à margem esquerda da sub-bacia; apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas; relevo dissecado em cristas e colinas rasas, com cotas altimétricas entre 400 e 600 m; erosão pouco acentuada; solos do tipo Argissolos vermelho/amarelo; vegetação de caatinga arbórea/arbustiva, com maior grau de conservação. Vegetação preservada; pouca ocupação; presença de riachos sub-perenes. Meio intergrade ou de transição Alto Vale do Riacho Santana: Apresenta litologias graníticas, gnáissicas e migmatíticas; encaixado entre as encostas íngremes dos setores sul, e centro-sul do Riacho Santana e algumas de suas nascentes, com altitudes entre 300 e 400 m; solos dos tipos planossolos e Neossolos Litólico nas áreas de várzea; vegetação de caatinga arbustiva e espécies isoladas de mata ciliar. Ocupação de áreas de várzea; práticas agrícolas rudimentares; extrativismo vegetal; pecuária extensiva. Meio fortemente instável Superfície de aplainamento: Corresponde a área que se estende desde o final do alto vale até a desembocadura do Riacho Santana, com altitudes que variam entre 200 e 300m, formando a planície fluvial com áreas de várzeas e primeiras sedimentações; Neossolos Litólicos e aluviais; vegetação de caatinga arbustiva e grande presença de capoeira. Quadro 07: Unidades geoambientais e grau de estabilidade da sub-bacia do riacho Santana-RN Fonte, Mapeamentos temáticos, interpretação de imagens de Satélite e fotografias da área, trabalhos de campo. Elaboração: Costa (2014) Cunha (2014) e Lima (2014) Pouca mata ciliar; práticas agrícolas rudimentares; pecuária extensiva; assoreamento do leito do Riacho Santana; práticas agrícolas dentro da calha; retirada de areia do leito do riacho; deposição de resíduos sólidos em lixões nas proximidades do riacho. Meio fortemente instável

120 Figura 23: Mapa de delimitação das Unidades Geoambientais da sub-bacia do riacho Santana RN Fonte: Bertrand (1972), TOPODATA (2009), IBGE (2010), SEMARH (2012), trabalhos de campo. Elaborado por Bernardino Costa (2014) 119

121 PROPOSTA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL PARA SUB-BACIA DO RIACHO SANTANA, RIO GRANDE DO NORTE Mediante a análise dos aspectos geoambientais da sub-bacia do riacho Santana, foi diagnosticado uma serie de problemas e incoerências em relação à conservação e ao uso dos recursos naturais. Problemas ambientais estes que não estão vinculados apenas ao grau de suporte ou ao estado de conservação de suas unidades geoambientais, mas acima de tudo a processos de uso e ocupação que são empreendidos de forma errônea em todos os seus setores. Esta questão impõe a necessidade de ações que auxiliem no melhoramento ambiental e social desta área. Assim, as análises desenvolvidas a cerca dos elementos geoambientais da sub-bacia apontaram para possibilidade de elaboração de uma proposta de zoneamento ambiental para área. Esperamos que esta possa ser utilizada de alguma forma por órgãos gestores, municipais ou estaduais e colaborar com ações de planejamento ambiental e territorial deste local. O zoneamento ambiental é um mecanismo da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº de 31/08/1981) que prevê preservação, reabilitação e recuperação da qualidade ambiental. Sua meta é o desenvolvimento socioeconômico condicionado a manutenção, em longo prazo, dos recursos naturais e melhoria das condições de vida do homem (SANTOS, 2004, p. 135). É importante destacar que nos zoneamentos ambientais são utilizadas diferentes técnicas de [...] análise e caracterização das áreas, como sobreposição de mapas temáticos, avaliação de terreno, caracterização geotécnica, limitações do meio físico, análise de geoindicadores, entre outros (MENEZES; ZUQUETTE, 2004, p. 292). Pensando nisso, a proposta de zoneamento ambiental apresentada foi realizada a partir das informações das unidades geoambientais compartimentadas e suas características naturais, das condições de uso e cobertura do solo e do emprego da legislação ambiental (Novo código florestal brasileiro Lei , de 25 de maio de 2012). Procedendo-se para a identificação das classes, uma sobreposição dos produtos temáticos gerados

122 121 durante a caracterização dos componentes geoambientais, realizados durante a análise, interpretação de imagens de satélite e trabalhos de campo. A delimitação das áreas de cada classe deu-se através de uso de ferramenta de SIG (QGIS 2.0), passando por posterior adequação com base em imagens de satélite da área e nos parâmetro legais que regem a efetivação de cada zona. 9.1 Áreas de Preservação Permanente (APP) A Lei /2012 art. 3º inc. II, define Área de Proteção Permanente APP, por: Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; [...]. A utilização dessas áreas, incluindo diversas atividades de uso e ocupação, é limitada pelo Código florestal de maio de 2012 e pela resolução 302 e 303 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A supressão da vegetação nessas áreas, sem autorização do órgão fiscalizador, é considerada crime ambiental previsto na lei federal 9.605, Lei de Crimes Ambientais. Desta forma, para o efeito desta lei, mais especificamente com Art. 4º do Código florestal, enquadram-se como áreas de preservação permanente na área de estudo os seguintes locais: Art. 4º considera-se Áreas de Preservação Permanente: I as faixas marginais de qualquer curso d água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros para os cursos d água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d água que tenham de 10 a 50 metros de largura. [...]

123 122 V As encostas ou parte destas com declividade superiora 45º, equivalente a 100 % na linha de maior declive; [...] IX O topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação media maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação a base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planícies ou espelho d água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; A delimitação desta zona foi efetuada mediante a constatação da situação atual que se encontram os recursos naturais. Verificou-se que estes encontram-se em condição de equilíbrio ecodinâmico extremamente instável em decorrência da retirada da vegetação nativa, das fortes ações pedogenéticas e em setores mais preservados para que haja a proteção de resquícios da mata seca e de muitas das áreas de nascentes do Riacho Santana. Na sub-bacia do riacho Santana essas áreas representam os topos dos maciços residuais sertanejos que constituem os divisores leste e oeste com declividade acima de 45%, bem como das serras isoladas em meio ao vale na região do alto e baixo curso da bacia com declive de ate 25%, leito e terraços fluviais do riacho Santana com resquícios de vegetação ciliar ou de várzea, arredores dos reservatórios com mais de 100 m². Como medidas iniciais de recuperação aponta-se o replantio de espécies nativas, principalmente ao redor do leito dos riachos e nas áreas de topo e encostas íngremes, como ação minimizante aos processos erosivos e manutenção de água nas áreas de nascente e no decorrer do riacho, por mais tempo durante o período seco. 9.2 Zona de Preservação Ambiental (ZPA)

124 123 A zona de Preservação Ambiental propõe a preservação absoluta dos fatores da biodiversidade e dos demais elementos paisagísticos. Estas áreas são constituídas por ambientes onde a estabilidade ambiental já está sendo comprometida, através da retirada da vegetação, áreas de solos rasos em decorrência da declividade que possuem, e das formas de relevo escarpado ou ondulado que apresentam. Enquadram-se nessa zona as áreas da vertente Oeste Sub-úmida que mesmo por apresentar um maior índice de preservação da vegetação, menor quantidade de solo exposto e exploração do solo para áreas agrícolas, apresentam relevo acentuado em forma de cristas e grau acentuado de declividade maior que 45%. Além de uma unidade de maciço residual situada próximo à vertente Leste no setor do alto curso que, por ser bastante elevado, consegue manter a vegetação de caatinga alta e driblar os processos de ocupação humana em virtude do difícil acesso. Dessa forma, propõem-se para esta área a manutenção da vegetação nas encostas, especialmente na vertente Oeste, pois se constitui em área que abriga várias das nascentes do riacho Santana. Nas cotas mais rebaixadas, os chamados pés-de-serra, ocupados em alguns locais pela agricultura, recomenda-se a realocação dessa prática para as áreas mais planas (áreas de várzea) ou se não, formas de manejo e de plantio consorciadas com espécies vegetais da caatinga que não favoreçam a perda de solo e de água nas nascentes. As atividades que podem ser desenvolvidas na área podem ser a pesquisa científica, lazer, ecoturismo, monitoramento e educação ambiental. 9.3 Zona de Recuperação Ambiental (ZRA) São áreas que sofrem com fortes processos de degradação ambiental e requerem medidas que possam devolver sua condição de estabilidade ambiental. São locais que sofreram inadequadas práticas de uso do solo desde o início de sua ocupação até os dias atuais. É por essa razão que precisam ser recuperadas, por apresentarem grande quantidade de solo exposto, e recobertas por vegetação arbustiva e extrato vegetacional espaçado.

125 124 Para delimitação destas zonas foram considerados principalmente os aspectos geoambientais, integrados as atividades socioeconômicas, as características de cada unidade geoambiental delimitada e a identificação dos principais problemas ambientais que ocorrem na sub-bacia. A verificação desses elementos viabilizou a delimitação das áreas que necessitam passar por uma recuperação ambiental. Na sub-bacia, essas áreas correspondem à parte da vertente Oeste e toda vertente Leste, grande porção da planície fluvial próxima aos núcleos urbanos e nos setores onde a retirada da vegetação ribeirinha provocou impactos ambientais significativos, além da maioria das encostas e entornos dos maciços residuais menos elevados. Essas áreas estão enquadradas como zonas de recuperação ambiental e devem ter seus usos proibidos ou disciplinados para que, através de processos de revitalização das espécies, proteção do solo, preservação dos recursos minerais (areia, argila entre outros), possam recuperar ou equilibrar seu grau de estabilidade natural, saindo de um quadro de ambiente fortemente estável no qual se encontram. Para tanto, devem ser implementadas ações de reflorestamento com espécies características de cada setor, principalmente da oiticica (Licania rígida) nas áreas de várzea, estagnação de práticas agrícolas nesses locais e construção de barreiras naturais de pedras, como ação minimizante às perdas de solo nos locais de existência de ravinamento e voçorocamento. 9.4 Zona de Uso Disciplinado (ZUD) Esta zona prevê o manejo correto dos atributos naturais, tais como solo, vegetação e recursos hídricos, podendo conter formas de ocupações, desde que sejam respeitadas as condições naturais destes locais. Inclui-se como (ZUD), as faixas de várzea do riacho Santana e seus tributários, os arredores de açudes, e toda porção da depressão sertaneja dos municípios de Riacho de Santana, Rafael Fernandes e Água Nova. Todas estas são áreas onde o uso e ocupação devem obedecer algumas restrições, em decorrência

126 125 da alta vulnerabilidade e grau de instabilidade provocada pelos processos pedogenéticos, agricultura de subsistência e pecuária extensiva. Sua delimitação foi realizada a partir do levantamento dos aspectos socioeconômicos, considerando-se as potencialidades e vocações econômicas de cada município, associando as características naturais dos setores, o que permitiu a verificação da adequação da atividade nessas áreas. Dessa forma, essa zona é composta por áreas de relevo plano, com desníveis pequenos a/ou relevo suave ondulado. Nessas áreas podem ser desenvolvidas a expansão urbana, atividades agropecuárias, extrativismo vegetal e mineral, através de estratégias que assegurem e reestabeleçam a conservação da sub-bacia. Para estas áreas, devem ser elaborados planos de manejo e ocupação que proporcionem menor grau de degradação. Como alternativas recomendamos o replantio de espécies da caatinga arbustiva/arbórea, procurar manter as áreas de matas ciliares e de vegetação nativa remanescente, ao menos as dos limites legais, para conservar a biodiversidade local, e controlar a expansão urbana em áreas de relevo acidentado, e próximas a riachos. Este zoneamento é uma tarefa inicial para um planejamento local, sendo um instrumento norteador para ser discutido por gestores municipais, secretarias de meio ambiente e instituições não governamentais ligadas à proteção do meio ambiente. O que se buscou realizar através de sua elaboração foi uma contribuição para o planejamento e a gestão dos recursos da sub-bacia Santana, conciliando as características de seus recursos naturais, as atividades de uso e ocupação de seu espaço, através de um olhar integrador dos elementos que formam esse geossistema. A distribuição das zonas propostas na sub-bacia estão na figura 22 e a síntese com as potencialidades, vulnerabilidades e recomendações encontradas e analisadas em cada zona estão no quadro 07.

127 Figura 24: Mapa da proposta de Zoneamento Ambiental para sub-bacia hidrográfica do riacho Santana Rio Grande do Norte Fonte: Mapeamentos temáticos da área, Imagens Landsat 8 sensor OLI, Classes de uso e cobertura do solo, Novo código florestal brasileiro (2012). Elaborado por Bernardino Costa (2014) 126

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