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5 Para resgatarmos a dignidade humana é necessário que cada um de nós sinta-se ofendido enquanto humanidade toda vez que a dignidade de uma pessoa é violada, afastando por completo a ideia de que esta possa ser uma violação singular. (Paulo Abraão) Às Educadoras e Educadores, A Secretaria Municipal de Educação, em seu Projeto Político-Pedagógico, vem ao longo dos anos construindo uma educação que valoriza a formação integral, considerando as várias dimensões humanas. Nesse sentido, busca trazer as temáticas constitutivas dos sujeitos histórico-sociais para o espaço escolar. Tais temáticas estão presentes na Proposta Curricular Quadro de Saberes Necessários (QSN), o qual explicita e privilegia a leitura de mundo e a responsabilidade em transformá-lo, propiciando aos(às) educandos(as) o exercício de sua cidadania, de sua identidade, de modo a favorecer a garantia dos direitos humanos e o combate a toda forma de violência. Nessa perspectiva, a presente publicação aborda questões relacionadas às várias formas de violência, com o objetivo de possibilitar aos(às) educadores(as) a sensibilização para o tema, e contribuir no desenvolvimento de uma proposta pedagógica inclusiva que assegure mudanças nas relações desiguais de poder, geradoras de desigualdades sociais, por meio do estabelecimento de um bom nível de relações de amizade, solidariedade e laços afetivos, sociais e políticos. Este Livro aborda a conceituação a respeito das violências, apresenta o documento que será adotado pela Rede Municipal para o Registro Escolar da Violência Doméstica e Sexual contra Criança e Adolescente, como também os Sinalizadores de Direitos Humanos (SDH), a fim de assegurar e defender a integridade física, intelectual, emocional e moral de crianças e adolescentes, a partir da comunicação visual.

6 Compreendemos a complexidade da temática e sabemos que a construção deste trabalho não se faz sozinho, sendo necessária a articulação entre sujeitos e setores sociais diversos e, portanto, com saberes, poderes e vontades diversas, para enfrentar problemas complexos (MOYSÉS, 2004). Esperamos que a presente publicação possa ampliar o conhecimento dos(as) educadores(as) em relação a essa temática, e que todos(as) possam atuar de forma a construir uma articulação junto à comunidade escolar e em parceria com outros atores, numa rede ampla e articulada de proteção e garantia de direitos, contribuindo, assim, para a implementação de políticas públicas e ações estratégicas para a prevenção de violências contra crianças, adolescentes e jovens de nossa cidade. Prof.ª Neide Marcondes Garcia Secretária Municipal de Educação Maio de 2012

7 Introdução... Marcos LegaIs... responsabilidade da escola diante da violação dos direitos das crianças e adolescentes... violência e vulnerabilidade... definição de violências... - Violência Intrafamiliar... - Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes... - Formas da Violência Sexual... formando o olhar do educador para IdentIfIcar a violência doméstica e o abuso sexual... IndIcadores de violências... - Violência Física... - Violência Psicológica... - Negligência/Abandono... - Violência Sexual

8 MItos e realidades sobre o abuso sexual... por que a escola deve notificar às autoridades casos de suspeita ou ocorrência de violências?... notificando suspeitas ou ocorrências de violências... como acolher a criança e proteger sua IdentIdade?... o que fazer... registro escolar da violência IntrafaMILIar e sexual contra crianças e adolescentes... sinalizadores de direitos humanos... serviços de referência no MunIcípIo de guarulhos... referências bibliográficas

9 As violências contra a criança e o adolescente representam um grave problema social. Elas acompanham a trajetória da humanidade, manifestando-se de múltiplas formas, nos diferentes momentos históricos, sociais e culturais. O processo histórico permite visualizar como crianças e adolescentes foram, ao longo do tempo, envolvidos em relações de agressões e maus-tratos por diversas instituições sociais (família, escola, igreja, etc.). No Brasil, as gradativas transformações socioculturais, incluindo a caracterização desse grupo social como sujeitos de direitos, exigiram a mobilização de diferentes segmentos da sociedade pública e civil, culminando com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em Para a materialização dos princípios da prioridade absoluta e da proteção integral dos direitos da criança e do adolescente, a Constituição Federal e o ECA criaram um Sistema de Garantia de Direitos que se apoia em três eixos: promoção de direitos, defesa e controle e efetivação do direito. Promoção dos Direitos: operacionaliza-se pelo desenvolvimento da política dos direitos da criança e do adolescente, prevista no artigo 86 do ECA, que integra o âmbito maior da política de promoção e proteção dos direitos humanos. Fazem parte deste eixo todas as políticas públicas, especialmente as políticas sociais que, por meio de programas, serviços e ações públicas, devem garantir a todo o segmento a satisfação das necessidades básicas como garantia de direitos humanos e, ao mesmo tempo, como um dever do Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 9

10 Estado, da família e da sociedade (art. 14). Constam, portanto, deste eixo, ações preventivas, interventivas, protetivas e socioeducativas, instituindo a Assistência Social como política pública fundamental para a promoção de direitos. Defesa: caracteriza-se pela garantia de acesso à justiça, ou seja, pelo recurso às instâncias públicas e mecanismos jurídicos de proteção legal dos direitos humanos, gerais e especiais, da infância e da adolescência, para assegurar sua exigibilidade em concreto (art. 6º). Situa-se aqui a atuação do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Segurança Pública, dos Conselhos Tutelares, entre outros. Controle e Efetivação do Direito: realiza-se pelas instâncias públicas colegiadas próprias, nas quais se assegure a paridade e participação de órgãos governamentais e de entidades sociais (art. 21). Caracterizam tais instâncias os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, os diversos Conselhos de formulação e controle das políticas públicas (Conselho de Assistência Social, Educação, Saúde, entre outros) e os órgãos e os poderes de controle interno e externo definidos nos artigos que vão do 70 ao 75 da Constituição Federal (contábeis, financeiros e orçamentários). Além disso, de forma geral, o controle social é exercido soberanamente pela sociedade civil, por meio das suas organizações e articulações representativas. Combater a teia de violência que, muitas vezes, começa dentro de casa e em locais que deveriam abrigar, proteger e socializar as pessoas é uma tarefa que somente poderá ser exercida pela mobilização social, por políticas públicas intersetoriais e pela criação de rede de proteção integral. Entende-se a escola como um espaço privilegiado para a construção da cidadania, onde um convívio harmonioso deve ser capaz de garantir o respeito aos Direitos Humanos e educar a todos, no sentido de evitar as manifestações de violências, ampliando sua responsabilidade social. Desde 2010, a Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/Campus Guarulhos), vem desenvolvendo o curso Escola que Protege (MEC/SECADI), cujo objetivo é compartilhar, com educadores, educadoras e outros profissionais, informações relativas às diferentes 10 Secretaria Municipal de Educação

11 formas de violência a que estão submetidas nossas crianças e adolescentes, visando subsidiar ações práticas de enfrentamento às violências no contexto escolar e social, tendo o ECA como referência. A Rede de Proteção Integral, prevista no ECA, depende, para sua constituição, de um processo participativo, democrático, negociado e não impositivo. Todos os participantes devem aderir a ela e atuar conscientemente como parte do conjunto. Sua constituição se dá como elaboração coletiva e adesão consciente a um projeto de ação comum. Por sua própria definição, a Rede não é um projeto da Prefeitura ou das ONGs ou de qualquer outro ator isolado: é um organismo em que todos participam e em que todos decidem. É uma organização horizontal. Com o intuito de fortalecer esta Rede de Proteção, as Secretarias de Educação, Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social de Guarulhos iniciaram discussões com o objetivo de construir uma ação intersetorial, na região do bairro Água Chata/Pimentas, envolvendo os representantes dos diversos equipamentos de garantia dos direitos, como escolas, Unidades Básicas de Saúde, Centro de Referência de Assistência Social e Conselho Tutelar do bairro dos Pimentas. Salientamos, por fim, que o propósito maior desta publicação é contribuir com a discussão para uma educação cada vez mais inclusiva na escola, como objeto de diálogo entre educadores na Hora-Atividade das Escolas da Prefeitura, para, com isso, fazer frente a todas as formas de violência e violação de direitos de crianças e adolescentes. Com a garantia de que esse é um passo fundamental para uma real humanização, acreditamos que cabe a todos nós garantir as condições fundamentais para o desenvolvimento pleno dos educandos. Secretaria Municipal de Educação Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 11

12 Foto: Maurício Burim/SE

13 Marcos LegaIs Resgatando as diferentes formas de ver a criança no decorrer da história, os marcos legais e a atuação dos poderes públicos e da sociedade no sentido de protegê-la, pode-se contextualizar uma trajetória que, embora tenha acumulado conquistas significativas, ainda tem limites que precisam ser superados pela via da mobilização de uma Rede de Proteção Integral e da efetivação de políticas públicas. Para apresentar um panorama geral desses movimentos, resgatamos os principais marcos das legislações que hoje protegem crianças e adolescentes: art. 227 (constituição federal) É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 4º - A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. Refletindo a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança de 1989, essa proteção está expressa no ECA, nos artigos: art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. art. 13 Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (negrito nosso) art. 15 A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. art. 56 Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conse- Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 13

14 lho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência. art. 245 Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança e adolescente: Pena multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. (negrito nosso) Lei nº , de 25 de setembro de 2007, acrescenta 5º ao art. 32 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental. (negrito nosso) Lei Municipal nº 6.568, de 5 de outubro de 2009, institui nas escolas a campanha de combate a violência, conhecida como bullying. Art. 1º Fica o Poder Executivo responsável por instituir a Campanha de Combate a Violência, conhecida como bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas municipais e privadas, no Município de Guarulhos. Parágrafo único. Entende-se por bullying atitudes de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, praticadas por um indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Lei Municipal nº 6.763, de 22 de novembro de 2010, estabelece o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que educacionais e/ou pedagógicos, no lar, na escola, em instituição de atendimento público ou privado ou em locais públicos. 14 Secretaria Municipal de Educação

15 Foto: Vanda Martins/SE

16 Foto: Maurício Burim/SE

17 responsabilidade da escola diante da violação dos direitos das crianças e adolescentes A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos. (Paulo Freire) A escola, como espaço de vida, precisa abrir-se ao mundo, dispondo-se a apreendê-lo e a modificá-lo. Temos de assumir o compromisso de buscar caminhos para essa transformação. O educando que queremos formar será participante e consciente da importância da leitura do mundo e de sua responsabilidade em transformá-lo. Desse modo, a escola é um espaço de ampliação da experiência humana, devendo, para tanto, considerar as experiências cotidianas das crianças e adolescentes, trazer novas informações e possibilitar o acesso aos conhecimentos acumulados historicamente. O currículo se torna, assim, um instrumento de formação humana. No QSN, a temática a respeito da garantia de direitos das crianças e adolescentes e a prevenção às diversas formas de violências estão inseridas nos eixos Autonomia e Identidade, Interação Social e Natureza e Sociedade, dos quais destacamos alguns saberes: Diferenciar os comportamentos saudáveis dos prejudiciais, para si mesmo e para os outros (sexuais, uso de drogas, violência física, psíquica, etc.). Reconhecer a importância de buscar esclarecimentos e informações sobre a sexualidade: na escola, na família ou com um profissional especializado. Defender-se de vínculos nos quais se sinta manipulado e/ou explorado. Reconhecer a importância do consentimento mútuo para as trocas afetivas (toques, aperto de mão, abraços, beijos) correspondentes aos diferentes Tempos da Vida, esclarecendo e prevenindo o abuso sexual. Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 17

18 Perceber a importância e a necessidade de relacionar-se eticamente com os outros, não aceitando qualquer forma de violência (verbal, física e psicológica) presenciada ou vivida (por exemplo: violência doméstica, bullying, exploração sexual, homofobia, entre outras). Conhecer e compreender que os cidadãos brasileiros têm direitos e deveres. Conhecer a situação das crianças que trabalham no Brasil e compreender o processo de construção das leis, refletindo sobre seus direitos e deveres (ECA). Conhecer a existência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) que regem o Estado Democrático de Direito Brasileiro. Conhecer e refletir sobre as desigualdades sociais presentes no Brasil. Nessa perspectiva, a escola deve desenvolver uma proposta pedagógica inclusiva e respeitosa da diversidade humana, e criar um ambiente que leve as crianças e adolescentes a desenvolverem um bom nível de autoestima e de relações de amizade com seus companheiros. A escola pode promover o acolhimento das crianças e adolescentes que estão sendo vítimas de algum tipo de violação de direitos, na medida em que conhece mais a respeito do assunto e inclui em suas práticas pedagógicas outras formas de intervenção que contemplem as várias linguagens: como o teatro, a dança, as artes plásticas, as línguas como forma de expressão humana e como possibilidade de mediação da escola/educador(a), para que essa temática seja trabalhada. Além de propiciar ambiente adequado ao tratamento dessa questão nas escolas, os(as) educadores(as) também podem promover reflexões junto à comunidade e outros parceiros sobre a importância do enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes. 18 Secretaria Municipal de Educação

19 violência e vulnerabilidade Um bom começo para compreendermos a questão da violência é conceituar o problema, analisando a forma como ele está sendo tratado. Conceituar é explicar a natureza do fenômeno em estudo, e um mesmo fenômeno pode ser explicado segundo diferentes teorias, diferentes olhares. Atualmente, no Brasil, o marco teórico adotado para conceituar as violências contra crianças e adolescentes tem por base a teoria do poder. Assim, a violência sexual contra crianças e adolescentes também tem sua origem nas relações desiguais de poder, que se traduzem na dominação de gênero, classe social e faixa etária, sob o ponto de vista histórico e cultural, contribuindo para a manifestação de abusadores e exploradores. A vulnerabilidade própria da criança, sua dificuldade de resistir aos ataques e o fato de a eventual revelação do crime não representar grande perigo para quem o comete são algumas das condições que favorecem sua ocorrência. Todo poder implica a existência de uma relação, mas nem todo poder está associado à violência. O poder é violento quando se caracteriza como uma relação de força de alguém que a tem e que a exerce visando alcançar objetivos e obter vantagens (dominação, prazer sexual, lucro) previamente definidas. A relação violenta, por ser desigual, estrutura-se num processo de dominação, por meio do qual o dominador, utilizando-se de coação e agressões, faz do dominado um objeto para seus ganhos. A relação violenta nega os direitos do dominado e desestrutura sua identidade. O poder violento é arbitrário ao ser autovalidado por quem o detém e se julga no direito de criar suas próprias regras, muitas vezes contrárias às normas legais. Segundo Faleiros (1998), violência, aqui, não é entendida como ato isolado, psicologizado pelo descontrole, pela doença, pela patologia, mas como um desencadear de relações que envolvem a cultura, o imaginário, as normas, o processo civilizatório de um povo. Outro conceito importante é o de vulnerabilidade, que pode ser compreendida como a chance de exposição das pessoas ao adoecimento, e, também, como a resultante de um conjunto de aspectos não apenas individuais, mas também Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 19

20 coletivos e contextuais, que estão relacionados com a maior suscetibilidade ao adoecimento e, ao mesmo tempo, com a maior ou menor disponibilidade de recursos de proteção. Sendo assim, as diferentes situações de vulnerabilidade dos sujeitos individuais e coletivos podem ser particularizadas pelo reconhecimento de três componentes interligados: o individual, o social e o programático ou institucional (AYRES et al., 2003). No plano pessoal, a vulnerabilidade está associada a comportamentos que criam a oportunidade de se infectar e/ou adoecer e estar exposto a situações de risco. Depende, portanto, do grau e da qualidade da informação sobre o problema de que os indivíduos dispõem, da sua capacidade de elaborar essas informações e incorporá-las ao seu repertório cotidiano e, também, das possibilidades efetivas de transformar suas práticas. O grau de consciência que os indivíduos têm dos possíveis danos decorrentes de comportamentos associados à maior vulnerabilidade precisa ser considerado, mas a mudança de comportamentos não é compreendida como decorrência imediata da vontade dos indivíduos. Conhecimentos e comportamentos têm significados e repercussões muito diversos na vida das pessoas, dependendo de uma combinação, sempre singular, de características individuais, contextos de vida e relações interpessoais que se estabelecem no dia a dia. Por isso, não é possível dizer que uma pessoa é vulnerável. Só é possível dizer que uma pessoa está (mais ou menos) vulnerável a um determinado problema, em um determinado momento de sua vida. No plano institucional, a vulnerabilidade está associada à existência de políticas e ações organizadas para enfrentar o problema da violência. Pode ser avaliada a partir de aspectos como: a) compromisso das autoridades com o enfrentamento do problema; b) ações efetivamente propostas e implantadas; c) integração dos programas e ações desenvolvidos nos diferentes setores como saúde, educação, bem-estar social, trabalho, etc.; e d) sintonia entre programas implantados e as aspirações da sociedade. Quanto maiores forem o compromisso, a integração e o monitoramento dos programas de prevenção e atenção à saúde, maiores serão as chances de canalizar os recursos, de otimizar seu uso e de fortalecer as instituições e a sociedade frente à violência. No plano social, a vulnerabilidade está relacionada a aspectos sociais, políticos e culturais combinados: acesso a informações, grau de escolaridade, disponibilida- 20 Secretaria Municipal de Educação

21 de de recursos materiais, poder de influenciar decisões políticas, possibilidades de enfrentar barreiras culturais, etc. A vulnerabilidade social pode ser entendida, portanto, como um espelho das condições de bem-estar social, que envolvem moradia, acesso a bens de consumo e graus de liberdade de pensamento e expressão. Quanto menor a possibilidade de interferir nas instâncias de tomada de decisão, maior a vulnerabilidade dos cidadãos. Para avaliar o grau de vulnerabilidade social é necessário conhecer a situação de vida das coletividades. Fatores externos constituem uma poderosa influência sobre o modo como crianças, adolescentes e jovens pensam e se comportam o meio em que eles vivem, os veículos de comunicação de massa, a indústria do entretenimento, as instituições comunitárias e religiosas e o sistema legal e político constituem tais fatores. De outro lado, estão as necessidades de grande importância para o desenvolvimento desse segmento, representadas pelo acesso à educação formal, aos serviços de saúde, às atividades recreativas, ao desenvolvimento vocacional e às oportunidades de trabalho. Muito frequentemente, a pobreza priva o adolescente e o jovem de tais acessos. Acresce-se, ainda, a exposição da criança e mais particularmente do adolescente e do jovem aos riscos associados à violência física, aos distúrbios sociais, às migrações e aos conflitos armados. Também podemos enfatizar a curiosidade de quem está descobrindo o mundo e, às vezes, sente o desejo de experimentar tudo o que se apresenta como novo. Tal situação, na qual se imbricam fatores biológicos e psicológicos, culturais, socioeconômicos e políticos, podem aumentar a vulnerabilidade desse segmento populacional aos mais diversificados agravos, especialmente em situações em que não haja a garantia dos direitos de cidadania. definição de violências violência IntrafaMILIar A violência intrafamiliar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimen- Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 21

22 to de outro membro da família. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consanguinidade, e em relação de poder referente à outra. O conceito de violência intrafamiliar não se refere apenas ao espaço físico onde a violência ocorre, mas também às relações em que se constrói e se efetua. A violência doméstica distingue-se da violência intrafamiliar por incluir outros membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico. Incluem-se aí empregados(as), pessoas que convivem esporadicamente, agregados, etc. A violência intrafamiliar expressa dinâmicas de poder/afeto, nas quais estão presentes relações de subordinação-dominação. Nessas relações (homem/mulher, pais/filhos, diferentes gerações, entre outras), as pessoas estão em posições opostas, desempenhando papéis rígidos e criando uma dinâmica própria, diferente em cada grupo familiar. violência doméstica contra crianças e adolescentes A violência doméstica se caracteriza como: todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e ou adolescentes que, sendo capaz de causar à vítima dor ou dano de natureza física, sexual e/ou psicológica, implica, de um lado, uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto. De outro, leva à coisificação da infância, isto é, a uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento (AzEVEDO; GUERRA, 1998). Alguns profissionais preferem denominar esse fenômeno sob a terminologia de maus-tratos, embora atualmente essa definição esteja sujeita a críticas de vários estudiosos porque faz supor que a maus-tratos se contrapõem os bons-tratos. Tanto os maus-tratos quanto a violência doméstica contra crianças e adolescentes podem ser agrupados em seis tipos, segundo sua natureza: negligência, abandono, violência psicológica, violência física, violência sexual e abuso sexual. 22 Secretaria Municipal de Educação

23 negligência: é uma forma de violência caracterizada por ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para seu desenvolvimento sadio. Pode significar omissão, em termos de cuidados diários básicos como alimentação, cuidados médicos, vacinas, roupas adequadas, higiene, educação e/ou falta de apoio psicológico e emocional. abandono: é uma forma de violência muito semelhante à negligência. Segundo o Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (CLAVES), o abandono se caracteriza pela ausência do responsável pela criança ou adolescente na educação e nos cuidados. O abandono parcial é a ausência temporária dos pais, expondo a criança a situações de risco. O abandono total é o afastamento do grupo familiar, ficando as crianças sem habitação, desamparadas e expostas a várias formas de perigo. violência psicológica: é um conjunto de atitudes, palavras e ações para envergonhar, censurar e pressionar a criança de modo permanente. Ela ocorre quando xingamos, rejeitamos, isolamos, aterrorizamos, exigimos demais das crianças e dos adolescentes, ou mesmo quando os utilizamos para atender a necessidades dos adultos. Apesar de ser extremamente frequente, essa modalidade de violência é uma das mais difíceis de serem identificadas e podem trazer graves danos ao desenvolvimento emocional, físico, sexual e social da criança (ABRAPIA, 1997; CRAMI, 2000). violência física: caracterizada como todo ato violento com uso da força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou adolescente, que pode ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa, deixando ou não marcas evidentes no corpo e podendo provocar inclusive a morte. Pode ser praticada por meio de tapas, beliscões, chutes e arremessos de objetos, o que causa lesões, traumas, queimaduras e mutilações. violência sexual: consiste não só numa violação à liberdade sexual do outro, mas também numa violação dos direitos humanos da criança e do adolescente. É praticada sem o consentimento da pessoa vitimizada. Quando cometida contra a criança, constitui crime ainda mais grave. A violência sexual é todo ato ou jogo sexual com intenção de estimular sexualmente a criança ou o adolescente, Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 23

24 visando utilizá-los para obter satisfação sexual, em que os autores da violência estão em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou adolescente. Abrange relações homo ou heterossexuais. Pode ocorrer em uma variedade de situações como estupro, incesto, assédio sexual, exploração sexual, pornografia, pedofilia, manipulação de genitália, mamas e ânus, até o ato sexual com penetração, imposição de intimidades, exibicionismo e voyeurismo (obtenção de prazer sexual por meio da observação). É predominantemente doméstica, especialmente na infância. abuso sexual: é descrito como toda situação em que uma criança ou adolescente é usado(a) para gratificação sexual de pessoas mais velhas. O uso do poder, pela assimetria entre abusador e abusado, é o que mais caracteriza esta situação. O abusador se aproveita do fato de a criança ter sua sexualidade despertada para consolidar a situação de acobertamento. A criança se sente culpada por sentir prazer e isso é usado pelo abusador para conseguir o seu consentimento (ABRAPIA, 2002). abuso sexual intrafamiliar Também chamado de abuso intrafamiliar incestuoso, é qualquer relação de caráter sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente ou entre um adolescente e uma criança, quando existe um laço familiar (direto ou não) ou relação de responsabilidade (COHEN, 1993; ABRAPIA, 2002). Na maioria dos casos, o autor da agressão é uma pessoa que a criança conhece, ama ou em quem confia. O abusador quase sempre possui uma relação de parentesco com a vítima e tem certo poder sobre ela, tanto do ponto de vista hierárquico e econômico (pai, mãe, padrasto), como do ponto de vista afetivo (avós, tios, primos e irmãos). Nem toda relação incestuosa é abuso sexual, por exemplo, quando ela se realiza entre adultos da mesma idade e mesma família sem o emprego de força física ou coerção emocional e psicológica. Mas a relação incestuosa com uma criança ou adolescente é considerada abuso sexual, mesmo quando ocorre sem uso de força física. 24 Secretaria Municipal de Educação

25 abuso sexual extrafamiliar É um tipo de abuso sexual que ocorre fora do âmbito familiar. Também aqui o abusador é, na maioria das vezes, alguém que a criança conhece e em quem confia: vizinhos ou amigos da família, educadores, responsáveis por atividades de lazer, médicos, psicólogos e psicanalistas, padres e pastores. Eventualmente, o autor da agressão pode ser uma pessoa totalmente desconhecida. Os exemplos são os casos de estupro em locais públicos. abuso sexual em instituições de atendimento à criança e ao adolescente É uma modalidade de abuso similar aos tipos já mencionados. Ocorre dentro das instituições governamentais e não governamentais encarregadas de prover, proteger, defender, cuidar de crianças e adolescentes e lhes aplicar medidas socioeducativas e que dispensem atendimento psicossocial, educacional, saúde e outros espaços de socialização. Pode ocorrer entre as próprias crianças e/ou adolescentes ou entre estas/estes e profissionais da instituição. Quando ocorre entre as próprias crianças e adolescentes, os recém-chegados são forçados a se submeter sexualmente a grupos de adolescentes mais velhos e antigos na instituição que dominam o território e o poder local. No caso da prática sexual entre funcionários e internos, a violência sexual aparece não como uma atividade de prazer, mas como uma atividade do poder instituído, que submete a vítima aos caprichos de quem detém o poder. Desse modo, são reproduzidas as relações de poder e dominação existentes na sociedade (SANTOS, 2004). formas da violência sexual 1) abuso sexual sem contato físico São práticas sexuais que não envolvem contato físico: O assédio sexual caracteriza-se por propostas de relações sexuais. Baseia-se, na maioria das vezes, na posição de poder do agente sobre a vítima, que é chantageada e ameaçada pelo autor da agressão. Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 25

26 O abuso sexual verbal pode ser definido por conversas abertas sobre atividades sexuais destinadas a despertar o interesse da criança ou do adolescente ou a chocá-los (ABRAPIA, 2002). Os telefonemas obscenos são também uma modalidade de abuso sexual verbal. A maioria deles é feita por adultos, especialmente do sexo masculino. Podem gerar muita ansiedade na criança, no adolescente e na família (ABRAPIA, 2002). Quanto à internet, as redes sociais e as salas de bate-papo são o principal passatempo das quase 9 milhões de crianças brasileiras que navegam pela rede. Alguns comportamentos virtuais preocupam os pais, principalmente em relação aos crescentes casos de pedofilia. Cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil. Destes, 52% tratam de crimes contra crianças de 9 a 13 anos, e 12% dos sites de pedofilia expõem crimes contra bebês de zero a três meses de idade, com fotografias. A pedofilia, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é definida como a preferência sexual por crianças pré-púberes ou no início da puberdade. A pedofilia, por si só, não é um crime, mas sim um estado psicológico e um desvio sexual. A pessoa pedófila passa a cometer um crime quando, baseada em seus desejos sexuais, comete atos criminosos, como abusar sexualmente de crianças ou divulgar/produzir pornografia infantil. Tal desejo sexual é duradouro. O uso do termo pedofilia para descrever criminosos que cometem atos sexuais com crianças é visto como errôneo, especialmente quando tais indivíduos são vistos de um ponto de vista clínico. A maioria dos crimes envolvendo atos sexuais contra crianças são realizados por pessoas que não são clinicamente pedófilas (mas realizaram o ato por outras razões, como para aproveitar-se da vulnerabilidade da vítima), e que não sentem atração sexual primária por crianças. Nem todos que distribuem a pornografia infantil na internet são abusadores, exploradores sexuais ou pedófilos. Os agentes criminosos, que variam de simples usuários de rede aos pedófilos, no sentido estrito, distribuem a pornografia infantil pelos mais diversos motivos, que vão desde a mera diversão até a manifestação da prática real do abuso sexual. O exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar diante da criança ou do adolescente ou no campo de visão deles. A experiência, contudo, 26 Secretaria Municipal de Educação

27 pode ser assustadora para algumas crianças e adolescentes (ABRAPIA, 2002). O voyeurismo é o ato de observar fixamente atos ou órgãos sexuais de outras pessoas, quando elas não desejam ser vistas, e obter satisfação com essa prática. A experiência pode perturbar e assustar a criança e o adolescente (ABRAPIA, 2002). Nas relações sexuais entre adultos, o voyeurismo pode ser uma prática sexual consentida. A pornografia é a exposição de pessoas com suas partes sexuais visíveis ou práticas sexuais entre adultos, adultos e crianças, entre crianças ou entre adultos com animais, em revistas, livros, filmes e, principalmente, na internet. Nem sempre envolve ato sexual: o crime pode ser caracterizado por cenas de nudez de crianças e adolescentes que tenham conotação pornográfica. Essa forma de abuso também pode ser enquadrada como exploração sexual comercial, uma vez que, na maioria dos casos, o objetivo da exposição da criança ou do adolescente é a obtenção de lucro financeiro. 2) abuso sexual com contato físico São atos físico-genitais que incluem carícias nos órgãos genitais, tentativas de relações sexuais, masturbação, sexo oral, penetração vaginal e anal. O atentado violento ao pudor consiste em constranger alguém a praticar atos libidinosos, utilizando violência ou grave ameaça. Aqui, seria forçar a criança ou o adolescente a praticar tais atos ou forçá-los a permitir a prática de tais atos, que podem ser masturbações e/ou toque em partes íntimas, sexo anal e oral. O estupro é ter com uma pessoa relação sexual de qualquer natureza ou utilizar objeto com este fim, sem seu consentimento ou com o emprego de violência, constrangimento ou grave ameaça. A defloração anal de homens e mulheres, sexo oral forçado, bem como a utilização de objetos com a finalidade de abuso sexual caracterizam tal prática. A Lei nº /2009, que versa sobre Crimes contra a Dignidade Sexual, considera como crime de estupro de vulnerável, independentemente do sexo da vítima, qualquer tipo de relacionamento sexual (conjunção carnal ou outro ato libidinoso) com crianças e adolescentes com idade inferior a 14 anos. É crime também a prática de tais atos diante de menores de 14 anos ou a indução a presenciá-los. Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 27

28 Há duas facetas da violência sexual, que se inter-relacionam e precisam ser entendidas em suas especificidades: o abuso sexual, que já descrevemos neste material e a exploração sexual, além de outras. exploração sexual: compreende o abuso sexual praticado por adultos e a remuneração em espécie ao menino ou menina e a uma terceira pessoa ou várias. A criança é tratada como objeto sexual e mercadoria. A exploração sexual comercial de crianças constitui uma forma de coerção e violência contra crianças, que pode implicar trabalho forçado e forma contemporânea de escravidão, conforme consta na Declaração de Estocolmo (1998), aprovada no I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, realizado em Estocolmo no ano de turismo sexual: orientado para exploração sexual, caracteriza-se, por um lado, pela organização de excursões turísticas com fins não declarados de proporcionar prazer sexual para turistas estrangeiros ou de outras regiões do país e, por outro lado, pelo agenciamento de crianças e adolescentes para oferta de serviços sexuais. Tráfico de pessoas: para fins de exploração sexual de crianças e adolescentes, é uma das modalidades mais perversas de exploração sexual. A prática envolve atividades de cooptação e/ou aliciamento, intercâmbio, recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. trabalho infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade menor do que 15 anos. É um tipo de trabalho excessivo, caracterizado como aquele que supera as forças físicas ou mentais da vítima, ou que produz fadiga anormal; é trabalho impróprio para as condições orgânicas da vítima, segundo a idade ou sexo. Em qualquer das hipóteses, o referencial para a análise é a própria vítima, levando-se em conta seu condicionamento físico, capacidade mental, sua força muscular, sua idade e sexo. 28 Secretaria Municipal de Educação

29 Foto: Maurício Burim/SE

30 Foto: Maurício Burim/SE

31 formando o olhar do educador para IdentIfIcar a violência doméstica e o abuso sexual As crianças e adolescentes avisam de diversas maneiras, quase sempre não verbais, as situações de maus-tratos e abuso sexual. Reunimos os principais sinais da ocorrência de abuso para ajudar o educador a enxergar essa situação e agir sobre ela. Contudo, é importante lembrar que as evidências de ocorrência de violência sexual são compostas não só por um, mas por um conjunto de indicadores apresentados pela criança e listados abaixo. Se o(a) educador(a) desconfia que uma criança está sofrendo violência sexual, mesmo que seja apenas suspeita, ele(a) deve conferir. Em caso de indecisão, peça a opinião de seus colegas de trabalho. Lembre-se sempre, porém, de proteger a identidade da criança. O(a) educador(a) também pode discutir suas opiniões e ações com profissionais de outras áreas como médicos, advogados, psicólogos, assistentes sociais, conselheiros tutelares que compõem a rede intersetorial. É importante ressaltar que a presença isolada de um dos indicadores não é significativa para a interpretação da presença de violências contra crianças e adolescentes. Bom conhecimento das principais características das diferentes fases do desenvolvimento infantil ajuda a esclarecer se o comportamento da criança/adolescente é indicativo de violências. Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 31

32 IndIcadores de violências violência física Indicadores físicos da Criança/Adolescente Presença de lesões físicas que não se ajustem à causa alegada; ocultamento de lesões antigas; hematomas e queimaduras em diferentes estágios de cicatrização; contusões em partes do corpo que geralmente não são sofridas com quedas habituais. Indicadores Comportamentais da Criança/Adolescente Medo dos pais e/ou responsáveis; alega causas pouco viáveis às lesões; fugas do lar; baixa autoestima, considerando-se merecedor das punições; diz ter sofrido violência física; comportamento agressivo com colegas; desconfia de contato com adultos; está sempre alerta, esperando que algo ruim aconteça. Indicadores a respeito das famílias - Como explica as lesões sofridas pela criança? - Como descreve a criança? - Como é a forma de impor limites? - Quais as expectativas que têm em relação à criança? - Como é a relação com o professor? violência psicológica Indicadores físicos da Criança/Adolescente Problemas de saúde sem causa orgânica: distúrbios da fala, distúrbios do sono, afecções cutâneas, disfunções físicas em geral. Obs.: Por se tratar de violência que fere o psiquismo e não a integridade física da criança, as sequelas são preponderantemente emocionais. Quando há indicadores físicos, estes são resultantes de um quadro de psicossomatização. Indicadores Comportamentais da Criança/Adolescente Isolamento social; carência afetiva; baixo conceito de si próprio; regressão a comportamentos infantis (também pode ser indicador de outros problemas emocionais que não a violência); submissão e apatia; dificuldades e problemas escolares, mas sem limitações cognitivas e intelectuais; tendência suicida. Indicadores a respeito das famílias - Como é a demonstração de afeto entre os membros da família? - Como se referem à criança? - Como são as expectativas em relação à criança? 32 Secretaria Municipal de Educação

33 negligência / abandono Indicadores físicos da Criança/Adolescente Padrão de crescimento deficiente; vestimenta inadequada ao clima; necessidades não atendidas, como higiene, alimentação, educação (evasão escolar), saúde (vacinas atrasadas, por exemplo); fadiga constante; criança sofre frequentemente acidentes (pela falta de cuidados por parte de um adulto); pouca atividade motora (falta de estimulação). Indicadores Comportamentais da Criança/Adolescente Criança desenvolve atividades impróprias para a idade: é responsável pelos serviços domésticos, cuidados com irmãos menores, etc. (é comum a criança ser considerada madura e precoce, mas o fato é que está assumindo responsabilidades de adulto); isolamento social; carência afetiva; falta de concentração e atenção provocadas pela fadiga e necessidades não atendidas. Indicadores a respeito das famílias - Como se dá a relação da família com a escola? - Participam de atividades, reuniões ou outras formas de interação? - Como lidam com as questões de saúde da criança? - Quais os cuidados que demonstram em relação às questões de higiene e aparência pessoal? Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 33

34 violência sexual Indicadores físicos da Criança/Adolescente Dor ou inchaço na área genital ou anal a ponto de causar, inclusive, dificuldade de caminhar e sentar; secreções na vagina ou no pênis; infecções urinárias; doenças sexualmente transmissíveis; comprometimento no controle das fezes e urina; dificuldades e doenças emocionais; roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue. Indicadores Comportamentais da Criança/Adolescente Apresenta comportamento sexual inadequado à idade; fugas de casa; não confia em adultos, apresentando sentimento de medo; vergonha excessiva; ideias ou tentativas de suicídio; autoflagelação; depressão; sentimento de culpa; baixa autoestima; expressão de afeto sensualizado ou mesmo certo grau de provocação erótica, inapropriado para uma criança; desenvolvimento de brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos; masturbar-se compulsivamente; desenhar órgãos genitais com detalhes e características além de sua capacidade etária; medo ou mesmo pânico de certa pessoa ou sentimento generalizado de desagrado quando a criança é deixada sozinha em algum lugar com alguém; mudanças extremas, súbitas e inexplicadas no comportamento, como oscilações no humor entre retraída e extrovertida; regressão a comportamentos infantis. Indicadores a respeito das famílias - Como é o contato da família com a escola e com outros espaços de socialização? - Quais são as características dos familiares? - Como lidam com as questões de sexualidade? - Esclarecem as dúvidas das crianças? 34 Secretaria Municipal de Educação

35 O surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens que estão além das possibilidades financeiras da criança/adolescente e da família, pode ser indicador de favorecimento e/ou aliciamento. Se isso ocorre com várias crianças da mesma sala ou série/ano, pode indicar ação de algum abusador na região. MItos e realidades sobre o abuso sexual Mitos O estranho representa perigo maior para crianças e adolescentes. O autor do abuso sexual é psicopata, tarado que todos reconhecem na rua, depravado sexual, homem mais velho e alcoólatra, homossexual ou retardado mental. O pedófilo tem características próprias que o identificam. A criança mente e inventa que é abusada sexualmente. Se uma criança ou adolescente consente é porque deve ter gostado. Só quando ela disser não é que fica caracterizado o abuso. O abuso sexual, na maioria dos casos, ocorre longe da casa da criança ou do adolescente. É fácil identificar o abuso sexual em razão das evidências físicas encontradas nas crianças e adolescentes. Realidades Estranhos são responsáveis por pequeno percentual dos casos registrados. Na maioria das vezes, entre 85% a 90% dos casos, crianças e adolescentes são sexualmente abusados por pessoas que já conhecem, como pai ou mãe, parentes, vizinhos, amigos da família, colegas de escola, babá, professor(a) ou médico(a). Os crimes sexuais são praticados em todos os níveis socioeconômicos, religiosos e étnicos. Na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e queridas pelas crianças e pelos adolescentes. A maioria dos agressores é heterossexual e mantém relações sexuais com adultos. Do ponto de vista da aparência física, o pedófilo pode ser qualquer pessoa. Raramente a criança mente. Apenas 6% dos casos são fictícios e, nessas situações, trata-se, em geral, de crianças maiores que objetivam alguma vantagem. O autor da agressão sexual tem inteira responsabilidade pela violência sexual, qualquer que seja a forma por ele assumida. O abuso ocorre, com frequência, dentro ou perto da casa da criança ou do abusador, que, normalmente, procura locais em que a criança/adolescente estará completamente vulnerável. O maior índice das ocorrências tem sido no período diurno. Em apenas 30% dos casos há evidências físicas. As autoridades devem estar treinadas para as diversas técnicas de identificação de abuso sexual. Educação Inclusiva Violências Contra Crianças e Adolescentes 35

36 O abuso sexual está associado a lesões corporais. O abuso sexual limita-se ao estupro. A divulgação de textos sobre pedofilia e fotos de crianças e adolescentes em posições sedutoras ou praticando sexo com outras crianças, adultos e até animais não causa malefícios, uma vez que não há contato e, muitas vezes, tudo ocorre virtualmente na tela do computador. As vítimas do abuso sexual são oriundas de famílias de baixo nível socioeconômico. Crianças e adolescentes só revelam o segredo se tiverem sido ameaçadas com violência. A maioria dos casos é denunciada. A maioria de pais e professores está informada sobre abuso sexual de crianças, sobre sua frequência e sobre como lidar com ele. A violência física contra crianças e adolescentes abusados sexualmente não é a ação mais comum, mas sim o uso de ameaças e/ou a conquista da confiança e do afeto da criança. Crianças e adolescentes são, em geral, prejudicados pelas consequências psicológicas do abuso sexual. Além do ato sexual com penetração vaginal (estupro) ou anal, outros atos são considerados abuso sexual, como o voyeurismo, a manipulação de órgãos sexuais, a pornografia e o exibicionismo. O malefício é enorme para as crianças fotografadas ou filmadas. O uso dessas imagens e textos estimula a aceitação do sexo de adultos com crianças, situação criminosa e inaceitável. Sabe-se que, frequentemente, o contato do pedófilo inicia-se de forma virtual na internet, mas logo pode passar para a conquista física, levando inclusive ao assassinato de crianças. Níveis de renda familiar e de educação não são indicadores de abuso. Famílias das classes média e alta podem ter melhores condições para encobrir o abuso e manter o muro do silêncio. Vítimas e autores do abuso são, muitas vezes, do mesmo grupo étnico e socioeconômico. Crianças e adolescentes só revelam o segredo quando confiam e sentem-se apoiadas. Estima-se que poucos casos são denunciados. Quando há envolvimento de familiares, poucas são as probabilidades de que a vítima faça a denúncia, seja por motivos afetivos ou por medo do abusador; medo de perder os pais; de ser expulso; de que outros membros da família não acreditem em sua história; ou de ser o causador da discórdia familiar. A maioria, no Brasil, desconhece a realidade do abuso sexual de crianças. Pais e professores desinformados não podem ajudar uma criança. 36 Secretaria Municipal de Educação

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