MITOS E REALIDADES A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA
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- Stéphanie Sousa Cortês
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1 MITOS E REALIDADES A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA
2 Mitos e Realidades Algumas considerações O álcool e as drogas são as causas reais da violência. O consumo de álcool pode favorecer a emergência de condutas violentas, mas não é a causa. Muitos alcoolistas e DQ s não usam de violência em suas relações e é certo que muitas pessoas violentas não consomem álcool. Pessoas violentas em casa qdo estão alcoolizadas não são violentas qdo bebem em outros lugares ou situações sociais
3 Mitos e Realidades Violência de Esposas agredidas gostam de ser agredidas, se não, elas se separariam. Gênero Os acordos masoquistas não estão dentro da definição de violência doméstica. Mulheres que sofrem violência não conseguem sair delas por várias razões de índole emocional, social, econômica, etc. Sentimentos de culpa e vergonha que a impede de pedir ajuda (há medo, impotência e debilidade)
4 Mitos e Realidades Violência de Gênero Violência e amor não coexistem nas famílias Violência no lar não ocorrem de forma permanente, senão por ciclos; há interações afetivas importantes; O amor coexiste com a violência: do contrário, não existirá ciclo; Geralmente é um tipo de amor adicto, simbólico, dependente, possessivo, baseado na insegurança
5 Mitos e Realidades Violência de Gênero As pessoas que sofrem violência às vezes a buscam ou algo fazem para provocá-la É possível que sua conduta provoque discordância, mas a conduta violenta é absoluta responsabilidade de quem a exerce; Não existe provocação que justifique a violência Esses mitos tendem a culpar quem sofre a violência convertendo as vítimas em suspeitos (p. ex. agressões sexuais
6 Mitos e Realidades Violência na Adolescência Os adolescentes estão ficando cada vez mais perigosos, cometendo crimes mais graves. De todos os atos infracionais praticados por adolescentes somente 8% equiparam-se a crimes contra a vida. 75% são contra o patrimônio (sendo 50% roubo)
7 Mitos e Realidades Violência na Adolescência Os adolescentes são responsáveis pela grande parte de violência praticada no país Os crimes realizados por adolescentes não atingem 10% do total de crimes praticados no Brasil. O que acontece é uma ampla divulgação, dando a impressão que esta é uma prática comum. Se assim fosse, já não ocupariam mais as manchetes de jornais.
8 Mitos e Realidades Violência na Adolescência O Estatuto da Criança e do Adolescente não permite punição para adolescentes O ECA prevê seis tipos de medidas sócio-educativas para adolescentes infratores: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação (real privação de liberdade, podendo durar até 3 anos)
9 Mitos e Realidades Violência na Adolescência Há tanta reincidência entre adolescentes autores de atos infracionais por que o ECA é liberal demais e as medidas são muito leves. A reincidência entre adolescentes não é culpa do ECA, mas do descaso da União, dos Estado e Municípios que não investem em programas de real inclusão social do jovem. A inadequação dos programas em meio aberto e dos centros de internação expõem ainda mais o jovem à criminalidade e ao desrespeito de seus direitos
10 Mitos e Realidades Violência Física Aquele que poupa a vara, quer mal a seu filho; mas o que o ama, corrige-o continuamente Punição corporal como uma tradicional e histórica medida de disciplinamento justificativas seja de caráter religioso seja de caráter cientifico não é a medida mais eficaz de para o controle ou modificação de comportamento.
11 Mitos e Realidades Violência Física Os tapas, as palmadas, por exemplo, são métodos disciplinares não perigosos, não causam dor real e tampouco se correlacionam com quadros de violência mais graves. Se a punição não causasse dor não se constituía numa punição. Punições mais leves podem causas sérios ferimentos. Podem evoluir para medidas mais severas Podem ser extremamente danosas no plano emocional (mensagens onde se confunde amor com dor, cólera com submissão). Agressão gera agressão.
12 Mitos e Realidades Violência Física A punição física é o método ideal a ser empregado com crianças que gostam de torturar outras crianças. Pesquisas mostram que onde há contradição entre as palavras e as ações dos adultos, as crianças prestam mais atenção nestas últimas.
13 Mitos e Realidades Violência Física Os métodos de castigar crianças e adolescentes não são cruéis. Pode-se registrar uma grande diversidade de formas de impor a violência física (desde beliscões e pontapés ate queimaduras e uso de instrumentos e armas)
14 O DESENVOLVIMENTO MORAL Fases do desenvolvimento da moralidade: Anomia Heteronomia Autonomia
15 O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA Sanções expiatórias x Sanções por reciprocidade Sanções expiatórias: punições Sanções por reciprocidade: vinculam o ato a sua conseqüência (p.ex., reparação do dano, ou privação da coisa que abusou)
16 Mitos e Realidades Violência Sexual O estranho representa o perigo maior para a criança e adolescente quanto a violência sexual Os estranhos são responsáveis por um pequeno percentual dos casos registrados. A violência domestica representa cerca de 85% dos casos de abuso sexual.
17 Mitos e Realidades Violência Sexual O abuso físico normalmente esta associado a lesões corporais. A violência física associada não é o mais comum, mas o uso de ameaças e/ou conquista da confiança e afeto da criança. Prejuízos pelas conseqüências psicológicas do abuso sexual.
18 Mitos e Realidades Violência Sexual A criança mente e inventa que é abusada sexualmente Raramente isso acontece. Estudos indicam que apenas 6% dos casos são fictícios.
19 Mitos e Realidades Violência Sexual As vítimas de abuso sexual são oriundas de famílias de nível socioeconômico baixo. Níveis de renda familiar não são indicadores do abuso. Famílias de classe media e alta podem ter condições melhores para encobrir o abuso (clinicas particulares, cultura da privacidade, etc.)
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