A ALTERNÂNCIA VOCÁLICA NO PROCESSO DE NASALIZAÇÃO NO DIALETO QUILOMBOLA: UMA ABORDAGEM VARIACIONISTA

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1 A ALTERNÂNCIA VOCÁLICA NO PROCESSO DE NASALIZAÇÃO NO DIALETO QUILOMBOLA: UMA ABORDAGEM VARIACIONISTA Diocles Igor Castro Pires Alves (IFNMG/MG) 1 dioclesigor@gmail.com Ana Cristina Santos Peixoto (UFSB/BA) 2 anacrisletras@gmail.com RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivos descrever e analisar, à luz da Sociolinguística Variacionista o processo de nasalização na fala dos habitantes da comunidade quilombola gurutubana norte mineira. A variável dependente analisada foi o processo variável de alternância de qualidade vocálica envolvendo a passagem de para [ õ ], como em m ga ~ m ga e g mela ~ g mela. Para este trabalho, analisamos um total de 739 dados que foram examinados em termos da sua possível relação com fatores linguísticos e sociais. Os dados foram extraídos de entrevistas sociolinguísticas feitas com 24 informantes que nasceram e que residem na comunidade quilombola, e foram submetidos à análise quantitativa pelo programa Goldvarb Os resultados mostraram relevância quanto ao grau de instrução para o processo de alternância de qualidade vocálica. PALAVRAS-CHAVE: Nasalização vocálica. Sociolinguística. Quilombolas. ABSTRACT: This study aimed to describe and analyze in the light of Variationist sociolinguistics the process of nasalization in the speech the Quilombola community Gurutubana, in the North of Minas Gerais, Brazil. The analyzed dependent variables were: the variable process of vowel quality alternation involving the passage of to [õ] as in m ga ~ m ga e g mela ~ g mela. For this study, the total of 739 data was examined in terms of its possible relation to linguistic and social factors. The Data were extracted from sociolinguistic interviews with 24 subjects who were born and live in the Quilombola community and were submitted to quantitative analysis by Goldvarb The results showed relevance to the process of vowel quality alternation concerning the level of education. KEYWORDS: Vowel nasalization. Sociolinguistics. Quilombolas. 1 Mestre em Linguística e Língua Portuguesa/PUC-MG, Professor Formador do IFNMG. Endereço eletrônico: dioclesigor@gmail.com 2 Doutora em Linguística e Língua Portuguesa/PUC-MG, Professora da UFSB. Endereço eletrônico: anacrisletras@gmail.com Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 1

2 1 Introdução Este estudo, cujo objeto é a análise de processo variável relacionado às vogais nasalizadas detectadas no dialeto dos quilombolas gurutubanos Norte de Minas Gerais, pretende ser mais uma contribuição às pesquisas sobre o PB. Os gurutubanos são remanescentes de escravos e fazem parte de uma comunidade quilombola 3 situada no vale do rio Gorutuba, no Centro-norte de Minas Gerais. Conforme Costa Filho (2008), trata-se de uma população numerosa, estabelecida em 27 localidades ou grupos locais, distribuídos na confluência dos municípios do centro norte-mineiro de Pai Pedro, Porteirinha, Jaíba, Janaúba, Gameleira, Catuti e Monte Azul. Para investigar nosso objeto de estudo, problematizamos se o processo variável de alternância de qualidade vocálica envolvendo a passagem de para, como em m ga ~ m ga e g mela ~ g mela. Questionamos se o processo de alternância entre as vogais e, o que ocorre com as demais vogais nasalizadas de primeiro grau, a saber: [ ], [ e ],, [ u ]? Qual o pano de fundo dessa alternância? Trata-se de um que era categórico, numa variedade semicrioula, e que agora está alternando com, por pressão do português padrão? Ou será que sempre foi um, que agora está alternando com no âmbito dessa comunidade? Adotamos, nesta pesquisa, o modelo teórico da sociolinguística variacionista laboviana para proceder à análise do fenômeno sob investigação e para descrever a ocorrência das vogais nasalizadas encontradas nas falas dos indivíduos da comunidade quilombola gurutubana. 3 Conforme o artigo 2º do Decreto 4887/2003, consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 2

3 2 A variável dependente Web - Revista SOCIODIALETO A variável dependente considerada, o processo de alternância de qualidade vocálica, em que passa a, considera os casos de nasalização vocálica em contexto tautossilábico - o contexto tautossilábico diz respeito à presença do consonântico nasal na mesma sílaba da vogal nasalizada, como em n-go-la (angola) - e em contexto heterossilábico - o contexto heterossilábico diz respeito à presença do consonântico nasal em sílaba diferente da vogal nasalizada, como em p -ne-la (panela). As vogais nasalizadas em contexto tautossilábico aparecem em sílabas átonas (como em andando dano, dançava d çava, cangote c gote e antigamente tigamente) e em sílabas tônicas (como em manga m ga, grande gr de e branco br co). As vogais nasalizadas em contexto heterossilábico aparecem em sílabas átonas (como em mamona m mona, namoro n moro, gamela g mela, janela j nela e ganhava g nhava) e em sílabas tônicas (como em ganha g nha, pano p no e ano nu 4 ). No tocante à alternância de qualidade vocálica das vogais nasalizadas ~, ocorre, preferencialmente, na sílaba inicial do item lexical (como em angola õ gola, santo s õ to, janaúba j õ naúba, manhã m õ nhã e lambança l 4 Esclarecemos que, nesta pesquisa, não distinguimos os termos nasalização e nasalidade nos moldes da proposta de Silva (2002), e nem utilizamos as expressões nasalação fonética e nasalação fonêmica nos moldes de Câmara Júnior (2001). Decidimos pelo termo nasalização tautossilábica para os casos de vogais em que o abaixamento do véu palatino representa contraste fonêmico no PB, quando comparadas com vogal oral (por exemplo, m[i]to e m ]to ), e nasalização heterossilábica, para os casos de vogais em que abaixamento do véu palatino representa caso de variação no PB, ou seja, não constituem casos de contraste fonêmico (por exemplo, j[ nela e j[ nela). Nos dois casos, as vogais são denominadas vogais nasalizadas. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 3

4 bamça), no meio do item lexical, embora ocorra em menor frequência (como em lambança lamb ça, umburana umbur na e ajudando ajud no). Não houve registro do fenômeno em final de item lexical. Estão envolvidas, na alternância de qualidade vocálica, apenas as vogais e 5, sendo que a vogal baixa central não arredondada sofre mudança de altura da língua e passa à posição posterior, ou seja, é articulada como. Costa Filho (2008) mencionou a existência deste fenômeno de alternância na fala dos gurutubanos, em que passa a. Costa Filho (2008) apresentou, em sua tese, o depoimento do Senhor Donato, gurutubano professor da rede pública de ensino na cidade de Janaúba: [...] um dos aspectos que caracterizam o gurutubano de hoje é a linguagem. O gurutubano substitui o fonema [ã] por [õ] e esse som nasal é bem fechado mesmo; ele fala momõe, momõe é contora, do verbo cantar. Quando eu estudei, eu até hoje tenho dificuldade de comunicação por isso; porque meus pais são analfabetos. Então, quando eu fui pro colégio eu tinha a maior dificuldade, porque lá eu não podia usar a linguagem daqui; os colegas me matavam, criticavam; e aqui eu não podia usar a linguagem de lá. Eu não podia chegar em casa e falar assim nós vamos hoje, não; eu tinha que dizer nós vai hoje. Então eu falava uma linguagem lá e outra aqui. Lá eu era criticado e aqui faltava apanhar. Um dia disseram assim: _Tá bom de tirar esse minino do ginásio, que esse minino tá com uma ponta de língua que Deus me livre, ninguém agüenta esse minino com essa ponta de língua!. E isso me intimidava sabe, e eu ficava meu Deus, como é que eu vou fazer? Aí juntava todo mundo _ É mesmo mõe, é mesmo, tem que tirar mesmo, e eu morrendo de medo né, porque eu fui o único da família que consegui estudar. (COSTA FILHO, 2008, p. 124). 5 Observamos também, embora esteja além do nosso escopo e não constitua variável dependente por nós investigada, a alternância de qualidade vocálica da vogal nasalizada, que passa a, como em concurso c curso, monte m te e longe l ge; entretanto, essa alternância ocorre em menor frequência na fala dos quilombolas gurutubanos. Além disso, constatamos, na comunidade investigada, a alternância de qualidade vocálica entre as vogais orais [a], que passam a [o], conforme os itens lexicais carne c[o]rni e casca c[o]sca. A incidência desse fenômeno nas vogais orais é menor do que nas vogais nasalizadas. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 4

5 3 Sociolinguística Variacionista O estudo da Sociolinguística Variacionista baseia-se em coleta de dados reais de falas espontâneas produzidas por falantes reais, em situações reais de uso, captadas pelo procedimento das entrevistas sociolinguísticas, buscando observar os padrões de comportamento linguístico dentro de uma comunidade de fala. Segundo Labov, uma comunidade de fala não pode ser concebida como um grupo de falantes que usam todos as mesmas formas; ela é mais bem definida como um grupo que compartilha as mesmas normas a respeito da língua. (LABOV, 2008, p. 188). Ainda de acordo com esse autor, os membros de uma comunidade de fala compartilham um conjunto comum de padrões normativos, mesmo quando encontramos variação altamente estratificada na fala real. (LABOV, 2008, p. 225). Mollica relatou que: [...] a Sociolinguística é uma das subáreas da Linguística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona aspectos linguísticos e sociais. Esta ciência se faz presente num espaço interdisciplinar, na fronteira entre língua e sociedade, focalizando precipuamente os empregos lingüísticos concretos, em especial os de caráter heterogêneo. (MOLLICA, 2008, p. 9). Assim sendo, para a Sociolinguística, quaisquer processos de mudanças contemporâneas que ocorrem na comunidade de fala são fundamentais. Labov (2008) postula que a língua é constituída de um sistema não homogêneo, no qual é possível perceber muitas variações. Esse modelo teórico proposto por Labov se pauta na relação língua-sociedade e entende a língua como um sistema de regras variáveis, em que a atualização das regras dependerá das circunstâncias linguísticas e não linguísticas em que o falante de uma comunidade estiver inserido. Para Labov, a língua é uma forma de comportamento social, a manifestação da maneira de conviver de pessoas que vivem em uma determinada comunidade social, de modo que não há Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 5

6 diferença entre Linguística e Sociolinguística, pois, segundo ele, a língua só pode ser concebida em interação, dentro de um contexto social. A Sociolinguística postula que as línguas variam e mudam em razão de fatores internos e externos que nelas interferem. As mudanças linguísticas ocorrem a partir da escolha dos falantes de formas alternantes, ou seja, é sempre precedida de variação; contudo, o fato de formas alternantes ocorrerem em um mesmo tempo não quer dizer que culminarão em mudança, sendo que as formas variantes podem flutuar por tempo indeterminado. Em razão desses dois aspectos da língua, a Sociolinguística Variacionista ocupa-se das duas vertentes, a mudança e a variação linguística. A variação linguística pode ocorrer devido aos falares diferentes que ocorrem em razão de a fala, geralmente, espontânea, livre e autônoma, ser utilizada para expressar emoções, ideias e propósitos. Pode ainda ser orientada pela visão de mundo, pelas influências sociais, históricas e culturais a que o falante está exposto. A partir desse contexto de dinamicidade da língua falada, surge a variação linguística, que pode ser entendida como um conjunto de variáveis presentes em uma língua: O termo variável pode significar fenômeno em variação e grupo de fatores. Estes consistem nos parâmetros reguladores dos fenômenos variáveis, condicionando positiva ou negativamente o emprego de formas variantes. (MOLLICA, 2008, p. 11). De acordo com Mollica (2008): As variantes podem permanecer estáveis nos sistemas (as mesmas formas continuam se alternando) durante um período curto de tempo ou até por séculos, ou podem sofrer mudança, quando uma das formas desaparece. Neste caso, as formas substituem outras que deixam de ser usadas, momento em que se configura um fenômeno de mudança em progresso. (MOLLICA, 2008, p. 11). Segundo Monteiro (2000, p. 59), a variável pode ser entendida como duas ou mais formas variantes que possuam o mesmo significado referencial ou denotativo e que sejam idênticas quanto à referência ou valor de verdade, mas opostas em sua significação social e/ou estilística. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 6

7 Em outras palavras, cada uma das formas de realizar a mesma coisa denomina-se variante linguística (CALVET, 2002, p. 90). Já a expressão variáveis linguísticas equivale ao conjunto constituído pelos diferentes modos de realizar a mesma coisa (um fonema, um signo...) (CALVET, 2002, p. 90). E ainda: Variantes linguísticas são, portanto, diversas maneiras de se dizer a mesma coisa, em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o nome de variável linguística, ensina Tarallo (2004, p. 8). As variáveis linguísticas podem se apresentar como dependentes e independentes. Na visão laboviana, as variáveis linguísticas podem ser analisadas de formas distintas: a) como variáveis dependentes, que se realizam por interferência de outros fatores; b) como variáveis independentes, que podem ser vistas como fenômenos que interferem no uso da variável dependente, que podem não apenas ser linguísticos, mas também sociais. A ocorrência de variações atinge os vários níveis da gramática: fonológico, morfológico, sintático e semântico. Segundo Martelotta (2011): [...]diante de um fenômeno de variação, o pesquisador procura, através da análise de diversos fatores lingüísticos e extralingüísticos, saber se se trata de variação estável ou de mudança em progresso. Duas ou mais formas de se dizer algo com valor semelhante são consideradas caso de variação. Se tal variação se mantiver bem delimitada por grupos dialetais (regionais ou sociais), dizemos que a variação é estável. Por exemplo, pessoas de classes mais elevadas e de escolaridade alta usam mais a forma A, de prestígio; e pessoas de classes mais baixas com baixa escolaridade usam com freqüência a forma B, sem prestígio. Caso a forma anteriormente sem prestígio comece a ser usada na fala de pessoas com alto de grau de escolaridade com freqüência cada vez mais alta, isso pode ser um indício de mudança em curso. (MARTELOTTA, 2011, p.48). A partir da variação em um dado tempo, é perceptível, em intervalos de tempo distintos, a seleção de um elemento linguístico em detrimento do outro, constituindo, assim, a mudança linguística, o que confirma a dinamicidade das línguas. Mas Tarallo Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 7

8 (2004, p. 63) explica que nem tudo o que varia sofre mudança; toda mudança linguística, no entanto, pressupõe variação. Levando em conta o estudo clássico de Weinreich, Labov e Herzog (2006), Cezário e Votre (2008), quando analisam o fenômeno das mudanças linguísticas, consideram: [...] os fatores limitadores da mudança (e variação), que podem ser sociais ou linguísticos; o encaixamento das mudanças no sistema linguístico e social da comunidade; a avaliação das mudanças em termos dos possíveis efeitos sobre a estrutura linguística e sobre a eficiência comunicativa; a transição, momento em que há mudanças intermediárias; a implementação da mudança: estudo dos fatores responsáveis pela implementação de uma determinada mudança; explicação para o fato de a mudança ocorrer numa língua e não em outras, ou na mesma língua em outros momentos. (CEZÁRIO; VOTRE, 2008, p ). Para compreendermos a mudança linguística, faz-se necessário compreender o aspecto dinâmico que ocorre no interior das línguas, o que torna a mudança uma consequência inevitável. Assim, velhas e novas formas variantes rivalizam-se em um mesmo tempo, e essa alternância pode representar uma transição para outro estado da língua. Essa transição pode ser percebida, principalmente, no controle social da variação, na sua distribuição pelos diferentes estratos sociais da população analisada (PAIVA; DUARTE, 2006, p. 139). A variação e a mudança são contextualizadas, constituindo o conjunto de parâmetros um complexo estruturado de origens e níveis diversos. Vale dizer que os condicionamentos que concorrem para o emprego de formas variantes são em grande número, agem simultaneamente e emergem de dentro ou de fora dos sistemas lingüísticos (MOLLICA, 2008, p. 11). Os sociolinguistas vêm tentando traçar um perfil da mudança em progresso e um perfil da variação estável através da combinação dos resultados das variáveis sociais. Isto porque os fatores sociais (gênero/sexo, faixa etária, grau de instrução, nível socioeconômico, redes sociais etc.) têm desempenhado um papel importante na Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 8

9 formulação de princípios gerais de variação, e eles, às vezes, podem ajudar a prever a direção e o caminho da mudança linguística. 4 Metodologia Para a constituição da amostra, foram levados em consideração os grupos de fatores sociais independentes gênero/sexo, faixa etária, grau de instrução e nível de contato urbano, como fatores que podem interferir no fenômeno linguístico foco deste estudo. Foram selecionados 24 (vinte e quatro) indivíduos, 6 cujas falas foram gravadas em seções de entrevistas sociolinguísticas controladas. Após selecionar os 24 informantes, transcrevemos as falas e em conformidade com as normas do Projeto Norma Urbana Oral Culta (NURC). Os itens lexicais com vogais nasalizadas foram identificados e transcritos foneticamente. Utilizamos para tanto o Alfabeto Fonético Internacional (IPA). Foram levantados 739 dados dos quais constituem o corpus desta pesquisa. Em seguida, procedeu-se a uma análise qualitativa dos dados, de modo a codificá-los em função das variáveis dependentes e das variáveis independentes estabelecidas. Por fim, foi utilizado o Goldvarb 2001, uma versão do pacote de programas VarbRul (Programa de Regras Variáveis), para ambiente Windows que é constituído por [...] um conjunto de programas computacionais de análise multivariada, especificamente estruturado para acomodar dados de variação sociolinguística (GUY; ZILLES, 2007, p. 105). Foram selecionadas quatro variáveis linguísticas independentes para variável dependente que trata da alternância de qualidade vocálica que envolve a passagem de para, a saber: segmento sonoro precedente, segmento sonoro seguinte, tonicidade e categoria gramatical do item lexical. 6 O corpus dessa pesquisa foi cedido gentilmente pela pesquisadora professora Dr.ª Maria do Socorro Vieira Coelho, que em sua tese de doutorado pesquisou sobre a língua, história e cultura dos quilombolas gurutubanos Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./2016 9

10 Foram levados em consideração, para esta análise, os aspectos socioculturais dos informantes da comunidade estudada. Para a análise da variável dependente, usamos as variáveis sociais: gênero/sexo, faixa etária, grau de instrução e nível de contato urbano. 5 Análise dos Dados O processo variável de alternância de qualidade vocálica ocorre exclusivamente com as vogais nasalizadas e [ õ ] na fala dos quilombolas gurutubanos. Não registramos em nenhum dos casos a alternância de qualidade vocálica para as vogais nasalizadas [ ], [ e ] e [ u ] 7. Após os dados coletados da fala dos gurutubanos, verificamos a seguinte distribuição (GRÁFICO 1) na realização das vogais nasalizadas, em que passa a [ õ ]. 7 Nos dados coletados, registramos a alternância da qualidade vocálica da vogal [õ], que passa a, como em longe l ge e monte m te, consulta c sulta, onça ça, concurso c curso e estômago est mago, que seria uma ocorrência inversa do que se propõe nesta subseção. No entanto, nesta pesquisa, priorizamos a alternância de qualidade vocálica da vogal, que passa a [õ], por aparecer substancialmente na fala dos informantes da comunidade. Esses casos podem até ser casos de hipercorreção. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

11 Gráfico 1 - Alternância de qualidade vocálica - Percentual de ocorrência 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% - 64% [õ] - 36% 0% Ausência de Alternância de qualidade vocálica Presença de Alternância de qualidade vocálica Fonte: Dados da pesquisa Obtivemos um total de 739 ocorrências: 262, com a presença de alternância de qualidade vocálica, e 477, sem a presença do processo. Como podemos observar através do Gráfico 1, os gurutubanos alternam a qualidade vocálica da, que passa a [ õ ], numa frequência de 36% dos casos, como em dançava d çava, grande gr de e branco br co. Para a análise do processo de alternância da qualidade vocálica entre a vogal nasalizada e a vogal nasalizada [ õ ], foram examinados oito grupos de fatores. De acordo com a rodada do VarbRul (GOLDVARB, 2001), quatro mostraram significância estatística: segmento sonoro precedente; segmento sonoro seguinte; faixa etária; grau de instrução. Os grupos de fatores eliminados nas melhores rodadas de step up e step down pelo VarbRul (GOLDVARB, 2001), e que não mostraram significância estatística, foram: tonicidade; categoria gramatical do item lexical; gênero/sexo; nível de contato urbano. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

12 Analisamos, a seguir, as variáveis linguísticas independentes com significância e sem significância estatística; logo após, analisamos as variáveis sociais independentes Variáveis linguísticas independentes Nesta seção, discutimos as variáveis linguísticas: segmento sonoro precedente, segmento sonoro seguinte, tonicidade e categoria gramatical do item lexical. Segmento sonoro precedente Vejamos a Tabela 1, que mostra os pesos relativos do grupo de fatores segmento sonoro precedente. Tabela 1 Alternância de qualidade vocálica Segmento sonoro precedente N/Total % Peso Nasal bilabial 30/ ,526 Nasal alveolar 04/58 6 0,093 Oclusiva bilabial 07/ ,339 Oclusiva alveolar 53/ ,589 Oclusiva velar 33/ ,606 Fricativa labiodental 01/ ,270 Fricativa alveolar 09/ ,337 Fricativa alveopalatal 02/47 4 0,070 Fricativa glotal 03/ ,532 Lateral alveolar 54/ ,602 Lateral palatal 02/ ,842 Início de palavra 64/ ,722 TOTAL 262/ Input: 0,244 Fonte: Dados da pesquisa Conforme aponta a Tabela 1, os fatores de segmento sonoro precedente que favorecem o processo de alternância de qualidade vocálica de, que passa a [ õ ], foram: a lateral palatal (0,842), como em olhando olh[ õ ]no e trabalhando trabalh[ õ ]no; a lateral alveolar (0,602), como em planta pl[ õ ]ta e plantava Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

13 pl[ õ ]tava; a oclusiva velar (0,606), como em ganho g[ õ ]nho e gancho ]cho; e a fricativa glotal (0,526), como em rancar r[ õ ]car e rama r[ õ ]ma. g[ õ A vogal nasalizada, quando aparece em início de palavra (0,722), como em ano [ õ ]no e antes [ õ ]te, também favorece o fenômeno e alterna para a vogal nasalizada [ õ ]. Ainda favorece o fenômeno a oclusiva alveolar (0,589), como em dança d[ õ ]ça, e a nasal bilabial (0,526), como em mandar m[ õ ]dar. Os fatores fricativa alveopalatal (0,070), como em chama ch[ õ ]ma e janta j[ õ ]ta, fricativa alveolar (0,337), como em samba s[ õ ]ba, fricativa labiodental (0,270), como em vamos v[ õ ]mos, e nasal alveolar (0,093), como em namoro n[ õ ]moro, desfavorecem o processo variável de alternância de qualidade vocálica, envolvendo a passagem de para [ õ ]. Passemos agora à análise dos segmentos seguintes que favorecem ou desfavorecem a alternância de qualidade vocálica. Segmento sonoro seguinte Na primeira rodada do VarbRul (GOLDVARB, 2001), foi detectado, na análise, nocaute (knockout 0% ou 100%) para o grupo de fatores segmento sonoro seguinte. Então, agrupamos as fricativas em um só fator. Não encontramos nos dados o fenômeno com os segmentos sonoros seguintes, lateral alveolar e palatal, como no segmento sonoro precedente. Veja os dados na Tabela 2. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

14 Tabela 2 Alternância de qualidade vocálica - Segmento sonoro seguinte N/Total % Peso Nasal bilabial 39/ ,607 Nasal alveolar 57/ ,404 Nasal palatal 20/ ,616 Oclusiva bilabial 13/ ,411 Oclusiva alveolar 37/ ,476 Oclusiva velar 36/ ,646 Fricativas 36/ ,627 Africadas 24/ ,356 TOTAL 262/ Input: 0,244 Fonte: Dados da pesquisa Conforme a Tabela 2, o fator oclusiva velar (0,646) favorece o processo, como ocorre em branco br[ õ ]co, frango fr[ õ ]go, manga m[ õ ]ga e cangote c[ õ ]gote. A nasal palatal (0,616), como em banho b[ õ ]nho, manhã m[ õ ]nha e ganho g[ õ ]nho, e a nasal bilabial (0,607), como em mamona m[ õ ]mona, namoro n[ õ ]moro e gamela g[ õ ]mela, também são favorecedoras do fenômeno quando em contexto sonoro seguinte. As fricativas foram agrupadas após o nocaute e, ainda assim, favorecem o processo, como em danço d[ õ ]ço, distância dist[ õ ]cia e gancho g[ õ ]cho. Os fatores que desfavorecem o processo são as africadas (0,356), como em bandido b[ õ ]dido, a nasal alveolar (0,404), como em pano p[ õ ]no, a oclusiva bilabial (0,411), como em samba s[ õ ]ba, e a oclusiva alveolar (0,476), como em jantar j[ õ ]tar. Passemos agora a analisar as variáveis linguísticas do processo de alternância de qualidade vocálica que não mostraram significância estatística. Tonicidade tonicidade. Na Tabela 3, mostramos os resultados que favorecem o fenômeno conforme a Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

15 Tabela 3 Alternância de qualidade vocálica - Tonicidade N/Total % Peso Átona 115/ ,441 Tônica 147/ ,557 TOTAL 262/ Input: 0,243 Fonte: Dados da pesquisa De acordo com a Tabela 3, a sílaba tônica (0,557), como em branco br[ õ ]co e chama ch[ õ ]ma, favorece ligeiramente o processo de alternância da qualidade vocálica, envolvendo a passagem de para. Já a sílaba átona desfavorece ligeiramente o processo, como em janela e panela. Categoria gramatical do item lexical Em razão de alguns fenômenos linguísticos ocorrerem em algumas categorias gramaticais, específica ou preferencialmente, perguntamo-nos se esse fator não interferiria no processo de alternância de qualidade vocálica. De acordo com os dados da Tabela 4, vemos que tal questionamento é respondido afirmativamente. Tabela 4 Alternância de qualidade vocálica - Categoria gramatical N/Total % Peso Substantivo 115/ ,472 Adjetivo 20/ ,535 Verbo 85/ ,420 Advérbio 42/ ,561 TOTAL 262/ Input 0,242 Fonte: Dados da pesquisa Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

16 O adjetivo (como animado [ õ ]nimado) e o advérbio (como em antes [ õ ]tes) são as categorias gramaticais que favorecem o processo de alternância de qualidade vocálica, conforme mostra a Tabela 4. No entanto, o verbo, como em dançava d[ õ ]cava, e o substantivo, como em manga m[ õ ]ga, desfavorecem ligeiramente o processo (com o PR 0,420 e 0,472, respectivamente). Passemos, a seguir, às variáveis sociais independentes. 5.2 Variáveis sociais independentes Nesta seção, discutimos as variáveis sociais: faixa etária, grau de instrução, gênero/sexo e nível de contato urbano. Faixa etária Consideramos, para esta pesquisa, o fator faixa etária porque Monteiro (2000, p. 76) afirma que não é difícil perceber que existem diferenças linguísticas devidas à idade do falante. A idade pode influenciar enquanto condição social do falante, determinando suas necessidades por variedades linguísticas. Por isso, uma explicação para a utilização mais frequente de uma ou de outra forma de fala, inovação ou não, pode ser percebida entre os jovens e os falantes mais idosos. A Tabela 5, a seguir, mostra a alternância de qualidade vocálica de acordo a geração de cada faixa etária. Tabela 5 Alternância de qualidade vocálica - Faixa etária N/Total % Peso Geração 1 (16 a 28 anos) 10/ ,286 Geração 2 (29 a 45 anos) 33/ ,502 Geração 3 (46 a 59 anos) 98/ ,447 Geração 4 (60 anos acima) 121/ ,630 TOTAL 262/ Input: 0,244 Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

17 Fonte: Dados da pesquisa O resultado da Tabela 5 mostra que a faixa etária acima de 60 anos (Geração 4), com PR 0,630, favorece o processo de alternância de qualidade vocálica, envolvendo a passagem de para [ õ ]. Já a Geração 1 desfavorece o processo com PR 0,286. As gerações 2 e 3 mostram um comportamento neutro, próximo a 0,500. Esse resultado sugere que esse traço da fala gurutubana está caminhando para a extinção. A seguir, o Gráfico 2 explicita a ocorrência do fenômeno na faixa etária. Gráfico 2 - Alternância de qualidade vocálica - Faixa etária Acima de 60 anos 46 a 59 anos 29 a 45 anos 16 a 28 anos Fonte: Dados da pesquisa Analisando o Gráfico 2, concluímos que ele comprova um declive da ocorrência do fenômeno entre os falantes da comunidade investigada. Os idosos conservam mais o processo do que os jovens. À medida que avança a faixa etária, mais há o uso do processo. A tendência é, pois, de acordo com o que nos mostra o Gráfico 2, que o processo de alternância de qualidade vocálica caia em desuso. Ao falar de faixa etária nos fenômenos de variação, verifica-se que os falantes de mais idade tendem a escolher as formas antigas, enquanto os mais jovens produzem Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

18 as formas de maior prestígio. Mas essa diferença de escolha das variantes entre as faixas etárias distintas não compromete a comunicação, pois, com o correr do tempo, é provável que a forma nova seja adotada por todos (NARO, 2008, p. 44). Grau de Instrução No que diz respeito ao grau de Instrução, acreditamos que, quanto maior for o grau de instrução do falante, maior será o conhecimento em relação à norma padrão. Esse fator tem apontado, em diversos estudos variacionistas, que os falantes com maior grau de instrução selecionam a variante padrão, em detrimento de outra, não padrão. Vejamos a Tabela 6, a seguir. Tabela 6 Alternância de qualidade vocálica - Grau de instrução N/Total % Peso Sem acesso ao ensino 158/ ,559 Até1 ano de acesso ao ensino 98/ ,812 Até 6 anos de acesso ao ensino 03/ ,067 Sete anos ou mais de acesso ao 03/38 7 0,467 ensino TOTAL 262/ Input: 0,244 Fonte: Dados da pesquisa Conforme podemos ver na Tabela 6, os informantes que nunca tiveram acesso ao ensino e aqueles que tiveram acesso por até um ano favorecem o processo de alternância de qualidade vocálica. O menor grau de instrução tende a favorecer o processo, ao contrário dos informantes com maior grau de instrução, que tendem a apresentar um melhor desempenho linguístico mais próximo da norma culta da língua. Conforme Mollica (2008, p. 56), o domínio maior ou menor do registro culto da língua depende de muitas variáveis. A influência da escola é uma delas, pois cabe Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

19 destacar e atribuir à escola um mérito nada desprezível: o de ser responsável por uma parcela relevante da tarefa socializadora que o uso de uma língua nacional, de prestígio, requer (MOLLICA, 2008, p. 56). estatística. Passemos agora a analisar os fatores sociais que não mostraram significância Gênero/sexo gênero/sexo. Na Tabela 7, a seguir, apresentamos os resultados relativos à variável Tabela 7 Alternância de qualidade vocálica - Gênero/sexo N/Total % Peso Masculino 113/ ,498 Feminino 149/ ,502 TOTAL 262/ Input: 0,242 Fonte: Dados da pesquisa Conforme o resultado da Tabela 7, o gênero/sexo feminino e o gênero/sexo masculino favorecem ligeiramente o processo de alternância da qualidade vocálica (PR 0,502; PR 0,498, respectivamente). Quanto à variável gênero/sexo, em situações de variação estável, as mulheres, via de regra, tendem a usar as formas de prestígio, o que pode ser verificado em situações formais da fala. Por outro lado, nas mudanças em que o uso de uma forma padrão é descartado, os homens, em sua maioria, tendem a usá-la, enquanto as mulheres, em geral, lideram as mudanças em direção às formas de prestígio (cf. CHAMBERS; TRUDGILL, 1980, p. 97-8). Já Labov (2008, p. 78), em caráter bem genérico, afirma que "na maioria das mudanças linguísticas, as mulheres estão à frente dos homens na proporção de uma geração". Naro e Scherre (1991, p. 10), porém, Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

20 ponderam que "a respeito da variável sexo, pode-se ver na literatura linguística que o seu papel, especialmente do sexo feminino, na questão da mudança não é muito claro". Os dados das outras variáveis sociais aqui analisadas, vemos que o favorecimento do fenômeno pelas mulheres e pelos homens é contrário ao que nos mostra a curva em declínio da faixa etária, ao grau de instrução e ao contato urbano. Nível de contato urbano Os indivíduos que fazem parte das redes de alta densidade tendem a manter seu dialeto e a se mostrarem resistentes à influência de valores externos, em razão dos fortes laços de solidariedade existentes entre eles da identificação dos mesmos com os valores sociais do grupo. Vejamos o resultado da Tabela 8 sobre o nível de contato urbano. Tabela 8 Alternância de qualidade vocálica - Nível de contato urbano N/Total % Peso Menor contato 256/ ,659 Maior contato 6/ ,094 TOTAL 262/ Input: 0,250 Fonte: Dados da pesquisa Nesse grupo de fatores, percebemos que informantes com menor contato urbano (rede densa) favorecem o processo de alternância de qualidade vocálica, com PR 0,659, enquanto que os informantes com maior contato urbano (rede frouxa) desfavorecem tal processo, com PR 0,094. Assim, os quilombolas gurutubanos que possuem menor contato urbano e que fazem parte de uma rede social densa tendem a conservar o dialeto e a frearem a mudança linguística. O contrário ocorre com aqueles que mantêm maior contato urbano e que fazem parte de uma rede social frouxa, os quais tendem a absorver características de outros dialetos. Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

21 Considerações Finais Analisamos o processo variável de alternância de qualidade vocálica, envolvendo a passagem de para, como em m ga ~ m ga e g mela ~ g mela na fala dos quilombolas gurutubanos, Norte de Minas Gerais Para esboçar um panorama linguístico e social que influenciaria os fenômenos em questão, pautamo-nos na Teoria Sociolinguística Variacionista. Os grupos de fatores analisados para esta variável foram: segmento sonoro precedente, segmento sonoro seguinte, tonicidade, categoria gramatical, faixa etária, grau de instrução, gênero/sexo e nível de contato urbano. Os resultados da nossa pesquisa sobre o segmento sonoro precedente e o segmento sonoro seguinte corroboraram a nossa hipótese inicial de que o fenômeno pode acontecer quando precedido ou seguido pelo traço [-anterior]. A vogal alterna para quando precedida e/ou seguida por um segmento de traço [-anterior], reforçando o processo de posteriorização da vogal desencadeado, inicialmente, pela nasalização da vogal central [ a ]. A hipótese de que a posição tônica da sílaba é mais favorável à incidência do fenômeno que as sílabas átonas foi corroborada pelo resultado encontrado na variável linguística tonicidade. Para a categoria gramatical, a hipótese de que o substantivo pode favorecer mais o fenômeno do que as outras categorias gramaticais foi refutada, pois o resultado trouxe o adjetivo e o advérbio como as categorias gramaticais favorecedoras do processo de alternância de qualidade vocálica. Tendo em vista esse resultado, vemos que as categorias gramaticais que são determinadas tendem a conservar mais a sua estrutura fonológica, diferentemente do que acontece com as categorias gramaticais modificadoras, ou determinantes, as quais são mais susceptíveis a modificações na sua Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

22 estrutura no processo variável de alternância de qualidade vocálica, envolvendo a passagem de para. O resultado da variável faixa etária corroborou, parcialmente, a hipótese de que poderíamos encontrar o processo com maior frequência na faixa etária dos informantes acima de 60 anos. A faixa etária dos informantes de 29 a 45 anos também favoreceu o processo de alternância de qualidade vocálica. Nossa hipótese para o fator grau de instrução de que os quilombolas gurutubanos que menos frequentaram a escola tendem a conservar em suas falas o processo foi corroborada pelo resultado encontrado. A variável gênero/sexo mostrou resultado neutro: mulheres, com PR 0,498, e homens, com PR 0,502, refutando a nossa hipótese inicial de que os homens favoreceriam o processo de alternância de qualidade vocálica. A hipótese inicial para variável do nível de contato urbano, em que os moradores da comunidade que possuem menor contato urbano tendem a preservar a maneira de falar e, com isso, conservar o processo de alternância de qualidade vocálica, também foi corroborada pelo resultado encontrado. A pesquisa buscou contribuir para os estudos linguísticos do Brasil como um todo, mas, em especial, para os do Norte de Minas Gerais. Para isso, identificamos e descrevemos as variáveis dependentes e analisamos os fatores linguísticos e sociais que explicaram a presença dos fenômenos que investigados. Acreditamos, com esses procedimentos, termos contribuído para futuros trabalhos, por exemplo, um estudo comparativo entre dialetos diferentes, quilombolas e não quilombolas, ou entre falares de comunidades quilombolas diferentes e distanciadas, a fim de verificar se suas falas se distanciam ou se assemelham, em quê e de qual modo. Referências CALVET, L.J. Sociolinguística: uma introdução crítica. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

23 CÂMARA JÚNIOR, J. M. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, Para o estudo da fonêmica portuguesa. Petrópolis, RJ: Vozes: CEZÁRIO, M. M.; VOTRE, S. Sociolinguística. In: MARTELOTTA, M. E. (Org.). Manual de linguística. São Paulo: Contexto, CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P. Dialectology. Cambridge: Cambridge University Press, COSTA FILHO, A. Os gurutubanos: territorialização, produção e sociabilidade em um quilombo do centro norte-mineiro f. Tese (Doutorado). Instituto de Ciências Sociais. Universidade de Brasília, Brasília-DF. GUY, G. R; ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa instrumento de análise. São Paulo: Parábola Editorial, LABOV, W. Padrões Sociolinguísticos. São Paulo: Parábola, MARTELOTTA, M. E. Mudança linguística: uma abordagem baseada no uso. São Paulo: Cortez, MOLLICA, M. C. Fundamentação teórica: conceituação e delimitação. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Org.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, MONTEIRO, J. L. Para Compreender Labov. Petrópolis: Vozes, NARO, A.; SCHERRE, M. Variação e mudança linguística: fluxos e contrafluxos na comunidade de fala. Cadernos de Estudos Linguísticos, n. 20,1991, p NARO, A. O dinamismo das línguas. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Org.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, PAIVA, M. C. A; DUARTE, M. E. L. Quarenta anos depois a herança de um programa na sociolinguística brasileira. In: WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola Editorial, PAIVA, M. C. A variável gênero/sexo. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Org.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, SILVA, T. C. Fonética e Fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 6. ed. São Paulo: Contexto, TARALLO, F. A Pesquisa Sociolinguística. 7. ed. São Paulo: Ática, WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola Editorial, Recebido Para Publicação em 13 de maio de Aprovado Para Publicação em 28 de agosto de Web-Revista SOCIODIALETO NUPESDD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

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