XVIII Encontro Nacional da APAJ Hotel Tivoli Oriente, Lisboa 04_05 de Dezembro de 2015
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1 XVIII Encontro Nacional da APAJ Hotel Tivoli Oriente, Lisboa 04_05 de Dezembro de 2015 O interesse do Mandatário do insolvente vs Interesse da Massa insolvente: Qual a fronteira, contornos e interesses do processo de insolvência António Raposo Subtil (Coordenador RSA LP) Paulo Valério (Advogado RSA LP)
2 Poderes do Administrador da Insolvência Tipo de processos e intervenção do advogado
3 Tipo de processos e intervenção do advogado SIREVE (DL 178/2012, de 3 de agosto) Natureza extrajudicial ; Intervenção de advogado voluntária; Excepção: Utilização das propostas de acordo no âmbito de processo de insolvência e suprimento judicial (artigo 19º do DL 178/2012, de 3 de agosto). PER (Artigos 17º-A a 17ºI, do CIRE) Natureza parajudicial ; Intervenção obrigatória do Advogado, mas sem carácter conflitual nas negociações com os credores; AJP orienta e fiscaliza os trabalhos, beneficiando dos recursos técnicos da empresa.
4 Tipo de processos e intervenção do advogado Insolvência Natureza judicial stricto sensu; Intervenção obrigatória do Advogado como mandatário da insolvente e/ou da massa insolvente; Intervenção facultativa do Advogado como técnico/auxiliar do AI; Nota: relações jurídicas controvertidas susceptíveis de gerar conflitos de interesses e incompatibilidades.
5 Poderes do Administrador da Insolvência Poderes do Administrador da Insolvência
6 Poderes do Administrador da Insolvência Poderes Especiais do AI A administração e disposição dos bens integrantes da massa insolvente (81.º CIRE); Resolução em Benefício da Massa (120.º do CIRE); Apreensão de todos os bens do devedor (149.º CIRE); Liquidação do activo (158.º CIRE); Nomeação de mandatários forenses, técnicos e outros auxiliares (artigo 55º, nº3).
7 Transferência dos poderes de administração e disposição Artigo 81.º CIRE (Transferência dos poderes de administração e disposição ) Notas a reter: 4 - O administrador da insolvência assume a representação do devedor para todos os efeitos de carácter patrimonial que interessem à insolvência; 5 - A representação não se estende à intervenção do devedor no âmbito do próprio processo de insolvência, seus incidentes e apensos, salvo expressa disposição em contrário.
8 Efeitos sobre as acções pendentes Artigo 85.º CIRE (Efeitos sobre as acções pendentes) Notas a reter: 1 - Declarada a insolvência, todas as acções em que se apreciem questões relativas a bens compreendidos na massa insolvente, intentadas contra o devedor, ou mesmo contra terceiros, mas cujo resultado possa influenciar o valor da massa, e todas as acções de natureza exclusivamente patrimonial intentadas pelo devedor são apensadas ao processo de insolvência, desde que a apensação seja requerida pelo administrador da insolvência, com fundamento na conveniência para os fins do processo. ( ) 3 - O administrador da insolvência substitui o insolvente em todas as acções referidas nos números anteriores, independentemente da apensação ao processo de insolvência e do acordo da parte contrária.
9 Poderes do Administrador da Insolvência Poderes do AI na escolha de técnicos e auxiliares Da análise da esfera de poderes do Administrador da Insolvência resulta que: O Administrador da Insolvência pode escolher, segundo o seu critério os técnicos, auxiliares e mandatários, sem que, no entanto, possa exercer o patrocínio judiciário! Nota: Existe necessidade de obtenção de parecer prévio da Comissão de Credores, ou Juiz, se aquele não existir;
10 A rede legal fundamental A rede legal fundamental
11 A Caducidade dos Contratos de Mandatos Artigo 110.º CIRE (Contratos de mandato e de gestão) Notas a reter: 1. Os contratos de mandato, incluindo os de comissão, que não se mostre serem estranhos à massa insolvente, caducam com a declaração de insolvência do mandante, ainda que o mandato tenha sido conferido também no interesse do mandatário ou de terceiro, sem que o mandatário tenha direito a indemnização pelo dano sofrido. (Cfr. número 1 do artigo 110.º do CIRE); Nota: A contrario sensu, infere-se da leitura da norma que não caducam os contratos de mandato relativamente aos actos estranhos à massa insolvente (ou seja, que não respeitem ao património integrante da massa insolvente);
12 A Caducidade dos Contratos de Mandatos Artigo 110.º CIRE (número 2 e 3) Excepções: 2 - Considera-se, porém, que o contrato de mandato se mantém: a) Caso seja necessária a prática de actos pelo mandatário para evitar prejuízos previsíveis para a massa insolvente, até que o administrador da insolvência tome as devidas providências; b) Pelo período em que o mandatário tenha exercido funções desconhecendo, sem culpa, a declaração de insolvência do mandante. 3 - A remuneração e o reembolso de despesas do mandatário constituem dívida da massa insolvente, na hipótese da alínea a) do número anterior, e dívida da insolvência, na hipótese da alínea b).
13 A Caducidade das Procurações Artigo 112.º CIRE (Procurações) Notas a reter: 1- Salvo nos casos abrangidos pela alínea a) do n.º 2 do artigo 110.º, com a declaração de insolvência do representado caducam as procurações que digam respeito ao património integrante da massa insolvente, ainda que conferidas também no interesse do procurador ou de terceiro. 2 - Aos actos praticados pelo procurador depois da caducidade da procuração é aplicável o disposto nos números 6 e 7 do artigo 81.º, com as necessárias adaptações. 3 - O procurador que desconheça sem culpa a declaração de insolvência do representado não é responsável perante terceiros pela ineficácia do negócio derivada da falta de poderes de representação.
14 A Caducidade das Procurações Artigo 112.º CIRE (número 1) Excepções: a) Caso seja necessária a prática de actos pelo mandatário para evitar prejuízos previsíveis para a massa insolvente, até que o administrador da insolvência tome as devidas providências; b) Pelo período em que o mandatário tenha exercido funções desconhecendo, sem culpa, a declaração de insolvência do mandante. (Cfr. artigo 110.º, número 2, alínea a) CIRE)
15 O artigo 55.º do CIRE Exercício da função jurídica O artigo 55.º do CIRE número 2 Sem prejuízo dos casos de recurso obrigatório ao patrocínio judiciário ou de necessidade de prévia concordância da comissão de credores, o administrador da insolvência exerce pessoalmente as competências do seu cargo, podendo substabelecer, por escrito, a prática de atos concretos em administrador da insolvência com inscrição em vigor nas listas oficiais
16 O artigo 55.º do CIRE Exercício da função jurídica O artigo 55.º do CIRE número 3 O administrador da insolvência, no exercício das respectivas funções, pode ser coadjuvado sob a sua responsabilidade por técnicos ou outros auxiliares, remunerados ou não, incluindo o próprio devedor, mediante prévia concordância da comissão de credores ou do juiz, na falta dessa comissão. Nota: O administrador da insolvência dispõe de poderes para desistir, confessar ou transigir, mediante concordância da comissão de credores, em qualquer processo judicial em que o insolvente, ou a massa insolvente, sejam partes O número 8 do artigo 55.º do CIRE, acaba por fazer depender o poder de desistência, confissão e transigência da própria Comissão de Credores.
17 O artigo 55.º do CIRE Exercício da função jurídica O artigo 55.º do CIRE número 4 O administrador da insolvência pode contratar a termo certo ou incerto os trabalhadores necessários à liquidação da massa insolvente ou à continuação da exploração da empresa, mas os novos contratos caducam no momento do encerramento definitivo do estabelecimento onde os trabalhadores prestam serviço, ou, salvo convenção em contrário, no da sua transmissão
18 O artigo 55.º do CIRE Exercício da função jurídica Artigo 55.º CIRE (Funções e seu exercício) Notas a reter: Só o Administrador da Insolvência pode escolher os técnicos, auxiliares e mandatários, sendo necessário, no entanto, a obtenção de parecer prévio da Comissão de Credores, ou Juiz, se aquela não existir; Os poderes para desistir, confessar ou transigir são objecto de prévio parecer e concordância da Comissão de Credores; Por regra, os mandatos forenses caducam com a declaração de Insolvência; A manutenção do Mandatário do Insolvente, deverá passar pela renovação do mandato pelo AI, com o prévio parecer e concordância da Comissão de Credores
19 O artigo 55.º do CIRE Artigo 55.º CIRE (Funções e seu exercício) Notas a reter: O artigo 55.º do CIRE, na fixação do papel e poderes do AI, admite a intervenção do Advogado em dois patamares; 1.º - O Advogado como auxiliar do AI no âmbito do processo, isto é, como técnico e assessor (consultor jurídico); 2.º - O Advogado como Mandatário da Massa Insolvente, isto é, como mandatário e procurador (mandatário forense).
20 Direito Comparado: o modelo Espanhol Case study O modelo especial Espanhol
21 Direito Comparado: o modelo Espanhol Ley Concursal Española, de 9 de Julio (Ley 22/2003, com a redacção actualizada pela Ley 9/2015) Espanha Artículo 33 - Funciones de la administración concursal Son funciones de los administradores concursales, en los términos previstos en esta Ley, las siguientes: a) De carácter procesal b) Propias del deudor o de sus órganos de administració: c) En materia laboral d) Relativas a derechos de los acreedores e) Funciones de informe y evaluación f) Funciones de realización de valor y liquidación g) Funciones de secretaría: h) Cualesquiera otras que esta u otras Leyes les atribuyan
22 Direito Comparado: o modelo Espanhol Especificidades A Ley Concursal Espanhol acaba por consignar que o órgano de administración, funcione de modo colegial e seja constituído por: a) Credor; b) ROC; c) Economista e um Jurista. Existe, assim, e na prática, não apenas um único Administrador de Insolvência, mas sim: i) gestor de processos; ii) leiloeiro/mediador; iii) Jurista.
23 Considerações finais Considerações Finais
24 Portugal Rua Bernardo Lima 3, , Lisboa T F portugal@rsa-lp.com Angola Presidente Business Center, Sala 402, Largo 17 de Setembro, Luanda T. e F angola@rsa-lp.com Brasil São Paulo Edifício San Paolo Av. Brigadeiro Faria Lima, Andar São Paulo SP Brasil T F brasil@rsa-lp.com Brasil Nordeste Pernambuco Sede Rua da Hora, 692, Espinheiro Recife PE CEP T F brasil@rsa-lp.com Cabo Verde Prédio Garantia, 1.º Esq Caixa Postal n.º 107 Santa Maria Ilha do Sal, Cabo Verde T F caboverde@rsa-lp.com Moçambique Av. Kenneth Kaunda, 609, Maputo Moçambique T. e F.: mocambique@rsa-lp.com
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