PDF. Coelho-bravo, espécie-chave dos ecossistemas mediterrânicos
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- Bento Arantes Dinis
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1 PDF Coelho-bravo, espécie-chave dos ecossistemas mediterrânicos O Coelho-bravo é uma espécie importante nos ecossistemas mediterrânicos, fazendo parte da alimentação duma ampla gama de predadores, sendo a presa principal de espécies em perigo de extinção, como o Lince-ibérico e a Águia-imperial. Sara Otero e Filipa Alves SISTEMÁTICA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 1 / 6
2 Ordem: Lagomorpha Família: Leporidae Género: Oryctolagus Espécie: Oryctolagus cuniculus O coelho-bravo é uma espécie característica dos ecossistemas mediterrânicos apresentando, no entanto, uma larga distribuição geográfica como resultado de repetidos episódios de introdução As populações de coelho-bravo podem ser agrupadas em duas subespécies distintas: Oryctolagus cuniculus cuniculus e Oryctolagus cuniculus algirus. A primeira inclui o coelho-bravo da Europa Central, assim como as populações que dele derivaram, respectivamente as que ocorrem em França, Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, América do Sul, e ainda todas as raças de coelho doméstico. Na segunda, inserem-se as populações ibéricas, do Norte de África e de várias ilhas atlânticas e mediterrânicas. A nível nacional este lagomorfo tem uma distribuição generalizada por todo o continente, estando presente por introdução também nos Açores (com excepção da Ilha do Corvo) e na Madeira (com excepção das Ilhas Desertas, onde foi erradicado). A espécie ocorre no Sítio Moura/Barrancos de forma fragmentada embora se tenham identificado algumas zonas de elevada densidade. No PNN a distribuição do coelho é também restrita, existindo três núcleos populacionais principais de baixa densidade nas regiões Centro-Este do parque. 2 / 6
3 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS O coelho-bravo é um animal de corpo alongado com comprimento de 34-45cm incluindo a cauda e pesando 1,5-2Kg. A pelagem difere segundo as regiões apresentando-se acinzentada, com tons amarelados e acastanhados na nuca e patas, e com a face anterior esbranquiçada; as orelhas são menores que o comprimento da cabeça e apresentam-se inclinadas para a frente. As patas posteriores são muito desenvolvidas, apresentando uma pequena altura ao garrote, uma adaptação à locomoção através do salto, sendo a corrida feita em apertados ziguezagues. Distingue-se da lebre por ser mais pequeno, pela coloração, por apresentar umas orelhas mais curtas e uma diferença menos acentuada entre o tamanho das patas posteriores e anteriores. 3 / 6
4 HABITAT Em pequena escala, a abundância de coelhos pode ser determinada pelo clima e outros factores, embora numa grande escala os padrões de abundância sejam provavelmente determinados pela variabilidade do habitat, onde a justaposição de solos que possibilitem a construção de tocas com zonas de alimentação, favorece uma elevada densidade populacional a nível local. A espécie tende a ser mais frequente em zonas de orla onde exista interligação entre culturas, prados e áreas de mato, de modo a que as zonas de alimentação e abrigo sejam próximas. ALIMENTAÇÃO Existem diferenças consideráveis na dieta alimentar dos coelhos em diferentes locais e estações do ano, embora os coelhos se alimentem principalmente de plantas herbáceas e arbustos, preferindo normalmente as primeiras, apresentando-se o tubo digestivo adaptado a uma alimentação exclusivamente vegetal. A digestão é caracterizada pelo fenómeno de cecotrofia, que conduz a uma segunda passagem dos alimentos através do tubo digestivo. Este processo decorre durante o repouso, aumentando em 50% o tempo de permanência dos alimentos no organismo, podendo ajudar a compreender a capacidade que esta espécie apresenta de se esconder durante longos períodos na toca, devido por exemplo, a condições climáticas desfavoráveis ou a elevado risco de predação. 4 / 6
5 A presença de vegetação herbácea em crescimento, com elevado teor em proteínas, é um factor importante para o início e manutenção da reprodução das fêmeas adultas e para o crescimento dos juvenis. Em condições de elevada densidade populacional os efeitos da carência alimentar são evidentes, ficando a pastagem gravemente degradada, sendo o crescimento e sobrevivência dos jovens severamente afectados e morrendo de fome muitos coelhos adultos. COMPORTAMENTO SOCIAL O coelho-bravo é uma espécie social que apresenta uma estrutura social bem definida, ocorrendo interacções agressivas durante a época reprodutiva devido à defesa territorial e ao aceso às fêmeas, no caso dos machos, e à competição pelos melhores locais de reprodução, no caso das fêmeas. Se os recursos são escassos, a competição intra-específica tem um papel indirecto na sobrevivência, porque os coelhos dominantes podem impor resistência à entrada de outros coelhos na colónia, de modo que os animais subordinados ficam mais vulneráveis à predação ou são forçados a ocupar habitats menos favoráveis. Os grupos de coelhos podem ser formados por até 20 adultos que se alimentam em conjunto e que partilham o mesmo sistema de galerias subterrâneas que constroem em terrenos fáceis de escavar. 5 / 6
6 REPRODUÇÃO reproduzir tem láparos. triplicado, consonância alimentares, Nas coelho-bravo reprodução POPULAÇÃO populações As Relativamente região condições modos doença directamente, períodos adultos A Mixomatose, Inverno. (40-90%), mamíferos funcionar importante Uma dependentes duração Doença variações ano. 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