O caranguejo-peludo-chinês no Tejo. Caranguejo-peludo-chinês (Eriocheir sinensis) Porquê peludo? Pedro Anastácio José Lino Costa
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1 O caranguejo-peludo-chinês no Tejo Pedro Anastácio José Lino Costa 1º Encontro sobre Espécies Exóticas Aquáticas no Tejo Fórum Cultural de Alcochete - 22 Março 217 Caranguejo-peludo-chinês (Eriocheir sinensis) Porquê peludo? 1
2 Onde se encontra? (Adaptado de Veilleux & De Lafontaine, 27) Distribuição na Europa (Gollasch, 29) Como chegou a Portugal? Passageiro clandestino? há certezas, mas sabe-se que alguns mecanismos noutras partes do mundo são: Transporte em água de lastro (Cohen and Carlton, 1997) Fuga ou libertação de sistemas de aquacultura (Herborg et al., 25) Introduções intencionais 2
3 Distribuição conhecida no Tejo em 1999 Cabral & Costa (1999) Distribuição atual no Tejo (Coelho, 214) Estrutura sexual da população no Tejo Fêmeas: até 7 cm de largura da carapaça e 138 g Machos: até 7.6 cm de largura da carapaça e g Mais machos do que fêmeas (M/F = 1.54) 3
4 Ciclo de vida Corrente de superfície para jusante Fêmea com ovos (água doce) (Acasalamento) Migração (por vezes centenas de Km) Megalopa Juvenis Corrente de fundo para montante Movimentação e migrações Distâncias percorridas em migração: Em Portugal pelo menos até 14 km Noutros países, até 125 km Velocidade de movimentação Dentro de água (sem corrente):.74 m s -1 Fora de água:.16 m s -1 Tempo de sobrevivência fora de água: Temperatura Humidade relativa LT 5 (horas) 24ºC 4% ºC 51% 7.17 Variação da população no Tejo 1% dos pescadores das localidades de rio afirmaram conhecer a espécie. Nas localidades do estuário apenas 68% referiu conhecer a espécie, verificando-se total desconhecimento por parte dos pescadores do Barreiro e do Seixal sobre a sua existência neste ecossistema. Presença há, pelo menos, 15 anos no rio e 2 anos no estuário. Efetivos têm aumentado Presença na bacia do Tejo Variação da População 43,3% 46,2% 73,3% 61,5% 16,7% 23,1% 23,1% 3,8% 5-1 anos 1-15 anos (Coelho, 214) 15-2 anos 6,7% mais de 2 anos 6,7% 1% Aumentou Diminiu Manteve 1% Oscilado (Depende do ano) 4
5 Dieta no Tejo N=76 - Elevada intensidade alimentar - Dieta omnívora e diversificada - Reduzido impacto trófico (Coelho, 214) Consumo de microplásticos no Tejo N=39 Exemplares que não tinham ingerido microplásticos (Wójcik-Fudalewska et al., in press) Machos que tinham ingerido microplásticos Fêmeas que tinham ingerido microplásticos - Potencial problema para a espécie e os seus predadores, incluindo o Homem Exploração no Tejo Valor Gastronómico Artes de Pesca 5% 39% 31,3% 22% 53,3% 46,2% 38,5% 26,7% 2% 15,4% 6,3% 4,9% 9,8% 7,3% 2,4% 4,9% 9,8% 6,3% 6,3% Tamanho para Comercialização 84,6% 56,7% 2% 15,4% 23,3% (Coelho, 214) 5
6 Exploração no Tejo Destino dos exemplares de E. sinensis 83,3% 53,8% 23,1% 3,3% 13,3% 15,4% Devolvido à água Consumo Próprio Venda intermediários Eliminação Compradores de E. sinensis 1% Chineses Espanhois (Coelho, 214) Restaurantes Exploração no Tejo Valorização Comercial de E. sinensis 66,7% 38,5% 46,2% 13,3% 2% 15,4% 1% Valor Comercial 6% 4% sabe 2,5 /Kg (Coelho, 214) Impactos Degradação das margens do rio, podendo comprometer a sua sustentabilidade durante inundações e até mesmo a navegação (Holdich and Pockl, 27). Declínio de pesca comercial e recreativa (Herborg et al., 23; Herborg et al., 25). Competição com fauna nativa, por alimentação e abrigo (Holdich and Pockl, 27). Como espécie catádroma, afeta os estuários, que são ecossistemas vulneráveis (Herman et al., 1999). (Fialho, 211) 6
7 Impactos no Tejo A maioria dos inquiridos manifestou uma opinião negativa sobre os indivíduos desta espécie. Existência de Impactos Negativos 96,7% 84,6% 65,9% Opinião sobre a espécie 3,3% 17,1% 2,4% 9,8% Destruidor de redes Praga Acaba com o peixe Sem opinião 2,4% Espécie Invasora 2,4% Desgraça para o pescador (Coelho, 214) Conclusões Espécie atualmente bem implantada no Tejo e poderá exportar populações para outros rios nacionais e internacionais; Desconhece-se de forma aprofundada quais os impactos sobre a biodiversidade no contexto do Tejo; Há uma atividade económica limitada associada à espécie, mas a perceção social é em geral negativa; A erradicação da espécie não é possível, mas podem-se equacionar medidas de mitigação e de contenção (controle populacional, técnicas de diminuição de danos e prevenção da dispersão). 7
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