EFEITO DA FARINHA DA CASCA DE MARACUJÁ AMARELO (Passiflora alata) NA GLICEMIA DE RATOS.

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1 EFEITO DA FARINHA DA CASCA DE MARACUJÁ AMARELO (Passiflora alata) NA GLICEMIA DE RATOS. Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: NUNES, Debora de V. ;HELBIG, Elizabete;MOURA, Fernanda Aline de;lameiro, Magna; AMARAL, Sheila Afonso do. COSTA, Marli Dias da. Débora de Vargas Nunes Marli Dias da Costa Álvaro Renato Guerra Dias Fernanda Muniz das Neves UFPel EFEITO DA FARINHA DA CASCA DE MARACUJÁ AMARELO (Passiflora alata) NA GLICEMIA DE RATOS. NUNES, Debora de V. 1 ; HELBIG, Elizabete 3 ; MOURA, Fernanda Aline de 1 ; LAMEIRO, Magna 2 ; AMARAL, Sheila Afonso do 1. COSTA, Marli Dias da 4. ¹ Academica do Curso de Nutrição UFPel; ² Mestranda do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial/FAEM/UFPel; ³ Doutora pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial/FAEM/UFPel. 4 Docente do Curso de Nutrição UFPel. 1.INTRODUÇÃO As propriedades funcionais da casca do maracujá têm sido estudadas nos últimos anos, principalmente aquelas relacionadas com o teor e o tipo de fibras (MEDINA,1980). Tal fato sugere que novos produtos obtidos da casca do maracujá direcionados para pessoas que necessitam aumentar a ingestão de fibras, também podem ser formulados. Assim, surgem vários produtos com a função de prevenir doenças e reduzir riscos de algumas doenças nas populações, destacando-se a prevenção do câncer de colón, hiperlipidemias, diabetes e obesidade, entre outras (CÓRDOVA et al., 2005). Dietas com alto teor de fibra alimentar têm apresentado resultados positivos em relação à tolerância à glicose, redução de hiperglicemia pós-prandial e taxa secretora de insulina, em indivíduos diabéticos. A fração da fibra solúvel é apontada como

2 responsável por estes efeitos fisiológicos benéficos e vários mecanismos têm sido propostos para explicar sua ação (EBIHARA, 1982), entre eles destaca-se a alteração na velocidade de difusão da glicose, devido à formação de gel no lúmem intestinal (EBIHARA, 1982; RAY, 1983; SCHWARTZ, 1988; VAHOUNY, 1982) O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da fibra de maracujá (Passiflora edulis) na glicemia de ratos Wistar. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 MATERIAL - Ratos Wistar machos, provenientes do Biotério Central/UFPel. - Fibra de maracujá, de Marca Flora Ervas Ltda, com 58.34% de fibra alimentar. 2.2 Métodos Ensaio Biológico Foram utilizados 24 ratos machos adultos da linhagem Wistar, 6 por tratamento, distribuídos aleatoriamente em 3 grupos, com peso médio 170 gramas. O experimento teve duração de 30 dias e foi realizado no Laboratório de Nutrição experimental da Faculdade de nutrição da Universidade Federal de Pelotas., As condições ambientais foram controladas, sendo temperatura de 22 a 25 C e umidade relativa do ar entre 50 e 60%, ciclo claro/escuro de 12 horas Dietas Experimentais Foram elaboradas quatro dietas (Tabela 1), formuladas a partir da AIN-93M (Reves et al., 1993), sendo, dieta controle (grupo 1), dieta hiperlipídica com 5% de farelo de trigo como fonte de fibra (grupo 2) e duas dietas hiperlipídicas com farinha da casca de maracujá como fonte de fibra, na proporção de 5% (grupo 3) e 6,5% (grupo 4) de fibra alimentar, conforme informação do rótulo Glicemia A glicemia foi avaliada nos animais submetidos a jejum de 12 horas, foram realizadas três coletas de glicemia, no inicio do tratamento, no 15 e no 30 dia. A glicemia foi determinada com aparelho medidor ACCU-CHEK com sangue retirado da região caudal do animal Estatística Os resultados foram submetidos à análise de variância ANOVA e teste de Tukey com nível de significância 5% (p<0,05), usando o Software Statistica 5.0. Tabela 1. Formulação das dietas utilizadas no ensaio biológico

3 Ingredientes (g) Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Amido milho Caseína , Maltodextrina , Sacarose Óleo soja 40 36, Banha Gordura vegetal hidrogenada Farelo de trigo , Fibra de maracujá Mix Mineral Mix Vitamínico L-cistina 1.8 1, Bitart. colina 2.5 2, Tetra-butil hid , Farinha trigo 0 656, RESULTADOS E DISCUSSÃO Os níveis de glicemia de jejum foram comparados antes e durante o uso da farinha de casca de maracujá. Antes do uso, os animais apresentavam-se normoglicêmicos, sem diferença entre os grupos. Ao longo dos 30 dias foi feito o controle glicêmico através de duas medidas, no 15 dia e no 30 dia. Na Figura 1 está apresentado o comportamento glicêmico dos animais em consumo de fibra de trigo e de maracujá, ao longo de 30 dias. 100,00 Glicemia mg.dl-1 80,00 60,00 40,00 1 dia 15 dia 30 dia Dias AIN Trigo Maracujá 5% Maracujá 6,5%

4 FIGURA 1. Média final da Glicemia por dia de coleta e tratamentos de 24 ratos Wistar machos. Na Figura 1 observa-se uma estabilidade no nível glicêmico entre os grupos, ocorrendo aumento de glicemia ao longo dos 30 dias avaliados, no entanto este aumento não foi significativo, pois ocorreu da mesma forma para os grupos, mantendo os níveis glicêmicos dentro da faixa da normalidade, independente do tipo ou concentração da fibra utilizada. Os resultados deste estudo contrariam os achados de SABAA (1998) que observou na quarta semana de experimento uma glicemia significativamente inferior para os grupos que receberam dieta com farinha de maracujá, quando comparados aos que receberam dieta com celulose, considerada ração controle, tanto para animais normais como para diabéticos. No entanto, existe dependência da dose utilizada de farinha de maracujá, para que o efeito hipoglicemiante ocorra. Neste experimento usou-se concentrações de 5 e 6,5%, enquanto que SABAA (1998) utilizou aproximadamente 20% de pectina da casca não fervida do maracujá amarelo, encontrando efeito hipoglicemiante, sem alteração no coeficiente de eficiência alimentar. Os dados com relação aos efeitos da fibra de maracujá ainda são controversos, de acordo com estudos de FIETZ (1999), verificou-se que dietas com níveis de 20% de pectina de alta (HMP) e de baixa (LMP) metoxilação proporcionaram diarréia e redução no peso de todos os ratos analisados e morte de alguns. 4. CONCLUSÃO Concluiu-se que a fibra de maracujá nas concentrações de 5 e 6,5% não promovem efeito hipoglicemiante em ratos adultos sadios. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÓRDOVA, K. R. V.; GAMA, T. M.M. T.B.; WINTER, C. M. G. NETO,G. K.; FREITAS, R. J. S. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora edulis Flavicarpa Degener) obtida por secagem. B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 2, jul./dez EBIHARA, K.; KIRIYAMA, S., Comparative effects of water-soluble and water-insoluble dietary fibers on various paramenters relating to glucose tolerance in rats. Nutrition Reports International, v. 226, n. 22, p , In FIETZ, Vivian R., SALGADO, Jocelem M. Efeito da pectina e da celulose nos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos em ratos hiperlipidêmicos. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.19 n.3 Campinas Sept./Dec MEDINA, J.C. Alguns aspectos tecnológicos das frutas tropicais e seus produtos. São Paulo: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, p. (Série Frutas Tropicais). RAY, T. K.; MANSELL, K.M.; KNIGHT, L.C.; MALMUD, L.S.; OWEN, E.; BODEN, G.,Long-term effects of dietary fiber on glucose tolerance and gastric emptying in non insulin-dependent diabetic patients. American Journal of Clinical Nutrition, v. 53, p , 1983.

5 SABAA S., JUNQUEIRA M. S. Uso de casca de maracujá ( Passiflora Edulis, F. Flavicarpa, deg ) cv amarelo na alimentação de ratos (rattus norvergicus) normais e diabéticos, Rio de janeiro, UFRJ,1998. SCHWARTZ, S.; LEVINE, R.A; WEINSTOCK, R. S.; PETOKAS, S.; MILLS, C.A.; THOMAS, F.D., Sustained pectin ingestion: effect on gastric and glucose tolerance in non insulin- dependent diabetic patients. American Journal of Clinical Nutrition, v. 48, n. 6, p , VAHOUNY, G.V. Conclusions and recommendations of the symposium on Dietary fibers in health and disease. American Journal of Clininical Nutrition, v. 35, p , 1982.