2º RELATÓRIO DE VISITA MUNICÍPIO DE SÍTIO DO MATO - BAHIA

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1 2º RELATÓRIO DE VISITA MUNICÍPIO DE SÍTIO DO MATO - BAHIA INTRODUÇÃO Tendo em vista os resultados da primeira visita de reconhecimentos de sítios arqueológicos no município de Sítio do Mato, ocorrida entre 30 de junho e 03 de julho de 2011, quando confirmamos a existência de dois sítios arqueológicos (Morro do Lajeado 1 e Morro do Lajeado 2), estabelecemos com o senhor Sinvaldo Castro um protocolo para a descoberta e mapeamento de novos sítios. Desta forma, o citado senhor, auxiliado pelo senhor José Vieira dos Santos, recolheram informações e registraram fotograficamente os vestígios encontrados, remetendo por meio do correio eletrônico os dados e imagens para que nos as verificassemos. Seguindo essas instruções, o senhor Santos retornou ao sítio Morro do Lajeado 2, de modo a localizar as concentrações cerâmicas em superfície e determinar a posição de algumas presumidas urnas funerárias já vistas antes por ele. Concomitantemente, o senhor Castro obteve relatos e fotografias de dois sepultamentos em urna que foram achados na localidade de Vale Verde, infelizmente, escavados de modo destrutivo. O volume de dados e os registros visuais que recebemos mostraram-nos que já havia elementos suficientes para justificar uma segunda investida de campo ao município de Sítio do Mato. Portanto, entre 29 de setembro e 04 de outubro eu, professor Luydy Abraham Fernandes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e meu aluno/orientando José Pereira Brito Júnior realizamos a segunda campanha de reconhecimento de sítios arqueológicos no município em pauta. Da mesma forma como fizemos na primeira campanha, compreendendo a realidade do município, a equipe científica não cobrou absolutamente nada pelos serviços de averiguação dos sítios arqueológicos. Como contrapartida, foi-nos providenciada a hospedagem, a alimentação e as passagens de ida e volta pelo município de Sítio do Mato. O presente relatório registra as atividades e resultados dessa segunda campanha. Recomendamos a leitura do primeiro relatório para os interessados no conhecimento dos dois primeiro sítios e das demais condições da pesquisa. RECONHECIMENTO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS A partir dos dados coletados pelos senhores Castro e Santos foi reconhecido mais um sítio arqueológico. Trata-se da segunda aldeia da tradição arqueológica Aratu, sendo a primeira o sítio Morro do Lajeado 2. As prospecções que executamos nos arredores desse sítio possibilitaram a descoberta de mais dois sítios arqueológicos, ambos formados por artefatos líticos lascados. Assim sendo, tomando por base as principais características, podemos sintetizar em uma tabela os sítios até o presente momento já registrados em Sítio do Mato. 1

2 Tabela 1 Sítios Arqueológicos Descobertos em Sítio do Mato Nome do Coordenadas Sítio Morro do 23L Lajeado Morro do 23L Lajeado Vale Verde 1 23L Vale Verde 2 23L Vale Verde 3 23L Tipo de Sítio Rupestre Cerâmico Cerâmico Lítico Lítico Artefatos Pinturas em um nicho calcário. Fragmentos cerâmicos, líticos lascados e polidos, ossos de animais, malacológicos, sepultamentos em urna. Aldeia Aratu. Fragmentos cerâmicos, líticos lascados e polidos, sepultamentos em urna. Aldeia Aratu. Instrumentos líticos lascados e lascas em uma cascalheira na margem esquerda do rio São Francisco. Instrumentos líticos lascados e lascas em estratigrafia. DESCRIÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Como fizemos uma nova incursão ao sítio Morro do Lajeado 2, com o objetivo de verificar as concentrações cerâmicas em superfície e as urnas funerárias fotografadas pelo senhor Santos, apresentaremos uma segunda descrição, agora mais detalhada, desse mesmo sítio. Para embasar o leitor e sintetizar as informações que obtivemos até agora, também recapitularemos a descrição do Morro do Lajeado 1. Na apresentação abaixo, seguiremos a ordem em que os sítios foram descobertos. Sítio Morro do Lajeado 1 (23L ) Fig 1: Morro do Lajeado com os seus dois sítios indicados. (Fonte: Google Earth, acessado em 05 de julho de 2011). Sítio implantado em um grande afloramento de calcário muito regular, de contorno oval quando visto do ar, denominado de Morro do Lajeado. Tal morro tem o formato de um outeiro isolado no terreno plano e por isso bastante destacado no ambiente, podendo facilmente ser considerado um notável marco paisagístico. No sentido N-S tem 760 metros e no sentido L-O mede 2

3 890 metros, mostrando-se muito íngreme na parte inferior da sua encosta, conformando um paredão que contorna toda a elevação. Contudo, não se trata do único morro calcário, sendo a presença dessas formações colinares uma característica da topografia regional em escala mais ampla. O mais conhecido desses morros é aquele onde se instalou o santuário de Bom Jesus da Lapa, na cidade vizinha, aproveitando os salões e as galerias da caverna existente. Um conjunto de sinais pintados por grupos indígenas no passado está implantado no início da encosta do morro, em um pequeno nicho irregular com cerca de 1,5m de largura por 3,5m de altura máxima. Na sua porção mais alta e abrigada está a maior concentração das figuras, havendo algumas poucas (2 motivos) ligeiramente afastadas, cerca de 3m para a esquerda. São figuras geométricas, predominantemente pentiformes, aos que se seguem, em ordem decrescente de freqüência, grades, tridáctilos, bastonetes, pontos e círculos. A maioria foi executada em branco, seguido pelo vermelho e, raramente o preto. Alguns poucos motivos dão a impressão de serem amarelos, todavia, tal tonalidade pode decorrer de uma degradação do vermelho ou uma transformação do branco. Ainda existe a chance do amarelo resultar da interação entre os pigmentos brancos e vermelhos de um motivo repintado. O pigmento branco e o vermelho formam traços grossos, possivelmente aplicados com o dedo, ao passo que o pigmento preto teria sido aplicado na forma sólida, em bastão, talvez com carvões. Aparentemente, a figuras brancas foram realizadas em primeiro lugar, às quais se seguiram as figuras em vermelho, algumas vezes numa tentativa de repintar o motivo branco preexistente ou então apenas manchas/borrões aplicadas sem cuidado sobre motivos brancos. No geral, há menos domínio técnico na execução e controle dos traços vermelhos, em comparação aos traços em branco. Pelo que conseguimos notar preliminarmente, o preto surge depois de feitas as demais pinturas, situando-se complementarmente a elas. Tal é o caso do círculo em branco que tem contorno de pelo menos dois outros círculos pretos de traço mais fino. Esse motivo situa-se mais à esquerda do nicho onde se concentram as demais pinturas. Quanto à conservação, há vários escorrimentos em diversas nuanças de brancos naturais sobre os grafismos, que se confundem parcialmente com a tonalidade clara das figuras. Ninhos de insetos, construídos com argila também formam pequenos círculos vermelhos que podem atrapalhar a visualização do painel. O topo do nicho recurva-se ligeiramente, oferecendo alguma proteção contra os raios solares e a chuva direta, mesmo assim, tais intempéries atingem grande parte das pinturas. A vegetação ainda resiste e representa um bom elemento mantenedor do microclima. Os blocos de calcário mostram quebras naturais, de acordo com a sua sedimentação e clivagem. Nas proximidades do sítio nos deparamos com dois fornos cônicos de tijolos para produção de cal. Essa atividade pode representar perigo para as pinturas, quer seja diretamente, pela quebra do suporte calcário, quer indiretamente, pela fuligem dos fornos e pela supressão da vegetação usada como combustível de queima. Apesar disso, não encontramos sinais de vandalismo ou de destruição propositada das pinturas. Poucos sítios rupestres são conhecidos nessa região. Os mais próximos estão em Santa Maria da Vitória, onde foram registrados a Gruna do Cristal e a Gruta do Tapuia; há ainda a Gruta do Tamarindo, na Serra do Ramalho, onde existem gravuras (ETCHEVARNE, 2007). Pelo que notamos em campo, somado à forma do relevo, é considerável o potencial arqueológico e a busca 3

4 por novos lugares com pinturas poderá revelar mais sítios nos morros, grutas e paredões do município de Sítio do Mato. Fig 2: Sítio Morro do Lajeado 1, nicho com concentração das pinturas. O guia, sr. José Vieira dos Santos, dá a noção das dimensões do painel (Foto: Luydy Fernandes). Fig 3: Maior concentração dos motivos do painel (Foto: Luydy Fernandes) 4

5 Sítio Morro do Lajeado 2 (23L ) Sítio arqueológico de um grupo indígena do passado implantado no topo do Morro do Lajeado, a 513m para sudoeste do sítio anterior, em um solo com pouca inclinação e presença de sedimento argiloso, talvez latossolo vermelho. Desse solo emergem blocos de calcário de diversas dimensões, desde os menores, com poucos centímetros, até os maiores, com quase um metro ou pouco mais. A mancha de fragmentos cerâmicos está centrada na colina e se distribui de modo aproximadamente elipsoidal, contudo tal avaliação é preliminar, tendo em conta a precisão dos sinais dos satélites captados pelo aparelho de GPS, bem como do número de pontos marcados. A extensão no sentido NE-SO tem cerca de 150 metros, ao passo que no sentido NO-SE os vestígios se estendem por 100 metros, aproximadamente. Fig 4 e 5: Sítio Morro do Lajeado 2, plotagem de algumas concentrações cerâmicas em superfície. (Fonte: Google Earth, acessado em 07 de outubro de 2011). Cerâmicas - Os fragmentos cerâmicos deste sítio mostram uma variação decorativa incomum dentro do que se conhece até então para a tradição Aratu na Bahia, particularmente para o oeste do estado. Aparentemente, a técnica é a de roletes e a queima é uniforme em baixa temperatura, possivelmente em fogueira a céu aberto. O tratamento da superfície consiste de um alisamento regular, melhor aplicado externamente, contudo ainda muito bem executado nas faces internas, que podem ser mais porosas, talvez devido ao uso. Não conseguimos verificar com precisão o tipo de antiplástico presente na pasta, notamos apenas a presença de areia num exame preliminar. De elementos novos para a tradição registramos a presença de muitos apliques mamilonares na região das bordas, bastante próximos ao lábio. Alguns apliques são perfurados horizontal ou verticalmente, sugerindo serem usados como pontos para a amarração de cordões de suspensão. No caso de apliques com furos horizontais estes podem se apresentar de duas formas: atravessando apenas o aplique ou atravessando o aplique e a parede do recipiente cerâmico, saindo dentro do seu bojo. Um fragmento de borda apresentava um aplique não perfurado e, contornando a abertura, uma decoração incisa em ziguezague com segmentos de cerca de 2,5cm de comprimento e largura de 5

6 2mm. Há bordas com apliques duplos no lábio, ora conformando pares de apêndices pequenos, ora visivelmente destacando-se como minúsculos pares de roletes dobrados sobre o lábio. Também registramos algumas bordas perfuradas, dobradas em ângulo reto como as da tradição Uru e outras com decoração corrugada, talvez escamada. Essa última decoração plástica é comum na faixa litorânea em sítios da tradição Aratu, fase Itanhém. Contudo, nunca havia sido registrada no Oeste da Bahia, região dominada pela fase Aratu. Fragmentos roletados de recipientes de dimensões variadas completam as decorações identificadas. Tabela 2 Decoração da cerâmica do Sítio Morro do Lajeado 2 Decoração Coletado Elemento Novo Bordas com apliques perfurados ou não Sim Sim, para a tradição Aratu na Bahia Borda com incisão em ziguezague Sim Sim, para a tradição Aratu na Bahia Cerâmica com decoração corrugada Sim Sim, para a região Oeste da Bahia Borda dobrada em ângulo reto Sim Sim, para a tradição Aratu na Bahia Cerâmica com apêndices no lábio Sim Não Cerâmica roletada Sim Não Fig 6 e 7: Bordas com apliques.vista de frente e vista de perfil de dois fragmentos diferentes (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 8, 9 e 10: Bordas com apliques perfurados horizontalmente. Direita, vista de frente com perfuração que atravessa o recipiente cerâmico. Esquerda, vista de perfil e perfuração que atravessa apenas o aplique (Fotos: Luydy Fernandes). 6

7 Fig 11: Borda de recipiente cerâmico com aplique não perfurado e decoração incisa em ziguezague contornando o vaso (Foto: Luydy Fernandes). Fig 12, 13 e 14: Lábios com apliques duplos. Esquerda, em par de apêndices. Centro e direita, mesmo fragmento visto de frente e de perfil mostrando apliques em pequenos roletes dobrados sobre o lábio (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 15, 16 e 17: Esquerda, borda com lábio dobrado em ângulo reto. Centro, fragmento de cerâmica com decoração corrugada. Direita, borda cerâmica roletada (Fotos: Luydy Fernandes). Quanto aos objetos de cerâmicas não relacionadas à produção de alimento, damos destaque para os muitos fragmentos de cachimbos. Aparentemente, a maioria dos recolhidos pelo senhor Santos é em ângulo reto e fabricados por modelagem. Há dois fragmentos que sugerem ser de cachimbos tubulares. A forma da piteira apresenta um ligeiro entalhe quando vista de cima e o orifício de aspiração da fumaça tem cerca de 4mm. Existem supostos fusos de fiar feitos pelo 7

8 aproveitamento de cacos regularizados de vasos (3,2 x 3,7mm e orifício de 5m) e há fusos discóides que devem ter sido executados diretamente com o barro fresco. Notamos ainda a presença de supostos fusos rombóides e esféricos, estes com um orifício muito mais restrito (2mm). Um exemplar distinto tem a forma discóide com uma depressão ou sulco ao longo da sua periferia, lembrando a forma de uma roldana. Obviamente, não sabemos a função de tais objetos perfurados. Há uma peça bastante particular, de formato cônico e quebrado na sua base mais larga. Ostenta incisões em ziguezague em toda a superfície de modo bastante similar a um carimbo corporal, embora não nos pareça sê-lo, dado a pouca profundidade das incisões. Atravessando todo o seu comprimento de modo longitudinal existe um pequeno orifício. Fig 18, 19, 20 e 21: Fragmentos de cachimbos. Duas primeiras fotos, piteiras com o canal de passagem visível. Duas últimas, fragmento de piteira com entalhe, visto de frente e visto de lado. Notar o orifício de aspiração da fumaça (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 22 e 23: Possíveis fusos. Esquerda, executado sobre um fragmento de cerâmica. Direita, executado com a pasta de cerâmica fresca (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 24 e 25: Objetos não identificados. Fusos? Esquerda, peça esférica com perfuração. Direita, peça discóide com sulco contornando sua periferia (Fotos: Luydy Fernandes). 8

9 Fig 26: Objeto cerâmico cônico, de base quebrada, sem função identificada. Apresenta várias incisões em padrões de ziguezague e um pequeno orifício centralizado que atravessa longitudinalmente o seu corpo (Foto: Luydy Fernandes). Mais uma vez não notamos fatores destrutivos presentes nesse sítio, a não ser por queimadas e pelo pisoteio de animais selvagens e do próprio homem, que eventualmente sobe o morro para caçar ou retirar árvores de madeira de lei, especialmente a aroeira e o pau d arco. O gado não tem acesso ao local, tendo em vista que a escalada da encosta relativamente abrupta que circunda o morro não lhe ser propícia. Além do mais, nas margens da encosta e antes de se adentrar a mata que cobre o topo, o calcário apresenta um trecho em lapiás, cujas bordas rochosas são agudas e muito cortantes, que deve ser transposto com cuidado. Em face e tais obstáculos, a implantação do grupo no topo do morro seria um fator defensivo. Não vimos nenhuma fonte de água no local, todavia, não o percorremos no todo. Segundo os guias, há uma nascente a cerca de 1,5km do morro. Fig 27 e 28: Concentrações de fragmentos cerâmicos em superfície (Fotos: Luydy Fernandes). Líticos - Dentre os artefatos líticos apontamos para uma lâmina de machado polido com fratura transversal, da qual restou o talão. A julgar pelas pátinas e incrustações que apresentava, estava deposto em superfície. A sua face superior mostra restos de liquens amarelados ao passo que a sua face em contato com o solo tem coloração vermelha pela impregnação do latossolo. Como nos flancos desse fragmento não havia sujidades, deduzimos que o instrumento não estava enterrado, mas sim, repousando sobre a superfície. Há um segundo instrumento recolhido pelo senhor Santos. Trata-se de um seixo discóide talvez de quartzito que teve toda a sua periferia abrasada. Apresenta- 9

10 se rompido com perda de lascas talvez por ação térmica. Pensamos que o seu desgaste não seria provocado por sinais de golpes de percussão, pois os estigmas são pequenos, suaves, muito unidos e regulares, configurando uma superfície desgastada plana que faz um ângulo reto com o córtex do seixo. Lembram mais uma ação suave de moer. No que tange a essa ação, apontamos para duas grandes lajes possivelmente em arenito exógeno de grão fino que fotografamos nessa segunda inspeção do sítio. Elas apresentam concavidades alongadas e rasas que não são equivalentes aos pilões, mas sim, a mós. Nesse sentido, o seixo abrasado poderia ser uma mão de mó. Fig 29 e 30: Fragmento de lâmina de machado polida correspondente ao talão (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 31 e 32: Seixo discóide com a periferia completamente abrasada (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 33 e 34: Lajes de arenito com depressão suave central, ou seja, mós para moer (Fotos: Luydy Fernandes). 10

11 No sítio, além das duas possíveis mós já citadas, localizamos, mas não recolhemos várias lascas aparentemente de silexito, dois núcleos dessa mesma matéria prima, várias pequenas lascas de quartzo hialino e de quartzo leitoso. Coletamos apenas um suposto instrumento, sobre uma espessa lasca de debitabem plena em silexito(?) com fratura oblíqua da qual recuperamos a porção proximal. Sofreu ação térmica após sua debitagem. Se natural ou antópica é impossível determinar agora. Na sequência, quatro retiradas de façonagem na face superior delinearam três saliências e duas reentrâncias, ambas ao lado do talão. Na maior dessas reentrâncias são visíveis vários retoques que se confundem com estilhaçamentos de um suposto uso. Precisamente por esse motivo, ou seja, um potencial uso, recolhemos apenas essa peça do sítio. Fig 35, 36 e 37: Objetos líticos lascados. Esquerda, lasca de silexito. Centro, núcleo possivelmente de silexito. Direita, instrumento sobre lasca, vista da face superior, talão voltado para a esquerda. Recolhido. (Fotos: Luydy Fernandes). Um instrumento em rocha básica não identificada que seguramente não é local, ostenta sinais de percussão na sua periferia (percutor?) e no seu centro tem sinais de percussão concentrados, remetendo ao que convencionalmente se designa por quebra coquinho. Não estaria íntegro, mas com sinais de duas fraturas ou lascamentos. Fig 38: Instrumento em rocha básica com marcas de percussão em toda a periferia e no centro de uma das faces, tal como um quebra coquinho (Foto: Luydy Fernandes). 11

12 Fig 39, 40 e 41: Fragmentos de calibradores em arenito (Fotos: Luydy Fernandes). Três fragmentos de placas de arenito de grão fino, não existente naquele local e por isso mesmo trazido de fora, foram vistos. Em uma das faces desses objetos havia um sulco profundo e longo: 10mm de largura por 6mm de profundidade, sendo que no maior fragmento o comprimento do sulco era de 8,5cm. Contudo, a extensão total era bem maior, já que o suporte rochoso estava quebrado. Atribui-se, geralmente, a esses artefatos a função de regularização de varas de madeira ou de ossos possivelmente para a produção de hastes e de pontas de flechas. Desta forma, são chamados convencionalmente de calibradores. Fig 42, 43 e 44: Restos ósseos de animais. Duas vértebras de peixe e uma vértebra de mamífero desconhecido (Fotos: Luydy Fernandes). Restos animais - Quanto aos vestígios animais, provavelmente alimentares localizamos conchas bivalves nacaradas de água doce, três delas de grandes dimensões (8cm uma delas e outra 12

13 com 5cm). Duas vértebras de peixes, uma com 2cm e outra com 5cm de diâmetro, correspondendo a animais que teriam grandes dimensões. Por fim, fotografamos uma vértebra de um animal desconhecido, possivelmente um mamífero e fragmentos de uma epífise, talvez de um fêmur. Sepultamentos em urna - Infelizmente, repetiu-se um fato lamentável. Após a localização de prováveis urnas funerárias aflorando em superfície, por parte do senhor Santos, desconhecidos foram ao sítio e saquearam essas urnas. É uma grande perda de informação irrecuperável. Ao visitarmos os sítios pudemos constatar que se tratavam mesmo de urnas com sepultamentos indígenas pelos ossos humanos estilhaçados e espalhados ao redor do buraco aberto pelos saqueadores. Essas pessoas ignorantes pensam existir tesouros ou ouro enterrado dentro das urnas. Na sua ânsia por obtê-los arrancam com violentas enxadadas o conteúdo dar urnas, espatifando o recipiente cerâmico, destroçando os ossos e espalhando tudo. Por fim, quando constatam que apenas encontraram ossos velhos e cacos de potes, ainda acreditam que o ouro foi encantado e transformado em ossos. E alguns até pensam que esses ossos um dia desencantarão e voltarão a ser ouro. A única coisa que fizeram foi destruir totalmente um grande tesouro. O Tesouro do conhecimento. Por meio desses sepultamentos poderíamos saber muito mais sobre aqueles grupos indígenas que viveram há muitos séculos no passado. Antes mesmo do nosso país ser descoberto. Esses índios nunca atribuíram importância para esse metal. Nunca o utilizaram, nunca o recolheram, muito menos o enterraram em potes de barro. Apesar disso esse metal e a ambição de pessoas ignorantes são as responsáveis pela destruição de muitos dos seus túmulos. Devemos combater com muita energia e insistência essa ignorância que move as pessoas ao barbarismo da ação de destruir esses sepultamentos. Pelo que constatamos dos buracos dos saqueadores, quatro foram as urnas já destruídas nesse sítio. Uma das informações que podemos obter dos sepultamentos é a antiguidade desse sítio. Fig 45: Buraco aberto pelo saque de uma urna funerária em busca de um tesouro imaginário. Notar os fragmentos cerâmicos do recipiente funerário fora da cava, no lado direito da imagem (Foto: Luydy Fernandes). 13

14 Fig 46 e 47 : Urna da tradição arqueológica Aratu escavada na cidade de São Félix do Coribe com o esqueleto íntegro em seu interior e desenho mostrando a posição do corpo dentro da urna (Foto e desenho: Luydy Fernandes). Sepultamentos eu urnas nos sítios de antigas aldeias Aratu são muito comuns no Oeste da Bahia. Até a presente data foram localizados setenta e nove (79) desses sítios no estado e o Oeste da Bahia tem, pelo menos, doze (12) deles. Nas proximidades de Sítio do Mato podemos citar os sítios Aratu da Praça de Piragiba, no município de Muquém do São Francisco, a cerca de 88km; o sítio Pio Moura, em São Félix do Coribe, a cerca de 86km e o sítio do Vau, no município de Correntina, a cerca de 130km, com todas as distâncias tomadas em linha reta (FERNANDES, 2003). A característica marcante desses grupos Aratu é o tratamento dado aos mortos. A forma mais comum de os enterrarem era usando grandes vasos cerâmicos nos quais os corpos eram introduzidos e acomodados numa posição acocorada. A urna cerâmica era fechada por um outro vaso ou então com pequenas lajes de pedra e enterrada. Além das urnas outros artefatos podem ser recuperados nas escavações dos sítios, tais como instrumentos de pedra e objetos de ossos de animais. Das pesquisas já realizadas, sabemos que esses grupos surgiram há cerca de 1000 anos e desapareceram por volta de 600 anos atrás (FERNANDES, 2003). Fig 48: Urnas funerárias da Tradição Arqueológica Aratu em escavação (Foto: Luydy Fernandes) 14

15 Tanto os elementos novos descobertos no sítio Aratu do Morro do Lajeado 2, como a sua implantação completamente diferente do padrão para as aldeias Aratu no Oeste da Bahia nos faz considerar que estamos perante algo ainda não registrado. Os elementos novos plasmados na produção cerâmica somados a forma de implantação no relevo talvez sugiram que pressões de outras populações indígenas estivessem transformado o comportamento social dos grupos Aratu. A ocupação do topo de um morro com poucos e difíceis acessos seria o resultado de uma estratégia defensiva contra as levas migratórias que cada vez mais ocupariam um território até então livre de concorrentes. É possível que esse sítio seja um dos representantes do final da sequência da ocupação da tradição Aratu, assim como ela foi definida inicialmente para o Oeste do estado da Bahia. Sítio Vale Verde 1 (23L ) Em comparação ao sítio Morro do Lajeado 2, poucos foram os vestígios encontrados nesse sítio que também é uma antiga aldeia da tradição arqueológica Aratu. A superfície apresenta-se bastante alterada pela ação humana contemporânea, com o desmatamento, uma possível passagem de máquinas agrícolas que revolveram o solo e várias queimadas. Com efeito, os vestígios cerâmicos e líticos de superfície são cada vez mais fragmentados e destruídos. A implantação do sítio segue o que já se conhecia no Oeste de Bahia, sendo provável que se trate de um representante do que foi definido com fase Aratu. Fig 49: Duas urnas funerárias descobertas no sítio Vale Verde 1. Foi posta água para facilitar a escavação do solo (Foto enviada pelo sr. Sinvaldo Castro). O sítio foi descoberto durante as atividades de construção da casa do vereador Francisco Ramos Sodré, quando uma urna funerária foi atingida pelo buraco para um mourão de cerca. Como de costume, o sepultamento foi saqueado em busca de ouro. Durante essa escavação, outra urna de pequenas dimensões surgiu ao lado da primeira, esta pertencente a um indivíduo adulto. Destacamos a consciência e cuidado do filho primogênito do vereador Sodré, responsável por impedir que os restos dos sepultamentos fossem perdidos para sempre. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o senhor Castro recuperou parte dos ossos e da cerâmica da urna de adulto e quase todos os fragmentos cerâmicos da urna infantil, nos participando do achado. 15

16 Fig 50 e 51: Sítio Vale Verde 1, plotagem de alguns fragmentos cerâmicos em superfície. (Fonte: Google Earth, acessado em 07 de outubro de 2011). Na continuidade das obras, outra urna infantil foi desenterrada, desta vez durante a escavação de uma cisterna circular. Advertido tanto pelo seu filho como pelo senhor Castro quanto a importância do achado, o vereador fez com que essa urna fosse preservada e os demais objetos associados a ela guardados, de modo que pudemos avaliá-los integralmente. Pelo perfil da cava da cisterna foi possível conhecer a estratigrafia do sítio, composta por uma única camada escura com cerca de 30 cm que repousa sobre um latossolo vermelho. Além da cisterna escavada e dos buracos para os mourões da cerca há outras intervenções no solo do sítio que revolveram a camada de ocupação arqueológica e expuseram vestígios cerâmicos e líticos. Um dos efeitos mais curiosos foi a presença de fragmentos cerâmicos e líticos lascados na argamassa e no barro que constituem os 16

17 tijolos de adobe das paredes de duas residências. Como foi usado o sedimento do sítio na produção desses tijolos e no assentamento deles, podem-se verificar muitos vestígios em evidência nas paredes, conforme atestam as fotografias. Fi 52: Urna infantil, terceira encontrada no sítio Vale Verde 1 (Foto Luydy Fernandes). Fig 53 e 54: Cisterna cuja escavação revelou a terceira urna do sítio Vale Verde 1 e alguns artefatos líticos. Notar a estratigrafia única do solo (Fotos Luydy Fernandes). Fig 55 e 56: Esquerda, lasca de quartzo hialino e fragmento de cerâmica presos na argamassa. Direita, parede onde estão esses fragmentos (Fotos: Luydy Fernandes). No caminhamento e na prospecção visual de superfície notamos que a extensão do sítio é de pelo menos 160 x 110 metros, no sentido norte-sul e leste-oeste, respectivamente. Há 450 metros do sítio há um curso d água com 30 metros de calha, atualmente intermitente, mas com vários poços 17

18 com água ainda agora, no auge da estação seca. Seguramente, tal córrego era bem mais volumoso e permanente quando a vegetação ainda não havia sido suprimida. Cerâmica - Pouco foi visto em campo e recolhido pelos moradores. Os poucos fragmentos vistos em campo são de recipientes lisos, sem nenhuma decoração. Como atestamos, são elementos típicos da fase Aratu. Os únicos recipientes relativamente mais íntegros foram as 3 urnas e um opérculo que têm as formas tradicionais, ou seja, piriformes para a urna adulta, um pouco menos acentuada nas urnas infantis e conoidal para o opérculo. Um suposto fuso rombóide completa o conjunto de artefatos cerâmicos recuperados desse sítio durante as interferências citadas. Fig 57: Suposto fuso em cerâmica do sítio Vale Verde 1 (Foto: Luydy Fernandes). Líticos - A escavação da cisterna revelou a terceira urna e permitiu encontrar alguns instrumentos líticos. Dentre eles destacamos uma lâmina de machado polido subtriangular de pequenas dimensões, cerca de 5,7cm de comprimento, 4,0 de largura máxima e 1,7 no talão. A espessura é de 2,4cm e o seu gume está bastante embotado. Uma segunda lâmina de machado polida, desta vez retangular alongada, também foi recuperada. Mede cerca de 11cm de comprimento por 4,5cm de largura. Apresenta um gume muito desgastado e obtuso. Dois fragmentos térmicos de um seixo de quartzito com sinais e percussão bastante intensos, um seixo exógeno discóide em quartzito(?) com 4cm de diâmetro sem sinais de uso e outro pequeno seixo alongado de quartzo leitoso(?) com 3,5cm de comprimento por 1,2cm de largura com negativos de retiradas de percussão sobre bigorna. No caminhamento localizamos mais um grande fragmento de seixo de quartzito com sinais de percussão intensos na periferia e no centro de uma das suas faces, sugerindo ter sido usado como apoio ou quebra coquinhos. Fig 58 e 59: Lâmina de machado polida subtriangular, vistas das duas faces (Fotos: Luydy Fernandes). 18

19 Por fim, uma lâmina integra de machado lascado em arenito de grão grosso foi reconhecida. Apresenta os flancos e parte do talão picoteados e o gume em leque, façonado por lascamento. Tem a mesma tecnotipologia das lâminas de machado lascadas de Piragiba que é compartilhada por vários sítios do Oeste da Bahia. Mais dois fragmentos de lâminas de machados lascadas em matéria prima que lembram o silexito foram encontrados. Um deles apresentava sinais de uso, traduzidos por nítido e amplo brilho em uma das superfícies,aos quais longos feixes paralelos de estrias estão associados. Além disso, partes do gume estão embotadas, justamente nas parcelas em contato com o brilho e as estrias. Precisamente por tais características esse fragmento de gume de lâmina de machado lascado fraturado obliquamente foi recolhido. Fig 60 e 61: Lâmina de machado polida retangular alongada com o gume para baixo. Vista das duas faces (Fotos: Luydy Fernandes). Fig 62 e 63: Esquerda, gume desgastado da lâmina. Direita, talão (Fotos: Luydy Fernandes). 19

20 Fig 64: Lâmina de machado lascada em arenito grosso, vista de uma das faces (Foto Luydy Fernandes). Sepultamentos em urna - Pouco podemos afirmar quanto os dois primeiros sepultamentos localizados, posto que não estivemos presentes durante a sua escavação. Da observação dos despojos que sobreviveram ao saque, aparentemente os restos pertencem a um homem, dado o volume do processo mastóideo e da proeminência da arcada supraciliar. O desgaste nos molares, particularmente no segundo molar do ramo direito da mandíbula sugere que se trata de um indivíduo acima dos 35 anos. Contudo, isso depende do tipo de dieta a que ele esteve submetido. Há um entalhe bastante nítido no ângulo superior interno da órbita direita, no osso frontal. Na observação do calcâneo direito descobrimos uma pequena conta cilíndrica executada na diáfise de um osso longo de um pequeno animal. Tinha cerca de 11mm de comprimento por 3mm de largura com evidentes sinais de corte para a sua produção. Tal conta assemelha-se àquelas encontradas nas urnas infantis do sítio de Piragiba. Contudo, desta vez, estava no sepultamento de um adulto. Fig 65: Ramo direito da mandíbula mostrando o segundo molar com a coroa completamente desgastada (Foto: Luydy Fernandes). 20

21 Fig 66: Osso frontal fragmentado na região da órbita esquerda (Foto: Luydy Fernandes). A terceira urna encontrada ainda não foi escavada internamente. Contudo, é pouco provável que haja restos em sou interior. As suas reduzidas dimensões são adequadas para uma criança ainda na primeira infância, período no qual os ossos ainda estão pouco calcificados e por isso são muito frágeis. Assim sendo, é bastante provável que tenham decomposto quase totalmente. Recomendamos que o seu conteúdo não seja escavado, aguardando a nossa intervenção, considerando que é possível que existam acompanhamentos funerários, tais como os colares de ossos. Sítio Vale Verde 2 (23L ) Fig 67 e 68: Sítio Vale Verde 2, cascalheira na margem esquerda do rio São Francisco. Esquerda, vista para jusante; direita, vista para montante (Fotos: Luydy Fernandes). Trata-se de um sítio com vestígios líticos lascados vistos na superfície da margem esquerda do rio São Francisco, nas imediações da rampa da balsa que atravessa para a cidade de Paratinga e próximo à foz da mesma vereda ou córrego que passa pelo sítio Vale Verde 1 e Vale Verde 3. Ali, bem como ao longo de vários outros trechos das margens e de ilhas desse grande rio existem extensas superfícies cobertas por cascalheiras e por praias de seixos. Tais acúmulos de rochas são 21

22 excelentes fontes de matérias primas para a produção dos instrumentos dos grupos indígenas do passado, fundamentalmente antes da chegada da tecnologia de manejo dos metais no Brasil, ou seja, prioritariamente antes do descobrimento. Fig 69: Implantação do sítio Vale Verde 2, na margem esquerda do rio, próximo à foz do córrego que passa pelos sítios Vale Verde 1 e 3 (Fonte: Google Earth, acessado em 07 de outubro de 2011). Fig 70: Sítio Vale Verde 2, plotagem dos pontos de coleta de instrumentos e lascas em superfície. (Fonte: Google Earth, acessado em 07 de outubro de 2011). A rocha mais abundante aparenta ser um tipo de quartzito ou arenito silicificado com uma razoável aptidão ao lascamento. Poucas e pequenas lascas e resíduos de sílexito também foram detectados. Os lascamentos avaliados eram praticados por meio da percussão direta dura, criando 22

23 gumes agudos. Alguns percutores e instrumentos mais elaborados sobre lascas com façonagem estavam presentes. A extensão que caminhamos correspondeu a 200 metros, paralelos ao curso do rio, pelos quais vimos os lascamentos. O trânsito de veículos é comum e há pelo menos três leitos de estradas preferenciais sobre essa cascalheira. Desse modo, evitamos prospectar visualmente os setores das estradas e próximos a ela. No extremo oeste do nosso percurso havia uma área ainda mais perturbada pela ação de tratores que realizaram algum tipo de obra no local. Contudo, como a cascalheira é muito mais extensa, existem incontáveis trechos que estão em solo não perturbado e podem servir bem a pesquisas futuras. Em face da ameaça de destruição pelo trânsito de veículos automotores, recolhemos treze (13) artefatos, compostos em sua maioria por lascas e alguns instrumentos sobre seixo e sobre lascas. Tais objetos serão foco de um estudo descritivo por parte do nosso orientando, José Pereira Brito Júnior, que nos acompanhou nessa campanha. Assim que se concretizar um museu no município de Sítio do Mato, encaminhá-los-emos para esse espaço visando a guarda e exposição publica. Sítio Vale Verde 3 (23L ) Segundo sítio com artefatos líticos lascados encontrados no Vale Verde. Aparentemente trata-se de um sítio em estratigrafia, cuja erosão da encosta de uma colina está aos poucos expondo. Vimos poucas lascas na parte superior da vertente dessa dita colina, que corre para margem direita do leito do mesmo córrego ou vereda que passa pelos sítios Vale Verde 1 e 2. Uma das lascas era sobre silexito de boa qualidade para o lascamento e a segunda, com talão preparado, era em quartzo hialino. Como se trata de um presumido sítio em estratigrafia, bem pouco podemos informar sobre suas características. Fig 71: Implantação na paisagem do sítio Vale Verde 3 (Fonte: Google Earth, acessado em 07 de outubro de 2011). 23

24 Fig 72 e 73: Lasca em quartzo hialino, com talão preparado e uma retirada prévia no mesmo sentido. Esquerda, vista da face superior. Direita, visa da face inferior (Fotos: Luydy Fernandes). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme breves alusões ao longo do presente relatório, consideramos ideal a criação de um museu municipal em Sítio do Mato. O potencial arqueológico da região aliado ao número de sítios já identificados, bem como pelos artefatos até então recolhidos pelos senhores Castro e Santos justifica plenamente tal ato. Conforme preconiza a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seus artigos 20 e 23, sítios arqueológicos e os artefatos nele presentes são Bens Públicos da União, cabendo aos poderes públicos, inclusive o municipal, protegê-los e permitir o acesso da população a eles. Nesse sentido, e cumprindo a nossa responsabilidade como docente de uma Universidade Federal, elaboramos um ofício ao Presidente da Câmara Municipal, atestando a existência do patrimônio arqueológico no município, dando-lhe ciência das nossas atividades e dos resultados delas, bem como o instruindo sobre as medidas legais a serem tomadas. Concerne agora àquele poder legislativo deliberar, dentro da sua autonomia e no espírito democrático republicano, como será tratado o patrimônio arqueológico e os bens públicos de Sítio do Mato. Finalmente, gostaríamos de relatar um outro fato lamentável que tomamos conhecimento durante a nossa segunda visita. Os senhores Castor e Santos têm atuado decisivamente na identificação, proteção e registro dos artefatos e sítios arqueológicos no município. Até o presente momento, eles têm feito isso sem nenhum apoio ou remuneração, de modo totalmente voluntariado. Agindo conforme as instruções que lhes passamos esses senhores coletam as informações sobre os sítios e artefatos, registrando-os em fotografias digitais que nos são repassadas por meio do correio eletrônico, para que as suas características sejam avaliadas. Infelizmente, dadas as suas incursões nas áreas rurais, o senhor Santos tomou conhecimento de ameaças de espancamento e de destruição da máquina fotográfica digital que usa para fazer os registros. De modo semelhante, o senhor Castro soube que foi alvo de palavras depreciativas pela suas atividades relacionadas ao patrimônio arqueológico. Aparentemente, o motivo de tais ameaças parece ser o mesmo que leva a destruição 24

25 das urnas funerárias. Pessoas que ignoram o que são sítios arqueológicos, que ignoram o conteúdo das urnas funerárias e que ignoram o que seja um trabalho de pesquisa científica em arqueologia consideram que os nossos colaboradores estão à caça de ouro ou de tesouros nas suas terras. Mais uma vez nos deparamos com a ignorância que deve ser combatida. A melhor forma de fazê-lo é com a informação. Portanto, na nossa próxima viagem à Sítio do Mato planejamos uma palestra instrutiva, aberta a toda a comunidade interessada, cujo objetivo será a apresentação dos nossos trabalhos e o esclarecimento do que é a Arqueologia, do que são sítios arqueológicos, urnas funerárias e outras questões de interesse da platéia. BIBLIOGRAFIA CITADA ETCHEVARNE, Carlos. Escrito na Pedra. Salvador: Odebrecht, FERNANDES, Luydy Abraham. Os Sepultamentos do Sítio Aratu de Piragiba Bahia. Salvador: Dissertação de mestrado pela UFBA, FERNANDES, Luydy Abraham. Mapeamento Arqueológico: Recôncavo Baiano. Salvador: FAPESB/ UFRB/Bahia Arqueológica, a. Prof. Dr. Luydy Abraham Fernandes Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 10 de outubro de

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