II SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IFPE CAMPUS CARUARU 17 a 21 de outubro de 2011 Caruaru Pernambuco Brasil
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1 II SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IFPE CAMPUS CARUARU 17 a 21 de outubro de 2011 Caruaru Pernambuco Brasil UM COMPARATIVO ENTRE OS BLOCOS CERÂMICOS UTILIZADOS NAS EDIFICAÇÕES DE CARUARU: ESTUDOS PRELIMINARES Fernando Batista Barbosa, Fernando.barbosa@caruaru.ifpe.edu.br 1 Leandro Martins John, leozinho_2323@hotmail.com 1 Valter Elias Silva, veliassilva@yahoo.com Elaine Cristina da Rocha Silva, elaine.silva@caruaru.ifpe.edu.br 1,2 1 IFPE, Instituto Federal de Pernambuco. 2 UFPE, Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, UFPE 1 RESUMO: Este estudo tem caráter preliminar e objetiva apresentar o grau de conformidade com a NBR 15270: 2005 dos blocos cerâmicos de vedação utilizados nas edificações do município de Caruaru. Como metodologia, foram coletadas informações a partir da aplicação de um questionário em canteiros de obra e em armazéns de construção de modo a identificar as principais olarias fornecedoras de tijolos na região. Posteriormente, foram coletadas amostras de blocos cerâmicos, de 6 e 8 furos, para realização de ensaios geométricos e visuais. Como resultado, observou-se que a maioria dos blocos cerâmicos utilizados nas edificações como elementos de vedação atendem a norma quanto aos requisitos investigados. Palavras-chave: construção civil, blocos cerâmicos, normatização. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho é de caráter preliminar e foi desenvolvido voluntariamente por alunos do IFPE campus Caruaru diante a necessidade de iniciarem uma pesquisa científica e ainda desenvolver um estudo voltado à cidade de origem dos mesmos. O elemento de estudo escolhido foi o bloco cerâmico, material de construção utilizado na maioria das construções do Brasil. È um material produzido em larga escala devido ao consumo elevado, bem como, ao fato do processo de produção ser simples. Este trabalho apresenta, inicialmente, uma breve apresentação do bloco cerâmico, as normas vigentes, a metodologia utilizada, os resultados obtidos com a pesquisa e as principais conclusões desde estudo. 2. O BLOCO CERÂMICO O bloco cerâmico, também conhecido como tijolo, é um dos elementos de construção mais antigos. Têm-se relatos de que desde 4000 A.C o tijolo é utilizado como material de construção das mais diversas habitações. A alvenaria feita com bloco cerâmico constitui o método de produção mais antigo e mais utilizado. Os blocos cerâmicos, também conhecidos por tijolos constituem peças produzidas com a matéria-prima argila, recebendo ou não aditivos, e apresentam coloração avermelhada. No processo de fabricação a queima ocorre a elevadas temperaturas. Existem 2 tipos de blocos cerâmicos: os blocos de vedação e os blocos estruturais. Os blocos de vedação são aqueles destinados à execução de paredes que suportarão o peso próprio e pequenas cargas de ocupação (armários, pias, lavatórios) e geralmente são utilizados com os furos na posição horizontal. Os blocos estruturais ou portantes, além de exercerem a função da vedação, também são destinados à execução de paredes que constituirão a estrutura resistente da edificação, podendo substituir pilares e vigas de concreto. Esses blocos são utilizados com os furos sempre na vertical. 2. A NORMA Segundo a ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, a normatização constitui um elemento importante para avaliar a qualidade dos produtos produzidos. A partir das normas de normas, os produtos e processos desenvolvidos pelas empresas devem atender as exigências de modo a não prejudicar as necessidades do cliente final. Para os blocos cerâmicos as normas regulamentadas pela ABNT são: - NBR Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação. - NBR Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural. - NBR Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação Métodos de Ensaio. A NBR 15270, de modo geral, regulamenta os requisitos dimensionais, físicos e mecânicos que devem ser analisados e exigidos pelas lojas de material de construção, canteiros de obra, etc, no ato do recebimento dos blocos
2 cerâmicos de vedação. A norma ainda estabelece que estes blocos podem ser utilizados em obra de alvenaria de vedação, revestidos ou não, por argamassa ou similar. Este trabalho de caráter preliminar foca apenas o atendimento às características geométricas e visuais. Segundo a NBR (2005), os blocos cerâmicos para vedação constituem as alvenarias externas ou internas que não têm a função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte. O Quadro 1 mostra os requisitos que devem ser atendidos pelos blocos cerâmicos: Quadro 1: requisitos a serem atendidos pelos blocos cerâmicos. Fonte: (NBR :2005 e NBR :2005) Requisito a ser Descrição analisado Identificação dos - deve trazer, obrigatoriamente, gravado em uma das suas faces externas, a blocos identificação do fabricante e do bloco, em baixo relevo ou reentrância, com caracteres de no mínimo 5 mm de altura, sem que prejudique o seu uso. - No bloco cerâmico de vedação deve constar no mínimo o seguinte: a) identificação da empresa; b) dimensões de fabricação em centímetros, na seqüência largura (L), altura (H) e comprimento(c), na forma (L x H x C), podendo ser suprimida a inscrição da unidade de medida em centímetros. Características visuais O bloco cerâmico de vedação não deve apresentar defeitos sistemáticos, tais como quebras, superfícies irregulares ou deformações que impeçam o seu emprego na função especificada. Características geométricas a)forma: O bloco de vedação deve possuir a forma de um prisma reto. b) medidas das faces dimensões efetivas; c) espessura dos septos e paredes externas dos blocos; Septo (espessura mínima): 6 mm Parede externa (espessura mínima): 7 mm
3 d) desvio em relação ao esquadro (D); e) planeza das faces (F); (*) neste trabalho não foi medida. f) área bruta*: Área da seção de assentamento delimitada pelas arestas do bloco, sem desconto das áreas dos furos, quando houver. As dimensões a serem atendidas pelos blocos cerâmicos, bem como, as tolerâncias dimensionais estão no Quadro 2, a seguir: Quadro 2: dimensões e tolerâncias dimensionais dos blocos cerâmicos para vedação. Fonte: (NBR 15270, 2005) Características Largura Altura Comprimento (C) (L) (H) 6 furos (cm) furos (cm) (Bloco principal) - 9 (1/2 bloco) Tolerâncias individuais (mm) ± 5 ± 5 ± 5 Tolerâncias por média (13 blocos) (mm) ± 3 ± 3 ± 3 Outras características geométricas como, desvio de esquadro, planeza/flecha e espessura devem atender a NBR 7171, conforme o Quadro 3. Quadro 3: tolerâncias frente as características esquadro, planeza, espessura das paredes. Características Requisitos Desvio em relação ao esquadro (D) 3mm Planeza das faces / flecha (F) 3mm Espessura das paredes externas 7mm
4 Na inspeção, a norma estabelece o número de blocos por amostra, conforme mostra o Quadro 4. Quadro 4: Número de blocos por amostra a serem ensaiados segundo a NBR Número de blocos Lotes 1ª amostragem ou amostragem simples 2ª amostragem ou amostragem a METODOLOGIA A pesquisa foi desenvolvida no município de Caruaru. Elaborou-se um questionário a fim de identificar quais eram as marcas de blocos cerâmicos mais comercializados na região, sendo o público alvo as lojas de materiais de construção e os canteiros de obra. Com base nos questionários, foram visitadas as indústrias cerâmicas mais citadas, que neste estudo foram 5. Em cada indústria, foram colhidas amostras de blocos cerâmicos de 6 e 8 furos. Para cada tipo de bloco foram coletadas 3 amostras de 13 unidades. A coleta foi feita aleatoriamente, conforme a Figura 1.. Figura 1: amostras de blocos cerâmicos retiradas de maneira aleatória, conforme NBR Esta primeira parte da pesquisa está baseada nas especificações da NBR 15270:2005, sendo os seguintes ensaios realizados: identificação, características visuais e características geométricas dos blocos (Figura 2). (a) (b) Figura 2: características geométricas dos blocos cerâmicos, conforme NBR (a) Septo. (b) Altura. 4. RESULTADOS Quanto à identificação dos blocos cerâmicos, todos se apresentaram conforme a norma. Quanto às características visuais, todas as olarias apresentaram blocos cerâmicos livres de rachaduras, rebarbas, etc, e ainda, as devidas informações em alto relevo de cada unidade de tijolo. Na Figura 3 uma vista dos blocos cerâmicos recém produzidos e estocados.
5 Figura 3: vista dos blocos cerâmicos após processo de produção. Para os blocos cerâmicos de 6 furos as médias para as 3 amostras, frente aos ensaios foram (Figuras 4 e 5): Figura 4: Médias dos resultados de planeza, parede, septo e esquadro dos blocos cerâmicos de 6 furos. Figura 5: Médias dos resultados das dimensões geométricas - largura, altura e comprimento dos blocos de 6 furos.
6 Quanto aos blocos cerâmicos de 8 furos, os resultados médios dos requisitos na NBR estão descritos nas figuras 6 e 7: Figura 6: Médias dos resultados de planeza, parede, septo e esquadro dos blocos cerâmicos de 8 furos. Figura 7: Médias dos resultados das dimensões geométricas - largura, altura e comprimento dos blocos de 8 furos. 5. CONCLUSÕES Em relação aos blocos de 6 furos, foi observado que: - Quanto à planeza e esquadro todas as olarias atendem as normas, sendo a olaria E a que apresentou maior desvio; - Quanto à parede externa e ao septo todas estão de acordo com a norma; - Quanto à largura, altura e comprimento todas atendem a norma, os ensaios mostram que há pequena variação tolerável na fabricação dos blocos, conforme especifica a norma. Em relação aos blocos de 8 furos, foi observado que: - As olarias D e B apresentaram os melhores resultados com relação a planeza e esquadro; - A olaria E apresentou menor tolerância com relação a paredes externas e septos; - Com relação às dimensões geométricas dos blocos, as cerâmicas A e D apresentaram maior discrepância com relação à altura. O estudo mostrou que as olarias conhecem as normas e tem a preocupação em atendê-las. Entretanto, apesar de haver o conhecimento e o atendimento às normas da ABNT, entende-se que o processo produtivo poderia ser mais
7 econômico, pois mesmo a NBR dando tolerâncias, deveria existir maior uniformidade dos blocos de modo a reduzir as perdas e desperdícios ao longo da fabricação. 6. AGRADECIMENTOS Ao IFPE Campus Caruaru pelo apoio para a realização da pesquisa. Às olarias por terem disponibilizado as amostras de blocos cerâmicos para a realização dos ensaios. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR (2005) Componentes cerâmicos Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação Terminologia e requisitos. ABNT NBR (2005) Componentes cerâmicos Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural Terminologia e requisitos. ABNT NBR (2005) Componentes cerâmicos Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação Métodos de ensaio.
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