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Transcrição

1 Custo de Vida 16

2 Custo de Vida Inflação é o aumento do nível de preços geral da economia. A taxa de inflação é a mudança percentual do nível de preço em relação ao período anterior.

3 Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) é uma medida do custo geral dos bens e serviços adquiridos por um consumidor típico. No Brasil, o IBGE divulga o IPCA a cada mês. O índice é usado para medir mudanças no custo de vida ao longo do tempo.

4 Índice de Preços ao Consumidor Quando o IPCA aumenta, um consumidor típico precisa gastar um volume maior de reais para adquirir os mesmos bens e produtos.

5 Cálculo do IPCA Cesta de Consumo Fixa: São escolhidos os preços mais importantes para um consumidor típico. O IBGE identifica uma cesta de bens e serviços que um consumidor típico adquire no mercado. É feita então uma pesquisa mensal para determinar pesos para os itens nessa cesta.

6 Cálculo do IPCA Pesquisa de Preços: O IBGE conduz uma pesquisa para encontrar os preços de cada bem e serviço nessa cesta a cada mês. É usada uma média de preços nas principais regiões metropolitanas do país. Constrói-se o consumidor típico a partir do consume médio de famílias com renda entre 1 e 40 salários-mínimos.

7 Cálculo do IPCA Cômputo do Custo da Cesta: A partir da cesta fixa de bens e serviços e dos preços em cada período, calcula-se o custo total da cesta.

8 Cálculo do IPCA É escolhido um ano-base para o indicador: Define-se um ano-base, a referência para comparação ao longo do tempo. O índice é computado dividindo-se o valor da cesta em um dado ano pelo valor da cesta no ano-base, e multiplicando-se o resultado por 100.

9 Cálculo do IPCA Taxa de Inflação: É a mudança percentual no índice assim calculado em relação ao periodo anterior.

10 Cálculo do IPCA

11 Exemplo Numérico Dois bens: lata de coca-cola e hamburguer. Cesta de consumo típica, definida a partir de pesquisa sobre hábitos de consumo: 4 latas de coca-cola, 2 hamburguers. São coletados os preços em três anos: 2011, 2012 e Os preços da coca-cola são R$1, R$2 e R$3. Os preços do hamburguer são R$2, R$3 e R$4.

12 Exemplo Numérico Custo da cesta de consumo a cada ano: 2011: 1x4 + 2x2 = : 2x4 + 3x2 = : 3x4 + 4x2 = 20 Escolha do ano-base 2011: 2011: IPCA = (8/8)*100= : IPCA = (14/8)*100= : IPCA = (20/8)*100=250

13 Exemplo Numérico Cálculo da taxa de inflação: 2012: (175/100) - 1 = 75% 2013: (250/175) 1 = 42%

14 Problemas na medição do custo de vida Composição do IPCA: Alimentação: 20% Habitação e utensílios domésticos: 18% Vestuário: 6% Transporte: 21% Saúde: 10% Despesas pessoais: 9% Educação: 7%

15 Problemas na medição do custo de vida O IPCA é uma medida precisa de bens e serviços selecionados em uma cesta típica, mas não é uma medida perfeita do custo de vida.

16 Problemas na medição do custo de vida Viés de Substituição Introdução de novos bens Mudanças não-mensuráveis de qualidade

17 Problemas na medição do custo de vida Viés de substituição A cesta não muda para refletir a reação dos consumidores a mudanças nos preços relativos. Os consumidores trocam bens mais caros por bens mais baratos. O IPCA superestima o aumento no custo de vida ao não considerar essa substituição.

18 Problemas na medição do custo de vida Introdução de Novos Bens A cesta não reflete mudanças no poder de compra causadas pela introdução de novos bens e serviços. Novos produtos geram maior variedade, aumentando o poder de compra de cada real. Com maior variedade, os consumidores precisam de menos renda para manter um dado padrão de vida.

19 Problemas na medição do custo de vida Mudanças não-mensuráveis de qualidade Se a qualidade de um bem aumenta de um ano para outro, o poder de compra do dinheiro aumenta, mesmo que os preços não modem. Se a qualidade diminui, ocorre exatamente o contrário. O IBGE tenta ajustar o preço para uma qualidade constante, mas esse processo é imperfeito.

20 Problemas na medição do custo de vida Esses três problemas fazem com que o IPCA superestima o custo de vida. Esse é um problema relevante porque o governo usa o IPCA para indexar várias políticas públicas, como a política monetária. O Brasil usa ainda o regime de metas de inflação, que busca atingir um determinado valor para o IPCA (4.5% ao ano).

21 O IPCA e o Deflator do PIB Há várias outras medidas de preços: Índices para diferentes regiões do país. Índices no atacado e no varejo. Deflator do PIB

22 O IPCA e o Deflator do PIB

23 O IPCA e o Deflator do PIB Tanto o deflator do PIB quanto o IPCA são usados para avaliar a velocidade de aumento de preços na economia. Essas medidas podem divergir, porém.

24 O IPCA e o Deflator do PIB O deflator do PIB reflete o preço de todos os bens e serviços produzidos domesticamente. O IPCA reflete os preços de bens e serviços consumidos no país, mesmo que produzidos no exterior.

25 O IPCA e o Deflator do PIB O IPCA compara os preços de uma cesta fixa de bens e serviços em diferentes períodos (a cesta é ajustada com baixa frequência). O deflator do PIB compara os preços de bens e serviços produzidos a cada instante de tempo com os preços dos mesmos bens e serviços no ano-base.

26 Correção de variáveis econômicas pela inflação Índices de preços são usados para corrigir os efeitos da inflação ao comparar valores monetários em diferentes instantes do tempo.

27 Valores Monetários em Diferentes Instantes do tempo

28 Valores Monetários em Diferentes Instantes do tempo A taxa de inflação acumulada no Brasil desde 1994 é 332%. Desde 2005, é de 77%.

29 Indexação Quando um valor em reais é corrigido automaticamente por lei ou por contrato, diz-se que esse valor está indexado à inflação. A indexação se torna mais comum em períodos de inflação alta e instável, pois facilita negociações ao longo do tempo. A indexação torna mais difícil combater a inflação porque automaticamente reproduz a inflação passada na inflação futura.

30 Taxas de Juros Reais e Nominais Juros são o pagamento no futuro por uma transferência de recursos no passado. Quando alguém toma R$1.000 emprestados na data t, tipicamente paga após n períodos, em t+n, o valor de R$100 (o principal) mais um valor para remunerar o empréstimo, ou seja, para remunerar a postergação de consumo por parte do emprestador: os juros. É necessário porém corrigir esses valores pela inflação.

31 Taxas de Juros Reais e Nominais A taxa de juros nominal é a taxa de juros tipicamente apresentada, não corrigida pela inflação. É a taxa de juros que o banco paga em um depósito ou investimento. A taxa de juros real é a taxa de juros nominal corrigida pela inflação.

32 Taxas de Juros Reais e Nominais Toma-se um empréstimo de R$1,000 por um ano. A taxa de juros nominal é 15%. Nesse período, a taxa de inflação é 10%. Taxa de juros real = taxa de juros nominal - inflação = 15% - 10% = 5%

33 Resumo O IPCA mostra o custo de uma cesta de bens e serviços em comparação com o custo dessa mesma cesta no ano-base. O índice é usado para medir o nível geral de preços na economia. A variação percentual do IPCA é a taxa de inflação.

34 Resumo O IPCA é uma medida imperfeita do custo de vida por três motivos principais: viés de substituição, introdução de novos produtos, e mudanças não-mensuráveis de qualidade. Por conta desses problemas, o IPCA superestima levemente a inflação real.

35 Resumo O deflator do PIB é diferente do IPCA porque inclui bens e serviços produzidos, e não necessariamente consumidos. Além disso, o IPCA usa uma cesta fixa de bens e serviços, enquanto o deflator do PIB automaticamente muda à medida em que a composição do PIB se altera.

36 Resumo Não faz sentido comparar valores em reais em diferentes pontos do tempo para medir poder de compra. Diversas leis e contratos privados usam índices de preços para corrigir os efeitos da inflação. A taxa de juros real é a taxa de juros nominal menos a taxa de inflação.