O COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA NORDESTINA E CEARENSE NO ANO DE 2007

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Emanuel Carneiro Castelhano
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1 O COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA NORDESTINA E CEARENSE NO ANO DE PEDRO JORGE RAMOS VIANNA OS DADOS PUBLICADOS PELO IBGE SOBRE A PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA CEARENSE MOSTRA QUE ESTE SETOR, DURANTE O ANO DE, APRESENTOU COMPORTAMENTO BEM ABAIXO DA INDÚSTRIA NORDESTINA, SEJA NO RAMO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO, SEJA EM TERMOS DO SETOR INDUSTRIAL EM GERAL. TABELA 1 TAXAS DE CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA NORDESTINA E CEARENSE Taxas de Crescimen t ( %) Indústria em Geral Ceará Indústria Extrativa Indústria de Transfrmaçã Ind. Em Geral Nrdeste Ind. Extrativa Ind. De Transfrmaçã Dezembr 1, ,12 9,55 7,02 9,72 An 0, ,30 3,50-0,47 3,41 FONTE: IBGE, Fevereir 2008 ESTAS INFORMAÇÕES SÃO SURPREENDENTES, HAJA VISTA QUE OS DADOS COLETADOS JUNTO À INDÚSTRA DE TRANSFORMAÇÃO, NO ESTADO, EM PESQUISA REALIZADA PELA CNI/FIEC/INDI, MOSTRA QUE EMBORA NÃO SEJA PESQUISADO O VOLUME DA PRODUÇAO FÍSICA, AS VARIAVEIS SOBRE HORAS TRABALHADAS, PESSOAL TOTAL EMPREGADO NA INDÚSTIA E UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA, VINHAM APRESENTANDO, ATÉ NOVEMBRO DO CORRENTE ANO, COMPORTAMENTO COM VIÉS POSITIVO. TENDO EM VISTA QUE ESSAS VARIÁVEIS TÊM CORRELAÇÃO POSITIVA DIRETA COM O COMPORTAMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA, HAVIA UMA TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO PARA A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO CEARENSE BEM ACIMA DA TAXA DE 0,30% APRESENTADA PELO IBGE. ENTRETANTO, AS ESTATÍSTICAS APRESENTADAS PARA O MÊS DE DEZEMBRO PELA PESQUISA DA CNI/FIEC/INDI PARECEM CORROBORAR AS ESTIMATIVAS DO IBGE. MAS, HÁ DE SE CHAMAR A ATENÇÃO QUE AS DUAS METODOLOGIAS SÃO DIFERENTES, DA MESMA FORMA QUE A ABRANGÊNCIA DA AMOSTRA, HAJA VISTA QUE A PESQUISA CNI/FIEC/INDI SE RESTRINGE AOS SETE PRINCIPAIS SETORES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO CEARENSE, QUAIS SEJAM: PRODUTOS ALIMENTARES, CALÇADOS, VESTUÁRIO, QUÍMICO, MINERAIS NÃO-METÁLICOS, METALÚRGICO E TÊXTIL. HÁ DE SE CHAMAR, TAMBÉM, A ATENÇÃO QUE OS DADOS DO IBGE SE REFEREM À PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA. ISTO NÃO É A MESMA COISA QUE O PIB INDUSTRIAL.

2 TAMBÉM É VERDADE QUE A PESQUISA DO IBGE DÁ MUITA IMPORTÂNCIA A DETERMINADOS RAMOS DO SETOR INDUSTRIAL QUE NÃO TÊM MUITA IMPORTÂNCIA PARA O CEARÁ COMO, POR EXEMPLO, A INDÚSTRIA PETROLÍFERA E A INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL. DE QUALQUER FORMA, OS DADOS APRESENTADOS PELO IBGE NÃO DEVEM SER CONTESTADOS. AQUI APENAS SE CHAMA A ATENÇÃO PARA A NÃO-COMPARABILIDADE DOS RESULTADOS DAS DUAS PESQUISAS. POR OUTRO LADO, OS DADOS DA PESQUISA INDI/FIEC/CNI REFERENTES AO ANO DE, MOSTRAM OS SEGUINTES RESULTADOS. TABELA 2 CEARÁ TAXAS DE CRESCIMENTO DE ALGUMAS VARIÁVEIS INDUSTRIAIS VARIÁVEIS TAXAS (%) VENDAS TOTAIS DA INDÚSTRIA 26,42 PESSOAL TOTAL EMPREGADO 7,92 REMUNERAÇÃO PAGA AOS TRABALHADORES -3,26 HORAS TRABALHADAS 2,27 EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 23,06 UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA* -14,39 * DIFERENÇA EM PONTOS PERCENTUAIS COMO SE PODE VÊ AS VARIÁVEIS QUE TÊM ESTREITA CORRELAÇÃO COM A PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA, JÁ CITADAS, EXCETO A TAXA DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA, APRESENTAM TAXAS DE CRESCIMENTO ACIMA DE 0,30%. A PAR DESSAS INFORMAÇÕES, TEM-SE QUE A SECRETARIA DA FAZENDO DO ESTADO DO CEARÁ ATESTA QUE HOUVE CRECSIMENTO REAL, EM, NA ARRECADAÇÃO DO ICMS NO SETOR INDUSTRIAL (O QUE CORROBORA O AUMENTO OCORRIDO NAS VENDAS REAIS DO SETOR), COMO TAMBÉM A COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO CEARÁ ATESTA QUE HOUVE UM AUMENTO, NO CEARÁ, NO CONSUMO INDUSTRIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NESTE ANO DE. DE QUALQUER FORMA, A POSIÇÃO DO CEARÁ COMO O ESTADO DE MENOR CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL É PREOCUPANTE. PORTANTO, AQUI CABE A PERGUNTA: O QUE PODE EXPLICAR, ENTÃO, TÃO BAIXO DESEMPENHO PARA A INDÚSTRIA CEARENSE, DENTRO DA PESQUISA DO IBGE, EM?

3 NÃO PODEMOS DEIXAR DE RECONHECER QUE ALÉM DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS DANOSAS À PRODUÇÃO, COMO ELEVADA TAXA DE JUROS, SOBREVALORIZAÇÃO DA MOEDA NACIONAL, ELEVADA BASE TRIBUTÁRIA ETC., O GOVERNO FEDERAL PRATICAMENTE NADA INVESTIU NO ESTADO NO ANO PASSADO. ORA, O SETOR PÚBLICO, NESTE ESTADO, AINDA É RESPONSÁVEL POR, PELO MENOS, 50% DA FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FÍSICO. ASSIM, SE NÃO HÁ INVESTIMENTO DO SETOR PÚBLICO, O RESULTADO NA INDÚSTRIA NÃO PODE SER BOM. TAMBÉM VALE RESSALTAR QUE O SUPERSIMPLES PODE TER TIDO EFEITOS DELETÉRIOS SOBRE A PRODUÇÃO INDUSTRIAL CEARENSE, HAJA VISTA A IMPOSSIBILIDADE DE AS INDÚSTRIAS OPTANTES PELO SUPERSIMPLES TRANSFERIR O CRÉDITO DO ICMS PARA OS SEUS CLIENTES. TENDO EM VISTA QUE MAIS DE 80% DO PARQUE INDUSTRIAL CEARENSE É COMPOSTO POR MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E TENDO EM VISTA QUE ESSA NORMA LEGAL COMEÇOU A VIGIR A PARTIR DE AGOSTO DO ANO PRETÉRITO, NÃO SERIA ABSURDO COMPUTAR PARTE DO INSUCESSO DE ALGUNS RAMOS INDUSTRIAIS CEARENSE A ESTE FENÔMENO. HÁ TAMBÉM O PROBLEMA DOS INCENTIVOS FISCAIS OFERTADOS PELO ESTADO DO CEARÁ, OS QUAIS SÃO BEM INFERIORES AOS OFERTADOS PELOS OUTROS ESTADOS BRASILEIROS. TODOS ESTES FATORES INFLUENCIARAM NEGATIVAMENTE O COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO CEARENSE. OS DADOS DA TABELA 3 MOSTRAM O DESEMPENHO DOS SETE RAMOS INDUSTRIAIS PESQUISADOS PELA CNI/FIEC/INDI. TOMANDO-SE A VARIÁVEL UTILIZAÇÃO DA CAPACIADDE INSTALADA COMO REPRESENTATIVA DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL, CONSTATA-SE QUE OS SETORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A FRACA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO CEARÁ, FORAM OS SETORES QUÍMICO, CALÇADOS, PRODUTOS ALIMENTARES E VESTUÁRIO.

4 TABELA 3 CEARÁ TAXAS DE CRESCIMENTO DA INDÚSTRAI DE TRANSFORMAÇÃO Variáveis Metalurgi a Minerais Químic Calçads Têxtil Prduts Vestuári Setres Nã Alimentare metálics s Cresciment Real das Vendas 17,13 51,87 149,51 34,97 86,41 23,93 126,20 Pessal Empregad -2,53 5,38 15,21 13,82 20,12 5,66 6,87 Hras Trabalhadas na Prduçã -4,64 16,63 4,72-0,93 27,35 11,44 11,22 Utilizaçã da Capacidade Instalada* 18,56 30,26-5,87-2,12 10,90-29,51-16,50 Remuneraçã Paga as Trabalhadres** -16,61 -\1,18 75,88 28,63 81,16 17,78 43,11 *Taxa de Utilizaçã da Capacidade Instalada dez / dez20. variaçã em pnts percentuais **Nã cntém s meses de jan e fev

5 A REVERSÃO DESSE QUADRO SÓ PODERÁ SER OBTIDO SE AS AUTORIDADES POLÍTICAS E EMPRESARIAIS DO ESTADO DO CEARÁ EXERCEREM A PRERROGATIVA DE PRESSIONAR O PODER PÚBLICO FEDERAL NO SENTIDO DA RETOMADA DOS INVESTIMENTOS FEDERAIS NO ESTADO.

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