COLÉGIO BOM JESUS CORAÇÃO DE JESUS (48) Rua: Emir Rosa, 120 Centro Florianópolis - Professora: Sônia Rivello

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1 COLÉGIO BOM JESUS CORAÇÃO DE JESUS (48) Rua: Emir Rosa, 120 Centro Florianópolis - Professora: Sônia Rivello MÁRIO DE ANDRADE Terceirão 2012

2 BIOGRAFIA Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo aos 9 de outubro de 1883, mais precisamente na rua Aurora. No início, esse jovem de família nobre, mas pobre, não se mostrou um bom estudante. Era rebelde e distraído. Depois é que o gosto pelos estudos foi se manifestando, principalmente pela música. Estudou no Conservatório Dramático e Musical, na Avenida São João, onde depois foi professor de História da Música. Foi ainda professor particular de piano. Podemos considerá-lo um artista versátil, uma vez que, além da música, dedicou-se à literatura, à pesquisa do folclore e aos ensaios sobre cultura popular e literatura. Escreveu crítica literária, poesia, contos, romances, ensaios, uma gramática e um dicionário de música popular. Foi, se é que se pode dizer assim, um intelectual completo. Estreou na literatura em 1917, com Uma Gota de Sangue em Cada Poema. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, tendo sido um de seus líderes mais atuantes. Foi um modernista convicto, tanto na forma quanto nas ideias. Entre 1934 e 1937, dirigiu o departamento de Cultura de São Paulo, tendo fundado a discoteca Pública e promovido o I Congresso da Língua Nacional. Foi ainda um dos fundadores da USP, tendo também criado a Biblioteca Municipal, que hoje leva seu nome. Simultaneamente à Segunda Guerra Mundial e aos horrores da ditadura do Estado Novo vieram as perseguições contra Mário, provocando uma grande desilusão com o mundo e com as pessoas. Seu repúdio ao fascismo aproximou-o da esquerda, do Comunismo. Desgastado pelo trabalho e por uma angústia de natureza existencial, Mário isolou-se em sua casa, na Rua Lopes Chaves, onde produziu seus últimos trabalhos e faleceu de um ataque cardíaco aos 25 de fevereiro de Amar, Verbo Intransitivo representa, sem dúvida um grande marco na produção da prosa de ficção do Modernismo brasileiro. É um romance entrecortado por momentos de rara beleza, apesar da vulgaridade aparente do tema, e atinge o pretendido idílio que serve de subtítulo. Amplo de variantes e perspectivas de leitura, esse romance deixa no leitor um gostinho de quero mais, pois nos envolvemos de tal maneira com os protagonistas que não conseguimos mais esquecê-los. Vale lembrar que os aspectos cinematográficos da prosa de Mário de Andrade já se concretizaram em filme: Lição de Amor, que serve como boa desculpa para matar a saudade do livro e rever o enredo.. BIBLIOGRAFIA A) Poesia: Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930) e Lira Paulistana (1945). B) Contos: Primeiro Andar (1926), Belazarte (1934) e Contos Novos (1956). C) Romances: Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928). D) Ensaios: A Escrava que Não É Isaura (1925), Aspectos da Literatura Brasileira (1943), O Empalhador de Passarinhos (1955). 2 23

3 6) A defesa da eugenia alemã: A tentativa do narrador de defender a pureza da raça alemã, bem como sua superioridade em relação a outros povos, faz supor ou uma ironia do narrador ou mesmo sua fundamentação nas teorias que conduziram à tentativa de dominação que desencadearam a Segunda Guerra Mundial. De raça superior, como ela, Fraülein. Os negros são raça inferior. Os índios também. Os portugueses também. 7) As ironias raciais: O narrador procura retratar as colônias de imigrantes, principalmente italiana, tecendo críticas ao comportamento dessas pessoas na composição da sociedade brasileira (ver p. 96 da obra). 8) As críticas ao casamento burguês: Essas críticas têm como exemplo a vida conjugal de Sousa Costa e dona Laura. O marido costuma ter seus casos com amantes eventuais, prostitutas baratas, mas consegue disfarçar seu comportamento diante da mulher. Esta, mesmo percebendo as atitudes do marido, prefere manter-se calada e aceitar. 9) As críticas a correntes estéticas: São criticados o Romantismo (idealização de personagens), o Realismo (o Positivismo), o Naturalismo (a visão da sexualidade) e o Expressionismo (discurso sem nexo), concretizando as próprias teorias de nosso Modernismo, que procura atacar a arte do passado. 10) As imperfeições e incoerências do mundo: O narrador procura dissertar sobre o mundo desconcertado e imperfeito, bem como nas imperfeições das pessoas. 11) As incoerências do amor: O narrador procura mostrar as incoerências do amor que, uma vez realizado, torna-se parecido com amizade com o passar do tempo, e acaba perdendo sua força. 12) As críticas à psicanálise: É interessante perceber que, apesar de fazer um romance psicológico fundado em teorias freudianas, o autor procura atacar Freud em pelo menos um momento no livro. 22 INTRODUÇÃO Amar, verbo intransitivo não apresenta, de um modo geral, um espírito altamente revolucionário nos aspectos formais ou temáticos, como Macunaíma (1928), apesar de sua linguagem calcada em neologismos e aspectos da fala popular. É um romance ou novela classificada pelo subtítulo dado pelo próprio autor idílio (composição campestre marcada por um amor poético e suave). Mário parecia pretender, assim, contar uma história singela e simples de amor ou sugerir ironicamente exatamente o oposto, uma vez que trata da iniciação amorosa de um jovem com uma prostituta de luxo, transfigurada numa professora ou governanta. Cabe destacar o caráter experimental da presente obra, que traduz, sem dúvida, um certo espírito revolucionário dos autores da geração de 22. Vejamos algumas palavras do próprio autor sobre o caráter experimental de suas obras: Minhas obras todas na significação verdadeira delas eu as mostro nem mesmo como soluções possíveis e transitórias. São procuras. Consagram e perpetuam esta inquietação gostosa de procurar. Eis o que é, e o que imagino será toda a minha obra: uma curiosidade em via de satisfação. Amar, Verbo Intransitivo é uma experiência literária bastante original, tanto na forma, enquanto técnica narrativa e linguagem, quanto no conteúdo, enquanto maneira de conceber o assunto, apesar de não atingir a completa renovação, só conseguida em Macunaíma. Segundo Manuel Bandeira, mistura crítica, teoria, psicologia e romance. O título sugere um paradoxo, concebido a partir de uma brincadeira de Mário em torno das convicções da personagem Elza, a Fraülein, que enxerga o amor como um comportamento 3

4 desprendido, ou seja, não se deixa prender ao objeto do amor, nesse caso Carlos. Ela foi contratada para iniciar Carlos nos mistérios e segredos do amor, servindo como professora na arte de amar. Esse comportamento, entretanto, não está livre de sentimentos de culpa, o que cria uma espécie de cumplicidade entre os amantes e traduz na obra um profundo psicologismo, marcado principalmente pela visão freudiana: comportamento edipiano de Carlos, esquecimento (ato falho ou reprimido, na visão de Freud) de Elza em torno da palavra Geheimnis (segredo); p amor de mãe manifesto por Elza no final e o temperamento do brasileiro confrontado com o do alemão. Essa postura de análise psicológica domina o texto, que também procura conduzir os leitores a uma abordagem sugestiva da sociedade burguesa paulistana das primeiras décadas desse século, retratando crítica e ironicamente seus hábitos, seus costumes e seus valores morais. A presente obra descortina toda a hipocrisia burguesa paulistana no que se refere à iniciação sexual de um adolescente, desmascarando as relações familiares, as relações de convivência no comportamento sexual. É uma lição de amor, como tão bem coloca Telê Porto Ancona Lopez no prefácio da edição tomada como leitura. Seguindo uma linha psicanalítica, ponto alto do livro, revelam-se as sublimações, os recalques, as fixações e os desvios causados pela libido no decorrer de uma trama que tem como ponto alto a aproximação amorosa de Elza e Carlos. Sem dúvida, um grande romance sobre a burguesia industrial paulistana, os novos-ricos e sobre o Brasil, como um todo. do brasileiro. O alemão não tem escapadas nem imprevistos. A surpresa, o inédito da vida é para ele uma continuidade a continuar. (p. 54) Essa praticidade dá-se tanto ao nível do trabalho como do amor. Os alemães obedecem a leis naturais, enquanto os brasileiros são dados a certas divagações amorosas. 3) A valorização da cultura indígena: Em outros momentos, o narrador faz comparações do comportamento do povo brasileiro, mostrando nossa ligação com a cultura indígena. Há uma valorização inclusive do mitológico indígena. Essa ligação pode ser bem percebida durante algumas transcrições feitas no enredo. 4) A crítica ao comportamento burguês: Em várias passagens percebemos, algumas vezes através de ironias, as críticas do narrador ao comportamento da burguesia e seus valores. A família em questão representa os típicos novos-ricos da sociedade paulistana das primeiras décadas do século XX. Sousa Costa e dona Laura são ricos, mas não conseguem esconder suas origens mais modestas. Agem movidos pelos gestos do passado, vestem-se e se comportam também dessa maneira, apesar de tentarem se controlar e manter as aparências. As descrições feitas do casal mostram claramente as intenções do narrador. Procedem como o rico-de-repente que no chá da senhora Tal, família campineira de sangue, adquire na epiderme do fraque a macieza dos tradicionais e cruza as mãos nas costas que importância!! pra que a gente não repare na grossura dos dedos, no quadrado das unhas chatas. (p. 50) A partir da mesma perspectiva, o narrador denuncia a rigidez ou imobilidade do viver dessas pessoas que, ao sair de seu habitat, onde cada gesto já foi estudado, praticado e repetido, perdem o controle e o equilíbrio, tornando-se frágeis e desajeitadas. Exemplo disso podemos encontrar nas quedas de Sousa Costa sobre Fraülein durante a viagem de trem. 5) As críticas à falta de cultura da burguesia ou à cultura de aparência: Sousa Costa compra livros raros e caros, mas sequer se dá ao trabalho de lê-los. Não digo pro momento fílmico do caso, estes sejam livros exemplares, porém asseguro que eram exemplares virgens. Nem cortados alguns. Não adiantavam nada, pois. (p. 90) 4 21

5 É BOM SABER... RESUMO DA OBRA COMENTADO O subtítulo apresenta várias possibilidades interpretativas, das quais julgamos mais cabível às nossas pretensões ressaltar que a aridez do cenário urbano (São Paulo), quebrada pela Tijuca, descaracteriza a proposta inicial da composição lírica em questão (idílio): não há campos, pastores, ovelhas, a não ser nas fantasias de Elza. O primeiro objetivo parece ter sido a ironia, atingida aqui através desses sonhos da protagonista: casar com um homem sensível e culto, ouvir com ele músicas clássicas suaves, cuidar de flores e gansos, enfeitar os cabelos com flores silvestres (numa evidente paródia 13 dos textos árcades). Outro objetivo é a ruptura dos limites entre as espécies e gêneros literários empreendida desde o Romantismo, mas ampliada pelos modernistas. Assim o subtítulo classificatório seria uma ironia às idealizações de cenários amorosos dos antigos em suas peças líricas. Um dos aspectos mais interessantes desta obra é o fato do narrador expor suas ideias em forma de tese durante toda a narrativa, o que chega mesmo a prejudicar o andamento da ação. Essas teses versam sobre diversos assuntos que, quase sempre, configuram os temas mais importantes do livro. O narrador discute psicologia, sociologia, filosofia, etc. Essas interrupções são denominadas digressões, como vimos anteriormente. Entre as principais teses defendidas pelo narrador, chamamos a atenção para algumas: 1) O comportamento freudiano das personagens: Em Elza encontramos a típica configuração materna, o que combina com o comportamento edipiano de Carlos. Elza é uma mulher madura que introduz Carlos no conhecimento do amor. É interessante notar que durante a passagem que Maria Luísa fica doente, Elza tem atitudes maternas para com todos da família. Num momento de consciência do amor edipiano, Carlos não insiste no amor com a governanta, pois comenta o narrador que ele não é dado a incestos. 2) A comparação entre o comportamento do alemão e do brasileiro: Em vários momentos o narrador destaca o comportamento prático e objetivo do povo alemão, aludindo às atitudes sentimentais 13 Paródia: imitação crítica, irônica ou humorística de um texto. 20 Felisberto Sousa Costa era chefe de uma típica família burguesa paulistana. Vivia numa bela casa em Higienópolis com a mulher e seus quatro filhos. A grande preocupação de Sousa Costa era com o filho mais velho, Carlos, de dezesseis anos, que vivia machucando e atrapalhando as irmãs em suas brincadeiras. Carlos estava numa idade perigosa e, temendo que o filho aprendesse na rua o ofício do amor, arriscando-se a ficar doente, o pai contratou uma governanta para dar lições de amor ao filho. Sousa Costa acertou com Elza (Fraülein) sua contratação para servir de instrutora na arte do amor para o filho. Elza quis saber se a esposa de Sousa Costa fora avisada. Este disse que ela é mãe. Esta nossa educação brasileira... Além do mais com três meninas em casa!... (p. 49) Elza pediu que avisasse a esposa. Não conseguia entender tantos mistérios, já que era para o bem do rapaz. Sousa Costa retrucou. Elza procurou explicar-se: Não me agradaria ser tomada por aventureira, sou séria. E tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa não souber o que vou fazer lá. Tenho a profissão que uma fraqueza me permitiu exercer, nada de mais nada menos. É uma profissão. (p. 49) Sousa Costa prometeu contar, mas jurou para si mesmo não falar nada à mulher. Elza chegou de táxi numa terça-feira, dia primeiro ou dois de setembro, à Vila Laura. Era esperada pela família como a governanta contratada pelo pai para ensinar aos meninos: Aldinha, Laurita, Maria Luisa e Carlos. Mostrou-se discreta: No princípio tinha de ser simples. Simples e insexual. O amor nasce das excelências interiores. Espirituais, pensava. O desejo depois. (p. 50) Elza foi recebida pelas crianças e por Dona Laura, esposa de Sousa Costa. Elza adaptou-se à vida na casa. Fraülein sentiu-se logo perfeitamente bem dentro daquela família imóvel mas feliz. (p. 59). Era chamada de Fraülein (senhorita, professora). Acabou conquistando a simpatia de todos. Seu comportamento mostrava uma integridade de caráter e uma seriedade que não levava ninguém a supor qual sua verdadeira missão. Entretanto, sentia a diferença entre aquela família brasileira e seu temperamento germânico. Sonhava voltar para a Alemanha e casar-se. Tinha até o modelo ideal de noivo esculpido: Moço magro, pálido, acurvado pelo trato quotidiano dos manuscritos... (p. 139) 5

6 Elza prosseguia em seus afazeres de forma regrada ensinava alemão e educava as crianças. Carlos, a princípio, mostrou-se um tanto indiferente às aulas de alemão, tinha maior facilidade com o francês. Mas, aos poucos, acabou aceitando e participou com maior fervor. Passou a estudar a língua e os aspectos geográficos da Alemanha. Ficava arrumando desculpas para estar sempre junto de Fraülein. Arranjava pretextos para passeios e passou mesmo a ir ao cinema com a governanta e as irmãs. Antes preferia o futebol. Ao chegar em casa após a primeira sessão de cinema, descobriu-se apaixonado. Não pode 1 mais, faltou-lhe o ar. Todo o corpo se retesou numa explosão e pensou que morria. Pra se salvar murmura: Fraülein! (p. 70) A partir daí, passou a encarar a governanta, não saindo mais de perto dela. De repente fixa a moça na cara destemido pedindo. Pedindo o quê? Vencendo. Fraülein se irrita: sem-vergonha! (p. 71) Carlos insistiu para que Elza deixasse seu trabalho para tocarem piano. Fraülein ficava irritada: Você me perturba, menino! Perturba!... (risinho). Ora Fraülein! Perturba no que! Estou perturbando Fraülein! (baixinho churriando) toca sim?... deixa de enjoamento!... Você é impossível, Carlos. (p. 72) Carlos começou a mudar seu comportamento dentro de casa. Não incomodava mais as irmãs. Chegou mesmo a cantar uns versos de Heine. Depois ele e Elza discutiram o significado da canção. Ao corrigir o que Carlos havia escrito sobre a história da canção, Elza se debruçou sobre ele: O rosto se apoiou nos cabelos dele. Os lábios quase que, é natural, sim: tocaram na orelha dele. Tocaram por acaso, questão de posição. Os seios pousaram sobre um ombro largo, musculoso, agora impassível escutando. Chuvarada de ouro sobre a abandonada barca de Dânae... Carlos... ETA arroubo interior, medo? Vergonha? Aterrorizado! Indizível doçura... Carlos que nem pedra. (p. 75) Saíram da biblioteca com uma desesperada felicidade de acabar com aquilo, apesar de Carlos não saber o que era aquilo. Dona Laura percebeu o interesse do filho pela governanta e foi ao seu quarto. Pediu que Elza deixasse a casa. Elza perguntou se o marido dela disse o que viera fazer ali. Diante da negativa, lamentou o procedimento do patrão. Encontraram Sousa Costa na biblioteca. Sousa Costa procurou revelar à mulher o verdadeiro motivo da presença de Elza na casa e sua preocupação com o filho c) Neologismos: Virgulam-nas apenas, pra que os homens possam ter delas conhecimento suficiente. (p. 79) Sabia que a explosão prejudica inda mais a brasilite que os trastes do arredor.... (p. 119) Carlos abaixou o rosto, brincabrincando com a página. Dançarinamente na linfa luminosa a poeira. (p. 88) E os minutos se acabando, tardonhos. (p. 95) malacabada (p. 55) d) Desrespeito à ortografia: pra, em lugar de para; si em lugar de se; xícra em lugar de xícara; chacra em lugar de chácara; etc. e) Vocabulário indígena:... qual o procedimento dum homem que não enciúma as cunhas. (pp. 102 e 103) Pra que mais anhangás, janaíras e batatões. (p. 130) E fica assim panema, calmando as pecurruchas. (triste) Outro aspecto é a presença de onomatopeias (imitação de sons da natureza e do cotidiano), algumas de caráter bem representativo da percepção do mundo pelos ouvidos de uma criança, tais como: Pâam... (bater de uma porta), chiuiiii... (do vento), o zumzum dos criados, brekekekex (barulho das águas). Como pudemos observar, Mário de Andrade procurou dar a essa obra um caráter experimental e revolucionário, mantendo-se fiel às propostas modernistas por ele defendidas e muito bem praticadas. Mas vale ainda lembrar a presença de alguns elementos impressionistas nesse romance, percebidos em passagens onde as impressões fugidas são captadas pela sensibilidade do artista, atento aos pormenores. 1 Está assim no original, embora o leitor perceba que se trata de pretérito, pôde. 6 19

7 renúncia de Werther e o mais inútil ainda sacrifício de Franz Von Moor. 12 (p. 132) A linguagem é o ponto alto da obra, no que se refere à proposta experimental e estética, uma vez que o narrador se expressa através de um português popular, cheio de brasileirismos. Mário de Andrade dá ênfase ao nacionalismo, fixando estilisticamente disso, como veremos em alguns exemplos a seguir: a) Colocação do pronome nas locuções verbais: E devia se calar. (p. 84) Sousa Costa se mexe. (p. 83)... e Tanaka se aproveitou disso para servi-la mal. (p. 84) b) Flexões do advérbio: Dona Laura ficou meia incomodada porque diversas pessoas do banco... c) Repetição do advérbio de negação depois do verbo: Compreendia! porém não juro que compreendesse tudo não! d) Pronome reto em função objetiva: Fraülein viu ele chegar como sem ver, escondida na leitura. e) Períodos iniciados por pronome oblíquo: Lhe deu um olhar de confiança. Se agita um pouco. (p. 83) Lhe entregava o envelope com a mensalidade. (p. 85) f) Emprego de frases nominais: Penca de livros sobre a escrivaninha, um piano. O retrato de Wagner. O retrato de Bismark. (p. 49) O emprego de um vocabulário bem brasileiro é outro destaque desse papel popular perseguido pela linguagem do livro: a) Coloquialismos: Mamãe, só mais uma!... só mais esta uminha Carlos encafifou. (p. 70) Sousa Costa encafifou, desacochado por se ver colhido em falta. (p. 76) b) Regionalismos: Dona Laura ficava ali, manzonza, numa quebreira gostosa. (preguiça) (moleza)... e deixar-se candongas. (p. 86) 12 A primeira citação é uma referência ao poema I Juca-Pirama de Gonçalves Dias. A segunda, ao poema Queimada de Castro Alves. Ambos poetas do Romantismo, primeira e terceira fases, respectivamente. A outra intertextualidade é com Romeu e Julieta de Shakespeare. A quarta passagem refere-se a personagens de novelas românticas alemãs. 18 por causa dos perigos que esperavam o rapaz lá fora. Elza não gostou da maneira vaga de Sousa Costa falar e exigiu que falasse claro: Não sou nenhuma sem-vergonha nem interesseira! Estou no exercício de uma profissão. É tão nobre como as outras. É certo que o senhor Sousa Costa me tomou para que viesse ensinar a Carlos o que é amor e evitar assim muitos perigos, se ele fosse obrigado a aprender lá fora. Mas não estou aqui apenas como quem se vende, isso é uma vergonha. (p. 77) Elza disse que sairia dali o quanto antes. O casal conversou e, preocupados com a possibilidade do filho perder-se, resolveram desculpar-se com Elza e pedir que ficasse. Na manhã seguinte, Elza preparava-se para deixar a casa, quando foi chamada por Sousa Costa na biblioteca. O patrão desculpou-se pelas atitudes da mulher e pediu que aceitasse ficar, mas não insistiu muito, preferindo lavar as mãos se ela recusasse. Elza aceitou as desculpas e afirmou que, diante das insistências ficaria. Os dois agora estão convencidos de que o caso resolveuse. Se Carlos se perdesse... Mas agora se salvará pois Fraülein fica. Os dois cônjuges se sentem descansadamente satisfeitos. Vão se vestir, vão viver. Que sossego esta vida boa 2. As lições continuaram. Elza e Carlos estudavam na biblioteca. Estavam sós. Carlos ardia de desejos, principalmente na hora do ditado. Quando Fraülein encostou-se nele para corrigir as letras, Carlos foi tomado por sentimentos incoerentes, querendo e não querendo, que desespero. Ergueu-se e empurrou a cadeira, afirmando que não escreveria mais. Elza também sofria por causa de seus desejos reprimidos: Todos os instintos baixos dela, por que baixos! todos os instintos dela, guardados por horas... (altos ou baixos?... ninguém o saberá jamais!) guardados por horas, por dias, meses, surgiam somados numa carreira de estouro que só a exaustão pararia. E ele era mais forte, numa força de pureza! vencia! (p. 89) Elza reclamou dos modos dele e afirmou estar entristecida. Carlos voltou à lição, mas diante do afastamento dela, pediu que ficasse daquele jeito. Enlaçava-lhe a cintura enfim, puxou-a. Botou a cara gostosa no colo dela, aonde nascem os aromas que atarantam 3. Lhe beijou as roupas. Depois sentiu um medo grande dela, vergonha desmedida, se refugiou dela nela. Sensualmente afundou olhos, 2 Veja a ironia quase descarada do narrador ao comentar o comportamento burguês de Sousa Costa e mulher. 3 Atarantam: perturbam. 7

8 nariz, boca, muita boca no corpo da querida. Pra se esconder, Fraülein sufocou-o contra o peito com os seus braços enrolados. Quando ele sentiu sobre os cabelos uma respiração quente de noroeste principiou a imaginar e criticar. Criticar é comparar. Que gosto teriam esses beijos do cinema? ergueu a cara. E, pois que era de novo o mais forte, beijou Fraülein na boca. (p. 90) Carlos viveu três dias de desespero, sentindo sua felicidade crescer: A felicidade é tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão de hiato, de defeito de sintaxe logo corrigido, vertigem em que ninguém dá tanto de si. E fica mais essa ideia que retoma-se de novo a vida, que das portas do Paraíso Terrestre em diante é sofrer e impedimento só. Estou convencido: Carlos não viveu esses três dias. (p. 91) Carlos pediu para falar com Fraülein fora da biblioteca. Elza teve raiva da atitude do menino que insistiu no pedido e segurou sua mão, machucando-a. Durante todo esse dia, Carlos voltou a ser o menino machucador das irmãs. Pela tardinha, enciumada pela desatenção de Carlos, Fraülein concordou com o encontro, marcando para a meia-noite. Carlos se acalmou de sopetão, não buliu mais com as irmãs, sério. Estava homem. (p. 95) Carlos chegou a dormir, enquanto esperava pela hora marcada com Fraülein. Ao acordar, foi até o quarto dela e bateu forte até a porta se abrir. Nesse ponto o narrador faz uma digressão para evitar o momento amoroso do casal e explica o contato entre Elza e o criado japonês, Tanaka, através de uma analogia com um poema de Castro Alves. Os dois são comparados a tigres que, por causa da queimada em volta, se juntam numa mesma pedra. Tanaka não viu com bons olhos a chegada de outra estrangeira na casa que pretendia conquistar. Elza, por sua vez, se reconhecendo muito superior tanto na hierarquia solarenga 4 como na instrução ocidental, lhe secundou ao grunhido com o muxoxo desdenhoso 5. O tigre japonês curvou a cabeça, muito servilmente. Porém toda casta de picuinhas 6 fazia pro outro. Quando era pra dar um recado, batia na porta do outro e: Senhora está chamando e não dava recado. O tigre alemão tinha que descer as escadas e ir saber o que dona Laura queria (...) Cada um se acreditava o dona daquela família, o conquistador da casa e do jardim, o quem sabe? futuro possuidor do Estado e próximo rei da terra brasileira toda do Amazonas ao Prata. (p. 97) 4 Solarenga: relativo a solar. 5 Muxoxo desdenhoso: estalo de língua utilizado para indicar desprezo. 6 Picuinhas: ditos ou atitudes com intenção de inmododar. 8 ESTILO DE ÉPOCA E ESTILO INDIVIDUAL A obra Amar, Verbo Intransitivo está inserida na primeira fase do modernismo, ou seja, na geração de 22. Tal classificação permite-nos identificar alguns procedimentos tipicamente modernistas na presente obra, tais como o caráter revolucionário da linguagem, a narrativa fragmentada ou digressiva, a presença da metalinguagem, bem como de uma visão psicanalítica. Devemos chamar a atenção para os princípios que nortearam os rumos iniciais do modernismo de 22, segundo Mário de Andrade: 1) Ruptura das subordinações acadêmicas; 2) Destruição do espírito conservador e conformista; 3) Demolição de tabus e preconceitos; 4) Perseguição permanente de três princípios fundamentais: a) direito à pesquisa estética; b) atualização da inteligência artística brasileira; c) estabilização de uma consciência criadora nacional. Se tomarmos por base esses mesmos princípios, Amar, Verbo Intransitivo segue tal modelo, representando mesmo uma obra revolucionária, já que antecedeu a publicação de Macunaíma. Um aspecto essencialmente modernista é ressaltado através da figura do narrador, que funciona como uma personagem principal, desenvolvendo-se além da narrativa principal através de sua tentativa de entender a figura de Elza. Suas interferências dão-se no plano da metalinguagem (o texto explicando a si mesmo) ou das teorias que procuram explicar a protagonista. Daí as digressões (figuras da narrativa linear para comentar assuntos paralelos) do narrador para justificar, explicar ou analisar o comportamento das personagens e avaliar as atitudes de Elza, cujo nome só ele conhece pronuncia, uma vez que todos os demais tratam-na apenas por Fraülein. A presença de intertextualidades (relações entre textos) configura outra forma de digressão.... e toma os ares do forte que já não chora como os índios de Gonçalves Dias. (p. 93). Castro Alves cantava que na última contingência da calamidade, quando a queimada galopa destruindo matos, sacudindo as trombas curtas de fogo no ar, a corça e o tigre vão se reunir na mesma rocha. (p. 96) Nem sobre a cúspide da Cleopatra s Needle o rouxinol cantará, porém estou me enganando, pois Romeu e Julieta passa-se na Itália, nem Shakespeare é londrino... (p. 99) Além disso, por mais burguês e vulgar que seja um alemão, sempre de quando em quando lhe rebrota no deus encarcerado um desejo de tragédia inútil, esse mesmo que fez a 17

9 prostituta qualquer, o que ele não sabia, mas já havia acontecido com Carlos, como o enredo mostra. 4) Dona Laura: é mulher de Sousa Costa e mãe de Carlos. Procura manter-se como senhora da sociedade, numa atitude de compostura. Entretanto, em dias de muito calor, seus cabelos mostravam certas ondulações suspeitas. Suas atitudes não disfarçavam sua origem não burguesa. Usava penteadores e vestidos de seda muito largos. Apenas um gesto e aqueles panos e rendas e vidrilhos despencavam pra uma banda, afligindo a gente. Meia malacabada. Era maior que o marido, era. (p. 55) Fingia não perceber as saídas do marido com outras mulheres. Como mãe deixa muito a desejar, não demonstrando grande domínio sobre os filhos e inquietando-se sempre com as brincadeiras dos pequenos. 5) Maria Luísa: Irmã de Carlos, tinha 12 anos. Menina de saúde frágil. Apenas a saúde de Maria Luisa perturbava um tanto o cansaço de dona Laura e a calma prudencial de Sousa Costa. (p. 59) Também estuda alemão com Elza. 6) Laurita: Irmã de Carlos, tinha 7 anos. Estava em fase de alfabetização. Sua inocência cria uma situação embaraçosa para os pais durante a viagem de trem entre o Rio e São Paulo. 7) Aldinha: é a irmã caçula de Carlos. Menina inquieta e desobediente. 8) Marina: é criada na casa da família, tem 14 anos, é negrinha e sente verdadeira emoção durante sua primeira viagem de trem voltando do Rio. 9) Tanaka: japonês, é criado em casa de Sousa Costa. Apesar de odiar a competição pelo domínio da casa representada por Fraülein, torna-se seu companheiro de conversa. Contam-se segredos e mágoas passadas. Mas, apesar das diferenças e rancores, quando ficam sós em casa, conversam como dois irmãos. E têm isso de imensamente cômico, que no fundo se odeiam. Mas ali estão unidos por causa da Queimada de Castro Alves. Por causa das recordações e esperanças. (p. 99) Carlos saiu do quarto de Fraülein com todo o cuidado para não ser descoberto. Na hora da lição, Carlos sentiu-se cheio de vergonha:... com que cara agora ia se apresentar diante dela. Nunca mais olharia para ela! Não teria coragem... (p. 100) Elza mandou chamá-lo, mas também se sentiu constrangida. Quando fecharam a porta da biblioteca, Carlos encheu Fraülein de beijos. Fraülein conduziu Carlos, através de perguntas, a confessar que não fora a primeira mulher de sua vida. Uma vez Carlos foi levado por amigos à rua Ipiranga e ficou com uma qualquer, mas nem sentira prazer. Elza sentiu seu orgulho profissional ferido. As irmãs brincavam de boneca no jardim quando Carlos chegou da aula de inglês. Quis brincar com as meninas. Maria Luisa sugeriu que fosse o pai da boneca de Aldinha, mas esta recusou e disse que deveria ser da de Maria Luisa, que também recusou. Carlos acabou atrapalhando a brincadeira das meninas, que entraram chorando e contaram tudo para a mãe. No dia seguinte, foram visitar a nova chácara de Sousa Costa adiante de Jundiaí. Fraülein comentou no carro que esqueceu o significado da palavra geheimnis (segredo). Carlos ficou apavorado, pois lembrava-se do significado. O rapaz quis ficar a sós com Elza, mas foi importunado pelas irmãs. Isto estragou o seu dia. Ao retornarem, Maria Luisa estava com febre. Elza ajudou a menina a trocar de roupa. Saindo do quarto, foi segurada por Carlos que cobriu a amante de beijos. Foram chamados para jantar. Durante o jantar, Elza disse ter recordado o significado da palavra geheimnis, que traduziu diante de todos. Mas isso não causou qualquer temor a Carlos que comeu satisfeito: Nunca ninguém descobrirá! Sousa Costa, não sei, porém me parece que teve uma intuição genial: olha malicioso pros dois. (p. 111) Maria Luisa, que sempre despertara preocupações a dona Laura, adoeceu. Todos ficaram apavorados. Elza cuidou da doente e de todos. São duas semanas de maternidade pra ela. De maternidade integral. Teve momentos em que parecia mãe de todos, tal qual o dedo maior da nossa mão. Até Sousa Costa. Todos 16 9

10 pareciam nascer dela, dela se alimentar. Menos Carlos recalcitrante 7, com intuitiva repugnância por incestos. (p. 114) Por causa da doença de Maria Luísa, a família viajou para o Rio de Janeiro. Fraülein delirou com os passeios pela Tijuca. Mil olhos tivesse, gozaria por mil olhos, mil vezes mais. Aliás mesmo que fosse feia a paisagem, gozaria da mesma forma. Era o contato da natureza que sensualizava Fraülein, mais que o gozo das belezas naturais. Nem criança! animalzinho. Potranca na invernada, ema, siriema, passarinho. Os outros olhavam para ela espantados quase escandalizados. Ridícula, não? (p. 118) Mostrou-se diferente dos brasileiros, que não sabiam apreciar a natureza. Sousa Costa ficou com raiva do comportamento do filho, sempre próximo de Fraülein, nas suas barbas. A pedido de Carlos deixa Elza aproveitar um pouco mais do cenário, Fraülein adquirira alma vegetal. Partiram de volta à cidade. No caminho, Elza viu a montanha curvada, com o sol lhe mordendo as ilhargas. Era Loge 8, deus do incêndio... Loge perseguia as medrosas, lambido de chamar, trinando. Fraülein escutou um xilofone, o tema conhecido. E o encantamento do fogo principiou para Brunilda 9. (p. 121) Durante a viagem de volta a São Paulo ocorreram vários incidentes. A pretinha Mariana espantava-se, boquiaberta, com a viagem de trem. Nunca tinha andado de trem. Queria estar com dor de dente para usar um lenço vermelho amarrado na cara, o que ela considera lindo. As janelas, conservadas abertas pela família, incomodavam os outros passageiros pela poeira que estava. O movimento do trem chegou a jogar Sousa Costa duas vezes sobre Fraülein. Laurita lia em voz alta os nomes das estações pelas quais o trem passava. Acabou esquecendo o nome de Barra do Piraí. Houve uma rápida inquietação na família, ficaram dolorosamente envergonhados. E com efeito alguns passageiros sorriam, era visível que sabiam que Barra era. (p. 127/28) Marina, que tudo decorava, acabou dizendo o nome da cidade. Ao chegar em Taubaté, confundiu a placa e disse que estavam em Miquitório. Sousa Costa e a mulher se sentiram morrer, pois tentavam manter as aparências de burgueses distintos. Fraülein que evitou uma palmada de Sousa Costa na filha, também se indignava, ofendida em sua postura germânica. Em casa, continuaram as lições de amor em encontros noturnos cada vez mais ardentes e inebriantes. Fraülein deixou-se 7 Recalcitrante: obstinado, teimoso. 8 Loge: deus do fogo. 9 Brunilda: o mesmo que encantada pelo fogo, personagens da mitologia alemã. 10 partes. Isso o torna pesado e bastante sensual. Longe porém daquele peso divino nas suas renascentes italianos ou daquela sensualidade das figuras de Scopas e Leucipo. Isso: Rembrandt, quase Cranach. Nenhuma espiritualidade. Indiferente burguesice. (p. 57) Seu papel de governanta em casa de Sousa Costa é mero disfarce para sua verdadeira função de iniciar sexualmente o jovem Carlos. Apesar de seu comportamento equilibrado, frio e apático, acalenta certos sonhos em relação ao casamento. É defensora da cultura alemã e de seus valores comportamentais. Simboliza no romance a figura materna, daí a projeção freudiana da personagem em relação a Carlos. Elza leva a sério o papel que desempenha e não se deixa levar pelas emoções, justificando assim o título da obra. 2) Carlos: é um jovem de 16 anos, brincalhão, machucador das irmãs por causa de sua falta de jeito em demonstrar carinho, estando sempre a importunar as pequenas. É grandalhão. Mesmo pesado. Muitos afirmam que ele é magro... A culpa não é tanto das carnes, que são rijas e abundantes. Come bem. Dorme bem. Passa a vida regalada. E é escandalosamente sadio, nem sequer a faringite crônica dos oitocentos mil paulistanos. (p. 92) Pratica futebol, natação, remo e boxe. Carlos desconhece as intenções do pai, e deixa-se lentamente aprisionar por Elza. Não controla as emoções, entregando-se ao desespero quando Elza vai embora. Mostra as típicas contradições interiores de um adolescente. Fica dividido entre o menino e o homem. 3) Felisberto Sousa Costa: é um típico novo-rico, de origem portuguesa, mulherengo mas apaixonado pela família, preocupa-se com a iniciação sexual do filho, mais velho, decidindo contratar Elza para servir de mestra no amor. Procura aparentar um certo verniz social que não possui. É um burguês abastado, que faz fortuna maior através do casamento. É dono de fábricas de tecidos no Brás e possui fazenda apenas para desentediar-se.... usava bigodes onde a brilhantina indiscreta suava negrores nítidos. Aliás todo ele era um cuité de brilhantinas simbólicas, uma graxa mônada sensitiva e cuidadoso de sua pessoa. Não esquecia nunca o cheiro no lenço. Vinha de portugueses. Perfeitamente. E de Camões herdara ser femeeiro irredutível. (p. 55) Representa o típico burguês que interfere na vida sexual do filho, com medo que o mesmo tenha uma iniciação inadequada com uma 15

11 ESTRUTURA DA OBRA Amar, Verbo Intransitivo é um romance sem divisões em capítulos. A narrativa é entrecortada por interferências do narrador que emite seu julgamento, disserta sobre vários assuntos e amplia o conhecimento do leitor sobre a protagonista Elza ou Fraülein. a) Ação: A ação narrativa é lenta, devido ao excesso de interferências e digressões do narrador. O enredo é psicológico, seguindo uma linha psicanalítica proposta desde o início da narrativa. Cremos que seu objetivo principal tenha sido captar a alma da mulher, observada aqui através da protagonista, Elza. b) Foco Narrativo: O foco narrativo está em terceira pessoa e o narrador é onisciente (sabe tudo). O narrador é um profundo conhecedor da personalidade e da alma das personagens. Tece seus próprios julgamentos e juízos sobre atitudes e pensamentos das mesmas. c) Tempo: A narrativa se passa nas primeiras décadas do século XX, começando a história numa manhã de terça-feira do mês de setembro, quando Elza chega à casa de Sousa Costa. d) Espaço: A estória principal passa-se em São Paulo, tendo o Rio de Janeiro (local para onde a família viaja) como espaço secundário. e) Personagens: Um aspecto que merece destaque é a construção das personagens no presente romance. São dotadas de verossimilhança, ou seja, semelhança com a verdade. São personagens saídas do convívio burguês de uma São Paulo marcada por mudanças sócio-econômicas, revelando o surgimento de uma burguesia industrial e empresarial ainda pouco dotada de costumes tradicionais. Esses novos-ricos são revelados e criticados nas figuras de Sousa Costa e família. As relações entre patrões e empregados também são bem colocadas através das personagens. Vejamos as principais personagens: 1) Fraülein (Elza): mulher de origem alemã, tem 35 anos, não é bonita nem feia. Possui traços regulares, coloridos de cor real. Não se pinta. Não é clássico nem perfeito o corpo da minha Fraülein. Maior que a média dos corpos de mulher. E cheio nas suas 14 tomar por um certo sentimento por Carlos, mas que foi rapidamente vencido pela proximidade do dia de colocar um fim no romance. Cumpriu a missão dela, o que sabia ensinou. O homem-davida e o homem-do-sonho passeiam de braços dados... Porém permanece um desejo mole pelo rapaz. Talvez a ensombre um arrependimento. O homem-da-vida afirma: Não. E vira o chope. Mas agora fala tanto nos sentimentos sequestrados... O subconsciente se presta a essas teogonias novas. Fantasias? Ninguém o saberá jamais. Minha vingança é que Freud não pode ter sensações de tantãs 10 no fundo do mato. Nem pode sentir índios pesados, com dinamismos de ritual, dentro das gâmbias 11. Aliás nem Fraülein. Por isso é que falando de Carlos fui poeta, inventei. Falando agora de Fraülein, de Freud, de Friedrich, pra usar unicamente efes, endurece-me a pena um decreto de ciência alemã. De ciência alemã. Mas o homem-do-sonho dá um urro: Não! E vira o chope. (p. 131) Sousa Costa, entretanto, viu que era tempo de encerrar tudo aquilo e combinou com Elza um desfecho que não causasse grande sofrimento a Carlos, mesmo que ambos soubessem desde o início que aquilo deveria acabar com um pouco de violência. O susto serviria de lição ao filho, pois que assim evitaria amores em sua própria casa. Um dia Carlos é surpreendido no quarto da governanta pelo pai, que pede para o filho ir para seu quarto. Carlos tenta defender a amante, sem sequer desconfiar que tudo se tratava de um plano do pai e Fraülein. Sousa Costa passou no filho o sermão esperado, sentindo mesmo prazer em representar esse papel: Você está louco! você sabe quem é essa mulher! e se ela agora te obriga a casar! Está muito bonito!. Eu caso, papai... (pp. 133/34) Carlos implorou em vão. Foi até o quarto de Fraülein, que pediu que ele fosse embora. Carlos aprontou uma barulheira. Esmurrou a porta do quarto de Elza. Sousa Costa e a mulher tentaram deter o filho, que perdia o controle. Carlos acabou sendo levado para o quarto. Fraülein partiu para Santos de trem, mas antes despediu-se carinhosamente de Carlos, beijando-o na testa. Fraülein sacudida pelos soluços nervosos entrou no automóvel. Partia mesmo. Debruçou-se ainda na portinhola: Meu Carlos... (pp. 138/39) 10 Tantãs: tambores. 11 Gâmbias: pernas. 11

12 Partiu pensando no que o rapaz representava para ela: Pensava, quase sofria. Carlos. Era muito sincero, corajoso. Ora! E a raiva contra todos os homens quase fez ela se rir, prevendo o desastre. Afastou com energia o ódio inútil. Se protegeu contra a imaginação, pensando no dinheiro. (p. 138) E o idílio de Fraülein realmente acaba aqui. O idílio dos dois. O livro está acabado. (p. 138) Comentário: Apesar de considerar findo o livro e até colocar Fim, o narrador prossegue mais um pouco a história, buscando os fatos subsequentes à partida de Elza. O idílio acabou. Porém se quiserem seguir Carlos mais um pouquinho, voltemos pra avenida Higienópolis. Eu volto. (p. 140) Carlos ficou contemplando a avenida solitária da janela de seu quarto, sofrendo mudanças interiores: Se percebia que estava outro, estava homem. O bom homem que tinha de ser, honesto, forte, vulgar. (p. 140). Carlos atirou-se à vida, tentando esquecer as imagens da saudade. Frequentou a rua Ipiranga e voltou a ser o mesmo Carlos machucador e inoportuno para as irmãs. Num dia de carnaval, Elza viu Carlos passar no Fiat do pai com as irmãs e uma holandesa. Atirou uma serpentina, que pegou na testa do rapaz. Fraülein estava com um novo pupilo, Luís. Carlos seguiu com seu novo amor, depois de mandar um gesto rápido de cabeça, quase uma saudação. Elza sentiu um baque de ciúmes, mas acabou entregando-se depois a uma espécie de comoção materna, lembrando-se de seus alunos: Carlos... José... Alfredo já casado... Antoninho, também já casado. mein Gott, tantos! tomou-a a maravilhosa alucinação. Estavam todos por ali amando. Felizes, habilíssimos. Familiares. Ela era mãe de amor! Estava até bonita. Mãe de amor!. (p. 147) Fraülein seguiu seu caminho, pegando uma serpentina das mãos de Luís, aproveitando para aproximar-se mais do rapaz e prosseguir em uma nova lição de amor. 12 SÍNTESE DO ENREDO Amar, Verbo Intransitivo é um romance que conta a estória de Fraülein e Carlos. Fraülein é contratada pelo pai de Carlos, Sousa Costa, rico burguês de origem portuguesa, para ensinar a arte do amor ao filho. As preocupações do pai dirigem-se à possibilidades do filho perder-se em encontros com prostitutas comuns ou mesmo ficar doente. Fraülein é introduzida na casa da família como governanta e procura manter uma postura discreta diante dos familiares, principalmente por causa das irmãs do rapaz. Segue suas atividades ensinando alemão e piano para as moças e para Carlos. Aos poucos vai se insinuando para o rapaz, que acaba sendo tomado de amores pela governanta. Dona Laura, mãe de Carlos, percebe o envolvimento do filho e conversa com Fraülein. Sousa Costa acaba contando para a mulher o trato feito e o motivo de suas preocupações com o filho. O casal decide pela permanência da governanta. Carlos e Fraülein vivem um idílio amoroso, mantido em segredo. O rapaz aproveita as horas de estudo sozinhos na biblioteca do pai para amar a governanta. Depois passa a encontrála em seu próprio quarto. Como já havia combinado antes com Fraülein, Sousa Costa surpreende o filho num desses encontros e manda a governanta embora. Carlos sofre muito com a separação, mas acaba aceitando as saudades e prosseguindo sua vida de menino rico. Fraülein continua sua profissão tomando outro aluno, Luís, para ensinar a arte do amor. Os dois se encontram durante um carnaval, rapidamente cada um segue seu caminho. 13

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