Escolha de biberões e termos

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1 Escolha de biberões e termos Por Isabel Carvalho A escolha criteriosa dos biberões deve ser feita de modo a que estes sejam os mais adequados ao bebé. Se este for alimentado exclusivamente com recurso a biberões, são necessários cerca de 6 a 8 biberões. É importante ter em atenção às seguintes características: O material de fabrico pode ser plástico ou vidro. Os biberões de plástico são inquebráveis, mas devem ser mudados com mais frequência, já que quando ganham riscos a sua limpeza fica comprometida. Os biberões de vidro não apresentam estes inconvenientes, no entanto partem-se, pelo que requerem maiores cuidados no seu manuseamento. Têm a vantagem de manterem melhor os nutrientes do leite materno. A sua capacidade pode variar entre os 60 ml, 125 ml, 260 ml e os 330 ml, devem ser graduados. Quanto maior o biberão, maior a abertura, o que se torna mais fácil para a sua preparação e limpeza. Grande parte dos biberões são concebidos para evitar que o bebé ingira ar e, consequentemente aumente a incidência de cólicas. Existem 3 grandes tipos de biberões: 1. Em frasco: são os biberões mais tradicionais: são constituídos por uma tetinas e um recipiente, tipo frasco. Nestes biberões, a entrada de ar dá-se pela zona mais próxima da boca- a tetina (maior incidência de cólicas). 2. Ergonómicos: estes biberões têm um sistema de válvulas que permite a entrada de ar pelo fundo ou a canalização do ar para o seu fundo através de cânulas específicas. Neste caso, a entrada de ar dá-se pelo local mais distante da boca. 3. Em vácuo: este tipo de beirões são fabricados em silicone ou têm uma segunda estrutura interior de silicone, são colapsáveis, pelo que nestes, não se dá entrada de dar de forma nenhuma. 4. Descartáveis: ideais para viagens. Alguns biberões têm pegas para que bebés maiores tenham facilidade em segurar e alimentarem-se de uma forma mais autónoma.

2 O BPA (boisfenol): O BPA (Bisfenol A) é um produto químico usado no fabrico de um tipo de plástico (o policarbonato). O BPA também é usado no revestimento de quase todas as latas de alimentos e bebidas (incluindo nas latas de leite em pós), uma vez que este produto impede que enferrujem. Nos últimos anos, estudos em animais realizados em laboratório sugeriram que quantidades ínfimas de BPA podem ser prejudiciais para o desenvolvimento normal de crianças menores de dois anos de idade (alterações no desenvolvimento do sistema nervoso, da função da tiróide, no desenvolvimento cerebral, alterações comportamentais como a hiperactividade, alterações no desenvolvimento normal da próstata, entre outros). Os biberões com BPA são habitualmente transparentes e têm o seguinte símbolo inscrito na estrutura: Os biberões sem BPA são identificados pelos seguintes símbolos: Na UE está proibida a comercialização de biberões com BPA desde Tetinas: A sua escolha é tão importante como a escolha dos biberões. Existem variados tipos de tetinas, adequadas às idades e aos gostos do bebé. Relativamente ao material: Látex: são mais macias e flexíveis, mas são pouco duráveis;

3 Silicone: são mais firmes e mais duráveis, são fáceis de limpar, especialmente aconselhadas para bebés com sucção rápida; Borracha natural: são moles e suaves, especialmente aconselhadas aos bebés que têm dificuldades em mamar ou em terminar o biberão, devido à sua flexibilidade (bebés com sucção lenta). Relativamente à forma: Tetinas ortodônticas: assemelham-se ao mamilo e simulam a forma que este adopta quando se encontra dentro da boca do bebé. São as que permitem ter a língua sem esforço durante a sucção, no entanto, devido à sua forma para cima são as que mais alterações do palato provocam. Tetinas anti-cólicas: têm um arejador na sua estrutura que permitem a entrada de ar para dentro do biberão enquanto o bebé se alimenta. Tetinas ventiladas: impedem a ingestão de ar pelo bebé já que são desenhadas de modo a não entupirem durante a refeição, assegurando o fluxo de leite contínuo. A tetina também pode ser escolhida tendo em conta a quantidade de fluxo de leite pretendida: Fluxo lento: para os primeiros dias; Fluxo médio: para bebés que mamam depressa; Muito fluxo: para bebés mais crescidos e que mamam depressa; Fluxo variável: permitem que o bebé controle a quantidade de fluxo; Independentemente da forma e do tipo de tetina devem ser escolhidas tetinas adaptadas à idade do bebé, bem furadas (devem pingar e não esguichar) e ser substituídas ao mínimo sinal de deterioração (desgastadas, descoradas ou a rasgar-se). Com que frequência substituir as tetinas? A duração média de vida de uma tetina cuja utilização é diária é de 1 mês para a borracha natural e de 2 a 3 meses para o silicone. As tetinas devem ser guardadas longe da luz directa do sol ou do ar livre, depois de bem secas. A limpeza e esterilização:

4 Algumas correntes de pediatras são consensuais que ferver ou esterilizar biberões e tetinas não é necessário se os pais lavarem frequentemente, e bem, as mãos. Ainda assim, existem vários equipamentos disponíveis para a esterilização destes materiais, após a sua lavagem: Esterilização em esterilizador eléctrico: é uma unidade independente que faz a esterilização a vapor de 4 a 6 biberões e de outros materiais em aproximadamente 6 minutos; Esterilização em esterilizador de microondas: funciona de forma semelhante aos esterilizadores eléctricos, no entanto, com recurso ao microondas. É prático, mais barato e mais rápido que os primeiros, deve ter o cuidado de se certificar que cabe no microondas e que todos os objectos podem ser colocados num forno deste tipo. Existem sacos de esterilização que cumprem também esta função e são soluções ideais para viagens. Esterilização a frio: é realizada num recipiente próprio com 4 a 6 litros de água e comprimidos desinfectantes. A esterilização a frio é o único método de esterilização que permite manter os biberões e acessórios isolados de um contacto infectante após esterilização (a solução permanece eficaz durante 24 h) e os biberões podem permanecer nesta solução até à sua utilização. Esterilização a quente: é realizada com o recurso a aparelhos que fazem a fervura da água, são habitualmente feitos de alumínio e podem ser utilizados sobre todas as fontes de calor. A tradicional fervura em panela funciona desta forma, e neste equipamento, os biberões devem ser colocados 10 minutos em água em cachão e as tetinas durante 2 a 3 minutos. Antes de cada esterilização, é importante lavar bem o biberão e os acessórios (tampa, anilha e tetina) com um escovilhão e água e sabão sobretudo nos sítios onde é mais difícil lavar. A esterilização só deve ser realizada em objectos bem lavados. Antes de cada esterilização, é importante ser verificada a compatibilidade da peça a esterilizar e lidas as informações presentes nas embalagens: a maior parte dos biberões e acessórios podem ser esterilizados a quente ou a frio. A preparação de leite artificial:

5 Existem vários tipos de leite, que devem ser prescritos pelo pediatra, de acordo com cada situação em particular: Nome geral Leites hipoalergénicos (fórmulas extensamente hidrolisadas, não HA) Leites anti-refluxo Leites fermentados/ acidificados Leites sem ou pobres em lactose Interesse Nas famílias com risco de alergia; em caso de intolerância às proteínas de leite de vaca Em casos de regurgitação com repercussão ponderal Em casos de cólicas, obstipação Em caso de intolerância à lactose; na diarreia arrastada O leite artificial apresenta-se em pó, em latas e vai sendo reparado à medida que vai sendo necessário. O modo de preparação é semelhante em todos os tipos de leite: cada colher rasa deve ser preparada em 30 ml. de água fervida ou água engarrafada. As dosagens devem ser prescritas pelo pediatra. Todo o leite preparado e não utilizado deve ser desperdiçado. A fervura da água deve ser feita diariamente num recipiente próprio para o efeito e esta deve ser mantida em cachão durante 10 minutos. Poderá ser acondicionada de imediato nos biberões ou mantida no recipiente tapado. A água engarrafada não necessita de fervura já que é controlada bacteriologicamente, apenas se deve ter o cuidado de se mudar com alguma frequência de marcas. O leite de vaca só deve ser introduzido após o 1º ano de vida. Algumas dicas práticas: Para facilitar as saídas de casa, é importante levar os biberões já com a água colocada e as doses necessárias de leite num recipiente hermético com doseador.

6 Nas saídas, os biberões devem ser transportados com a tetina invertida, o disco hermético colocado e o copo salva gotas (evitando, assim, as perdas de líquido). O doseador para leite em pó é habitualmente feito em plástico inquebrável e pode transportar 3 doses previamente preparadas. O escovilhão de nylon é uma estrutura que permite a limpeza dos sítios de difícil acesso e a pinça é concebida para se pegar nos biberões quando estes se encontram quentes após a sua esterilização. O escorredor de biberões é uma estrutura com hastes fixas na base, que seguram os biberões ao contrário, evita a formação de vapor durante a esterilização e permite que as gotas de água formadas não fiquem retidas nestes. Como aquecer o leite artificial? O aquecimento do leite poderá ser feito de várias formas: 1. Aquecimento da água no biberão em microondas e posterior preparação com a adição do pó. 2. Aquecimento por aquecedor eléctrico: são aparelhos que permitem regular a temperatura ideal para o aquecimento de leite ou alimentos homogeneizados, através do seu regulamento por termóstato. São práticos e rápidos. 3. Contentores isotérmicos (termos): são estruturas tipo garrafas com interior em vidro termorresistente e dupla marmita que permitem a manutenção da temperatura da água estável durante 12 horas.