FOTOPROTETORES VERDES, UMA NOVA MANEIRA DE PROTEGER SUA PELE E O MEIO AMBIENTE.

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1 FOTOPROTETORES VERDES, UMA NOVA MANEIRA DE PROTEGER SUA PELE E O MEIO AMBIENTE. HANZEL, Bianca Emanuela 1 ; BORGES, Patrícia Centeno¹; PAIM, Clésio Soldateli². Palavras-Chave: Fotoprotetores. Filtros naturais. Meio ambiente. RESUMO Ainda não muito difundidos no Brasil, os cosméticos verdes estão começando a ganhar o mercado mundial. Isso se deve a conscientização da população em relação aos problemas ambientais encontrados no planeta terra, mas também sobre a necessidade de manterem a sua própria saúde. Estes produtos possuem um custo mais elevado, o que é compensado pela garantia da conservação ambiental. Consumidores ecológicos levam em consideração o impacto ambiental na produção e consumo dos produtos, não se importando em pagar mais pelo produto. Nessa linha segue-se a pesquisa e produção de filtros solares que tenham origem certificada e ecológica. Para que isso ocorra corretamente, os extratos estudados devem ter ação antioxidante e serem capazes de absorver e refletir o espectro ultravioleta. Alguns compostos vegetais como, chá verde (Camellia sinensis), Hamamélis (Hamamelis virginiana), cáscara sagrada (Rhamnus purshiana) e canela (Cinnamomum zeylanicum) estão sendo amplamente estudados, pois apresentaram a capacidade de atuar em sinergismo com protetores químicos e físicos, aumentando a fotoproteção final, contribuindo ainda para amenizar os efeitos irritantes dos filtros sintéticos. INTRODUÇÃO Através deste artigo, busca-se explanar sobre uma classe de cosméticos que vem sofrendo revoluções e aperfeiçoamentos a cada ano. Os cosméticos NATURAIS ou VERDES, focando principalmente nos fotoprotetores ecologicamente corretos. O crescimento dessa área deve-se principalmente a conscientização da população em relação aos problemas ambientais e ao conhecimento dos benefícios deste tipo de produtos 1 Acadêmicas do Curso Superior em Estética e Cosmética Universidade de Cruz Alta ²Clésio Soldateli PaimDoutor em Ciências Farmacêuticas. Curso de Farmácia. Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA.

2 Apontam-se então as diferenças entre os filtros-solares químicos e físicos sobre os naturais, as características dos produtos naturais, as particularidades dos consumidores verdes e destacam-se ainda alguns extratos vegetais que vem sendo amplamente pesquisados. RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E TIPOS DE FOTOPROTETORES A exposição à luz solar causa efeitos agudos a pele e ao sistema dos indivíduos, tais como: eritema, queimaduras, fotossensibilidade e alterações imunes. Em longo prazo, os efeitos acumulados podem exprimir-se em envelhecimento precoce, causado pelo dano actínio e carcinogênico. (DE MAIO, 2004). Os raios emitidos pelo sol são de três tipos possíveis, radiação UVC: que fica na barreira formada pela camada de ozônio; a Ultravioleta B/UVB: são ondas de médio alcance, correspondendo a apenas 5% dos raios UV que chegam a terra. Influenciando principalmente a formação de câncer de pele; e a Ultravioleta A/UVA: são ondas de longo alcance, com intensidade constante ao longo de todo o ano e dia. É responsável principalmente pelo fotoenvelhecimento. Quando a radiação atinge a pele, parte dela é refletida e dispersada, e parte é absorvida até ser totalmente dissipada. Para prevenir os danos existe a possibilidade de filtros solares adequados. Estes são substancias com propriedades de absorver, refletir e dispersa a radiação que incide sobre a pele, podendo ser físicos, químicos e bioquímicos (RIBEIRO, 2010). Os bloqueadores solares físicos ou inorgânicos são geralmente óxidos metálicos como: dióxido de titânio, talco, oxida de zinco, caolim e ictamol; que oferecem proteção pela reflexão e dispersão da radiação. Possui baixo potencial alergênico, sendo bem aceito para produtos infantis, peles sensíveis e gestantes. Os fotoprotetores químicos absorvem as radiações, possuindo um amplo aspecto de proteção, oferecendo assim cobertura tanto na faixa UVA quanto na UVB, não apenas atenuando os efeitos dos raios ultravioletas, mas também alterando o espectro da radiação que penetra na pele. Porem alguns filtros químicos podem provocar fotodermatites de contato, devido a sua formulação com ativos orgânicos. Já os filtros bioquímicos, são óleos vegetais que absorvem radiações UVB. Esses óleos são utilizados em filtros naturais, que podem ser utilizados como coadjuvantes em associação aos filtros sintéticos. (DE MAIO, 2004). CONCEITOS VERDES E FOTOPROTETORES SUSTENTÁVEIS Focando nos Cosméticos naturais, estes são produtos diferenciados que seguem rígidos critérios de qualidade e regulamentação, por priorizar o meio ambiente, a justiça social e o crescimento econômico racional e sustentável, focando na escolha de matérias-primas e

3 substâncias conceituadas como orgânicas. Atender quanto a sua natureza e compreensão do mecanismo de ação, devendo-se, pesquisar a toxicidade, irritabilidade e alergenicidade, compreendendo sua ação e aplicabilidade. (HIGUCHI, DIAS, TENGUAN, 2012). Para produtos naturais a certificação é de extrema importância, pois existem situações polêmicas, onde muitas corporações oportunistas referem sustentabilidade e naturalidade aos seus produtos, confundindo e levando o consumidor a um erro na análise pós compra do produto. Para isso, existem empresas que certificam os produtos. Já que a certificação conquista a confiança do consumidor e dá à certeza de adquirir produtos verdadeiramente orgânicos. Para possuir a certificação os insumos não podem conter pesticidas, antibióticos, fertilizantes sintéticos, hormônios de crescimento e não pode ter engenharia genética, o processo de produção deve ser ecológico e sustentável que promova a biodiversidade, mantenha a qualidade do solo, evite a erosão, proteja os lençóis freáticos, conserve a energia e proteja as futuras gerações. (LYRIO, FERREIRA, ZUQUI, SILVA, 2011). Além disso, a certificação vem desde o cultivo e extração da matéria prima; as pesquisas de eficiência realizadas in vitro ou in vivo; sacrifício de animais; manipulação dos resíduos. Existindo, portanto a conscientização desde a etapa de pesquisa e produção. (HIGUCHI, DIAS, TENGUAN, 2012). Leva-se em conta ainda a embalagem em que o produto vai ser armazenado, deve ser produzida com métodos que preservem o meio ambiente; Minimizar a quantidade de material utilizado, sendo funcional e econômica; Utilizar preferencialmente materiais biodegradáveis, degradáveis ou recicláveis. Com menor impacto ambiental. (RIBEIRO, 2010). Diferenças de terminologia: Cosmético natural: [...] a formulação contem pelo menos 5% de matérias primas certificadas orgânicas. Os 95% restantes da formulação podem ser compostos por matériasprimas naturais não certificadas ou permitidas para formulações naturais. Cosmético orgânico: [...] a formulação do mesmo contiver pelo menos 95% de matérias-primas certificadas orgânicas, descontando-se a água e o sal. Os 5% restantes da formulação podem ser compostos por matérias-primas naturais, provenientes de agricultura ou extrativismo não certificadas ou permitidas para formulações orgânicas. Embora não muito difundida no Brasil, essa popularização dos cosméticos verdes trata-se de uma realidade, formada a partir da conscientização dos problemas ambientais e dos riscos que eles causam a manutenção da vida humana. (LYRIO, FERREIRA, ZUQUI, SILVA, 2011). Existindo, portanto um grupo abundante de consumidores que acham importante não consumir produtos com substâncias sintéticas, adotando então produtos naturais e orgânicos. Considera que a qualidade do produto vai além das características intrínsecas, leva em consideração o impacto ambiental na produção e/ou consumo; estão

4 dispostos a pagar um preço maior pelos produtos; não se importam com o design da embalagem; e recusam produtos que resultam no sacrifício do animal. (RIBEIRO, 2010). Entre tantas pesquisas em desenvolvimento, os fotoprotetores Bioquímicos (naturais) vêm tendo destaque. Estes agem em sinergismo com filtros sintéticos, proporcionando assim menores irritações à pele, aumentando a fotoproteção final, além de terem um maior destaque ambiental. (DE MAIO, 2004). Mas para isso, há necessidade que os mesmos apresentem em sua composição, moléculas com estruturas semelhantes às dos filtros químicos sintéticos. (Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009). Tais pesquisas têm focado espécies que se saiba possuírem moléculas contendo cromóforos, anéis aromáticos e compostos com possível atividade antioxidante. Portanto, um dos fatores que determinam à eficácia de um produto natural como fotoprotetor é sua composição química e consequentemente sua atividade em absorver o espectro ultravioleta. (POLONINI, RAPOSO, BRANDÃO, 2011). Alguns extratos vegetais possuem a capacidade de absorção da radiação ultravioleta estecifica, alguns exemplos significativos que vem sendo introduzidos em fotoprotetores são: Extrato de aloe UVB, Extrato de camomila e calêndula UVB, Extrato de alecrim UVB, Extrato de frângula UVB, Extrato de própolis UVB, Extrato de hena e nogueira UVB, Extrato de café verde UVB, Hamamélis - UVB e Extrato de amor perfeito UVA. Dentre estes extratos, alguns vêm tendo maior notoriedade, como por exemplo, cáscara sagrada (Rhamnus purshiana), canela (Cinnamomum zeylanicum) e principalmente o chá verde (Camellia sinensis), pois tem concentrações expressivas de polifenóis e flavonoides, demonstraram a atividade fotoprotetora deste metabólito. Percebe-se então, que aos poucos o mercado de pesquisa e consumo de fotoprotetores naturais vem tendo uma notável ascensão. Demonstrando assim uma maior preocupação da população em relação à origem e produção dos produtos que consome, além de evidenciar os efeitos positivos deste tipo de produto. CONCLUSÃO Conclui-se, portanto, que os filtros solares naturais podem e devem ser associados aos filtros químicos, pois assim causam menos irritações a pele, e auxiliam na proteção da cútis em relação aos males causados pelos raios UV emitidos pelo sol. Além disso, todo o processo de produção destes cosméticos deve ser ecologicamente correto, desde a parte de pesquisa, pois não deve acarretar na execução de animais testes; o cultivo e extração de matérias primas, pois deve poupar o meio ambiente; incluindo também as embalagens, que devem ser simples, recicláveis e biodegradáveis. Sendo sempre certificados para garantir a origem.

5 Não sendo muito difundido no Brasil, mas vem crescendo e ganhando cada vez mais espaço, porem em outros países estes produtos já são mais comercializados, existindo, portanto um grupo considerável de consumidores verdes em todo o mundo. REFERENCIAS (DE MAIO, Maurício. Tratado de medicina estética. São Paulo: ROCA, 2004.) (RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia aplicada a dermoestética. São Paulo: PHARMABOOKS, 2010) (HIGUCHI, Célio Takashi; DIAS, Leticia de Cássia Valim; TENGUAN, Renato Hiroshi. Regulamentação de cosméticos orgânicos no brasil: apelo sustentável a pele. 7. Ed. Interfacehs, 2012.) (LYRIO, Eyna S; FERREIRA, Graciele G; ZUQUI, Sara N; e SILVA, Ary G. Recursos vegetais em biocosméticos: conceito inovador de beleza, saúde e sustentabilidade. Natureza on line ) (Avaliação in vitro da atividade fotoprotetora de extratos vegetais do cerrado de Mato Grosso - Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009) e=lilacs&lang=p&nextaction=lnk&exprsearch=606354&indexsearch=id (POLONINI, Hudson Caetano; RAPOSO, Nádia Rezende Barbosa; BRANDÃO, Marcos Antônio Fernandes. Fotoprotetores naturais como instrumento de ação primária na prevenção do câncer de pele. Rev APS )