Legislação atual nos crimes sexuais. Hugo Ricardo Valim de Castro Ginecologista e Obstetra Perito Médico-Legista
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- Bruna Stella de Escobar Mirandela
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1 Legislação atual nos crimes sexuais Hugo Ricardo Valim de Castro Ginecologista e Obstetra Perito Médico-Legista
2 Função da perícia médico-legal Atestar a materialidade: Identificar a presença (ou ausência) de vestígios dos elementos objetivos dos tipos penais; Identificar elementos objetivos que possam caracterizar qualificadores, atenuantes ou agravantes dos tipos penais;
3 Função da perícia médico-legal Identificar a autoria: Coleta de material biológico para confronto genético.
4 TÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº , de 2009)
5 CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº , de 2009)
6 Estupro Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
7 Estupro 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 2 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
8 Atentado violento ao pudor Art (Revogado pela Lei nº , de 2009)
9 Violação sexual mediante fraude Art Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
10 Assédio sexual Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 2 o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
11 CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL (Redação dada pela Lei nº , de 2009)
12 Sedução Art (Revogado pela Lei nº , de 2005)
13 Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
14 Estupro de vulnerável 3 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 4 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
15 Corrupção de menores Art Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
16 Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
17 Definição Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
18 ECA Art Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
19 ECA Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
20 ECA Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
21 ECA Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
22 ECA Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
23 ECA Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
24 Laudo de Atos libidinosos e lesões corporais Laudo único onde o perito aborda os principais elementos objetivos dos crimes sexuais. Gravidez e contágio venéreo são eventos mais raros e, portanto, devem ser descritos em laudos específicos.
25 Laudo de Atos libidinosos e lesões corporais Em 2010, foi feita a unificação dos antigos laudos de conjunção carnal e atentado violento ao pudor A e B. Em 2011, foram realizados no DF 1299 exames. IML- Desses, 73,91 % foram em menores de 18 anos. 50,9 % em menores de 14 anos.
26 Histórico O campo histórico é preenchido com as informações colhidas durante a anamnese e as constantes da ocorrência policial ou da entrevista psicológica.
27 Histórico Evitar a revitimização: aproveitar ao máximo as informações constantes dos documentos oriundos da unidade policial solicitante do exame. Particularmente importante durante o atendimento a crianças ou adolescentes.
28 Histórico Importante consignar: a data da última menstruação da pericianda; data da última relação consensual; se usa algum método contraceptivo; se já recebeu atendimento assistencial.
29 Descrição Campo do laudo aonde o perito consigna os achados do exame físico. Devem ser sempre examinadas as seguintes regiões: Cervical; Mamas; Púbis; Raiz de coxas; Vulva; Períneo; Ânus; Outras de acordo com a alegação do histórico.
30 Exame físico Devem ser sempre examinadas as seguintes regiões: Cervical; Mamas; Púbis; Raiz de coxas; Vulva; Períneo; Ânus; Outras de acordo com a alegação do histórico.
31 Exame físico Sinais clássicos de conjunção carnal: vestígios de conjunção carnal. Vestígios de atos libidinosos diversos da conjunção carnal: equimoses, escoriações, feridas contusas superficiais, dentre outras, em zonas erógenas. Fissuras, escoriações, equimoses e dilatação anais são vestígios de atos libidinosos diversos da conjunção carnal.
32 Exame físico O colposcópio permite aumento de até 30 vezes da área examinada. Deve ser utilizado em casos onde haja dúvida sobre a natureza de achados macroscópicos. Demanda auxílio para afastamento dos grandes lábios durante a realização do exame.
33 Exame físico Avaliação sumária do desenvolvimento físico e mental do periciando. Os critérios de Tanner dão objetividade à avaliação; Não é preciso ser especialista para realizar o exame neurológico-cognitivo; O retardo ou doença mentais devem ser passíveis de reconhecimento pelo homem médio para ter significado neste exame.
34 Exame físico Avaliação de possíveis lesões corporais; Avaliar vestígios de contenção física;
35 Coleta de material biológico Dúvida frequente durante a realização do exame físico. Importante para identificar a presença de espermatozoides em secreção vaginal ou anal e atestar a materialidade; Identificar a autoria.
36 Coleta de material biológico Deve ser coletado o swab vaginal e confeccionada uma lâmina. O swab deve ser dobrado e colocado em papel pardo devidamente identificado e lacrado com fita adesiva própria da Central de Vestígios.
37 Coleta de material biológico Até 72 horas após o evento alegado, é possível encontrar espermatozóides na secreção vaginal. Depende de vários fatores: volume do ejaculado, realização de higiene íntima após o evento. Há relatos de espermatozóides encontrados na secreção vaginal até 16 dias após a relação sexual.
38 Coleta de material biológico Quando a pericianda não sabe se ou quando ocorreu a penetração, deve ser coletado o swab vaginal. Como margem de segurança, deve ser coletado o swab com secreção vaginal nos casos em que a relação sexual alegada tenha ocorrido há até 05 dias.
39 Coleta de material biológico Quando há alegação de penetração anal ou há achados sugestivos no exame físico, deve ser coletado também o swab anal. Regra de ouro: na dúvida, coletar. Quando houver relato de perda de consciência durante o suposto ato, não deixar de realizar o exame toxicológico.
40 Coleta de material biológico Quando houver relato de perda de consciência durante o suposto ato, não deixar de realizar o exame toxicológico.
41 Coleta de vestes As vestes do (a) periciando (a) só devem ser coletadas se houver o pedido da autoridade policial. Quando houver o pedido, deverão ser coletadas, acondicionadas na bolsa de crise cujo material foi cedido à pericianda.
42 Coleta de vestes Identificar a bolsa; Preencher o formulário de encaminhamento via SICOLA (igual ao de drogas); Entregar ao agente condutor do flagrante para encaminhar à DP ou ao IC.
43 Discussão Campo muito importante do laudo nos exames sexológicos Onde o perito faz a avaliação dos significados dos achados ao exame físico; Seu preenchimento adequado esclarece o laudo e evita quesitos suplementares.
44 Conclusão Presença (ou ausência) de vestígios de conjunção carnal ou atos libidonos diversos da conjunção carnal. Quando for possível fazer essa afirmação, não deixar de consignar: pericianda virgem. Presença (ou ausência) de vestígios de violência.
45 Conclusão Presença (ou ausência) de vestígios de contenção física. Presença (ou ausência) de vestígios de embriaguez ou intoxicação. Presença (ou ausência) de doença ou retardo mentais.
46 Resposta aos quesitos 1º Há vestígio de conjunção carnal compatível com o evento em apuração? 2º Há vestígio de ato libidinoso diverso da conjunção carnal compatível com o evento em apuração? Evitar a resposta sem elementos nos dois primeiros quesitos: ou há vestígios ou não há. A resposta negativa aos dois primeiros quesitos não prejudica a resposta aos demais.
47 Resposta aos quesitos 1º Há vestígio de conjunção carnal compatível com o evento em apuração? 2º Há vestígio de ato libidinoso diverso da conjunção carnal compatível com o evento em apuração? Evitar a resposta sem elementos nos dois primeiros quesitos: ou há vestígios ou não há. A resposta negativa aos dois primeiros quesitos não prejudica a resposta aos demais.
48 Obrigado! Hugo Ricardo Valim de Castro
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