Quaresma. Quarenta dias de preparação para a Páscoa

Transcrição

1 Quaresma Quarenta dias de preparação para a Páscoa

2 Deus nos leva a lembrar os quarenta anos do povo de Deus no deserto.

3 A quaresma nos leva a reviver os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão.

4 É um tempo forte na vida da Igreja, em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos.

5 É um tempo em que, na tradição da Igreja, os catecúmenos se preparam intensamente para o batismo na noite da Páscoa, isto é, na Vigília pascal.

6 Tempo de graça e bênção, escuta mais intensa da palavra de Deus, de conversão e mudança de vida.

7 Tempo de oração mais intensa; tempo de jejum como aprendizagem, entrega e docilidade à vontade do Pai; tempo de esmola ou de partilha de bens e de gestos solidários, de carinho com os pobres e necessitados.

8 As celebrações mais importantes do tempo da Quaresma são: Quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos esse tempo de preparação pascal: Convertei-vos, e crede no Evangelho!. Depois temos cinco domingos da Quaresma.

9 E então vem o domingo de ramos, no qual lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte, para depois ressuscitar vitorioso.

10 Ainda, como parte da Quaresma, se celebra na quinta-feira santa pela manhã a missa dos Santos óleos.

11 Nas comunidades durante a Quaresma, se fazem também celebrações penitenciais, como sinal da nossa busca de conversão e da misericórdia de Deus que nos acolhe em seu perdão.

12 Textos bíblicos que acompanham a quaresma 1º Domingo da quaresma Domingo de Cristo tentado no deserto Ano A Ano B Ano C Gn 2, 7-9; 3, 1-7 Tentação de Adão e Eva. Gn 9, 8-15 Dilúvio... Noé Dt 26, 4-10 Solene profissão de fé Sl 50 Davi penitente Sl 24 Deus ama - Aliança Sl 90 Ajuda Divina Rm 5, Onde abundou o pecado abundou a Graça Mt 4, 1-11 Jesus é tentado no deserto 1Pd 3, Arca de Noé, símbolo do batismo Mc 1, Jesus é tentado no deserto Rm 10, 8-13 Profissão de fé cristã Lc 4, 1-13 Jesus é tentado no deserto

13 2º Domingo da quaresma Domingo da antecipação da Glória de Cristo Ano A Ano B Ano C Gn 12, 1-4ª Chamado de Abrão Gn 22, 1-2.9ª Abrão, Isaac - Aliança GN 15, Aliança de Deus com Abrão Sl 32 A oração confiante Sl 115 Serviço e culto Sl 26 Confiança em Deus 2 Tm 1, 8b-10 Chamado a santidade Mt 17, 1-9 Jesus luz e Predileto: Ouvi-o Rm 8, 31b-34 Cristo sacrificado Mc 9, 1-9 Jesus predileto: ouvi-o Fl 3, 17-4, 1 Cristo nos transfigura Lc 9,28b-36 Jesus o eleito: Ouvi-o

14 3 º Domingo da quaresma Ano A Ano B Ano C Ex 17, 3-7 Água no deserto Sl 94 Deus rochedo e salvação Rm 5, Justificação como dom do Espírito Ex 20, 1-17 Moisés, aliança Sl 18 Dom da Lei 1Cor1, Cristo crucificado: escândalo e sabedoria Ex 3,1-8ª Moisés libertador em nome de Deus Sl 102 Cantos dos salvos 1Cor10, Cristo rochedo em Espírito e Verdade Jo 4,5-42 Samaritana Água e culto Jo 2, Cristo novo templo Lc 13, 1-9 Figueira estéril e conversão

15 4º Domingo da quaresma Ano A Ano B Ano C 1Sm 16, 1b ª Davi eleito rei: Deus olha o coração 2Cr 36, Deus não abandona o seu povo Js 5,9ª Entrada na Palestina e festa da Páscoa Sl 22 Óleo, rei-pastor Ef 5, 8-14 Trevas/ Luz Sono/ desperta em Cristo Sl 136 Canto dos exilados Ef 2, 4-10 Deus misericordioso Salva por Graça Sl 33 Canto do Pobre 2Cor 5,17-21 Reconciliados em Cristo Jo 9,1-41 Milagre-parábola do cego de nascença Jo 3, Nicodemos e Jesus, O enviado do Pai Lc 15, Parábola do Pai misericordioso

16 5 º Domingo da quaresma Ano A Ano B Ano C Ez37,12-14 O espírito dá a vida Sl 129 Esperança de libertação Rm 8, 8-11 O espírito de Deus faz ressurgir Jo 11, 1-45 Ressurreição de Lázaro Jr 31,31-34 Nova aliança escrita no coração Sl 50 Aliança no espírito Hb 5,7-9 Cristo sofredor oferente Jo 12, Se o grão de trigo não morrer... Is 43,16-21 A novidade operada por Deus: água no deserto Sl 125 Canto dos libertados Fl 3,8-14 Paulo em Cristo completamente Jo 8, 1-11 A adúltera, Jesus: quem tiver sem pecado...

17 SEMANA SANTA Com o domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a Semana Santa que tem por centro o mistério pascal de Cristo. Somos chamados a entrar com Jesus em Jerusalém, seguir seus passos, compartilhar de seu sofrimento, sua paixão e morte, para com ele participarmos de sua ressurreição e vida.

18 Ainda, como parte da Quaresma, se celebra na quinta-feira santa pela manhã a missa dos santos óleos.

19 TRIDUO PASCAL O Tríduo Pascal é o centro de todo o Ano Litúrgico. O ponto alto é a Vigília Pascal

20 Celebrar Tríduo pascal da paixão, morte e ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana que o Cristo realizou quando, morrendo destruiu a morte e, ressuscitando, renovou a vida. Começando com a celebração da Ceia do Senhor, na quinta-feira santa à noite, o Tríduo pascal tem o seu cume na solene Vigilia Pascal e se encerra na tarde do domingo da ressurreição. Santo Agostinho, no século IV, chamava esta celebração de tríduo do crucificado, sepultado e Ressuscitado

21 Cada dia do tríduo pascal é entendido como momento da única páscoa: Na quinta-feira santa celebramos a páscoa da ceia ; Na sexta-feira santa celebramos a páscoa da cruz ; Na vigília pascal celebramos a páscoa da Ressurreição. São três momentos entrelaçados e inseparáveis de uma mesma realidade que a Igreja celebra ao fazer memória da ceia, da paixão e da ressurreição de Jesus.

22 A PÁSCOA DA CEIA

23 a páscoa da Ceia na quinta-feira santa, faz memória da nova aliança que Jesus faz com a humanidade (corpo doado, sangue derramado). É memória da última Ceia de Jesus, de sua entrega, de seu amor sem limites, da inauguração da nova e eterna aliança do sangue dele derramado na cruz. Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora, de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 13,1).

24 Com dois gestos simbólicos, anunciou profeticamente sua morte na cruz: o lava pés e o pão partido e partilhado juntamente com o vinho, na espera ardente da realização do reino.

25 Gestos fundamentais Comunidade reunida fazendo o que Jesus fez e mandou fazer. O lava pés: eucaristia como amor concreto A ceia: Tomou o pão (preparação da mesa); deu graças (oração eucarística); Partiu (fração do pão); Repartiu (comunhão) A comunhão sob as duas espécies. Ênfase na AÇÃO DE GRAÇAS (oração eucarística).

26 A Adoração que segue: em capela à parte; sobriedade, sem solenidade após a meia noite; não se recomenda exposição em ostensório, nem o sacrário ou cibório abertos. Altar é desnudado (no final da celebração); as imagens e cruzes cobertas (as imagens ficam cobertas até o início da vigília, a cruz fica coberta até a celebração da sexta feirasanta). Cor litúrgica: branca.

27 Deixar o altar sem toalha até o início da liturgia eucarística. Duas ou três pessoas preparam a mesa a vista de todos O altar é despojado e o sacrário se estiver no presbitério fica aberto. Atenção! É bom lembrar que o lava-pés e a adoração ao Santíssimo são ritos complementares. O mais importante é a celebração eucarística.

28 Prever a comunhão sob as duas espécies (Ver SC 55; IGMR n. 281 a 286. Recomenda-se não prolongar a adoração na noite de quinta feira, além da meia noite, para guardar nossas energias para a grande vigília do sábado, páscoa do Senhor! Permanecer em oração com Jesus no horto...

29 PÁSCOA DA CRUZ Sexta-feira santa

30 Na Sexta-feira Santa celebramos a Pascoa da Cruz, paixão e morte de Jesus (cordeiro imolado). O Justo foi condenado pelos Injustos, mas entregou sua vida nas mãos de Deus, confiando totalmente na justiça Dele.

31 A sexta feira santa expressa o luto e a dor da comunidade: o clima de silêncio; o Altar fica sem toalhas e sem candelabros; a cor das vestes é vermelho, sinal do sangue do Senhor derramado na cruz. A cruz, sinal do supremo ato de amor de Jesus por nós; a oração universal, sinal da solidariedade. A Igreja não celebra a eucaristia na sexta-feira santa. No entanto, não priva seus membros da sagrada comunhão, para que participem do mistério daquele que foi imolado por nós, Jesus, nossa Páscoa.

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33 Do supremo ato de amor de Jesus na cruz, de sua compaixão, nasce a Igreja. Do coração aberto pela lança, brotam os sacramentos pascais: batismo (água) e eucaristia (sangue). Unidos ao crucificado, como Igreja, somos chamados a viver e testemunhar este profundo mistério em todos os momentos de nossa vida.

34 O horário normal da celebração é 15 horas, para lembrar a hora em que Jesus morreu na cruz. Mas por motivos pastorais, pode ser realizada mais tarde, porém não depois das 21 horas. O silêncio ocupa um lugar muito importante na mística e na dinâmica da celebração, lembrando o tempo em que o Senhor esteve na sepultura. A celebração começa em silêncio, sem canto, e assim termina. A celebração inicia com a comunidade em pé, a equipe de celebração entra, feita a reverência ao altar, faz-se a prostração por terra, a comunidade se ajoelha e ora em silêncio.

35 Para a adoração da cruz, prever uma cruz suficientemente grande, coberta com pano vermelho, e dois ministros com velas para acompanharem. a) A cruz pode ser incensada, convida-se os fiéis a ficarem ajoelhados, estenderem a mão em direção à cruz ou outro gesto. b) Apresente-se uma única cruz para a adoração, em respeito à verdade do sinal.

36 Depois do rito de comunhão, faz-se novamente a desnudação do altar, deixando porém, a cruz com quatro velas, de modo que os fiéis possam ficar em meditação. OBS: a) Na tradição de algumas Igrejas, após a celebração a cruz é colocada sobre o altar, que é símbolo do sacrifício e do sacerdócio de Jesus Cristo. A assembleia contempla o seu Senhor (Jo 19,37).

37 No Sábado Santo fazemos memória de sua descida à mansão dos mortos Jesus se faz solidário Conosco até em nossa Morte. É o dia do grande Silêncio, de oração...

38 Passamos esse dia em clima de oração e expectativa, e como seria bom se a equipe de liturgia pudesse preparar um retiro pelos menos pela manhã, ou algum momento de oração com a comunidade.

39 Na Vigilia Pascal e no domingo Celebramos a Páscoa da Ressurreição, celebra-se a vitória da vida sobre a morte, a realização plena do êxodo.

40 Celebrar a vigília pascal é celebrar a mãe de todas as vigílias, noite santa na qual renascemos.

41 A procissão luminosa, precedida pelo círio pascal, como a antiga coluna de fogo que guiava os Israelitas, torna-se sinal deste novo êxodo que se realiza na vida da comunidade reunida.

42 Enquanto entramos em procissão no local da celebração, e enquanto ouvimos o canto Exulte de alegria... e juntamos nossas vozes no canto do refrão Bendito seja o Cristo Senhor, que é do Pai imortal esplendor!

43 A vigília pascal introduz as comunidades na celebração do domingo da ressurreição e dos cinquenta dias do tempo pascal, conforme recordam as palavras do Salmo 118: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!.

44 IRMÃS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE Bibliografia consultada: AUGÉ, Matias, Quaresma Páscoa Pentecostes, editora Ave Maria BUYST, Ione, Preparando a Páscoa: Quaresma, tríduo pascal e Tempo pascal. São Paulo: Paulinas, 2002 Montagem: Irmã Cidinha Batista - ddm