Moscas das frutas: atualizações

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1 Moscas das frutas: atualizações Adalton Raga Pesquisador Científico VI Instituto Biológico Campinas, SP 38ª Semana da Citricultura Cordeirópolis, SP

2 Importância das moscas-das-frutas Principal problema fitossanitário da fruticultura mundial 4000 espécies em 500 gêneros Grupo com maior lista de pragas quarentenárias A1 Foto: Marjorie Rodrigues Foto: Adalton Raga

3 Gêneros de Moscas-das-frutas no Brasil Anastrepha fraterculus Foto: Adalton Raga Bactrocera carambolae Ceratitis capitata Foto: Adalton Raga

4 MOSCAS-DAS-FRUTAS EM CITROS NO BRASIL (Tephritidae) Anastrepha fraterculus A. turpiniae Anastrepha serpentina Ceratitis capitata (Raga et al., 2004, Lemos et al., 2011, Uchôa-Fernandes, 1999)

5 Anastrepha fraterculus Nativa das Américas Cabi, 2015 Brasil: presente em quase todos os Estados.

6 Ceratitis capitata Brasil: presente em quase todos os Estados Estados com registro de C. capitata Distribuição de C. capitata nos Estados brasileiros

7 MOSCAS-DAS-FRUTAS EM CITROS SP (Lonchaeidae) Espécies de Neosilba em citros Limão Cravo Kinkan Murcot Cravo Ponkan Laranjas doces 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% N. zadolicha N. glaberrima N. pendula N. certa N. inesperata N. pradoi N. bifida N. parva (Raga et al., 2015)

8 100% C. capitata Anastrepha sp. Neosilba spp. 80% 60% 40% C 20% 0% 'PERA' OR. 'HAMLIN' OR. 'NATAL' OR. 'LIMA' OR. 'VALENCIA' OR. 'BAHIA' OR. 'BAIANINHA' OR. S. ORANGES UNCERTAIN SOUR ORANGE 'CRAVO' MANDARIN 'PONKAN' MANDARIN MURCOTT TANGOR KUNQUAT Raga et al., 2004

9 Mosca-da-carambola Bactrocera carambolae Originária da Malásia, Indonésia e Tailândia Ataca + de 100 espécies de plantas, incluindo carambola, goiaba, manga, maçaranduba, sapoti, jambo vermelho, laranja. Registrada pela 1ª. Vez na América do Sul em Paramaribo 1975 Registrada oficialmente no Amapá em março de 1996 Programa de Erradicação mantido pelo MAPA Praga A2

10 MOSCAS-DAS-FRUTAS NA CITRICULTURA PAULISTA Anastrepha fraterculus Ceratitis capitata Fotos: Adalton Raga

11 Plantas hospedeiras Fotos: A. Raga

12 Ceratitis capitata No mundo: 374 hospedeiros 69 famílias (Liquido et al. 1998) No Brasil: 88 hospedeiros 26 famílias (Zucchi, 2015)

13 et al., 2011; Zucchi, 2015 Anastrepha fraterculus No Brasil: 110 plantas hospedeiras 23 famílias botânicas Anastrepha species 2016, Raga

14 Puzzi & Orlando, 1965 Sucessão Hospedeira Diferentes ciclos de frutificação permitem que populações de moscas-das-frutas encontrem condições de sobrevivência em quase todos os meses do ano.

15 Nome comum Nome científico C. capitata A. fraterculus Anacardiaceae 1. Cajá-manga Spondias dulcis X X 2. Manga Mangifera indica X X 3. Siriguela Spondias purpurea X X Combretaceae 4. Chapéu-de-sol Terminalia catappa X X Ebenaceae 5. Caqui Diospyrus kaki X X Malpighiaceae 6. Acerola Malpighia glabra X X Mimosaceae 7. Ingá I. affinis X Myrtaceae 8. Araçá Psidium cattleyanum X X 9. Goiaba Psidium guajava X X 10. Guabiroba Campomanesia obscura X 11. Jabuticaba Myrciaria cauliflora X X 12. Jambo Syzygium jambos X X 13. Pitanga Eugenia uniflora X X 14. Uvaia Eugenia pyriformis X X Oxalidaceae 15. Carambola Averrhoa carambola X X Passifloraceae 16. Maracujá-doce Passiflora alata X X 17. Maracujá-azedo P. edulis X Rosaceae 18. Ameixa Prunus sp. X X 19. Maçã Malus sp. X X 20. Nêspera Eriobotrya japonica X X 21. Pêra Pyrus communis X X 22. Pêssego Prunus persica X X Rubiaceae 23. Café Coffea arabica X X 24. Café Robusta C. canephora X Rutaceae 25. Laranja-Azeda Citrus aurantium X X 26. Laranja -doce Citrus sinensis X X 27. Limão-cravo Citrus limonia X X 28. Kunquat Fortunella sp. X X 29. Mexirica do Rio Citrus deliciosa X 30. Tangerina Cravo Citrus reticulata X X 31. Tangerina Ponkan Citrus reticulata X X 32. Tangor Murcott C. reticulata C. sinensis X 33. Toranja C. grandis X Sapotaceae 34. Abiu Pouteria caimito X X 35. Caimito Chrysophyllum cainito X X 36. Caimito mexicano C. mexicanum X Hospedeiras no Estado de São Paulo Raga (2005) Raga et al. (2011)

16 Ciclo Biológico Salles, 1999

17 Raga, 2016

18 Raga, 2016

19 Característica do ataque Pontos amolecidos na casca Descoloração na região da postura Escurecimento na região da postura Ponto de saída da larva

20 Sintomas em citros

21 Sintomas em outros hospedeiros Fotos: A. Raga

22 Dinâmica Populacional Frutos temporões Variedades precoces Frutificações sobrepostas Migração de moscas entre talhões Migração de outras áreas

23 Base do manejo de moscas-das-frutas Monitoramento de adultos X Avaliação de danos

24 Monitoramento Jackson trimedlure (1/km 2 ) Atração de machos de C. capitata

25 Monitoramento McPhail proteína hidrolisada a 3% C. capitata + Anastrepha spp. (Machos e Fêmeas) (2-3/km 2 )

26 Atrativos usados no Brasil BioAnastrepha 3% IscaMosca 3% Samaritá 3% Torula 3 compr./arm. Armadilha McPhail modelo bola com base amarela. Melaço Milhocina + Bórax 5% 3% Melaço de cana-de-açúcar 7% Suco de uva 25% Ceratrap Fotos: Marjorie Rodrigues

27 Monitoramento Reabastecimento Leitura 7 dias 7 dias dias 7-15 dias Medição= número de moscas/armadilha/dia (MAD)

28 Cuidados na instalação das armadilhas

29 Anastrepha fraterculus 250 Fêmeas Machos Dacona 2% Dacona5% Bioanastrepha 5% Aumax 5% Melaço 5% Torula Laranja Pêra. Itapetininga, SP, 2003.

30 Ceratitis capitata MILHO CINA 5% MELAÇO 7% AUMAX 5% BIO ANASTREPHA 3% MAD 8 6 BIO ANAST 1% + MILHO CINA 2% BIO ANAST 1% + MELAÇO 2% /7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 Pera Rio Presidente Prudente (Raga et al., 2005)

31 Ceratitis capitata MILHOCINA FÊMEA MACHO TOTAL MELAÇO AUMAX BIO ANASTREPHA BIO ANAST+MILHOCINA BIO ANAST+MELAÇO Pera Rio Presidente Prudente (SP) 2005 Pera Rio Presidente Prudente (Raga et al., 2005)

32 Temperatura(ºC) e Umidade Relativa (% MAD MAD 3,0 2,5 2,0 Anastrepha BIOANASTREPHA AUMAX ISCA MOSCA MELAÇO MELAÇO + LARANJA 1,5 1,0 0,5 0,0 2,5 2,0 Ceratitis capitata 1,5 1,0 0,5 0,0 Precipitação Temperatura Média Umidade Relativa 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 29/9 4/10 9/10 14/10 19/10 24/10 29/10 3/11 8/11 13/11 18/11 23/11 28/11 3/12 Pera Rio Nova Europa Raga et al., Precipitação pluviométrica (mm

33 Citros Holambra (SP) Raga (2008)

34 Botton et al., 2016

35 Decaimento do atrativo em gaiolões de campo Raga & Vieira, 2016

36 Monitoramento McPhail Rodrigues et al., 2015

37 Avaliação de Frutos Índice de infestação de cada talhão Índice de infestação de outros hospedeiros Diversidade de espécies

38 EVITAR

39 EVITAR

40 Tática do MIP Evitar que as moscas-das-frutas se estabelecem no interior dos pomares

41 MÉTODOS DE CONTROLE MF Resistência de Plantas Cultural Mecânico Biológico Químico

42 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 High/Low Average 0 'PERA' OR. 'HAMLIN' 'NATAL'OR. 'LIMA' OR. 'VALÊNCIA' OR. SOUR OR. 'BAHIA' OR. 'BAIANINHA' OR. 'CRAVO' MAND. T. MURCOTT 'PONKAN' MAND. KUNQUAT RANGPUR LIME Pupas/fruto (Raga et al., 2006)

43 High/Low Average 0 'PERA' OR. 'HAMLIN' OR. 'NATAL'OR. 'LIMA' OR. 'VALÊNCIA' OR. SOUR OR. 'BAHIA' OR. 'BAIANINHA' OR. 'CRAVO' MAND. Pupas/Kg fruto (Raga et al., 2006) T. MURCOTT 'PONKAN' MAND. KUNQUAT RANGPUR LIME

44 VARIEDADES MAIS SUSCEPTÍVEIS Laranjas: 'Hamlin', 'Pêra', 'Natal', 'Valência', 'Bahia e 'Baianinha' Tangerinas: 'Cravo' e 'Ponkan'

45 MÉTODO CULTURAL Eliminação de outros frutos hospedeiros

46 MÉTODO CULTURAL Obrigatoriedade da Catação de frutos Alto índice de frutos infestados Altos valores de captura (moscas/armadilha/dia=mad) Fase + susceptível dos frutos

47 MÉTODO CULTURAL Colheita antecipada Variedade Cítrica Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Lima X X X X X X Hamlin X X X X X X Baia X X X X X Westin X X X X X Pêra X X X X X X X X X X X X Valência X X X X X X X Natal X X X X X X X Cravo X X X X X Ponkan X X X X X Murcott X X X X X X

48 MÉTODO BIOLÓGICO PARASITÓIDES (vespinhas) PATÓGENOS (fungos e nematóides)

49 PARASITÓIDES - Braconidae (média em Citros 7%) Doryctobracon areolatus (Szépligeti) Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti) Opius bellus Gahan Utetes anastrephae (Viereck) A. fraterculus A. fraterculus A. fraterculus A. fraterculus Diachasmimorpha longicaudata

50 PARASITÓIDES - Braconidae Foto: IbFlorestas.org Foto: A. Raga Pombeiro, Tucaneiro, Tarumã-branco: Citharexyllum myrianthum

51 PARASITÓIDES Figitidae (Eucoilinae) Lopheucoila anastrephae Aganaspis pelleranoi Odontosema anastrephae

52 PATÓGENOS Pré-pupas de Ceratitis capitata - Almeida et al. (2007) Fungos Beauveria bassiana (IBCB 66) Metahrizium anisopliae (IBCB 425) Coleção de Entomopatógenos do Instituto Biológico 1,0 e 5,0 x 10 8 conídios/ml Nematóide Heterorhabditis sp.(ibcbn05) 200 juvenis infectivos por inseto

53 Ceratrap Período de reposição: São Paulo: dias Monitoramento: 4-5 armadilhas/ha Captura massal: 100 arm./ha 500mL

54 CONTROLE QUÍMICO Nível de ação MAD = (1,0 a 2,0) Pulverização em cobertura total Isca tóxica

55 Aplicação em Cobertura Foto: Denis R. Marin

56 Iscas tóxicas em laboratório 2,5 horas 50 Anstrepha fraterculus Fêmeas Machos 0 Decis Ethion Lorsban Malathion 500 Dipterex Lebaycid Meothrin Perfekthion Testemunha Sobrevivência de adultos ( Raga & Sato, 2006)

57 Aplicação em Cobertura - Tempo letal em laboratório Decis Ethion Lorsban Malathion 500 PikaPau Dipterex Lebaycid Meothrin Perfekthion Testemunha Ceratitis capitata - Torre m 10m 15m 20m 25m 30m % de sobrevivência de adultos ( Raga & Sato, 2006)

58 Inseticidas registrados no Brasil para o controle de Moscas-das-frutas em Citros no Brasil (Junho/2016) Ingrediente Ativo/ Formulação Grupo Químico Espécie (s) Alvo(s) g ou ml Produto Comercial/ 100L água Produto Comercial/ hectare Modo de Aplicação Cipermetrina 250 EC Piretróide C. capitata ml Cobertura 28 Clorpirifós 480 EC Organofosforado C. capitata Cobertura 21 Deltametrina 25 EC Piretróide C. capitata 50 Dimetotato Organofosforado C. capitata A. fraterculus Espinosade 0,24 CB Espinosina A.obliqua, C.capitata, B. carambolae Cobertura Isca Tóxica - Cobertura Isca Tóxica ml Isca Tóxica 14 Etofenproxi 300 EC Éter difenilico C.capitata Isca Tóxica 7 Fenpropatrina 300 EC Piretróide C.capitata 40 - Isca Tóxica 28 Fosmete 500 WP Organofosforado A.fraterculus,C.capitata Isca Tóxica 20 Malatiom 500 EC Oganofosforado A.fraterculus, C.capitata A.fraterculus, C. capitata Cobertura Isca tóxica Malatiom 1000 EC Organofosforado C.capitata Cobertura 7 Malatiom 440 EW Organofosforado C.capitata Cobertura Carência (dias)

59 (%) DE MORTALIDADE Mortalidade de Moscas das frutas Ceratitis capitata Avaliação 24h após aplicação , ,9 80, TRATAMENTOS Aéreo Convencional Aéreo Eletrostático Atomizador Talstar 0,2L/Bomba Itapetininga (SP) 2016

60 Tempo letal em laboratório AF= A. fraterculus CC= C. capitata Isca Tóxica Tempo de Moralidade (TL50) min FAF FCC MAF - MCC 0 Delt amet rina Et iom Clorpirif ós Malat iom Triclorf om Fent iom Fenpropat rina Dimet oat o ( Raga & Sato, 2006)

61 Mortalidade em laboratório ( Scoz et al. 2004)

62 ISCA TÓXICA EM LABORATÓRIO Neonicotinóides (Raga & Sato, 2011)

63 ISCA TÓXICA X

64 ISCA TÓXICA Mistura de atraente (base de proteína hidrolisada ) + Inseticida

65 ISCA TÓXICA

66 ISCA TÓXICA Mistura de atraente + Inseticida base de proteína hidrolisada X

67 ISCA TÓXICA Anamed 1 Kg/ha 1 a 1,6 L/ha Isca Proteica 3 a 5% BioFruit 3 a 5%

68 Anastrepha fraterculus + Ceratitis capitata BIOFRUIT 3% + DECIS BIOFRUIT 5% + DECIS BIOFRUIT 7% + DECIS BIOANAST 5% + DECIS AUMAX 5% + DECIS MELAÇO 7% + DECIS /9 1/10 8/10 15/10 22/10 29/10 5/11 12/11 19/11 26/11 3/12 Nova Europa, SP (Raga, 2003)

69 Isca Tóxica % FRUTOS DE LARANJA C/ SINTOMA DE MOSCAS-DAS-FRUTAS TESTEMUNHA GF-120 1:1,5 GF-120 1:24 GF-120 1:49 DIPTEREX Spinosad Mogi Mirim (SP) Raga, 2001 (3 aplicações)

70 ISCA TÓXICA EM LABORATÓRIO % Mortalidade de C. capitata em Laboratório - 2 horas Testemunha (BioFruit 5%) Biofruit 5% + Malathion 1000 Biofruit 10% + Malathion 1000 Biofruit 20% + Malathion 1000 Biofruit 40% + Malathion 1000 (Galdino & Raga, 2016)

71 Perspectivas a médio e longo prazo Novos atrativos com alto teor de proteínas Novos atrativos com voláteis de frutas Produtos repelentes a oviposição Técnica do Inseto Estéril Steinernema brasiliensis (Xenorhabdus); Steinernema rarum Heterohrabidits indica (Photorhabdus) Novas iscas tóxicas formuladas (paraferomônio+inseticida+atrativo) Redução substancial do volume de isca/ha Decis Trap

72 Agradecimentos Capes CNPq Citrosuco Bayer S/A Simone Bacilieri e Fernando B. Baldo (IB) Denis R. Marin (Citrosuco)

73 Muito Obrigado! Adalton Raga Instituto Biológico Rodovia Heitor Penteado Km 3 Caixa Postal , Campinas, SP

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75 OBRIGADO Coloque seu contato aqui