I SIMULAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS PARA ENSINO MÉDIO 30 DE ABRIL DE 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

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2 I SIMULAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS PARA ENSINO MÉDIO 30 DE ABRIL DE 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS UNIVERSITÁRIO REITOR JOÃO DAVID FERREIRA LIMA FLORIANÓPOLIS SANTA CATARINA BRASIL

3 COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenadoria do SIEM Profa. Patrícia Fonseca Ferreira Arienti Profa. Graciela de Conti Pagliari Diretoria Executiva Bruno Valim Magalhães Guilherme Carlos da Costa Renato Xavier dos Santos Eventos Marina Willrich Thayse Furtado Thayani Costa Patrícia Martins Paola Luporini Paula Fogliatto Prado Priscila Gemelli Logística Daniela Kojiio Nobre Ivan Ferraz Lemke Luiz Gustavo Manarin Espíndola Luiza Peres Venâncio Chagas Vieira Marketing e Finanças Augusto Luna de Moura Cibele do Nascimento Pereira Lívia Liria Avelhan

4 Carta de Boas-Vindas Prezados delegados, É com imenso prazer que desejamos as boas-vindas a todos os participantes da primeira edição do SIEM Simulação de Organizações Internacionais para o Ensino Médio. Com certeza, se você está lendo o presente documento é porque, no mínimo se interessa pela compreensão de aspectos e discussões da política e das relações internacionais, e certamente se preocupa sobre a maneira como as próprias relações entre os países, tema que parece tão distante aos olhos do cidadão comum, influenciam a vida cotidiana. Não há dúvidas, de que tais aspectos são importantíssimos, sobretudo na conscientização acerca do mundo no qual vivemos. É por esse motivo, portanto, que o projeto SIEM, organizado pelo curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina e o qual será realizado no dia 30 de abril de 2011, no campus da UFSC, em Florianópolis, tem por objetivo trazer alunos de diversas escolas do Ensino Médio para perto do meio acadêmico, fazendo com que se integrem ao meio universitário e que discutam temas de relevância internacional. Através de guias de estudo, elaborados acerca de cada uma das organizações e agências que virão a ser simuladas, e de preparação prévia realizada entre alunos, sob a orientação de professores e organizadores do projeto, os participantes poderão se inteirar a respeito dos temas. Nesse sentido, os alunos serão divididos em delegações que representarão um determinado país na discussão dos temas de cada agência ou organização, defendendo a perspectiva do país dentro de tal organismo internacional. O SIEM visa, nesse sentido, a desenvolver algumas capacidades importantes nos estudantes, sendo as principais: uma consciência sobre as questões internacionais da atualidade; a capacidade de discussão e resolução de questões através do diálogo e da cooperação; a habilidade de se portar diante de um grande público, desenvolvendo a oratória; a formação de estudantes conscientes do mundo no qual vivem e, sobretudo, dotados de aptidão para atuar na sociedade civil; A equipe organizadora do SIEM 2011 sente-se honrada em dar as boas vindas aos participantes do evento e pode garantir que este vai muito acrescentar a todos que, com coragem, agarraram-se ao desafio de, por um dia, representar um país de relevância no contexto internacional. Que tenhamos todos uma proveitosa Simulação. Esperamos que façam bom proveito da oportunidade. Cordialmente. Equipe SIEM 2011.

5 Cronograma de Simulações Manhã: 08:30 11:30 Assembleia Geral de Abertura Tema: Sanções ao Irã decorrentes do Programa Nuclear 11:30 13:00 Almoço Tarde: OEA Guerra das Malvinas APEC Combate ao Terrorismo 13:15 15:30 União Africana Pirataria na Somália União Europeia Posição da UE sobre a crise Israel/Palestina AIEA Salvaguardas ao Irã decorrentes do programa nuclear Conselho de Segurança Sanções ao Irã 15:30 16:00 Coffee Break 16:30 18:30 Assembleia Geral da Fechamento OMS Doenças Relacionadas às Mudanças Climáticas ACNUR Tráfico de Pessoas

6 SUMÁRIO ASSEMBLEIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 6 ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA REFUGIADOS_ 27 AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA 48 ASSOCIAÇÃO DE COOPERAÇÃO DA ÁSIA E DO PACÍFICO 61 CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 80 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS 96 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 109 UNIÃO AFRICANA 129 UNIÃO EUROPEIA 130 PAPÉIS DE POSICIONAMENTO 144

7 ASSEMBLÉIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS - UNGA Sanções ao Irã decorrentes do programa nuclear 1) HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO Guilherme Carlos da Costa Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os Estados envolvidos no conflito, sobretudo os vencedores, buscaram a criação de uma nova organização internacional a qual teria entre seus objetivos principais a manutenção da paz e resolução pacifica dos conflitos. Desde o início, deu-se a nova organização um caráter universal e geral, o que significa dizer que tal organização não seria geograficamente, tampouco tematicamente limitada, ao contrário de organizações como a Organização dos Estados Americanos ou a Organização Mundial da Saúde, as quais possuem tais limitações. Assinado em 25 de Abril de 1945, em São Francisco nos Estados Unidos, o tratado inicial cria a Organização das Nações Unidas com 50 Estadosmembros. Uma das grandes preocupações à época era de que a ONU não sofresse os mesmos problemas e limitações, pelos quais passou a Liga das Nações. A Liga, criada em 1919 com o fim da Primeira Guerra Mundial, constituía-se como um sistema de segurança coletiva, ou seja, que visava a impedir o uso da força em função de pressões coletivas. Tal concepção percebia-se como amplamente vinculada a uma ideologia idealista de se encarar as relações entre os Estados, ideologia esta que teve como seu locutor central o presidente americano Woodrow Wilson. Dentre as principais limitações que contribuíram para o fracasso da Liga das Nações, destaca-se o fato de que a organização não fazia considerações do poder político de cada Estado-membro, dando poder de veto a todos os Estados que faziam parte da Assembleia da Liga, pois qualquer resolução deveria ser aprovada por unanimidade. Além disso, as decisões tomadas pela Liga não tinham 6

8 caráter obrigatório, e uma vez que a organização não possuía força militar própria, ela não poderia coibir os Estados que perturbassem a segurança coletiva. Outro fator prejudicial à Liga foi a não-adesão dos Estados Unidos que, apesar do grande empenho do presidente Wilson, não aderiram em função da não-aprovação no congresso. Com o estouro da 2ª Guerra Mundial, em 1939, a Liga para de funcionar, e vem a se extinguir juridicamente em Apesar do fracasso, a Liga constituiu-se como uma importante experiência de organização universal, servindo, nesse sentido de inspiração para a criação da ONU. A organização, criada com a carta de São Francisco, veio inaugurar um novo sistema de segurança coletiva em grande medida marcado pelas características do sistema internacional de Estados pós-segunda Guerra Mundial, sobretudo, a bipolaridade. A rivalidade econômica, política e ideológica presenciada entre os Estados Unidos e a União Soviética foi algo que, sem dúvidas, se fez presente no novo sistema. Nesse sentido a ONU superou uma das grandes dificuldades da Liga a qual era a de não fazer considerações de poder dos Estados, colocando Estados desiguais, em termos de poder, numa mesma igualdade de direitos. É segundo esse princípio que nasce o Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual somente os países ditos vencedores do conflito mundial detêm assento permanente e poder de veto sobre os temas. É dentro do Conselho de Segurança que se constitui, portanto, o sistema de segurança coletiva característico da Guerra Fria. Nesse sistema, observa-se uma tendência a vetos sistemáticos entre a URSS e os EUA convencionando o que muitos autores tendem a comparar a um fusível o qual tende a paralisar o processo decisório quando o há perigo de colapso do sistema. Em outras palavras, quando os temas ou os conflitos tendessem a gerar um desconforto maior 7

9 entre as duas grandes potências militares, ele era congelado pelo conselho. A Organização das Nações Unidas é composta, então, de seis órgãos os quais visam a dar funcionalidade à organização. Tais órgãos eram: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, a Corte Internacional de Justiça e o Secretariado. O Conselho de Segurança é responsável pela administração da segurança. Em função disso é dotado de amplo poder discricionário, uma vez que a carta da ONU não define, concretamente, o que é ameaça, ou seja, tal conceito cabe à interpretação do Conselho. O Conselho é composto por cinco membros permanentes dotados de poder de veto, sendo eles os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a União Soviética e a China, os 8

10 Estados considerados ganhadores da 2ª Guerra Mundial, e dez membros rotativos com mandato de 2 anos, sendo metade da representação rotativa trocada anualmente. Vale ressaltar, além disso, que os membros rotativos são divididos de modo a compreender e representar todas as regiões do globo. O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é responsável pela coordenação das atividades e programas especializados da organização, especialmente, no que diz a questões sociais e econômicas. Estão atreladas ao ECOSOC comissões econômicas regionais como a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) e a Comissão Econômica para a Europa (ECE), além de agências especializadas como o Grupo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional(FMI), além de comissões voltadas aos diretos humanos e ao desenvolvimento sustentável, entre outras. O Conselho de Tutela é responsável pelo monitoramento da administração dos territórios sob tutela, tal conselho encontra-se inoperante desde 1994 quando se tornaram independentes as ilhas Palau, último território sob tutela das Nações Unidas. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) trata-se de um tribunal o qual trata de litígios entre Estados sob a égide da ONU, sendo o principal órgão judiciário da organização. A CIJ é composta de um quadro de 15 juízes dentre todos os países membros, os quais são eleitos para um mandato de nove anos. Tem-se como principal limitação da corte, o fato de que ambas as partes do litígio têm de concordar em ser julgadas pela corte, de outra forma o órgão não tem competência para julgar, isso se dá como uma tentativa de preservação da soberania estatal perante a organização. Além de julgar litígios entre os Estados, a CIJ tem a função de emitir pareceres e opiniões jurídicas sobre qualquer assunto requisitado por qualquer órgão ou agência da ONU. 9

11 O Secretariado é o verdadeiro órgão operacional da ONU, tal órgão dá funcionalidade à organização e é composto de um corpo de funcionários internacionais que detêm imunidade diplomática e que respondem somente às Nações Unidas, ou seja, os membros do secretariado não são oficialmente ou hierarquicamente ligados aos seus Estados de origem. Tratam-se, portanto de funcionários públicos internacionais que, em tese, servem somente à organização. À frente de tal órgão encontra-se o Secretário-Geral das Nações Unidas o qual é o mais graduado funcionário da ONU, sendo eleito por dois terços da Assembleia Geral, seguindo indicação do Conselho de Segurança. Atualmente o Secretário Geral da ONU é o Sul Coreano Ban Ki- Moon. Por fim, a Assembleia Geral é o órgão mais representativo da ONU, uma vez que todos os Estados-membros estão ali representados com o mesmo poder de voto. Diferentemente do que era na Liga das Nações, o processo decisório na Assembleia Geral da ONU não se dá por unanimidade, mas maioria, simples ou qualificada. Maioria simples é exigida para matérias mais comuns como aprovação de resoluções, enquanto a maioria qualificada, ou seja, de dois terços dos Estados-membros, é exigida para matérias consideradas mais importantes como a eleição do secretário-geral, eleições dos membros rotativos do conselho de segurança, aprovação do orçamento, entre outros. As reuniões ordinárias da assembleia se dão a partir da terceira terçafeira do mês de Setembro contando desde a primeira semana que contém ao menos um dia útil, e estende-se até o final do ano, sendo fixada a data de encerramento na reunião de abertura. Reuniões da assembleia podem ocorrer extraordinariamente, quando convocadas pela maioria do Conselho de Segurança, ou pela maioria dos Estados-Membros. Está também entre as funções da Assembleia Geral, editar recomendações quando processos relativos à paz e à segurança internacionais estiverem paralisados devido ao veto no conselho de segurança. Para melhor operacionalizar as reuniões, a assembleia conta com um presidente o qual é um delegado de um Estado-membro eleito para o exercício da função no início de cada Assembleia. Além disso, o órgão conta também com uma série de comitês e comissões especializadas em investigar e emitir pareceres sobre cada questão debatida na assembleia, tais comissões apresentam seus pareceres técnicos, para melhor orientar as delegações dos países no processo de votação. 10

12 Desde sua criação a Assembleia Geral já editou resolução de grande impacto na política mundial. A Resolução 217, por exemplo, constitui a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual muda a concepção dos Estados no que tange aos Direitos humanos. Outra resolução importante, editada pela Assembleia Geral foi a Resolução 181 a qual dá a base para a criação do Estado de Israel, fato que reorganizou a geopolítica do Oriente Médio a partir da segunda metade do século XX. Além destas, diversas outras resoluções foram editadas, objetivando desde a não-proliferação de armas nucleares até a autorização de missões humanitárias. Com o fim da Guerra Fria e, consequente fim da bipolaridade, a atuação das Nações Unidas, sobretudo no que tange a questões de segurança internacional sofre uma severa modificação. O fim dos vetos sistemáticos entre os Estados Unidos e a União Soviética aumenta, de maneira bastante expressiva, o escopo de atuação da ONU nas referidas questões, um exemplo relevante disso é a Guerra do Golfo a qual foi, de fato, a primeira missão armada autorizada pela ONU. Por outro lado, é percebida, com o fim da Guerra Fria, certa coincidência entre os interesses da organização com os interesses dos EUA, o que pode ser interpretado como um reflexo do papel hegemônico que o país passa a exercer no sistema de Estados com a queda da URSS. Outra crítica relevante que é feita a atuação da ONU no pós- Guerra Fria é uso indevido da justificativa humanitária nas intervenções protagonizadas pela organização, nota-se que tais intervenções refletem em grande medida os interesses de Estados poderosos na política mundial. Pode-se citar como exemplo as intervenções lideradas pela França em Ruanda (1994), pelos Estados Unidos no Haiti (1995) e pela Itália na Albânia (1997). Assim sendo, tal período é considerado por muitos analistas como 11

13 um período de unipolaridade, ou seja, um período no qual os Estados Unidos eram identificados como o único polo de poder relativamente relevante no sistema internacional. No entanto, ao fim da década de 1990, começa-se a notar a emergência de múltiplos atores no sistema internacional que passam a, de certa forma, contrabalancear o poder americano. A China, com seu crescimento econômico e militar extraordinário experimentado nas duas últimas décadas é um exemplo de tal emergência. A União Europeia que passa, no início dos anos 2000 a adotar o Euro como moeda única, uma moeda forte capaz de fazer, em certa medida, frente ao dólar, enquanto moeda internacional de trocas também é um exemplo característico deste período. Inclusive países como Brasil e Índia, o primeiro pelo seu discurso de incentivo ao multilateralismo no âmbito da administração Lula, e o segundo pelo seu também pujante crescimento econômico. Tornam-se viáveis, nesse contexto, alianças como os BRIC(Brasil, Rússia, Índia e China), países considerados emergentes no contexto internacional. Em função do exposto, o período é considerado, por diversos analistas, como característico pela emergência de uma conjuntura multipolar. Em outras palavras, há uma perda de poder relativo dos Estados Unidos em detrimento a outros atores da política internacional. No entanto, os EUA mantêm-se inquestionavelmente como a maior potência, apenas em um contexto no qual há várias potências. Outro acontecimento que muda a tônica das relações internacionais no século XXI, inclusive no que tange à atuação das Nações Unidas são os atentados de 11 de Setembro e sua consequência direta: a guerra contra o terror. Após os ataques às torres do World Trade Center, em Nova Iorque, e ao prédio do Pentágono, em Washington, a política externa americana, personificada nas figuras do presidente George W. Bush e da secretária de Estado Condoleeza Rice, declaram que o maior problema a ser vencido pelas nações no século XXI é o terrorismo. Tal doutrina serve como pano de fundo para as invasões no Afeganistão em 2001 e 2003, e no Iraque também em No âmbito da ONU, mesmo que invasão, especificamente do Iraque, tenha sido considerada ilegal, segundo palavras do secretário-geral Kofi Annan, uma vez que não se encontrava em conformidade com as premissas da Carta da ONU, a organização sofreu amplo descrédito com a invasão, pois mesmo não sendo autorizados pelo Conselho de Segurança, os Estados Unidos invadem o Iraque e não sofrem qualquer espécie de retaliação no âmbito do Direito Internacional. Mais importante, e mais danoso à imagem da organização foram as intervenções humanitárias articuladas por ela, as quais foram interpretadas pela população e militantes iraquianos como um aval dado aos americanos pela ONU. Em conseqüência disso as Nações 12

14 Unidas passam a ser mal vistas pelos iraquianos, os quais orquestram um atentado a bomba contra a sede da ONU levando a morte do brasileiro Sérgio Vieira de Mello e outros 22 funcionários da organização. Sabe-se que havia uma forte vinculação entre a atuação do brasileiro, chefe da missão no país, aos interesses americanos, logo os acontecimentos que envolveram a ONU no Iraque renderam várias críticas à organização ao secretário-geral Kofi Annan. Consolidada como a maior organização internacional de caráter universal, abrangendo 192 países-membros,e tendo avançado em alguma medida no âmbito da proteção aos direitos humanos e da administração da segurança coletiva, a Organização das Nações Unidas tem pela frente os mais diversos e complexos desafios. Seja na reforma de sua estrutura organizacional, de seu processo decisório, seja na tentativa de desvinculação de suas bandeiras dos interesses de Estados específicos, ou mesmo na busca por uma maior participação da sociedade civil dentro da organização. A ONU precisa, sem dúvidas refletir acerca de seu papel na sociedade internacional, de modo a conseguir enfrentar tais desafios, e alcançar seu objetivo primeiro que é a paz mundial. 2) HISTÓRICO DO PROBLEMA TRATADO O problema a ser tratado e discutido na Assembleia Geral, qual seja, as sanções ao Irã decorrentes de seu programa nuclear pode ser avaliado dentro do prisma de dois processos históricos, sendo estes: a evolução da questão nuclear enquanto um problema de segurança internacional e a história recente do Estado iraniano. Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, no apagar das luzes da Segunda Guerra Mundial, sofreram bombardeamentos nucleares, as cidades de Hiroshima e Nagasaki pela força aérea americana. Como consequência dos ataques, morreram mais de 140 mil pessoas diretamente em Hiroshima e mais 80 mil em Nagasaki, se considerarmos, entretanto os mortos em função das radiações decorrentes das bombas este número aumenta exponencialmente. O ataque americano é também uma consequência do chamado Projeto Manhattan, projeto secreto do governo americano que visava à construção de armamentos nucleares, uma vez que se tinha, à época, a informação de que os alemães também trabalhavam em projeto de construção de armamentos nucleares. Apesar da justificativa americana de que os ataques poupariam milhares de vidas e encurtariam a guerra em anos, os bombardeios foram severamente criticados pela comunidade internacional pelo uso desproporcional da força contra os japoneses e pelo caráter de testes que tiveram os ataques. Em outras palavras, sabia-se que os Estados Unidos 13

15 venceriam a guerra, mas havia a necessidade de testar qual era de fato o poder de destruição das armas nucleares, as quais nunca antes haviam sido utilizadas. Além disso, as consequências das bombas ficam marcadas na sociedade japonesa até hoje, consequências estas que estão muito marcadas nas doenças provocadas pela radiação, em especial nas áreas mais atingidas. Dadas as proporções catastróficas que o ataque nuclear às cidades japonesas adquiriu, o advento do armamento nuclear reorganiza a geopolítica mundial, iniciando uma corrida das grandes potências em busca da aquisição de tais armas. Era iniciado um novo paradigma o qual colocava a aquisição de ogivas nucleares como algo indispensável para a segurança, pelo menos dentre os países os quais detinham condições para tal. Tal busca por armamentos ganha especial dimensão no contexto da bipolaridade, e as tensões decorrentes na política mundial. É nesse contexto de incerteza a respeito dos efeitos que uma corrida nuclear em nível internacional que os países vencedores da Segunda Guerra Mundial têm a iniciativa de elaborar o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Assinado em 1968, e com sua entrada em vigor em 1970, o TPN, como ficou conhecido o acordo, propõe que somente nações que já detinham armamentos nucleares deveriam continuar os possuindo, enquanto os nãonuclearizados não deveriam adquiri-los. Nesse sentido, o tratado prevê que os países nuclearizados não poderiam fornecer tecnologia aos demais para a aquisição de armamentos, assim como todos os países signatários do acordo deveriam cooperar enquanto fiscais do processo. O tratado permitia, por outro lado, a utilização de energia nuclear para fins pacíficos. Apesar das diversas críticas sofridas pelo tratado, inclusive de que este era uma tentativa de congelamento do poder global em torno dos países nuclearizados, o TNP conta hoje com 189 países signatários, não sendo partidários do acordo somente os Estados de Israel, o Paquistão, a Índia, os quais detêm, em função de suas posições geopolíticas, arsenais de armamentos nucleares, e a instável Coréia do Norte. O Brasil aderiu ao TNP em 1997, sob a administração FHC, sob forte pressão dos Estados Unidos e indo ao encontro da Constituição de 1988 que proíbe o Estado brasileiro de adquirir armamentos nucleares. Após esse breve histórico sobre a evolução da questão nuclear enquanto um problema de segurança nacional, nos cabe fazer uma breve revisão sobre a história recente do Irã de modo a entender as preocupações da comunidade internacional com o desenvolvimento de um programa nuclear pela república islâmica. Do ponto de vista histórico, o Irã é visto como uma nação fortemente influenciada pelo modo de vida atribuído à religião islâmica. De fato, os valores religiosos deste país possuem um grau de penetração que se 14

16 manifesta em diferentes esferas do cotidiano do povo iraniano. Contudo, a compreensão deste conturbado cenário político não deve somente limitar-se a simples crítica à hegemonia do pensamento islâmico no interior de sua cultura. Muitas vezes, a exploração das ricas fontes petrolíferas do país era o pivô central de uma relação nem sempre estável, salientando um signo de desconfiança entre o Ocidente, com sua estratégica de influência econômica, geopolítica e militar, e a nação iraniana. No início da década de 1920, Rheza Pahlavi, que anteriormente havia derrubado a dinastia Qadjar do poder em nome de uma revolução constitucional, pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Irã, e não mais como Pérsia. Com isso, ele buscava levantar símbolos políticos que sugerissem a experimentação de uma nova era distante da intervenção estrangeira. Entretanto, em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o país, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iraniano, e forçaram o xá Rheza Pahlavi a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlavi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Mesmo com a nacionalização das reservas de petróleo, em 1951, através de um golpe do primeiro ministro Mohammad Mossadegh, Mohammad Reza Pahlavi consagrou, com apoio logístico e militar estadunidense, um governo ditatorial comprometido com os interesses do bloco capitalista 1. Desfrutando de amplos poderes, o xá Mohammad Reza Pahlavi perseguiu os partidários do movimento nacionalista iraniano e estabeleceu a adoção de práticas, vestimentas e padrões de consumo ocidentais no país. Acuados, os nacionalistas só puderam promover a manutenção de sua orientação política no interior das mesquitas. Na década de 1970, a continuidade do processo de ocidentalização do Irã passou a ser veementemente combatido pela população muçulmana xiita. De orientação fundamentalista, os partidários desse movimento de oposição contra o regime de Reza Pahlevi cresceu graças à forte atuação do líder religioso do aiatolá Ruhollah Khomeini. Mesmo exilado, conseguia enviar mensagens que instigavam a realização de protestos, greves e outras manifestações de repúdio. A fusão entre o discurso nacionalista e a defesa dos ideais religiosos passou a ganhar vigor, na década de 1970, sob a voz do aiatolá Ruhollah Khomeini que, mesmo exilado no Iraque, conseguia enviar mensagens que instigavam a realização de protestos, greves e demais manifestações de repúdio ao governo de Reza Pahlavi. Dessa forma, a defesa da interferência 1 Mohammad Mossadegh, primeiro ministro responsável pela nacionalização da Anglo-American Oil Company, foi deposto e preso por ordens do xá Mohammad Reza Pahlavi em

17 política conservadora do clero iraniano se transformou em uma via de defesa dos interesses nacionais contra a intervenção estrangeira. Em 1979, o aiatolá Khomeini pôde retornar à sua terra natal com a ajuda de seus partidários, e se tornou o tutor da Revolução Iraniana, cujas manifestações conseguiram impor a derrubada da ditadura de Reza Pahlevi. Colocado como o Líder Supremo da nação, o aiatolá afastou a intervenção ocidental e privilegiou a retomada dos costumes e políticas subordinadas às tradições de fundo religioso. Dessa forma, o Irã se transformou em uma teocracia marcada por alguns elementos democráticos e, ao mesmo tempo, de natureza republicana. A Revolução Iraniana tentou ser barrada pelos EUA, que instigaram os vizinhos iraquianos a invadirem o país. Nesse contexto, sob a liderança do então aliado Saddam Hussein, foi deflagrada a guerra Iraque-Irã, que pretendia enfraquecer a influência política dos xiitas e controlar as reservas petrolíferas do Irã. Após 8 anos de conflito, que não estabeleceu nenhum tipo de ganho aos envolvidos, a República Islâmica do Irã prosseguiu liderada por Khomeini e orientada por preceitos religiosos e leis conservadoras. Reformistas e conservadores continuaram a enfrentar-se no Irã, mas desta vez através da política. Em 1997, a eleição de Mohammad Khatami representou uma possibilidade de reformas que desmobilizassem os rigores que a cúpula religiosa tinha dentro da nação. Contudo, não foi possível alcançar as transformações que eram, principalmente, almejadas por mulheres e estudantes. No ano de 2005, por conta das frustrações vivenciadas no governo Khatami, uma grande evasão de eleitores permitiu que o líder ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad vencesse o processo eleitoral. Em seu primeiro mandato, foi possível observar o acirramento das tensões políticas para com os Estados Unidos e outros países, a pretensão do desenvolvimento de um programa nuclear e a realização de várias declarações polêmicas contra os regimes ocidentais e o governo de Israel Em 2009, um novo pleito estabeleceu a disputa entre Mahmoud Ahmadinejad e Mir Hossein Mousavi, que teria uma política de pretensões liberais. Apesar das pesquisas que sugeriam uma acirrada disputa, o processo eletivo acabou apontando uma vitória esmagadora de Ahmadinejad, detentor de mais de 60 % dos votos contabilizados. Ratificado pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, o processo 16

18 eletivo iraniano tem sido denunciado internacionalmente por seus indícios de ilegalidade, o que demonstra a fragilidade desta democracia e sua semelhança com governos autoritários e ditatoriais. 3) POSIÇÕES DOS PAÍSES No que tange ao posicionamento dos países com relação ao tema de sanções ao Irã decorrente do programa nuclear iraniano na Assembleia Geral, demonstraremos na tabela abaixo uma tendência de posicionamento de cada país com relação ao tema. É importante ressaltar que tal posicionamento serve somente para dar alguma base para os estudantes que vão representar tal país, uma vez que no debate, tal posicionamento pode sofrer algumas alterações sobretudo em intensidade. Nos países que pertencem ao Conselho de Segurança, percebe-se uma manutenção do posicionamento visto no Conselho, o mesmo acontece com os países que fazem parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Tais posicionamentos são, portanto, melhor explicados nos Guias do Conselho de Segurança e da AIEA. Os demais países têm sua posição definida por critérios como nível de alinhamento aos Estados Unidos, e importância da questão nuclear para segurança regional. Países África do Sul Alemanha Angola Arábia Saudita Argentina Áustria Bélgica Bolívia Bósnia- Herzegovina Brasil Canadá Chile China Colômbia Coreia do Sul Cuba Egito Posicionamento Sanciona Sanciona Sanciona não sanciona não sanciona Sanciona Sanciona não sanciona Sanciona não sanciona Sanciona Sanciona Sanciona Sanciona Sanciona não sanciona não sanciona 17

19 Emirados Árabes Unidos Equador Espanha EUA França Gabão Holanda Índia Irã Iraque Itália Japão Líbano Líbia Malásia México Nigéria Paraguai Peru Portugal Quênia Reino Unido Romênia Rússia Somália Sudão Suíça Tanzânia Tunísia Turquia Uganda Uruguai Venezuela Vietnam Zimbábue não sanciona não sanciona não sanciona não sanciona Sanciona não sanciona sanciona não sanciona não sanciona não sanciona Sanciona Sanciona Abstenção não sanciona Sanciona Sanciona Sanciona não sanciona não sanciona Sanciona Sanciona Sanciona Sanciona Sanciona não sanciona não sanciona abstenção Sanciona Sanciona não sanciona Sanciona Sanciona não sanciona Sanciona não sanciona 18

20 Indicação de Filme: Treze Dias Que Mudaram o Mundo - O Filme retrata os treze dias do presidente americano John F. Kennedy durante a crise dos mísseis de Cuba em Trata-se de um ótimo demonstrativo de negociações em organizações internacionais, bem como o papel delas na mediação de conflitos. Além disso, o filme mostra claramente a preocupação da comunidade internacional com uma eventual crise nuclear, tema que volta a ser pauta nas Nações Unidas em 2010 com programa nuclear iraniano. Indicação de Livro: Persépolis Trata-se de uma história em quadrinhos feita pela artista iraniana Marjiane Satrapi, a qual foi exilada de seu país pelo regime dos aiatolás. Satrapi conta, de maneira lúdica e bem humorada, a história do Irã, em especial os efeitos que teve a Revolução Iraniana sobre seu país. Sem dúvidas, Persépolis é uma maneira especialmente divertida de entender a história do Irã. Regras de Procedimento Assembleia Geral Capítulo I. SESSÕES Sessão ordinária Data de Abertura Artigo 1º A Assembleia Geral reúne anualmente em sessão ordinária que começa na terça-feira da terceira semana de setembro, contando desde a primeira semana que contém pelo menos um dia útil. Data de encerramento Artigo 2º Por recomendação da Comissão Geral, a Assembleia Geral deve, no início de cada sessão, fixar uma data limite para o fim da sessão. Capítulo II.ORDEM DO DIA Sessão ordinária Ordem do dia provisória Artigo 12º 19

21 A agenda provisória para uma sessão regular deve ser elaborada pela Secretário-Geral e comunicada aos membros das Nações Unidas Nações, pelo menos, sessenta dias antes da abertura da sessão. Aprovação da Ordem do Dia Artigo 21º Em cada sessão, a agenda provisória, será submetida à Assembléia Geral para aprovação o mais rapidamente possível após a abertura da sessão. Capítulo III. DELEGAÇÕES Composição Artigo 25º A delegação de um Estado-Membro deve consistir de não mais de cinco representantes e cinco suplentes e assessores, e quantos consultores técnicos, especialistas e pessoas com status semelhante, a delegação requeirer. Suplentes Artigo 26º Um representante suplente pode atuar como um representante mediante designação pelo presidente da delegação. Capítulo V. PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTES Eleições Artigo 30º A menos que a Assembléia Geral decida de outra forma, a Assembléia Geral Assembléia elegerá um presidente e 21 vice-presidentes, pelo menos, três meses antes da abertura da sessão sobre as quais eles são para presidir. (Para fins de facilitação da mediação durante a simulação, o presidente e os vicepresidentes serão representantes do secretariado das Nações Unidas.) 20

22 Poderes gerais do Presidente Artigo 35 º [106] Além de exercer os poderes que lhe são conferidos em outros lugares por essas regras, o Presidente declarará a abertura e o encerramento de cada reunião plenária da sessão, orientará as discussões em plenário, assegurará a observância destas regras, reconhecerá o direito de falar, fazer perguntas e anunciará as decisões. Ele deve se pronunciar sobre questões de ordem e, sem prejuízo destas regras, terá o controle completo do processo em qualquer reunião e sobre a manutenção da ordem. O presidente pode, no decorrer da discussão de um item, propor à Assembleia Geral a limitação do tempo de permissão para alto-falantes, a limitação do número de vezes que cada representante pode falar, o encerramento da lista de alto-falantes ou o encerramento do debate. Ele pode também propor a suspensão ou o adiamento da reunião ou o adiamento do debate sobre o item em discussão Artigo 36 º [107] O presidente, no exercício das suas funções, permanece sob o autoridade da Assembléia Geral. Capítulo VII. SECRETARIADO Atribuições do Secretário-Geral Artigo 45 º O Secretário-Geral atuará neste caráter em todas as reuniões da Assembléia Geral, suas comissões e subcomissões. Ele pode designar um membro do Secretariado para atuar em seu lugar nestes reuniões. Artigo 46 º O Secretário-Geral deve fornecer o pessoal necessário requisitado pela da Assembléia Geral e pelas comissões e órgãos subsidiários que possam ser estabelecidos. Atribuições do Secretariado Artigo 47º A Secretaria deve receber, traduzir, imprimir e distribuir documentos, relatórios e resoluções da Assembléia Geral, seus 21

23 comitês e seus órgãos; interpretar os discursos feitos durante as reuniões; elaborar, imprimir e distribuir os registros da sessão, ter a custódia e boa conservação dos documentos nos arquivos da Assembléia Geral; distribuir todos os documentos da Assembleia aos membros do das Nações Unidas, e, de maneira geral, executar todos os trabalhos que a Assembléia vir a exigir. Notificação prevista no artigo 12 da Carta Artigo 49 º O Secretário-Geral, com o consentimento do Conselho de Segurança, comunicará à Assembléia Geral, em cada sessão, quaisquer assuntos relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que estão sendo tratados pelo Conselho de Segurança e deve, similarmente, comunicar à Assembléia Geral, ou aos membros das Nações Unidas se a Assembléia Geral não estiver em sessão, logo de Segurança Conselho deixa de lidar com tais questões. Capítulo X. REUNIÕES PÚBLICA E PRIVADA DA ASSEMBLEIA GERAL SUAS COMISSÕES E SUBCOMISSÕES Princípios gerais Artigo 60 º As reuniões da Assembléia Geral e seus Comitês Principais serão realizadas em público a não ser que o órgão em questão decida que circunstâncias excepcionais, exigem que a reunião seja realizada em privado. Reuniões de outras comissões e subcomissões devem também ser realizadas em público a não ser que o órgão em questão, decida em contrário. Capítulo XI. MINUTO DE SILÊNCIO PARA ORAÇÃO OU MEDITAÇÃO Convite para a oração silenciosa ou meditação Artigo 62º Imediatamente após a abertura da primeira reunião plenária e 22

24 imediatamente anterior ao encerramento da reunião plenária final de cada sessão da Assembléia Geral, o Presidente convidará os representantes para fazer um minuto de silêncio dedicado à oração ou meditação. XII. REUNIÕES PLENÁRIAS Quorum Artigo 67 º [108] O presidente pode declarar uma reunião aberta e permitir o debate proceder quando pelo menos um terço dos membros da Assembléia Geral estão presentes. A presença de uma maioria dos membros será exigida para qualquer decisão a ser tomada. Discursos Artigo 68 º [109] Nenhum representante poderá discursar na Assembléia Geral sem ter anteriormente obtido a permissão do Presidente. O Presidente concederá a palavra na ordem em que eles registram o desejo de falar. O Presidente poderá chamar a atenção de um orador se as observações não são relevantes para o tema em discussão. Declarações do Secretariado Artigo 70 º [112] O Secretário-Geral ou um membro do Secretariado designado por ele como seu representante, pode em qualquer momento fazer, oralmente ou por escrito, declarações à Assembléia Geral sobre qualquer questão em consideração por ela. Pontos de Discussão Artigo 71º [113] Durante a discussão de qualquer matéria, um representante pode levantar um ponto de discussão, e a validade de tal ponto deve ser imediatamente decidida pelo Presidente, em conformidade com as regras de procedimento. Um representante pode apelar contra a decisão do Presidente. O recurso deve ser 23

25 imediatamente posto à votação, e a decisão do presidente deve permanecer a menos que seja rejeitada pela maioria dos membros presentes e votantes. O representante ao llevantar o ponto de dsicussão não poderá falar sobre o mérito da a matéria em discussão. Tempo limite de discursos Artigo 72 º [114] A Assembléia Geral pode limitar o tempo a ser permitido a cada falante e o número de vezes que cada representante pode falar sobre qualquer pergunta. Antes que qualquer decisão seja tomada, dois representantes podem falar em favor e dois contra, uma proposta para estabelecer tais limites. Quando o debate é limitado e por um representante exceda o seu tempo, o Presidente deve chamá-lo à ordem, sem atraso. Encerramento da lista de oradores, direito de resposta Artigo 73 º [115] Durante o curso do debate, o Presidente poderá anunciar a lista de alto-falantes e, com o consentimento da Assembléia Geral, declarar a lista fechado. Ele pode, no entanto, conceder direito de resposta a qualquer membro se um discurso proferido depois de a lista ter sido declarada fechada tornar isso desejável. VOTAÇÃO Os direitos de voto Artigo 82 [124] Cada Estado-membro da Assembleia Geral terá um voto. Maioria de dois terços Artigo 83 º As decisões da Assembléia Geral sobre questões importantes, devem ser tomadas por uma maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Essas questões compreenderão: as recomendações relativas para a manutenção da paz e segurança internacionais, a eleição de os membros não-permanentes do Conselho de Segurança, a eleição de os membros do Conselho Económico e Social, a eleição de membros do Conselho de Tutela, em conformidade com o n. 1 c do artigo 86 da Carta, a 24

26 admissão de novos membros para o Nações Unidas, a suspensão dos direitos e privilégios de adesão, a expulsão de membros, questões relativas à funcionamento do sistema de tutela e questões orçamentais. Artigo 84 º As decisões da Assembleia Geral sobre alterações às propostas relativas a questões importantes, e em partes de tais propostas submetidas a votação em separado, serão tomadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Maioria simples Artigo 85 º [125] As decisões da Assembléia Geral sobre questões que não estejam previstas no artigo 83 º, incluindo a determinação de outras categorias de questões a serem decididas por uma maioria de dois terços, serão ser tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. Artigo 86 º [126] Para efeitos do presente regulamento, a expressão "membros presentes e voto ", significa membros com voto afirmativo ou negativo. Os membros que se abstêm de votar são considerados como não votando. Método de votação Artigo 87º [127] (A) A Assembleia Geral deverá normalmente votar por braço no ar ou de pé, mas qualquer representante poderá pedir uma lista de chamada. A lista de chamada devem ser tomados na ordem alfabética dos Países. O nome de cada país deve ser chamado na lista de chamada, e um dos seus representantes deverá responder "sim", "não" ou "abstenção". O resultado da votação deve ser inserido no registro na ordem alfabética dos países. Conduta durante a votação Artigo 88º [128] Após o Presidente anunciar o início da votação, nenhum representante deverá interromper a votação, exceto em um ponto de ordem em conexão com a real conduta do voto. O presidente pode permitir que os membros expliquem os seus votos, antes ou depois da votação, exceto quando a votação é feita de modo secreto. O Presidente pode limitar o tempo de permissão para tais explicações. O Presidente não deverá permitir que o 25

27 proponente de uma proposta ou emenda explique seu voto em sua própria proposta ou emenda. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA HERZ, MONICA; HOFFMAN, ANDREA. Organizações Internacionais: História e Práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, SEITENFUS, Ricardo. Manual das organizações internacionais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, DEMANT, PETER. O mundo muçulmano. São Paulo: Editora Contexto, Organização das Nações Unidas, Basic Facts about the United Nations, Tratado sobre a não-proliferação de armas nucleares de Disponível em

28 ALTO COMISSÁRIO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA REFUGIADOS (ACNUR) Luiza Peres Patrícia Martins ASSUNTO: O TRÁFICO HUMANO 1) Histórico do ACNUR: O Comitê Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados é um órgão subsidiário da Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi criado em 14 de dezembro de 1958 pelo Conselho Econômico e Social (ECOSOC) por meio de uma solicitação da Assembleia Geral das Nações Unidas. Seu funcionamento se deu a partir de 1º de janeiro de Apesar de estabelecido pelo ECOSOC, seus documentos são publicados nas séries da Assembleia Geral e seu relatório anual de atividades é enviado diretamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde é considerado pelo Terceiro Comitê (responsável pelos assuntos sociais, humanitários e culturais). Muitas vezes, os apelos de angariação de fundos são coordenados com outras agências das Nações Unidas através dos Apelos das Nações Unidas Consolidados Inter-Agências ("CAP" ou Consolidated Appeal), publicados pelo Organismo Coordenador das Nações Unidas para as Questões Humanitárias (OCHA). Suas principais funções são Assessorar o Alto Comissariado no exercício de suas funções de acordo com o Estatuto da agência e revisar anualmente o uso dos fundos à disposição do Alto Comissariado e dos programas propostos ou que já estão em execução. Aproximadamente 95% do orçamento do ACNUR é financiado por 15 governos. Outros doadores são constituídos por organizações intergovernamentais e não-governamentais, organizações das Nações Unidas, empresas e particulares a título individual. Como os governos estão cada vez mais pressionados para reduzir as suas despesas, o ACNUR tem uma necessidade urgente de alargar a sua base de doadores 27

29 para continuar a dar apoio a cerca de 22 milhões de refugiados e pessoas deslocadas internamente em todo o Mundo. O Comitê Executivo reúne-se uma vez por ano, durante uma semana, em Genebra (Suíça). Palais des Nations, Geneva. Seus atuais membros são: África do Sul, Alemanha, Argélia, Argentina, Austrália, Áustria, Bangladesh, Bélgica, Benim*, Brasil, Canadá, Chile, China, Chipre, Colômbia, Costa do Marfim, Costa Rica, Dinamarca, Egito, Equador, Espanha, Estados Unidos da América, Estônia, Etiópia, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Grécia, Guiné, Hungria, Iêmen, Índia, Irã (República Islâmica), Irlanda, Israel, Itália, Japão, Jibuti* 1, Jordânia, Lesoto, Líbano, Luxemburgo, Macedônia, Madagáscar, Marrocos, México, Moldávia*, Montenegro, Moçambique, Namíbia, Nicarágua, Nigéria, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Paquistão, Polônia, Portugal, Quênia, Reino Unido, República de Coréia, República Democrática do Congo, República Unida de Tanzânia, Romênia, Federação Russa, Santa Sé, Sérvia, Somália, Sudão, Suécia, Suíça, Tailândia, Tunísia, Turquia, Uganda, Venezuela (República Bolivariana) e Zâmbia. O objetivo principal do ACNUR é dar proteção e assistência às vítimas de perseguição, da violência e da intolerância. 50 milhões de pessoas já receberam ajuda. O ACNUR ganhou duas vezes o Prêmio Nobel da Paz, um em 1954 e o outro em Hoje, é considerada uma das principais agências humanitárias do mundo. Como organização humanitária, apolítica e social, o ACNUR tem dois objetivos básicos: proteger homens, mulheres e crianças refugiadas e buscar soluções duradouras para que possam reconstruir suas vidas em um ambiente normal. 1 (*) Elegidos pelo Conselho Econômico e Social em 18 de maio de

30 O Estatuto do ACNUR enfatiza o caráter humanitário e estritamente apolítico do seu trabalho, e define como competência da agência assistir a qualquer pessoa que se encontra fora de seu país de origem e não pode (ou não quer) regressar ao mesmo "por causa de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política. Posteriormente, definições mais amplas do termo refugiado passaram a considerar quem teve que deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos. Atualmente, estima-se que mais de 30 milhões de pessoas estão sob o mandato do ACNUR, entre solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados. Estas populações estão distribuídas em todos os continentes: Número estimado de solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas, deslocados internos, repatriados e outras pessoas de interesse em 1º Jan 2007 Ásia África Europa América Latina e Caribe América do Norte Oceania TOTAL O ACNUR tem cerca de 6 mil funcionários, sendo que 83% deles trabalham em campo, na assistência direta aos refugiados. A agência da ONU para refugiados atua em mais de 100 países, inclusive em regiões de conflito (como Sudão, Chade, Iraque e Colômbia), zonas afetadas por catástrofes naturais e em operações de repatriação de refugiados, como em Angola e no Afeganistão. O orçamento atual da agência é de US$ 1,13 bilhão por ano. Diferentemente das demais agências da ONU, o ACNUR se mantém por meio de contribuições voluntárias de países doadores. Sendo assim, a agência precisa desenvolver grandes campanhas de captação de recursos. Os fundos indispensáveis para 29

31 a sobrevivência de milhões de pessoas são buscados junto à comunidade internacional, ao setor privado e a doadores particulares em todo o mundo. No Brasil, o ACNUR atua em cooperação com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério da Justiça. Além da proteção física e legal, os refugiados no país têm direito à documentação e aos benefícios das políticas públicas de educação, saúde e habitação, entre outras. Para garantir a assistência humanitária e a integração dessa população, o ACNUR também trabalha com diversas ONGs no país. Entre os programas implementados estão o de integração local, que busca facilitar a inserção do refugiado na comunidade, e o de realocação destes em casos de ameaças ou problemas de adaptação no primeiro país de refúgio seja verificado. 2) Histórico da Questão: O tráfico de pessoas é uma prática que teve sua origem no século XIX com o chamado tráfico de escravas brancas (White Slave Trade). Nos Estados Unidos e na Europa o fenômeno causou pânico moral (o qual evocava imagens terríveis de mulheres captadas e obrigadas a se prostituir) já que supostamente se tratavam de mulheres europeias que tinham sido levadas ao exterior (Estados Unidos e demais colônias europeias) para a prostituição. Uma das características do tráfico é o fator da exploração presente na escravidão. Ao longo do tempo, a diferença entre a escravidão da prostituta e o tráfico da escrava branca foi se atenuando até quase coincidir. O grande êxito do combate do tráfico de escravas brancas até a primeira Guerra Mundial está relacionado às ansiedades e temores da época, levando a provisões legais que regularizam certos aspectos do trabalho de sexo e tentam combater o fenômeno do tráfico, ainda relacionado à prostituição. Os primeiros encontros relativos ao combate ao tráfico de mulheres ocorreram em meados da década de 1890, na Europa, onde foi iniciada uma base legalista ao tráfico humano. No começo do século XX, o Direito define que a exploração sexual forçada é interpretada como uma atividade criminosa que fere a dignidade humana da vítima. Devido à grande preocupação com a situação, foi criado em 1904 o primeiro instrumento legal para combater o tráfico internacional de mulheres, o Acordo Internacional para a Supressão do Tráfico de Escravas Brancas. Ele objetivava combater o 30

32 tráfico de meninas e mulheres para funções imorais no exterior, contava com a cooperação entre os países para trocar informações e vigiar fronteiras. Em 1910, a Convenção de Paris busca uma política comum para punir os traficantes que se utilizam da força ou fraude para tais atos. Em 1921, com a Convenção Internacional para a Supressão do Tráfico de Mulheres e Meninas, decide-se decidem ampliar a convenção anterior através da inclusão de crianças, e através da eliminação da conotação racial. Com o apoio da ONU, em 1949 surge a Convenção para Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição de Outrem. Após esse documento, a questão é retomada em 1990 e, em 2000, a Convenção contra o Crime Organizado Transnacional é assinada em Palermo, na Itália. Essa convenção representa o primeiro instrumento internacional de combate ao crime organizado transnacional e união dos países para a troca de informações referentes a esse combate. Ao criar-se a convenção surgiu o problema da definição de tráfico humano. Dois grupos defendiam posturas contrárias. O grupo Human Rights Caucus reivindicava uma definição ampla do tráfico. Como características para a definição do tráfico são consideradas: a inclusão de outras formas de exploração além da sexual, a coerção, a servidão por dívida e uma distinção entre tráfico de adultos e de crianças. O segundo grupo via o tráfico como uma forma de violência sexual e escravidão, insistindo para que todo tipo de prostituição fosse proibido. O Vaticano, a Bélgica, a Suécia, a França, a Noruega, a Finlândia, o Marrocos, a Argélia, o Egito, junto com as Filipinas, o Paquistão, a Índia, a China, os Emirados Árabes, a Síria, o México, a Venezuela, a Colômbia, o Brasil e a Argentina lutaram para implementar a posição do segundo grupo, já os Países Baixos, a Holanda, a Alemanha, a Dinamarca, a Irlanda, a Suíça, a Espanha, a Grã-Bretanha, junto com alguns países da antiga União Soviética, a Austrália, a Nova Zelândia, a Tailândia, o Japão e o Canadá defendiam a posição dos primeiros. Ao ser concluído, o uso da coação e do consentimento foram incluídos no documento, sendo que o uso do primeiro invalida o segundo. A definição de tráfico de pessoas é assim definida no Protocolo do Tráfico de 2000: *O tráfico de pessoas] significa o recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa ter controle sobre outra, para fins de exploração. Outras políticas referem-se à punição dos traficantes, à proteção da identidade e integridade das vítimas, à cooperação entre os países para redução do tráfico de pessoas e aos cuidados que as 31

33 nações devem ter em reduzir os fatores que influenciam o tráfico, tais como a pobreza, o subdesenvolvimento e a falta de oportunidades igualitárias. 3)Propostas: O aumento dos incidentes de tráfico humano na última década foi acompanhada por um aumento na atividade da comunidade internacional para introduzir medidas antitráfico. O ACNUR tem a responsabilidade de assegurar que os refugiados, pessoas deslocadas internamente (PDI), apátridas e outras pessoas de preocupação não se tornem vítimas do tráfico humano. Como parte da resposta da ONU inter-agências para combater o tráfico, o ACNUR tem uma responsabilidade de assegurar que as vítimas de tráfico, sem necessidades de proteção internacional sejam encaminhados para os intervenientes que podem fornecer-lhes apoio e assistência. Há o reconhecimento por parte da ONU que a ampla cooperação entre os Estados-Membros e organizações intergovernamentais e não-governamentais é essencial para combater eficazmente a ameaça do tráfico de pessoas. Em casos adequados e na medida do possível, no seu direito interno, cada Estado: Assegurará que o seu sistema jurídico ou administrativo contenha informação sobre o tribunal competente e processos administrativos, assim como assistência para permitir que as suas opiniões e preocupações sejam apresentadas e consideradas na fases adequadas do processo penal contra os infratores; Deverá considerar a implementação de medidas destinadas a proporcionar o desenvolvimento físico, recuperação psicológica e social das vítimas de tráfico de pessoas em cooperação com organizações não-governamentais, outras organizações e outros elementos da sociedade civil; Deverá fornecer alojamento adequado, aconselhamento, informação, assistência médica, psicológica e material, oportunidades de emprego, educação e formação; Envidará esforços para garantir a segurança física das vítimas de tráfico, enquanto eles estão no seu território; Estabelecerá políticas abrangentes, programas e outras medidas para prevenir e combater o tráfico de pessoas, assim como para proteger especialmente mulheres e crianças, a partir de revitimização; Tomará medidas tais como pesquisas, informações e campanhas de mídia, assim como iniciativas sociais e econômicas para prevenir e combater o tráfico de pessoas; 32

34 Adotará ou reforçará medidas, inclusive através de cooperação bilateral ou multilateral, para reduzir os fatores que tornam as pessoas, especialmente mulheres e crianças, vulneráveis ao tráfico, tais como a pobreza, o subdesenvolvimento e a falta de igualdade de oportunidades; Controle de fronteiras dos Estados-partes sem prejuízo dos compromissos internacionais; Garantirá que os documentos de viagem ou de identidade emitidos por ele são de tal qualidade que não podem ser facilmente mal utilizadas e não podem ser facilmente falsificados ou ilegalmente alterados; Tomará todas as medidas eficazes para impedir que navios e aeronaves autorizados a arvorar suas bandeiras transportem escravos e se assim procederem que sejam punidos;. Trocará informações com outros Estados a fim de assegurar a coordenação prática das medidas tomadas por eles na luta contra o tráfico de escravos e comunicar-se-ão entre si; Tomará ou encorajará, através dos seus serviços educacionais públicos e privados, sociais, econômicos e outros serviços relacionados, medidas de prevenção da prostituição, assim como, reabilitação e adaptação social das vítimas da prostituição e das infrações previstas na presente Convenção; Compromete-se, em matéria de imigração e emigração, a adotar ou manter medidas que sejam necessárias, em termos das suas obrigações decorrentes da presente Convenção, para verificar o trânsito de pessoas de ambos sexo para fins de prostituição; Aprovará regulamentos que sejam necessários para a proteção dos imigrantes ou emigrantes; Tomará medidas adequadas para assegurar a supervisão de estações ferroviárias, aeroportos, portos marítimos e de outros lugares públicos; Tomará medidas apropriadas para que as autoridades competentes sejam informadas da chegada de pessoas que parecem, à primeira vista, ser os cúmplices ou vítimas de tráfico. Tomará medidas necessárias para a supervisão das agências de emprego, a fim de evitar os perigos da prostituição, assim como prevenir migrantes clandestinos em situação irregular. Estados, assim como, organizações internacionais devem: Efetuar as diligências necessárias para identificar e erradicar o envolvimento do setor público ou de cumplicidade no tráfico; Fornecer proteção e assistência as pessoas traficadas. Estas não devem ser detidas, acusadas ou processadas pela ilegalidade da sua entrada ou permanência nos países de trânsito e de destino, 33

35 ou por seu envolvimento em atividades ilícitas na medida em que essa participação é uma conseqüência direta da sua situação de pessoa traficada; Devem assegurar proteção e autorizações de residência temporária às vítimas e testemunhas de processos judiciais; As crianças que são vítimas de tráfico devem ser identificadas como tal. Seus interesses devem ser considerados primordiais em todos os momentos; Deve garantir a segurança da pessoa traficada tanto pelo Estado receptor quanto pelo Estado de origem;. Esclarecer às pessoas traficadas que lhes são oferecidas alternativas legais a sua repatriação; Investigar, processar e julgar o tráfico, incluindo à sua componente atos e condutas relacionadas, quer sejam cometidos por organizações governamentais ou por atores não-estatais. Deve assegurar que o tráfico assim como seus delitos conexos constituem infrações passíveis de extradição nos termos da legislação nacional e em tratados de extradição e de sanções eficazes proporcionais que devem ser aplicadas a pessoas singulares e coletivas considerado culpado de tráfico ou de seu componente ou delitos conexos; Deve assegurar que as pessoas traficadas tenham acesso a programas eficazes e adequadas soluções legais. Tomar medidas que não tenham um impacto negativo sobre os direitos e a dignidade das pessoas, incluindo aqueles que foram traficados; Participar de consultoria com os órgãos judiciais e legislativos, instituições nacionais de direitos humanos e setores relevantes da sociedade civil na elaboração, aprovação, implementação e revisão da legislação de políticas e programas anti-tráfico; Tomar cuidado especial para assegurar que a questão da discriminação de gênero seja abordado de forma sistemática; Proporcionar uma formação adequada às autoridades competentes do Estado e funcionários da identificação de pessoas traficadas e correta aplicação das orientações e procedimentos; Estabelecer mecanismos para monitorar o impacto dos direitos humanos das leis antitráfico, políticas, programas e intervenções; 34

36 Apresentar informações detalhadas sobre as medidas que tomaram para prevenir e combater o tráfico nos seus relatórios periódicos para as Nações Unidas sobre direitos humanos; Garantir que os acordos de cooperação bilaterais, regionais e internacionais e outras leis e políticas relativas ao tráfico de pessoas não afetem os direitos, obrigações e responsabilidades dos Estados decorrentes do direito internacional; Combater ao tráfico baseando-se em pesquisa, análise, avaliação e divulgação, pois a eficácia e estratégias realistas de combate ao tráfico devem basear-se precisamente em informações atuais, em experiências e em análises. Portanto é importante salientar o importante papel que a mídia exerce ao desempenhar o aumento da compreensão do público sobre o fenômeno do tráfico; Devem considerar a padronização da coleta de informações estatísticas sobre o tráfico e movimentos afins; Acompanhar e avaliar a relação entre a intenção de combate ao tráfico e seu impacto real. Reconhecendo a importante contribuição que os sobreviventes do tráfico pode, em estrita base voluntária, trazer para o desenvolvimento e implementação de intervenções de combate ao tráfico; Garantir uma resposta adequada contra o tráfico aplicando leis mais eficazes, devendo levar em conta a causa raíz para desincentivar a ação de traficantes.; Analisar os fatores que geram a demanda por exploração sexual comercial e laboral; Oferecer opções de subsistência como educação básica, formação e outras competências; Garantir que os migrantes potenciais, especialmente mulheres, sejam devidamente informados sobre os riscos da migração (por exemplo, a exploração, a servidão por dívidas, saúde e questões de segurança, incluindo a exposição ao HIV / AIDS), bem como vias disponíveis para a migração legal onde não existe exploração; Revisar e modificar políticas que possam obrigar as pessoas a não recorrer a migração irregular de trabalhadores vulneráveis. Este processo deve incluir o exame do efeito sobre as mulheres de repressão e/ou nacionalidade discriminatória, a propriedade, a imigração, a migração e as leis trabalhistas dos migrantes; Reforçar a capacidade das agências de aplicação da lei para prender e julgar os envolvidos no tráfico, como medida preventiva. Isto inclui assegurar que as agências policiais cumpram as suas obrigações legais; 35

37 Garantir que as pessoas traficadas tenham acesso a documentação legal; Garantir que as vítimas de tráfico tenham direito justo e adequado de acesso a soluções e à sua completa reabilitação, podendo ser estas soluções penal, civil ou de natureza administrativa; Garantir que os programas de pré e pós-implantação de treinamento da manutenção da paz para todos sejam aplicados; Devem tratar adequadamente a questão do tráfico e definir claramente os padrões esperados de comportamento. Esta formação deve ser desenvolvida dentro de um quadro de direitos humanos e entregues por formadores devidamente experientes; Garantir que procedimentos de recrutamento, colocação e transferência sejam rigorosos e transparentes; Regulamentar códigos específicos e padronizados de conduta. Membros e, quando aplicável organizações governamentais e não-governamentais, devem: Adotar acordos bilaterais destinados a prevenir o tráfico; Elaborar acordos regionais e sub-regional sobre o tráfico; Estabelecer mecanismos para facilitar o intercâmbio de informações sobre traficantes e os seus métodos de operação; Trocar informações e experiências relativas à execução da assistência, regresso e integração de programas com vista a maximizar o impacto e eficácia; Estimular e facilitar a cooperação entre as ONGs e outras organizações da sociedade nos países de origem, trânsito e destino; Incentivar os Estados a buscar soluções apropriadas para as pessoas que não tenham de fato uma viagem agendada ou outros documentos de identidade, incluindo os migrantes e aqueles que tenham sido contrabandeados ou traficados, e, quando necessário e apropriado, para que os Estados cooperem para a verificação de seu status e nacionalidade, respeitando plenamente os direitos humanos internacionais, direitos destes indivíduos, bem como as leis nacionais aplicáveis; Verificar a nacionalidade das pessoas assim como emitir documentos de identidade que tenha sido contrabandeados tendo em vista facilitar o retorno dessas pessoas ao seu país de origem e, incentivar os outros Estados a prestarem assistência semelhante. 36

38 Garantir a aplicação plena das respectivas políticas, códigos de conduta, orientações sobre violência sexual baseada no gênero em repatriar refugiados e internamente situações de deslocados, bem como as orientações do ACNUR sobre o gênero perseguição; Garantir níveis adequados de acompanhamento e supervisão de programas de prevenção e proteção contra abuso e exploração sexual, inclusive através da presença física de pessoal de apoio para a execução de programas de ação concretos; Desenvolver mecanismos para assegurar a responsabilidade, inclusive em níveis superiores, na execução de todas as atividades de proteção e assistência para impedir violência sexual de gênero; Promover o equilíbrio entre os sexos em termos de pessoal em todos os níveis, tanto na sede como nas filiais, bem como de peritos e de competência especializada, mesmo tendo em conta princípios de mérito para seleção; De acordo com a necessidade dos refugiados internacionais insta-se a todos os Estados aplicar os direitos humanos e direito humanitário para: Proteger os refugiados e requerentes de asilo; Colaborar na eliminação de todas as formas de discriminação, exploração sexual e violência contra mulheres refugiadas e requerentes de asilo, e promover sua participação ativa em relação às decisões que afetam suas vidas e comunidades; Respeitar e garantir o direito de todos os indivíduos no seu território e sujeitar à sua jurisdição, à segurança da pessoa, através da aplicação nacional relevante de leis, de acordo com o direito internacional e pela adoção de medidas concretas, onde não existem, para prevenir e combater o abuso e exploração sexual; Deve desenvolver adequado seguimento em resposta a acusações de violência e exploração sexual; Gerar acesso fácil a mecanismos de reclamação e de recursos, não comprometendo a segurança dos sobreviventes ou de informantes, assim como proporcionar às vítimas e testemunhas um serviço de apoio com pessoal devidamente treinado, incluindo, em particular os conselheiros do sexo feminino; Assegurar que todas as agências humanitárias financiadas por eles trabalhem de forma a integrar os refugiados assim como promover políticas coerentes com os princípios fundamentais 37

39 do plano de ação do Inter-Agency Task Force Comitê Permanente sobre a Exploração Sexual e Abuso; Mobilizar recursos necessários para garantir o fornecimento de proteção e assistência material de apoio aos países de acolhimento, baseado nas normas internacionais de solidariedade e cooperação; Estabelecer o delito de tráfico de pessoas como crime antecedente à lavagem de dinheiro e infrações; Convida os Estados membros a adotar medidas, em conformidade com sua legislação interna e capacidade, nomeadamente para: Combater a exploração sexual, com vista a aboli-la, por julgar e punir aqueles que se dedicam a essa atividade; Aumentar a conscientização, especialmente através da formação, entre oficiais de justiça criminal e outros, conforme o caso, as necessidades das vítimas do tráfico e do papel crucial das vítimas na detecção e repressão a este crime; Tratar as vítimas e testemunhas, com toda sensibilidade penal através de processo judicial, em conformidade com os artigos 24 e 25 da United Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e artigo 6 º, n º 2, do Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças; Promover as medidas legislativas e outras necessárias para estabelecer uma ampla gama de assistência, incluindo assistência jurídica, psicológica, médica e social; Fornecer um tratamento humano para todas as vítimas de tráfico, tendo em conta a sua idade, gênero e necessidades especiais; Auxiliar na reintegração das vítimas de tráfico na sociedade; Assegurar que as medidas tomadas contra o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças, sejam consistentes com os princípios internacionalmente reconhecidos de não-discriminação; Criar mecanismos de coordenação e colaboração entre organizações governamentais e nãogovernamentais; 38

40 Encorajar os Estados-Membros para examinar o papel da exploração da prostituição de outros no sentido de incentivar o tráfico de pessoas; Incentivar ainda a tomarem medidas, incluindo a sensibilização do público, para evitar, especialmente entre os homens, a procura que favoreça a exploração sexual, em conformidade com o artigo 9 º, parágrafo 5, do Protocolo; Contribuir voluntariamente para reforçar seu apoio no Programa Global contra o Tráfico de Seres Humanos, e nomeadamente no domínio das atividades de assistência técnica. 4) Posição dos Blocos: União Europeia O tráfico de pessoas tem uma grande importância na União Europeia, já que, inicialmente, era, principalmente, de cidadãs europeias. Também foram os países europeus os primeiros a tentar encontrar soluções para o problema através de encontros e criações de instrumentos legais para coibir o tráfico e punir os traficantes. Os Estados europeus promovem uma política de comprometimento com os direitos humanos, considerando o tráfico de pessoas um crime e uma violação da dignidade humana. Os Estados membros da União Europeia tomam medidas efetivas contra o tráfico e incluem nisso a proteção às vítimas, mesmo nos casos em que essas não têm uma residência legal na Europa. Pelo menos uma vez por ano os membros da UE se reúnem e debatem políticas ao combate ao tráfico, como assistência, proteção e inclusão social. A convenção do conselho europeu contra o tráfico de seres humanos de 2005 estabelece que os membros devam tomar medidas para fortalecer a cooperação, promover programas que previnam o problema, identifiquem as vítimas, promovam a igualdade de gênero, incluam uma cláusula de nãodiscriminação e punam os criminosos. Estados Unidos da América e Canadá Apesar de apoiar fortemente vários tipos de direitos humanos, os Estados Unidos têm fortes restrições à assinatura de convenções que permitam o estabelecimento de imigrantes ilegais em seu território, ainda que esses sejam vítimas do tráfico humano. Um dos últimos acordos ratificados foi o Protocolo para Prevenção, Supressão e Punição do Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, em Palermo, Itália, no ano de O Canadá é um forte destino e país de trânsito para mulheres em situação de exploração. O governo do Canadá se preocupa muito com esse tema e tem uma legislação antitráfico, além de destinar 39

41 recursos para prevenir e combater o tráfico de pessoas. O Canadá também busca promover políticas de prevenção em outros países. Em 2005, os EUA e Canadá se comprometeram a fazer uma avaliação conjunta sobre o tráfico, o que reforçará a cooperação transfronteiriça nessa matéria. Brasil O Brasil, antes um destino para mulheres e crianças, hoje se tornou um fornecedor. Sanchez (apud LEAL, 2002) localizou, no Brasil, 241 rotas de tráfico, sendo 131 internacionais e 78 interestaduais. Apesar de existirem vários artigos na legislação interna para o tráfico e exploração de mulheres e crianças, o tráfico de homens ou de transexuais adultos e o tráfico interno de pessoas não são considerados crimes. As principais dificuldades para repressão e prevenção no Brasil, segundo Sanchez (2004) são que esse crime não é considerado prioridade para a Polícia Federal, além disso, a legislação brasileira nem sempre é compatível com as leis de outros países, o que torna indispensável a cooperação Internacional. A discriminação da mulher em situação de tráfico pelas autoridades públicas no Brasil e a falta de preparo dos consulados e embaixadas no exterior também são fatores que dificultam o combate ao tráfico de pessoas no Brasil. Em 2003, o presidente Luís Inácio Lula da Silva pediu prioridade para o enfrentamento da exploração sexual infanto-juvenil, o que tornou as ações mais efetivas e, desde então, a UNDOC (Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime) tem colaborado com o país. Apesar de ainda não cumprir os requisitos mínimos, os esforços vêm sendo significativos. América Latina A maioria dos países da América Latina é fonte e/ou destino do tráfico de pessoas e, infelizmente, muitos países, não cumprem sequer os requisitos mínimos para o combate à circulação ilegal de pessoas. Os países da América Latina assinaram, em 1969, o pacto de San José, o qual trata especificamente do tráfico e escravidão de mulheres e reitera a proibição ao último, assim como a Convenção Interamericana do Tráfico Internacional para os Menores, em Essa convenção define o tráfico de crianças como sendo a abdução, remoção ou retenção de uma criança (pessoas com menos de 18 anos) para propostas ou meios ilícitos. Os pactos e convenções americanas reforçam a ideia de cooperação entre os países americanos e também entre os demais na disseminação de dados do tráfico e informações sobre os menores. 40

42 África Os países africanos têm índices muito preocupantes sobre o tráfico de pessoas, especialmente de crianças. Na maioria dos países elas são raptadas para fins de exploração sexual e trabalho forçado, mas há também casos de crianças-soldado. O Plano de Ação Ouagadougou para Combater o Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, de 2006, foi adotado na União Europeia e nos Estados Africanos. Estabelece que o tráfico de pessoas dentro e fora dos Estados é um flagelo que os Estados devem combater. A pobreza, vulnerabilidade, má distribuição de redá, desemprego, conflitos armados, a corrupção, falta de educação e o turismo sexual são as causas do tráfico e políticas devem ser feitas para eliminar esses fatores. As medidas para prevenção e combate devem ser baseadas nos direitos humanos das vítimas, para isso, os Estados devem, entre outras coisas: garantir educação, emprego e oportunidades para os jovens, promover os direitos das crianças, tomar medidas para a expedição de documentos e mobilizar o apoio de famílias, ONGs e da sociedade civil para o combate ao tráfico de pessoas. Na maioria das nações africanas, as medidas para o combate e prevenção ao tráfico são ineficientes, além não há investimento governamental. Quênia, Angola, África do Sul, Nigéria e alguns outros países tiveram um pequeno avanço nas áreas de punição dos culpados e proteção às vítimas. É importante relembrar, porém que muitos não consideram sequer o tráfico de pessoas como um crime. Oriente Médio Muitos dos governos do Oriente Médio estão abaixo do esperado nas medidas de combate ao tráfico e proteção às vítimas. Ainda assim, os esforços, principalmente de prevenção ao tráfico de pessoas, vêm crescendo. 41

43 Os países árabes assinaram, em 2006, uma Declaração em Direitos Humanos, na qual reconhecem que o volume crescente de mulheres entre os migrantes requer a integração de gêneros nas polícias e procedimentos para a migração internacional. Recomendam os esforços para atualização e criação de leis e adoção de convenções internacionais para que os procedimentos se tornem efetivos e medidas para combater o tráfico de pessoas e proteger as vítimas, principalmente mulheres e crianças. Pedem também a cooperação entre os Estados e organizações na difusão de informações e nas medidas legais contra as redes de tráfico. Outra estratégia é procuram integrar a dimensão de gênero entre os países de origem e destino para proteger as vítimas contra todas as formas de violência, comércio, discriminação e exploração. Ásia Em toda a Ásia, o tráfico de seres humanos atinge acima de tudo as mulheres e meninas que são forçadas a casar ou a prostituir-se. Observam-se tanto tráficos internos, como tráficos transnacionais. Em países como o Nepal e a Austrália, há total contribuição para a prevenção, proteção das vitimas e combate ao tráfico por parte dos governos. Já na Indonésia e Japão, o governo não cumpre os requisitos mínimos para o fim do tráfico, porém os esforços são significativos. Filipinas e China focam mais na punição que combate e auxílio às vítimas. Na Malásia e Coréia do Norte há pouquíssima contribuição do governo e o governo norte-coreano não considera o tráfico de pessoas um problema. A Declaração da ASEAN Contra o Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças de 2004, assinada por Brunei, Camboja, Indonésia, Malásia, Mianmar, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietnã busca estabelecer um enfoque regional para prevenir e combater o tráfico de pessoas, adotar medidas para proteger os documentos de viagem, intensificar cooperação entre as leis internas e internacionais, identificar as vítimas do tráfico, seus países e nacionalidades, proteger a dignidade e os direitos humanos e adotar medidas coercitivas para os criminosos A Conferência Ministerial de Bali sobre Imigrantes Ilegais, Tráfico de Pessoas e Crimes Transnacionais Relacionados de 2002, com a participação da Austrália, Afeganistão, Bangladesh, Butão, Brunei, Camboja, China, Coréia do Sul, Fiji, Índia, Japão, Filipinas, Coréia do Norte, membros do ACNUR e da EU, entre outros. Nessa conferência foi afirmado que as razões para o tráfico são multidimensionais e incluem disparidades econômicas, oportunidades de trabalho e conflitos. Com o desenvolvimento de informações, melhoria da cooperação nas fronteiras e sistema de vistos, disseminação de informações para a população e o fortalecimento da legislação, os ministros consideram que o tráfico de pessoas pode ser fortemente combatido. 42

44 Protocolo de Palermo Todos os países participantes da Assembleia Geral das Nações Unidas assinaram, em 2000, o Protocolo de Palermo, ainda que com várias cláusulas de exceção. CAPÍTULO II. AGENDA: Regras e Procedimentos do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados: Artigo 4º: A agenda provisória de cada sessão será elaborada pelo Alto Comissáriado e deverá ser comunicada aos governos membros do Comitê, aos governos de outros Estados-Membros das Nações Unidas, agências especializadas, organizações intergovernamentais apropriadas e organizações nãogovernamentais com status consultivo e aos referidos na regra 38, com a convocatória da reunião. Artigo 5º: A agenda provisória deverá incluir: (a) todos os itens propostos pelo Comitê em seções anteriores; (b) todos os itens propostos por qualquer membro da Comissão, desde que tais itens tenham sido propostos no prazo de oito dias após o recebimento da ordem do dia; (c) todos os itens propostos por qualquer órgão subsidiário que possa ter sido nomeado pelo Comitê para servir entre suas sessões; (d) todos os itens propostos pelo Alto Comissariado; CAPÍTULO II. REPRESENTANTES: Artigo 6º: Cada governo membro do Comitê deverá ser representado por um representante credenciado. Artigo 7º: de Cada representante poderá ser acompanhado pelos os representantes suplentes e assessores que desejar. Um suplente, quando na qualidade de representante, terá todos os direitos de um representante. 43

45 CAPÍTULO V. SECRETARIA: Artigo 12º: O Alto Comissário deverá prover o pessoal necessário pela Comissão e designar um funcionário de sua equipe para atuar como secretário nas suas reuniões. Artigo 13º: O Alto Comissário, ou qualquer membro designado de sua equipe, agindo em seu nome pode, a qualquer momento, fazer declarações orais ou escritas relativas a qualquer questão em análise. CAPÍTULO VI. CONDUTA DE NEGÓCIOS: Artigo 14º: Uma maioria dos membros da Comissão constituirá um quorum. Artigo 15º: Além de exercer os poderes que lhe são conferidos alhures por essas regras, o Presidente declarará a abertura e o encerramento de cada reunião do Comitê, deverá encaminhar a discussão, garantir a observância destas regras, reconhecer o direito de falar, fazer perguntas aos votantes e anunciar as decisões. O presidente, sujeitos a estas regras, deverá ter o controle sobre os procedimentos da Comissão e sobre a manutenção da ordem em suas reuniões. Ele deverá se pronunciar sobre questões de ordem e terá nomeadamente a competência para propor o adiamento ou o encerramento do debate ou o adiamento ou a suspensão de uma reunião. O debate deve ser limitado à questão perante a Comissão e o Presidente poderá convocar um representante à ordem se suas observações não forem relevantes para o assunto em discussão. Em todos os assuntos não abrangidos por estas regras, o presidente deverá aplicar as Regras de Procedimento do Comissáriado Funcional da ECOSOC ( Conselho Econômico e Social). Artigo 16º: Durante a discussão de qualquer matéria, um representante pode, a qualquer momento, levantar uma questão e o ponto deve ser imediatamente decidido pelo Presidente, em conformidade com as regras de procedimento. Um representante pode apelar contra a regra do presidente. O recurso deve ser imediatamente posto à votação, e a decisão do presidente deverá prevalecer a menos que seja rejeitada pela maioria dos membros presentes e votantes. Um representante não pode, ao levantar um ponto de vista, falar sobre o mérito da questão em discussão. Artigo 17º: Durante a discussão de qualquer matéria, um representante pode promover o término do debate sobre o item em discussão. Além do proponente da moção, um representante pode falar a favor e um contra a moção, após o qual o movimento deve ser imediatamente posto à votação. Artigo 18º: A Comissão pode limitar o tempo permitido a cada representante e o número de vezes que cada membro pode falar sobre qualquer questão, exceto em questões processuais, quando o presidente deverá limitar cada intervenção a um máximo de cinco minutos. Quando o debate é limitado e um membro utilizou seu tempo permitido, o presidente deve chamá-lo à ordem, sem atraso. Artigo 19º: Durante o curso do debate o presidente deverá anunciar a lista de oradores e, com o consentimento da Comissão, declarar a lista fechada. O presidente pode, no entanto, reconhecer o direito de resposta a qualquer membro se, na sua opinião, um discurso proferido depois de ter declarado a lista fechada torna isso desejável. Quando o debate sobre um item está concluído porque não há outros oradores, o Presidente declarará encerrada a discussão. Esse encerramento deve ter o mesmo efeito que oencerramento com o consentimento do Comitê. 44

46 Artigo 20º: Um representante pode a qualquer momento, propor o encerramento do debate sobre o assunto em discussão, se qualquer outro representante tiver demostrado o seu desejo de falar ou não. A permissão para falar no encerramento do debate será concedida apenas a dois representantes que estiverem em oposição ao encerramento, após isso, o movimento deve ser imediatamente submetido a votação. Artigo 21º: Durante a discussão de qualquer matéria, um representante pode mover a suspensão ou o adiamento da reunião. Nenhuma discussão sobre as propostas deve ser permitidas e elas devem ser imediatamente postas à votação. Artigo 22º: Sujeitas ao artigo 16, as seguintes moções terão precedência na seguinte ordem a todas as outras propostas ou moções antes da reunião: (1) Suspender a reunião; (2) Adiar a reunião; (3) Encerrar o debate sobre o assunto em discussão; (4) O encerramento do debate sobre o assunto em consideração. Artigo 23º: Projetos de resolução e alterações ou moções serão apresentados por escrito e entregues ao Secretário da Comissão, que enviará cópias aos representantes 24 horas antes de serem discutidas e votadas, a menos que o Comité decida em contrário. Artigo 24º: Sujeita ao artigo 22, qualquer moção pedindo uma decisão sobre a competência da Comissão em adotar uma proposta apresentada será submetida à votação imediatamente antes que haja uma votação sobre a proposta em questão. Artigo 25º: Uma moção pode ser retirada por seu por seu orador em qualquer momento antes da votação começar, desde que não tenha sido modificada. Uma moção que tenha sido retirada pode ser reintroduzida por qualquer membro. CAPÍTULO VII. VOTO: Artigo 26º: Com exceção das decisões sobre a eleição dos dirigentes, a nomeação dos membros dos órgãos subsidiários e as questões de procedimento, o presidente irá, no curso normal dos negócios, determinar o sentido da reunião no lugar de uma votação formal. Se o Comitê proceder a uma votação, cada representante terá direito a um voto. As decisões do Comitê serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. As abstenções não são contadas como votos. Artigo 27º: O Comitê deverá votar normalmente levantando a mão, mas qualquer representante poderá pedir votação nominal, a qual será então feita na ordem alfabética dos nomes dos Estados membros da Comissão, começando com o representante do Estado cujo nome é sorteado pelo presidente. 45

47 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALTO COMISSÁRIADO DA ONU PARA REFUGIADOS - ACNUR. Refugee Protection and Human Trafficking Selected Legal Reference Materials. Genebra, Suíça Disponível em: < Acesso em: setembro de ALTO COMISSÁRIADO DA ONU PARA REFUGIADOS - ACNUR. O que é a Convenção de 1951? Disponível em: Acesso em: setembro de ALTO COMISSÁRIADO DA ONU PARA REFUGIADOS ACNUR LISBOA Disponível em: Acesso em: outubro de AUSSERER, C. Controle em nome da proteção: análise crítica dos discursos sobre o tráfico internacional de pessoas. Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: setembro de DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO DO ACNUR; Preparado pela Sede do ACNUR, Genebra, Disponível em: Acesso em: outubro de SANCHEZ, A. Defesa de Direitos Humanos e Políticas Públicas - O Tráfico Internacional de Pessoas no Brasil, São Paulo, Disponível em: Acesso em: setembro de U.S. DEPARTMENT OF STATE. Trafficking in Persons Report. Disponível em: < Acesso em: setembro de UNITED NATIONS TREATY COLLECTION. Disponível em:< Acesso em: setembro de

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49 AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA AIEA ASSUNTO: SALVAGUARDAS AO IRÃ Augusto Luna de Moura Ivan Ferraz Lemke 1. HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO Com o desenvolvimento da energia nuclear, foi possível observar suas potencialidades: a de alternativa energética, a de auxílio medicinal e, outra de suas possibilidades, a de destruição. Esta última era a que aflorava com o findar da Segunda Guerra Mundial e início de uma Guerra Fria, criando um clima de tensão na sociedade mundial da época. O lançamento da bomba atômica por parte dos Estados Unidos da América (EUA) sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, demonstrou o quão arrasador poderia ser a utilização da energia nuclear para fins bélicos. Essa atitude americana sacramentou o fim da Segunda Grande Guerra, que foi sucedida pela bipolaridade formada no mundo, provocada pela contraposição das ideologias comunista e capitalista, a primeira tendo como principal representante a União Soviética (URSS), e a segunda, os Estados Unidos. Sabendo da periculosidade de tal armamento, poucos meses após a utilização das bombas, o presidente norte-americano do momento, Harry Truman, perante o Congresso dos Estados Unidos em 3 de outubro daquele mesmo ano, explicitou a importância do enfoque no lado pacífico de tal tipo de energia. Foi esse o primeiro reconhecimento público da necessidade de endireitar o Figura 1 - Explosão da bomba atômica lançada sobre o Japão. caminho a ser trilhado pelo potencial atômico, para assim evitar que isso volte a ser usado como instrumento de guerra. 48

50 Figura 2 - Foto de Eisenhower, que com seu discurso "Átomos para a Paz", estimulou a criação da AIEA. Adentrando a década de 1950, o temor sobre a utilização da energia nuclear continuava evidente, ainda mais sob um período de Guerra Fria. Foi então que Dwight D. Eisenhower, presidente dos EUA de 1953 a 1961, propôs a criação de uma organização que promovesse o uso pacífico da energia em questão. A proposta, levada à Assembleia Geral das Nações Unidas no ano de sua posse da presidência do seu país, apostava no surgimento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), onde os governos com essa tecnologia deveriam realizar contribuições a partir dos seus estoques de urânio para a agência. A intenção ia além da redução ou eliminação de material capaz de ser usado militarmente: executando esses depósitos, tirar-se-ia a energia atômica das mãos daqueles tentados a usar essa força de maneira violenta e passar-se-ia para domínio de um órgão que tivesse a habilidade de transformá-la de modo a concedê-la um caráter de paz e de desenvolvimento social. Eisenhower pensava que a organização deveria ter a capacidade de reter, armazenar e proteger o banco de depósito desse material. O discurso do presidente na Assembleia, chamado de Átomos para a Paz, foi um grande ímpeto para a política nuclear de então, que vinha buscando a transparência e a cooperação internacional em detrimento da política de segredos (FISCHER, 1997). Depois de apresentada a ideia, a trajetória percorrida para se chegar ao modelo de agência que deveria ser implementado foi complexa, pois havia a necessidade de conciliar os interesses das duas principais potências do pós- Segunda Guerra (a saber, EUA e URSS). As primeiras reações da União Soviética à proposta de Eisenhower foram de rejeição. Com esse posicionamento dos soviéticos, os Estados Unidos cogitaram prosseguir no desenvolvimento da ideia e, então, concluir o planejado, mesmo sem a assinatura do outro Estado. Tal tipo de condução na criação da agência não foi necessário, já que a URSS decidiu participar das negociações em Em 23 de outubro de 1956, concluiu-se o estatuto da Agência Internacional de Energia Atômica, que teria como objetivos acelerar e aumentar a contribuição da energia atômica para a paz, saúde e prosperidade em todo o mundo, e, dentro dos meios de que dispuser, assegurar que o auxílio prestado por ela própria ou a seu pedido ou sob a sua direção ou sob fiscalização sua não seja utilizado de maneira a servir para fins militares. (ESTATUTO DA AIEA, 1956, tradução nossa). O documento passou a vigorar a partir de 29 de julho de 1957, depois que 18 ratificações requeridas para validar o estatuto foram completadas. Figura 3 - A Guerra Fria refletia um mundo divido entre a ideologia norteamerica e a soviética. A conclusão do estatuto também definiu as funções relativas à AIEA. Entre as funções que lhe foram atribuídas, estão a de fomento e facilitação para todos quanto ao desenvolvimento e utilização pacífica da energia atômica, a de fornecimento de materiais, serviços e instalações necessárias para esse desenvolvimento pacífico, a de facilitação do intercâmbio de informações técnicas e científicas na área, a de investigações nesse campo, a de estabelecimento de padrões de segurança para a proteção da saúde 49

51 e minimização do risco à vida (como a definição das condições de trabalho para lidar com esse material), e outras. Considerando o supracitado, a missão da AIEA é guiada pelos interesses e necessidades de seus participantes, pelos seus planos estratégicos e pela visão que sustenta o seu estatuto. Sua política é baseada em três pilares de atuação: segurança, ciência e tecnologia, e salvaguardas e verificações. A Agência exerce suas funções respeitando o direito de soberania dos Estados (ESTATUTO DA AIEA, 1956). Figura 4 - Reunião do Conselho de Governadores, que tem entre suas funções a de aprovar acordos de salvaguarda. O dia 23 de outubro de 1957 foi marcado pela criação da Agência Internacional de Energia Atômica e pela primeira Conferência Geral da referida agência, na cidade de Viena (que continua sendo a sede atualmente), na Áustria. De lá até os dias de hoje, vários membros passaram a fazer parte, totalizando 151 Estados-membros em A Agência Internacional de Energia Atômica é uma organização internacional independente, mas relacionada ao sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Dessa forma, a ONU reconhece a AIEA como uma agência e fornece-lhe amparo. Por sua vez, a Agência de energia atômica deve agir sem desconsiderar os direitos e responsabilidades das Nações Unidas no campo nuclear de acordo com a Carta da ONU. A Agência ainda deve submeter relatórios a essa outra organização mostrando suas atividades à Assembleia Geral a cada temporada e apresentar relatórios também ao Conselho de Segurança, notificando-lhe sempre que surgirem temas da competência deste Conselho (THE TEXTS OF THE AGENCY S AGREEMENTS WITH THE UNITED NATIONS, 1959, tradução nossa). O estatuto da AIEA também deixa explícito que é o Conselho de Segurança das Nações Unidas que carrega a responsabilidade pela manutenção da paz e da segurança internacional. Portanto, a Agência não possui o poder de impor sanções. São dois os principais órgãos executivos da AIEA: a Conferência Geral e o Conselho de Governadores. Além disso, o mais alto cargo na organização é o de Diretor Geral. O Conselho é composto por 35 países-membros e reúne-se cinco vezes por ano. Nos encontros, realizam-se exames, fazem-se recomendações à Conferência Geral quanto ao orçamento e aos programas da Agência e ainda considera os requerimentos de entradas de novos membros à organização. O Conselho também aprova acordos de salvaguarda (vistorias em países para verificar o andamento do desenvolvimento nuclear, procurando garantir que os Estados cumpram suas obrigações internacionais e que uso do material atômico não seja alocado para fins militares). Já a Conferência Geral acontece uma vez ao ano, geralmente em setembro, e é o principal órgão decisório. Nela, todos os países-membros se encontram, com a tarefa de considerar e aprovar os programas e orçamentos e também decidir sobre outras questões trazidas pelo Conselho de Governadores, pelo Diretor-Geral e por outros membros (IAEA.org). O Diretor Geral deve ser o chefe administrativo da Agência, mas sob a autoridade do Conselho de 50

52 Governadores. No exercício do cargo, ele não deve receber ou procurar instruções de quaisquer fontes externas à AIEA. O atual ocupante do posto é o japonês Yukiya Amano. A partir da aprovação do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), a AIEA conseguiu ter um papel mais efetivo no cenário internacional. Entre as décadas de 1960 e 1970, cada vez mais países começavam a possuir tecnologia nuclear, levando à preocupação quanto ao desenvolvimento de armamentos. Esse sentimento encontrou maior fundamento com a França (1960) e a China (1964) Figura 4 - Na imagem, o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. vindo a fazer parte daqueles Estados detentores de material militar nuclear. Entretanto, a TNP, que entrou em vigor em 1970, congelou o número declarado desses armamentos de cinco países: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China. Além disso, o tratado requer que os demais se afastem da ideia de buscar tal recurso e que eles se comprometam a cumprir os acordos de salvaguarda firmados com a Agência sobre suas possessões nucleares. Os objetivos são a prevenção da proliferação da tecnologia armamentista e garantir o uso pacífico nuclear. Para atingir as metas, o acordo impede os países de fornecer, produzir ou adquirir por outros meios dispositivos bélicos atômicos. (COSCELLI e GODOY, 2010). Dos 189 Estados que fazem parte do acordo, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte não estão entre eles. A Coreia do Norte havia aderido ao tratado, mas retirou-se do mesmo em Em 1997, a AIEA criou um protocolo adicional ao Tratado de Não Proliferação Nuclear. Com esse protocolo, a Agência fica autorizada a averiguar instalações que o TNP antes não permitia, como reatores parados, centros de pesquisa ou usinas que produzam materiais passíveis de utilização em programa nuclear (AFP, 2006). Deste novo texto, 93 signatários do Tratado optaram por participar também do protocolo adicional. O Irã não internalizou esse novo dispositivo. 2. O PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO O programa nuclear iraniano tem início na década de 1950, quando da democratização da tecnologia nuclear, para fins pacíficos, iniciada em 1953 com o programa Átomos para a paz. Esse programa, tinha como seu principal mentor o então presidente norte-americano Dwight David Eisenhower, cujo discurso, proferido na Assembleia Geral da ONU de 1953, em Nova Iorque, alertava para o perigo eminente do uso de tecnologia nuclear para fins militares, ao mesmo tempo em que defendia a difusão dessa mesma tecnologia para fins pacíficos: Sinto-me impulsionado a falar hoje em uma linguagem que em um sentido é nova uma linguagem na qual, eu, que tenho gastado grande parte de minha vida na profissão militar, haveria preferido não usar nunca essa nova linguagem é a linguagem da guerra atômica *...+ Discurso Átomos para a paz, Dwight D. Eisenhower, 1953 (Tradução nossa). O Irã e o Paquistão foram os primeiros países beneficiados com o programa, que previa a instalação de reatores nucleares pela empresa norte-americana American Machine and Foundry em seus respectivos territórios. A ajuda dos EUA e seu consequente apoio ao programa nuclear iraniano permaneceu até a Revolução Islâmica de 1979 quando o governo do xá Reza Pahlevi, simpático aos 51

53 Estados Unidos, foi derrubado por líderes religiosos islâmicos liderados pelo aiatolá Ruhollah Khomeini que instituiu a República Islâmica do Irã com o objetivo de blindar o país da influência ocidental e fundamentar as leis nacionais nos ensinamentos contidos no Alcorão e demais escrituras sagradas do Islã. Na época, a empresa alemã Kraftwerk, contratada para construir dois reatores nucleares em solo iraniano, abandonou as obras alegando a falta de pagamento por parte do governo iraniano, não obstante a pressão estadunidense tenha sido o fator determinante da retirada. Em 1995, após um acordo entre o Irã e a Rússia, a construção dos reatores foi reiniciada e estabelecia o ano de 2009 como o prazo de entrega da usina nuclear Busher I, o que não ocorreu. Desde então, o programa nuclear iraniano tem sido bombardeado por acusações e questionamentos de países ocidentais (sobretudo os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha) que colocam em xeque as reais intenções do país com o enriquecimento de urânio, temendo que este possa ser destinado à produção de ogivas nucleares. Por outro lado, o governo iraniano nega, veementemente, as acusações de que seu programa nuclear seja destinado para fins militares, ao mesmo tempo em que reafirma o compromisso assumido, ao assinar o Tratado de não-proliferação nuclear 1 (TNP), de destinar a energia atômica tão-somente para fins pacíficos. De acordo com as autoridades iranianas, todo urânio enriquecido no país seria destinado ao aumento da capacidade de geração de energia elétrica em até 6000 MW. O período que correspondente à retomada do programa nuclear iraniano, em 1995, com o auxílio do Rússia, até os dias atuais, caracterizou-se por uma série de embates envolvendo a República Islâmica do Irã, a Agência Internacional de Energia Atômica e o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O histórico desses litígios será mais bem detalhado no capítulo que se segue, bem como serão apresentadas os posicionamentos de cada país com relação ao tema e as soluções propostas para resolver a questão de modo definitivo. 3. PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO EM CRISE: SOLUÇÕES PROPOSTAS A partir de meados da década de 1990, a comunidade internacional voltou a direcionar os olhos para o projeto nuclear iraniano, temendo a possibilidade de este ser destinado à fabricação de armas nucleares. Signatário do Tratado de nãoproliferação nuclear (TNP), o Irã, que diz ser favorável a uma zona livre de armas nucleares no oriente médio, passou a ser acusado de desenvolver, clandestinamente, um programa nuclear. No ano de 2002, foram divulgadas fotos de duas instalações nucleares, omitidas pelo governo iraniano, nas cidades Arak e Natanz. Esta descoberta, trazida à tona por um grupo de exilados iranianos, levou o então presidente iraniano, o moderado Mohammad Khatami, confrontado com a possibilidade de sofrer sanções internacionais, a permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica intensificasse as 1 Para mais informações, visite: 52

54 inspeções e fiscalizações nas instalações atômicas daquele país. Relatórios de inspetores da AEIA, relativos às inspeções realizadas nos anos de 2002 e 2003, apontaram a presença de vestígios de urânio nas instalações de Natanz e Kalaye. Tais relatórios levaram o Conselho de Governadores da AIEA, em setembro de 2003, a dar um ultimato ao governo de Teerã, até o fim do mês seguinte, para que aceitasse para as inspeções sem aviso prévio para sanar as dúvidas sobre seu programa nuclear. Em caso de não cumprir o prazo, o Irã seria submetido a sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). No mês seguinte, contudo, o Irã se comprometeu, junto aos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido, a assinar o protocolo adicional do TNP (como dito anteriormente, apesar de assinar, não internalizou o protocolo adicional) e a suspender, temporariamente, o processo de enriquecimento de urânio. Ademais, o governo iraniano entregou a AIEA um relatório com documentação detalhada sobre seu programa nuclear para provar que não estava tentando fabricar armas atômicas. No dia 13 de março de 2004, o Conselho de Governadores da AIEA aprovou uma resolução de repúdio ao Irã por suspender temporariamente a visita da equipe de inspetores. Em julho daquele mesmo ano, o governo iraniano anunciou que retomaria a construção de centrífugas e a produção do material para alimentá-las para a produção de eletricidade. O Conselho de Governadores voltou aplicar uma nova resolução ao Irã, em 18 de setembro de 2004, indicando que o Irã deveria suspender seu programa de enriquecimento de urânio até 25 de novembro. Por sua vez, o país persa alegou que, caso sofresse sanções do Conselho de Segurança, se retiraria do Tratado de Não-Proliferação nuclear. Ainda em 2004, diversas fontes alegaram que Abdul Qadeer Khan, cientista idealizador do programa nuclear paquistanês, estaria fornecendo tecnologia e conhecimentos nucleares ao Irã. No ano de 2005, Mohammad Khatami é sucedido por Mahmoud Ahmadinejad, um fundamentalista islâmico ultraconservador. Mantendo forte relação com o regime dos aiatolás, Ahmadinejad dá novo e intensificado ânimo ao programa nuclear iraniano, que havia sofrido retrocessos devido às pressões de Alemanha, França e Reino Unido, e afirma que a produção de energia atômica para fins pacíficos é um direito inalienável do Estado iraniano. A partir daí, a relação entre a República Islâmica do Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica torna-se cada vez mais conturbada. Em 31 de janeiro de 2006, os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, mais a Alemanha e a União Europeia, deliberaram, em Londres, que o relatório sobre o programa nuclear iraniano, elaborado pelo Conselho de Governadores, deveria ser enviado ao CSNU para sua reunião de emergência em 2 de fevereiro. Alguns meses depois, em 31 de julho, uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança, exigindo que o Irã suspendesse suas atividades nucleares até 31 de agosto, foi completamente ignorada por Teerã. 53

55 Em dezembro daquele ano, o Conselho de Segurança, baseando-se em relatórios da AIEA e acatando uma resolução proposta por Alemanha, França e Reino Unido, aprovou a primeira rodada de sanções ao Irã que resultaram no bloqueio das exportações de material e equipamentos nucleares àquele país, bem como o congelamento de ativos financeiros de pessoas ou organizações envolvidas nas atividades nucleares iranianas. Além disso, a resolução obrigou que as atividades nucleares do Irã fossem, imediatamente, paralisadas. O documento foi modificado várias vezes para atender a objeções feitas pela Rússia e pela China. Teerã classificou as sanções como ilegais. O embaixador iraniano na ONU afirmou que elas são a prova de que o Irã é tratado injustamente. Em 08 de março de 2007, as 35 nações do Conselho de Governadores da AIEA aprovaram a suspensão de 23 dos 55 programas de assistência técnica nuclear ao Irã. A decisão, recomendada pelo chefe da AIEA, Mohammed Elbaradei, foi tomada por consenso e já era esperada. Mais uma vez, no entanto, o Irã ignorou as exigências feitas pela AIEA e pelo Conselho de Segurança, o que levou a uma nova rodada de sanções, em março de Estas proibiram as exportações de armas ao Irã e sanções a suas instituições financeiras. A segunda rodada promoveu o congelamento de ativos de mais 28 grupos, empresas e indivíduos que exerciam ou apoiavam as atividades nucleares ou o desenvolvimento de mísseis balísticos incluindo o banco estatal Sepah e empresas controladas pela Guarda Revolucionária. Apesar de mais severas, as sanções descartavam a ação militar. Novamente, o presidente Mahmoud Ahmadinejad não deu ouvidos às determinações internacionais para suspender o enriquecimento de urânio. A terceira rodada de sanções é imposta em março de Entre elas estão a proibição de viagens internacionais para cinco autoridades iranianas e o congelamento de ativos financeiros no exterior de treze companhias e de treze autoridades iranianas. A resolução também vetou a venda para o Irã dos chamados itens de uso duplo que podem ter tanto objetivos pacíficos como militares. Em setembro de 2008, o Conselho de segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução ordenando novamente o Irã a suspender o enriquecimento, mas não impôs mais sanções devido a oposição da Rússia e da China. No fim de 2009, o Conselho dos Governadores da AIEA aprovou pela primeira vez, desde 2006, uma resolução condenando o polêmico programa nuclear iraniano. A resolução expressa uma séria preocupação de que Teerã continua desafiando as exigências da comunidade internacional e pede, entre outros assuntos, uma suspensão completa do enriquecimento de urânio no Irã. Entre os 35 países que fazem parte do Conselho, 25 votam a favor, 3 contra e 6 se abstiveram. O Azerbaijão deixou a sala antes da votação. Os três países que votaram contra forma Venezuela Cuba e Malásia, enquanto Turquia, Afeganistão, Paquistão, Brasil, África do Sul e Egito se abstiveram. A nova resolução, elaborada pela Alemanha em conjunto com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (5+1), critica a construção, sem aviso prévio, de uma nova fábrica de enriquecimento de urânio na cidade de Qom, a sudoeste de Teerã. A resolução advertiu que a fábrica de Qom reduz o nível de confiança sobre a ausência de outras instalações e cria dúvidas sobre se existem outras instalações nucleares que não foram declaradas. 54

56 No dia 17 de maio de 2010, Brasil, Turquia e Irã assinaram um acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco, com o objetivo se superar a crise provocada pela política de enriquecimento de urânio do Irã. O acordo previa o envio por parte do Irã à Turquia de Kg de urânio levemente enriquecido (a 3,5%) para uma troca, num prazo máximo de um ano, por 120 Kg de combustível altamente enriquecido (20%), necessário para um reator experimental de Teerã. Os EUA, contudo, qualificaram o acordo como inaceitável, pois este permitia que o Irã continuasse enriquecendo urânio. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que o Irã usava o apoio de Brasil, China e Turquia para evitar novas sanções. De fato, o acordo não foi capaz de impedir que o Irã sofresse uma nova rodada de sanções. A quarta e última rodada de sanções, aprovada em 09 de junho de 2010, proibiu a venda de várias categorias de armamentos pesados ao Irã, inclusive helicópteros de ataque, mísseis e navios de guerra. Ademais, a resolução pede que todos os países inspecionem, em portos e aeroportos dentro de seus territórios, cargas suspeitas de conter itens proibidos a caminho do Irã ou vindos do país. As novas sanções também incluem o congelamento de ativos de 40 empresas iranianas e de um alto funcionário ligado ao programa nuclear iraniano, que ficará sujeito a uma proibição de viagens para fora do país persa. Outros 35 iranianos que já estavam submetidos a vigilância agora também passam a ser afetados pela proibição. A resolução solicita, ainda, a criação de um regime de inspeção de carga similar ao aplicado a Coréia do Norte. As sanções foram aprovadas por 12 votos a favor, 2 contra e uma abstenção, pelos cinco membros permanentes e os dez membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU. Brasil e Turquia foram os únicos que votaram contra a aplicação das sanções. O Líbano, que havia apoiado o acordo entre Brasil, Turquia e Irã, se absteve. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, únicos com direito a veto, foram favoráveis às sanções. Ao justificar sua posição, o Brasil afirmou que não vê as sanções como instrumento efetivo nesse caso. O governo brasileiro voltou a defender a declaração de Teerã, segundo a qual o Irã se comprometeu a enviar seu urânio para ser enriquecido fora do país. Menos de duas semanas após as sanções do CSNU, em 21 de junho, o governo do Irã proibiu a entrada de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica, alegando que estes haviam elaborado um relatório falso sobre o trabalho nuclear no país. Teerã pediu a agência da ONU que substituísse os inspetores. Em 07 de novembro de 2010, o Irã propôs uma nova rodada de negociações a ser realizada na Turquia, país aliado dos persas que tem atuado como mediador. As negociações se darão com as seis potências mundiais que compõem o grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha). 4. POSIÇÃO DE BLOCOS E PAÍSES Ao longo dos vários capítulos do impasse envolvendo o programa nuclear iraniano, merecem destaque a posição e a atuação de alguns blocos e países na tentativa de solucionar essa questão que se 55

57 arrasta, há vários anos, para uma direção incerta. Desde o início, os EUA, ao lado de Israel, acusam o Irã de ocultar em seu programa nuclear civil, instalações destinadas a fins militares. O Estado judeu chegou, inclusive, a fazer ameaças de uma intervenção militar no país persa, caso este não respeitasse as resoluções da AIEA e as sanções do Conselho de Segurança. Do mesmo modo, Reino Unido, França e Alemanha corroboram a desconfiança em relação às intenções do programa nuclear iraniano. Os dois primeiros, membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, seguem o raciocínio de Washington ao defender uma posição mais dura da comunidade internacional diante da decisão do governo iraniano de prosseguir com seu programa atômico apesar das disposições em contrário. A Alemanha que, por sua vez, não ocupa um acento permanente no Conselho de Segurança, forma o chamado 5+1 (França, Reino Unido, EUA, China e Rússia + Alemanha) junto aos países membros do CSNU para, igualmente, pressionar o governo iraniano. Os outros dois membros permanentes do Conselho de Segurança, China e Rússia, são bem mais cautelosos e costumam dificultar a aplicação de sanções mais rigorosas ao regime dos aiatolás. Os russos, fornecedores de armamentos ao Irã, temem que as sanções possam comprometer seu comércio, enquanto que os chineses, maiores parceiros comerciais dos iranianos, não estão dispostos a comprometer este importantíssimo mercado consumidor. Por fim, países como Brasil, África do Sul e Turquia defendem o diálogo e a diplomacia como as ferramentas mais eficazes para solucionar a questão nuclear iraniana. Segundo esses países, as sanções, ao longo do tempo, não têm apresentado resultados satisfatórios, pelo contrário, acirram ainda mais os ânimos das partes envolvidas, o que faz com que as negociações tenham muito mais dificuldades em lograr êxito. São 35 os países-membros que compõem o Conselho de Governadores. No entanto, a simulação será feita com 24 desses países, sendo eles: África do Sul, Argentina, Alemanha, Brasil, China, Coreia do Sul, Cuba, Egito, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Malásia, Romênia, Rússia, Suíça, Turquia, Uruguai, Grã-Bretanha, Quênia, Holanda, Peru e Venezuela. 5. REGRAS E PROCEDIMENTOS DA REUNIÃO A seguir, temos algumas das regras do Conselho de Governadores que serão necessárias para desenvolver a simulação da Agência Internacional de Energia Atômica. Algumas delas, mesmo com a enumeração ao lado, passaram por certas adaptações, com o objetivo de tornar a reunião entre os alunos possível. Conselho de Governadores: Representação dos membros: Regra 1: Cada país-membro desse conselho deve designar uma pessoa como seu Governador. Este, por sua vez, deve estar acompanhado pelos seus especialistas e conselheiros. Eles juntos formarão a delegação do país-membro no Conselho. Regra 2: O Governador deve apontar um membro de sua delegação para atuar em seu lugar, sendo que o presidente de mesa Conselho (por vezes aqui referido como Presidente) deve ser notificado quanto a essa indicação. 56

58 Regra 3: A credencial de cada Governador deve ser apresentada ao Presidente antes ou durante a reunião a ser presenciada. O Governador deve notificar ao Diretor Geral os nomes dos participantes da delegação. Oficiais do Conselho: Regra 6: O Presidente deve presidir o encontro. No caso de sua ausência do encontro ou de qualquer parte dele, o Presidente deve indicar um dos Vice-Presidentes para exercer o cargo, tendo os mesmos poderes e obrigações do Presidente. Tanto o Presidente quanto os Vice-Presidentes podem também participar em todos os momentos das discussões do Conselho de Governadores e podem participar das votações. Alternativamente, a pessoa no posto de presidente do Conselho pode designar outro membro de sua delegação para participar da discussão e votar em seu lugar. O Secretariado: Regra 8: Obrigações do Diretor Geral a) O Diretor Geral, estando sob a autoridade do Conselho de Governadores, deve levar ao Conselho qualquer fato que requeira intervenção desse corpo decisório, a fim de capacitar os Governadores a tomar qualquer atitude necessária dentro do limite de suas funções. b) O Diretor Geral atuará como tal durante o Conselho, não tendo o direito de votar. O Diretor Geral pode, a qualquer momento, com a permissão do presidente do Conselho, realizar intervenções orais ou escritas durante o encontro. Agenda do encontro: Regra 19: A agenda a ser discutida é adotada no início do encontro. Condução da reunião: Regra 22: Pelo menos dois terços dos Governadores devem constituir um quórum. Regra 23: Funções do presidente de mesa Conselho a) O Presidente deve declarar aberto e encerrado cada encontro do Conselho de Governadores, direcionar as discussões, assegurar a observância das regras, conferir o direito de fala, colocar questões e anunciar decisões. Ele rege tais pontos e, sujeito às regras do Conselho, tem o controle sobre os procedimentos e sobre a manutenção da ordem no encontro. b) O Presidente definirá o limite do tempo de fala permitido aos oradores (Governadores), o limite do número de vezes que cada Governador poderá falar em cada questão, o encerramento da lista de oradores ou o encerramento do debate. c) O Presidente deverá manter-se sob a autoridade do Conselho. d) Nenhum Governador poderá se pronunciar sem a autorização do Presidente. O Presidente concederá a permissão aos oradores na ordem em que eles manifestarem o desejo de falar. O presidente de mesa do Conselho também poderá chamar a atenção daqueles oradores cujas observações não sejam relevantes ao assunto sob discussão. 57

59 Regra 25: Quando o Governador ultrapassar o tempo concedido de fala, o Presidente deverá intervir sem atraso. Regra 27: Um Governador poderá, a qualquer momento, solicitar o encerramento da discussão em processo, tendo ou não outro Governador manifestado seu interesse de pronunciar-se. O direito de fala sobre o assunto só deverá ser concedido a dois dos Governadores que sejam contrários ao encerramento do debate. Após isso, a questão deverá ser posta sob votação. Se o Conselho votar pelo encerramento, o Presidente deverá declarar concluída a discussão. O Presidente também deverá limitar o tempo de fala aos oradores que se manifestarão quando sob esta regra. Regra 32: O Governador autor de uma proposta poderá cancelá-la a qualquer momento antes que a votação comece. Essa proposta será colocada em votação normal caso outro Governador a retome. Regra 33: Reconsideração de propostas: a) Propostas adotadas e rejeitadas durante a reunião só poderão ser reconsideradas se dois terços dos Governadores presentes e votantes assim julgarem necessário. Antes da votação, será permitido que apenas dois Governadores que sejam contrários à reconsideração se expressem. Votação: Regra 35: Cada Governador terá direito a 1 (um) voto. Regra 36: Necessitará da aprovação de dois terços dos Governadores presentes e votantes: c) Decisões relativas à regra 33, a qual se refere a reconsiderações de propostas adotadas ou rejeitadas durante a reunião. d) Partes de propostas votadas separadamente. Regra 37: As demais decisões necessitarão apenas da aprovação da maioria dos presentes e votantes. Regra 38: O significado de presente e votante deve ser considerado como Governadores que votem afirmativamente ou negativamente a uma questão. Governadores que se abstenham do voto devem ser considerados como não votantes. Regra 40: Método de votação a) O voto deve ser realizado erguendo-se um dos braços. Regra 42: O Presidente poderá permitir que os Governadores expliquem seus votos, tanto antes ou quanto depois da votação. O tempo de fala deve ser estipulado pelo Presidente. Não terá o direito de fala para explicar seu voto aquele que propôs a proposta em discussão. Regra 43: Um Governador poderá sugerir que partes de determinada proposta tenham votação separada. Caso haja objeção, será permitido que dois Governadores manifestem-se a favor e que dois, contra o que foi sugerido. Após isso, realizar-se-á votação para decidir se a sugestão será acatada ou 58

60 dispensada. Acatando-se a sugestão, as partes serão colocadas sob nova votação. Se uma proposta que foi dividida em partes tiver todas essas partes rejeitadas, a proposta inteira inicial será considerada dispensada. Regra 45: Se duas ou mais propostas referem-se ao mesmo assunto, o Conselho de Governadores, salvo decisão em contrário, realizará a votação sobre as propostas na ordem em que foram apresentadas. O Conselho pode, depois de votar em cada proposta, decidir se a votação da proposta seguinte ocorrerá. Regra 46: Se uma votação tiver a mesma quantidade de votos a favor e contra, a proposta não será adotada. 59

61 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA O ESTADO DE SÃO PAULO. Entenda a polêmica envolvendo o programa nuclear do Irã Disponível em: < (Tratado de Não-Proliferação Nuclear em português) O ESTADO DE SÃO PAULO. Irã proíbe a entrada de inspetores da AIEA SECURITY COUNCIL. Resolution 1737 (2006) Disponível em: SECURITY COUNCIL. Resolution 1747 (2007) Disponível em: SECURITY COUNCIL. Resolution 1803 (2008) Disponível em: SECURITY COUNCIL. Resolution 1929 (2010) Disponível em: (declaração de washington) (History of the International Atomic Energy Agency: the first forty years) (Estatuto AIEA) (histórico do Irã) (THE TEXTS OF THE AGENCY S AGREEMENTS WITH THE UNITED NATIONS, 1959) COSCELLI, J; GODOY, R. Saiba mais sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Estadao, 12 abr Disponível em: < internacional,saiba-mais-sobre-o-tratado-de-nao-proliferacao-nucleartnp,537169,0.htm> Acesso em: 08 nov O PROTOCOLO adicional ao Tratado de não-proliferação nuclear. AFP, Viena. 04 fev Disponível em: < Acesso em: 08 nov

62 COOPERAÇÃO ECONÔMICA ÁSIA-PACÍFICO APEC TERRORISMO MARINA WILLRICH THAYSE FURTADO 1) Histórico da Organização A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico(APEC) foi criada em 1989 em resposta à crescente interdependência entre as economias da Ásia-Pacífico, com o objetivo de melhorar o crescimento econômico e a prosperidade para a região. A ideia de sua criação foi primeiramente abordada publicamente pelo ex-primeiroministro da Austrália, Bob Hawke, durante um discurso em Seul, na Coreia, em janeiro de Mais tarde naquele ano, 12 economias da Ásia-Pacífico se reuniram em Camberra, na Austrália para estabelecer a APEC. Os membros fundadores foram: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Coréia, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Estados Unidos. Hong Kong, Taiwan e China se juntaram em México e Nova Guiné, em Chile aderiu em E em 1998: Peru, Rússia e Vietnã juntaram-se, tendo a adesão plena de 21 países membros. No começo, a APEC era apenas um grupo de diálogo informal. Porém, em 1993, o expresidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, estabeleceu a prática de uma reunião anual de Líderes Economicos da APEC, fazendo, desta forma, com que o grupo se tornasse o principal veículo regional para promoção da cooperação e de um comércio livre e aberto. Para este fim, em 1994, a APEC aprovou as Metas de Bogor, que incentivava investimentos e um comércio livre e aberto na região Ásia-Pacífico até 2010 para as economias desenvolvidas e até 2020 para as economias em desenvolvimento. Em 1995, a Agenda de Ação de Osaka (OAA) foi lançada a fim de fornecer um modelo para a APEC alcançar essas metas. Os países membros da APEC representam mais de um terço da população mundial, cerca de 60% do PIB mundial e cerca de 47% do comércio mundial. Eles também representam a região economicamente mais dinâmica do mundo, tendo gerado cercade 70% do crescimento econômico global em seus primeiros 10 anos. A APEC é o único grupo intergovernamental no mundo, operando com base em compromissos não vinculativos (não apresenta um tratado de obrigações para os seus membros), o diálogo aberto e igual respeito 61

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