MARCELO MOURÃO MOTTA GROSSI

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Maria de Lourdes Ávila Covalski
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5 MARCELO MOURÃO MOTTA GROSSI

6 by Marcelo Mourão Motta Grossi FICHA TÉCNICA Diagramação e arte final de capa: Revisão / composição: Ilustrações: Hugo Oliveira Maria Rosa Souza Graça Mouta Luisa Günther ISBN: G878p Grossi, Marcelo Mourão Motta, Poesia hiperbólica / Marcelo Mourão Motta Grossi. Brasília: Thesaurus, p. ; il. 1. Literatura, Brasil 2. Poesia brasileira I. Título CDU 82-1(81) CDD B Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito do Autor. THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote CEP Brasília, DF. Fone: (61) Fax: (61) * End. Eletrônico: editor@thesaurus.com.br *Página na Internet: Composto e impresso no Brasil Printed in Brazil

7 A Waldemar Euzébio Pereira e Coeli Mendes E Maria Rosa Souza Graça Mouta, menininha

9 SUMÁRIO 1. SELF: O SER EM SI Auto-retrato Hiperbólica Retratos Poeta Mourão Poeminha Mente Parábola Poesia Fatalista Fábula Hermético Teleológica Arquétipo Jura Febril Fado Sussurro Olhar Legado Labirintos Tua Intimidade AMOR: O SER E O OUTRO Combustão Jazz Caça Flor Inominável Preciosidade Ad Infinitum Louise Nipônica Desencontros... 60

10 Catarse Memórias Ponto de Vista Reflexiva Televisiva COLETIVO: O SER E O PLURAL Xântico Banho de Sangue Apontamento Borboletas Segredo COTIDIANO: O SER E O ESPAÇO-TEMPO Reificação Bonjour Vida Doméstica Vida Doméstica (2) Vida Acadêmica Opostos Temor Quatro Reais Questionamento Anonimato Metáfora A Guerra Morte Apocalíptica Confissão Adeus Fim?

11 APRESENTAÇÃO Marcelo Mourão Motta Grossi lança-se, qual bólido ejetado de alguma estação espacial, numa louca corrida em direção ao vário, alheio a qualquer sistema de medidas, como afirma o poema que titula o livro. Riscos são inerentes a quem se aventura em tão fantástica empreitada. A leveza proporcionada pela falta de gravidade ( Nenhuma poesia/ Jamais escrita/nem desejo sentido/nenhum pensamento/sequer evocado/porque nunca proferido ) pode contrastar com o rigor da arte de navegar em mares nunca tanto devassados. Atento, o hiperbólico poeta se apressa a indicar suas raízes em retratos de família, Que perduram, empoeirados/enquanto permanecem as memórias. Condição que impõe ao seu caos interno uma noção de rigor ou, quando menos, indagações sinalizadas nos instrumentos de viagem a apontarem para um mínimo de aportamento ( Que sentidos tornam a palavra poesia?/que sentidos nos tornam humanos?/que palavras nos tornam poetas? ). 11

12 MARCELO MOURÃO MOTTA GROSSI Quando Pound em seu ABC da Literatura nos fala em melopéia, fanopéia e logopéia, esta última a dança do intelecto entre as palavras, diz-nos que a nossa percepção privilegiada do objeto e da experiência humana (e criativa) deve levar-nos não apenas à descrição de emoções e/ou de pontos de vista sobre um tema proposto, mas à sua representação figurada em linguagem. Verbal ou não verbal. Pouco importam hoje os suportes. E, no caso de quem apenas luta com palavras, o desafio torna-se ainda maior, porque metalinguagem, desde a antigüidade clássica já pressupunha, entre outras, uma técnica, uma ciência, uma prática social e uma prática lúdica, diria Barthes. Em francos terrenos espaciais, o nosso poeta finca seu mourão, para demarcar seu lugar donde ou, talvez, o seu modus faciendi ( Na existência secular da essência/ Comum entre conceito e/conceituado/que corre em minhas veias/ Senão tantos/significados? ). 12

13 POESIA HIPERBÓLICA É esse o Marcelo Mourão Motta Grossi que lhe dou a conhecer, por meio dessas homeopáticas pílulas di/versificadas, de sabores e temperos variados, cuja metamorfose poética, ora amplia o poder da lagarta, ao lhe dar asas, ora serpenteia o caminho sinuoso dos répteis, a rasgar o ventre nos gravetos da terra seca e queimada da realidade. Verdadeiramente hiperbólico. Mas, em se tratando de processo, e as páginas que se seguem devem ser lidas como tal, na soleira da saída, jogando ao contrário do Templo de Delfos, a advertência: Cada coisa cíclica tem seu fim. Se o fim residir no leitor, cabe a você, meu prezado, desautomatizador da percepção, a agradável tarefa de encontrá-lo. Você, tradutor/ recriador, por excelência. Waldemar Euzébio Pereira 13

15 1. Self: o ser em si