CONSÓRCIO SORGO-SOJA. III. SELEÇÃO DE CULTIVARES DE SORGO E SOJA, CONSORCIADAS NA LINHA, VISANDO À PRODUÇÃO DE FORRAGEM 1
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- Sônia Belém Estrada
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1 CONSÓRCIO SORGO-SOJA. III. SELEÇÃO DE CULTIVARES DE SORGO E SOJA, CONSORCIADAS NA LINHA, VISANDO À PRODUÇÃO DE FORRAGEM 1 RESUMO - Com o objetivo de selecionar cultivares de sorgo e soja de melhor rendimento forrageiro no cultivo consorciado, foi conduzido, no ano agrícola 1996/97, um ensaio em um Latossolo Roxo distrófico no Departamento de Agricultura no Campus da Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 4x4+4 com três repetições, sendo constituído por quatro híbridos de sorgo forrageiro (AG 2002, AG 2006, BR 601 e CMSXS 756), quatro cultivares de soja (CAC-1, Doko RC, UFV-16 e UFV-17) e quatro tratamentos adicionais, correspondentes aos respectivos monocultivos de sorgo. No consórcio, o corte TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Consórcio, sorgo, soja, forragem ALESSANDRO GUERRA DA SILVA 2 PEDRO MILANEZ DE REZENDE 3 EDIVANDRO CORTE 4 ELISEU NOBERTO MANN 5 das plantas de sorgo e soja foi realizado uma única vez, rente ao solo, no estádio R 5 (início da formação das sementes) das cultivares de soja. No monocultivo de sorgo, o corte foi realizado no estádio de grãos farináceos. Os resultados obtidos demonstram que, no sistema consorciado, a combinação do híbrido AG 2002 com a cultivar UFV-16 foi a que mais se destacou nos rendimentos de matéria seca e proteína bruta total. Em monocultivo e consórcio, o híbrido AG 2002 foi o que proporcionou maiores rendimentos de massa verde, matéria seca e proteína bruta. As cultivares de soja não alteraram significativamente os rendimentos de massa verde, matéria seca e proteína bruta total no cultivo consorciado. SORGHUM - SOYBEAN INTERCROPPING.III. SORGHUM AND SOYBEAN CULTIVARS INTERCROPPING WITHIN THE LINE IN THE PRODUCTION OF FORAGE. ABSTRACT - With the objective of selecting sorghum and soybean cultivars with of maximized forage yields in intercropping, it was driven, in the agricultural year 1996/97, a research in a Dusk Latossol distrofic soil (Departament of Agriculture ) at the Campus of the Universidade Federal de Lavras, in Lavras (MG). The experimental design utilized was blocks casualized in a factorial scheme (4x4+4) with three repetitions. The treatments were four hybrid of sorghum (AG 2002, AG 2006, BR 601 and CMSXS 756) four cultivars of soybean (CAC-1, Doko RC, UFV-16 and UFV-17) and four additional treaments, corresponding to the respective sorghum monoculture. Sorghum and soybean INDEX TERMS: Intercropping, sorghum, soybean, forage. plants were cut once, at the sametime, at soil level, at the R 5 stage. At the sorghum monoculture treatments the cut was done grains at soil level when were at the mealy stage. The results obtained show that, in the intercropping system the combination of hybrid AG 2002 with cultivar UFV-16 was the best treatment, with dry matter of grude protein. In monoculture and intercropping hybrid AG 2002 was the one that provided the larger yields fresh weight, dry matter and total protein. In the intercropping system the soybean cultivars did not showed significant differences the yields of fresh weight, dry matter and total protein. 1. Parte da dissertação apresentada à UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS(UFLA) pelo primeiro autor, para obtenção do grau de Mestre em Agronomia, área de concentração Fitotecnia. 2. Eng o Agr o, Pós-graduando do Departamento de Agricultura/UFLA, Caixa Postal 37, Lavras - MG. 3. Eng o Agr o, D. Sc., Professor Titular do Departamento de Agricultura/UFLA (Bolsista do CNPq). 4. Academico do 9 0 período de Agronomia/UFLA (Bolsista do CNPq). 5. Eng o Agr o, Pós-graduando do Departamento de Agricultura/UFLA.
2 862 INTRODUÇÃO Os sistemas consorciados podem ser uma ótima opção de cultivo para a produção de grãos ou até mesmo de forragens. Esses sistemas são muito utilizados nas áreas onde a mecanização é difícil ou nas pequenas propriedades agrícolas em que os agricultores têm limitação no uso da área para o cultivo e têm as gramíneas como cultura tipicamente de subsistência. O consórcio milho-soja tem se apresentado como um dos mais importantes, principalmente na região Sul de Minas Gerais (Rezende, Andrade e Andrade, 1992; Carvalho, 1993 e Rezende, 1995). Por outro lado, a crescente procura do milho para a alimentação animal e humana tem levado os produtores a procurarem formas alternativas para a alimentação de ruminantes. Nesse contexto, a cultura do sorgo apresenta-se como uma espécie promissora na obtenção de silagens, pois suas características nutritivas, seu cultivo e também o seu rendimento de forragem são muito semelhantes à do milho. Esses alimentos constituem-se em volumosos de bom valor energético, mas deficientes em proteína. A solução do problema do baixo nível protéico das silagens de sorgo pela suplementação indiscriminada com concentrados tem refletido de maneira negativa nos custos de produção. Esse fato despertou o interesse pela utilização de suplementos ricos em proteína, produzidos na própria propriedade agrícola. As leguminosas, pelo rápido crescimento, alto teor protéico e pela possibilidade de serem cultivadas na própria fazenda, apresentam potencialidade para associação com as gramíneas para silagem (Carneiro e Rodriguez, 1978 e 1980; Evangelista, 1986; Oliveira, 1989; Sood e Sharma, 1992 e Jeon et al., 1994). A utilização do consórcio sorgo-soja permite obter ótimos resultados, tanto na produção de forragem como na de ração, pois associa as vantagens nutricionais de ambas as culturas, proporcionando um melhor balanço energético na alimentação animal. Havendo necessidade de maiores informações sobre essa técnica de cultivo, com o presente trabalho objetivou-se selecionar cultivares de sorgo e soja com alto rendimento forrageiro no cultivo consorciado. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi instalado em Lavras-MG (latitude de 21 o 14 S, longitude 45 o 00W e altitude de 918 m) em Latossolo Roxo distrófico de textura argilosa fase cerrado (Tabela 1) no campo experimental do Departamento de Agricultura da UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA, ano agrícola 1996/97. As variações diárias da temperatura média e da distribuição de chuvas durante a condução do ensaio encontram-se na Figura 1. Na semeadura realizada em 22/10/1996, foram utilizados quatro híbridos de sorgo forrageiro (AG 2002, AG 2006, BR 601 e CMSXS 756) consorciados na linha com quatro cultivares de soja (CAC-1, ciclo semitardio; Doko RC, ciclo tardio; UFV-16, ciclo médio e UFV-17, ciclo semitardio). Esses materiais foram avaliados em todas as combinações possíveis, dois a dois. Os cortes das plantas de ambas as espécies foram feitos rente ao solo, quando a cultura da soja atingiu para cada cultivar o estádio R 5 (início da formação das sementes), de acordo com Fehr e Caviness (1977). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 4x4+4 com três repetições, sendo constituído pelos quatro híbridos de sorgo e cultivares de soja em consórcio e pelos quatro tratamentos de sorgo em monocultivo. Nesse caso, o corte foi realizado rente ao solo no estádio de grãos farináceos que, segundo Faria (1986), representa a melhor época para efetuar a colheita dessa gramínea para utilização como forragem. Tanto no monocultivo como no consórcio, as parcelas de sorgo foram constituídas por três linhas espaçadas de 0,8 m entre si, com 5,0 m de comprimento, sendo considerada como área útil apenas a fileira central (4,0 m 2 ). Para a cultura da soja, foi utilizado o sistema de consórcio na linha do sorgo, utilizando também uma linha como área útil. O desbaste foi realizado aos 25 dias após a emergência das plântulas, procurando-se manter 12 plantas por metro linear para a cultura do sorgo e soja ( plantas/ha) no consórcio e também no monocultivo de sorgo. As adubações seguiram as recomendações feitas pela Comissão... (1989). De acordo com a análise química do solo, aplicaram-se em toda a área experimental o equivalente a 2,4 t de calcário calcítico/ha, sessenta dias antes da semeadura e 20 kg de N, 120 kg de P 2 O 5 e 120 kg de K 2 O/ha, no momento da semeadura. Aos 30 e 45 dias após emergência das plântulas de sorgo, foi realizada a aplicação de 60 kg de N/ha em cobertura. Antes da semeadura, foi feita a inoculação das sementes de soja com Bradyrhizobium japonicum, utilizando o inoculante turfoso Nitral, na proporção de 200 g de inoculante para 40 kg de sementes. As semeaduras de ambas as culturas foram feitas manualmente na mesma profundidade em sulcos de 2-3 cm. Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
3 863 TABELA 1 - Resultados das análises químicas da amostra de solo coletada na profundidade de 0-20cm na área experimental, UFLA, Lavras (MG), Determinações Valores Classificação** ph em água 5,1 Médio P (mg/dm 3 ) 11 Alto K (mg/dm 3 ) 58 Médio Ca (cmolc/dm 3 ) 2,8 Médio Mg (cmolc/dm 3 ) 0,9 Médio Al (cmolc/dm 3 ) 0,2 Baixo H + Al (cmolc/dm 3 ) 5,0 Médio S (cmolc/dm 3 ) 3,8 Médio t (cmolc/dm 3 ) 4,0 Médio T (cmolc/dm 3 ) 8,8 Médio m (%) 5 Baixo v (%) 43 Baixo MAT. ORG. (dag/dm 3 ) 3,1 Alto AREIA (%) 30 LIMO (%) 26 ARGILA (%) 44 *Análises realizadas no Instituto de Química John H. Wheelock do Departamento de Ciências do Solo da Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG). **Interpretação dos resultados de acordo com a Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1989). Os cortes das plantas de sorgo e soja foram realizados manualmente com o auxílio de roçadeira costal motorizada nas épocas já relatadas anteriormente. Os materiais foram pesados, separando-se o sorgo da soja, sendo analisado o rendimento de massa verde total (kg/ha), de matéria seca total (determinado com base em amostra de 200 g de massa verde em estufa a 65 o C até peso constante e convertido em kg/ha) e de proteína bruta total, determinada na mesma amostra usada na matéria seca, utilizando-se o método Kjeldahl e transformando, posteriormente, os dados para kg/ha. Todos os dados foram submetidos à análise de variância combinada (consórcio + monocultivo), e o teste de médias utilizado foi o de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas para as características citadas anteriormente, utilizando-se o somatório das duas culturas (sorgo + soja). Os resultados obtidos foram comparados com os respectivos monocultivos de sorgo, por meio do teste t de contraste. Ciênc. Agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
4 864 Precipitação (mm) Temperatura média ( 0 C) Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr FIGURA 1 - Variação diária da temperatura média do ar e precipitação pluvial de outubro de 1996 a abril de 1997, UFLA, Lavras (MG) - (FONTE: ESTAÇÃO CLIMATOLÓGICA DE LAVRAS - MG). RESULTADOS E DISCUSSÃO Rendimento de massa verde e matéria seca total De acordo com a análise de variância (Tabela 2), verificou-se efeito significativo para os híbridos de sorgo, em consórcio e monocultivo e consórcio, versus monocultivo para massa verde total. A utilização de híbridos de sorgo de ciclos e portes diferentes em consórcio resultou em rendimentos diferenciados (P 0,01), como pode ser constatado na Tabela 3. Os maiores rendimentos para essas características foram obtidos com o híbrido AG 2002 ( e kg/ha), respectivamente. Os híbridos AG 2006 e BR 601 não apresentaram diferenças significativas entre si e o híbrido CMSXS 756 apresentou a pior performance ( e kg/ha). Quando se compara o rendimento de massa verde total do cultivo consorciado com o monocultivo na média geral, observa-se que a associação dessas culturas mostra vantagens no que diz respeito ao aumento do rendimento de massa verde (P 0,5). Acréscimo de 13,13% (4.229 kg/ha) a favor do sistema consorciado foi observado, evidenciando o que já foi constatado por outros autores, reforçando mais uma vez a vantagem desse sistema (Carneiro e Rodriguez 1978, 1980 e Rezende 1995). No caso da matéria seca, apesar de não- significativo, o aumento do consórcio em relação ao monocultivo foi 2,79% (330 kg/ha). Embora não ocorressem diferenças significativas para as combinações, a associação das cultivares UFV-17 e UFV-16 com o híbrido AG 2002 proporcionou os maiores rendimentos de matéria seca total ( kg/ha e kg/ha, respectivamente). Os resultados obtidos neste ensaio são menores que os de Oliveira (1989), que obteve rendimentos de 14,8 t/ha com o sorgo 'BR 601' a 18,6 t/ha com o 'CMS 649', utilizando o consórcio na entrelinha com maior densidade de plantas, o que contribuiu para obtenção de rendimentos mais elevados. Em relação ao monocultivo, observa-se um comportamento diferenciado (P 0,01) entre os híbridos de sorgo (Tabela 2). Nessa condição de cultivo, as performances dos híbridos foram semelhantes à do consórcio (Tabela 3), com destaque especial para o híbrido AG 2002, que alcançou rendimento de massa verde de kg/ha, seguido dos híbridos BR 601 e AG 2006 ( kg/ha e kg/ha, respectivamente). Os resultados obtidos nessa condição de cultivo assemelhamse aos de Casela et al. (1986), que encontraram rendimentos variando de 36,0 t/ha a 41,7 t/ha. Em se tratando do teor de matéria seca, presente na forragem quando se faz a mistura sorgo e soja, observa-se que, no momento do corte, o teor médio dos híbridos de sorgo e das cultivares de soja foi de 33,28%, valor esse adequado para se fazer silagem de boa qualidade (Pupo, 1995). Esse fato torna-se interessante, pois, no momento do corte, levou-se em consideração o estádio em que a cultura da soja se encontrava (R 5 ), a fim de obter uma maior contribuição da leguminosa no rendimento de proteína bruta total. Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
5 865 TABELA 2 - Resumo da análise de variância combinada das características rendimento de massa verde, matéria seca e proteína bruta total de sorgo + soja, em relação ao monocultivo de sorgo, obtidas no ensaio de avaliação de cultivares de sorgo e soja em consórcio e monocultivo visando à produção de forragem, ano agrícola 1996/97, Lavras (MG). F.V. G.L. Quadrados Médios Massa verde Matéria Seca Proteína Bruta Entre Consórcio ,60** ,02** ,58** Soja , , ,38 Sorgo ,00** ,92** ,04** Soja X Sorgo , , ,71 Entre Monocultivo ,86** ,63** ,04** Consórcio Vs Monocult ,00* , ,96** Erro Médio , , ,41 CV (%) 17,76 16,51 23,09 **Significativo 1%; * Significativo 5%. Com relação ao monocultivo, constatou-se comportamento diferenciado (P 0,01) entre os híbridos de sorgo, para massa verde e matéria seca total (Tabela 2). O híbrido Ag 2002 destacou-se, apresentando os maiores rendimentos: e kg/ha, distinguindo dos demais (Tabela 3). Os resultados obtidos nessa condição de cultivo são semelhantes aos de vários autores (Cummis, McCullough e Dobson, 1970; Liseu, 1981; Casela et al., 1986; Pereira et al., 1993 e Costa e Azevedo, 1996). Rendimento de proteína bruta total O uso de diferentes híbridos de sorgo ocasionaram diferenças significativas (P 0,01) para o rendimento de proteína bruta total (Tabela 2). As melhores performances foram constatadas com os híbridos AG 2002 (1185) e AG 2006 (1.130 kg/ha), e o pior desempenho foi verificado com o híbrido CMSXS 756 (852 kg/ha), conforme Tabela 3. Ao contrário do que ocorreu com o rendimento de matéria seca, a contribuição do consórcio foi relevante para a proteína bruta total. Como se pode observar na Tabela 3, o rendimento médio de proteína bruta foi maior quando comparado com o rendimento médio do monocultivo de sorgo, alcançando valores de 50,94% (354 kg/ha) a favor do consórcio, evidenciando mais uma vez a importância do consórcio da leguminosa na adição de proteína à forragem. Verifica-se que a associação do híbrido BR 601 com as cultivares de soja de ciclo mais tardio, como a 'CAC-1' e a 'Doko RC', proporcionaram rendimentos que diferiram de seu respectivo monocultivo. A consorciação de todas as cultivares de soja com o híbrido CMSXS 756 e da 'CAC-1' com o 'AG 2006' proporcionaram também rendimentos que diferiram do monocultivo. Isso é conseqüência do melhor desempenho das cultivares de soja quando estiveram consorciadas com esses híbridos, que proporcionaram maiores rendimentos de proteína bruta no resultado final. Neste estudo, os maiores rendimentos foram obtidos com o híbrido AG 2002, consorciado com as cultivares UFV-16 e UFV-17 (1.392 kg/ha e kg/ha, respectivamente) e com AG 2006, consorciado com a cultivar CAC-1 (1.261 kg/ha). No consórcio, constata-se uma superioridade em relação ao monocultivo da gramínea para o rendimento de proteína bruta total, o que foi obtido por diversos autores (Evangelista, 1986; Oliveira, 1986; Yunusa, 1989; Rezende, 1992; Rezende, Andrade e Andrade, 1992; Sood e Sharma, 1992; Carvalho, 1993; Alvarenga, 1995 e Rezende, 1995). Ciênc. Agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
6 866 TABELA 3 - Resultados médios de massa verde total (MVT), matéria seca total (MST) e proteína bruta total (PBT) de sorgo e soja (kg/ha), obtidos no ensaio de avaliação de cultivares de sorgo e soja em consórcio e monocultivo, visando à produção de forragem, ano agrícola 1996/97, Lavras (MG). Tratamento MVT (kg/ha) MST (kg/ha) PBT (kg/ha) CAC-1 x AG NS NS 938 NS CAC-1 x AG NS NS 1261* CAC-1 x BR NS NS 1136* CAC-1 x CMSXS * 6158 NS 808** Doko RC x AG NS NS 1131 NS Doko RC x AG NS NS 1069 NS Doko RC x BR NS NS 1080* Doko RC x CMSXS * 5880 NS 888** UFV-16 x AG NS NS 1392 NS UFV-16 x AG NS NS 1149 NS UFV-16 x BR NS NS 947 NS UFV-16 x CMSXS * 5551 NS 824** UFV-17 x AG NS NS 1277 NS UFV-17 x AG NS NS 1042 NS UFV-17 x BR NS NS 946 NS UFV-17 x CMSXS * 6042 NS 888** CAC-1 x SORGO Doko RC x SORGO UFV-16 x SORGO UFV-17 x SORGO AG 2002 x SOJA a a 1185 a AG 2006 x SOJA b b 1130 a BR 601 x SOJA b b 1027 ab CMSXS 756 x SOJA c 5908 c 852 b MÉDIA MONOCULTIVO AG a a 1021 a AG b b 885 ab BR b b 649 b CMSXS c 3176 c 227 c MÉDIA * Médias com mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. ** Significativo a nível de 1%; * Significativo a nível de 5%; NS Não significativo. Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
7 867 Em condição de monocultivo, os híbridos de sorgo apresentaram diferenças significativas entre si, com destaque especial para o híbrido AG 2002 (1.021 kg/ha), seguido pelo 'AG 2006' (885 kg/ha) e 'BR 601' (649 kg/ha), que não diferiram entre si, e pelo 'CMSXS 756' (227 kg/ha), de pior performance. Pereira et al. (1993) obtiveram rendimentos de 1,08 t/ha com o híbrido AG 2002 a 1,34 t/ha para o 'AG 2004', sendo superiores aos obtidos neste ensaio. Fica evidente que há necessidade de se avaliar os materiais de ambas as espécies em ensaios regionalizados, antes da sua recomendação nos sistemas consorciados. Nessa avaliação, é importante dar ênfase, procurando-se identificar o par de cultivares de ambas as espécies que proporcionam altos rendimentos forrageiros, principalmente de proteína bruta, importante para produtores bem tecnificados, que buscam principalmente a qualidade de forragem. Por outro lado, em pequenas propriedades, onde os produtores têm limitação de área para o cultivo de forragens, o objetivo principal é a maximização da produção e, nesta oportunidade, o cultivo de materiais com alto potencial forrageiro e de bom valor nutritivo destaca-se como uma opção de alimentação para o rebanho bovino. CONCLUSÕES a) A associação das culturas de sorgo e soja mostrou-se promissora para produção de forragem; no sistema consorciado, a combinação do híbrido AG 2002 com a cultivar UFV-16 foi a que mais se destacou para os rendimentos de matéria seca e proteína bruta total. b) Em condição de monocultivo e consórcio, o híbrido AG 2002 foi o que proporcionou maiores rendimentos de massa verde, matéria seca e proteína bruta. c). As cultivares de soja não alteraram significativamente os rendimentos de massa verde, matéria seca e proteína bruta total no cultivo consorciado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, D.A. Efeitos de diferentes sistemas de semeadura na consorciação milho soja. Lavras: UFLA, p. (Dissertação - Mestrado em Fitotecnia). CARNEIRO, A.M.; RODRIGUEZ, N.M. Efeitos da consorciação de milho com leguminosas anuais na produção e qualidade de material para a ensilagem. Arquivos da Escola de Veterinária da UFMG, Belo Horizonte, v.30, n.2, p , CARNEIRO, A.M.; RODRIGUEZ, N.M. Influência da leguminosa na qualidade da silagem de milho. Arquivos da Escola de Veterinária da UFMG, Belo Horizonte, v.32, n.3, p , dez CARVALHO, A.J.C.de. Comportamento de cultivares e linhagens de soja (Glycine max (L.) Merrill) em consórcio com milho (Zea mays L.) de ciclos e portes diferentes. Lavras: ESAL, p. (Dissertação - Mestrado em Fitotecnia). CASELA, C.R.; BORGONOVI, R.A.; SCHAFFERT, R.E.; SANTOS, F.G. Cultivares de sorgo. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.12, n.144, p.40-43, dez COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 4 a aproximação. Lavras, p. COSTA, N.de L.; AZEVEDO, D.M.P.de. Produção e composição química de cultivares de sorgo forrageiro. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 21., 1996, Londrina. Resumos... Londrina: IAPAR, p.216. CUMMINS, D.G.; McCULLOUGH, M.E.; DOBSON, J.W. Evaluation of corn an sorghum hybrids for silage. Blairville: University of Georgia, p. (Research Report, 72). EVANGELISTA, A.R. Consórcio milho-soja e sorgosoja: rendimento forrageiro, qualidade e valor nutritivo das silagens. Viçosa: UFV, p. (Tese - Doutorado em Zootecnia). FARIA, V.P.de. Técnicas de produção de silagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 8., 1986, Piracicaba. Anais... Piracicaba; FEALQ, p Ciênc. Agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
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9 Ciênc. Agrotec., Lavras, v.24, n.4, p , out./dez., 2000
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