Avaliação de cultivares de milho para produção de silagem em Patos de Minas

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1 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8., 2011, Belo Horizonte Avaliação de cultivares de milho para produção de silagem em Patos de Minas José Humberto dos Santos Junior (1), Leonardo de Oliveira Fernandes (2), José Ricardo da Silva (1), José Mauro Valente Paes (3), Ricardo Andrade Reis (4) Edilane Aparecida Silva (3) (1) Bolsistas PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, josehumberto.zootecnia@yahoo.com.br, josericardo.zootecnia@gmail.com; (2) Pesquisador EPAMIG - Uberaba, leonardo@epamiguberaba.com.br; (3) Pesquisadores/Bolsistas BIP FAPEMIG/EPAMIG - Uberaba, jpaes@epamig.br, edilane@epamig.br; (4) Pesquisador e Professor Adjunto/Bolsista CNPq/UNESP - Jaboticabal, rareis@fcav.unesp.br INTRODUÇÃO A utilização da prática de ensilagem no Brasil vem assumindo importância crescente como opção na alimentação animal, minimizando os efeitos da estacionalidade de disponibilidade de alimentos (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). O milho é, tradicionalmente, utilizado como a mais importante opção alimentar na forma de silagem que, bem manejada, pode trazer bons resultados. Para que esses resultados apareçam, deve-se atentar para alguns fatores como: escolha do híbrido, população e distribuição espacial de plantas, ponto de colheita, tamanho de partículas, compactação e vedação do silo, além de conhecer os níveis consideráveis bons da composição química que é 7% de proteína bruta (PB), 26% de fibra em detergente ácido (FDA), 45% de fibra em detergente neutro (FDN) e 75% de nutrientes digestivos totais (NDT) (NUSSIO, 1993). Pode-se afirmar que a exploração agropecuária requer a utilização de um conjunto de técnicas e métodos, e que a produção econômica de silagem de milho de boa qualidade depende do emprego de várias técnicas, muitas das vezes simples que, se adotadas, poderão maximizar o potencial produtivo do híbrido escolhido. O objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de milho para produção de silagem na região de Patos de Minas.

2 EPAMIG. Resumos expandidos 2 MATERIAL E MÉTODO O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental de Sertãozinho (FEST) da EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba, no município de Patos de Minas, localizado a 18º de latitude sul e 46º de longitude oeste, numa altitude de 945 m. O clima da região é do tipo tropical úmido, apresentando temperaturas abaixo de 18 ºC nos meses mais frios. A temperatura média da região é de 21,1 ºC. A precipitação anual média é de 1.474,4 mm e a umidade relativa média é de 69,1%, dados obtidos na Estação Climatológica Principal de Patos de Minas. A área experimental apresenta relevo suave e solo classificado como Latossolo Vermelho distroférrico, textura argilosa (EMBRAPA, 1999). Foram avaliadas a produção e a qualidade da matéria seca (MS), utilizando 12 híbridos: 2B655 (Dow Agrosciences); 20A55 (Dow Agrosciences); PL6890 (Brasmilho); MX300 (Máxima Sementes); PRE22T10 (Prezzoto sementes); PRE32D10 (Prezzoto sementes); XB6012 (Sementes Semeali); AS1567 (Agroeste sementes); BX 1200 (Nidera); RB 9308 (Riber); GNZ 2500 (Geneze); AG 1051 (Monsanto). O plantio foi realizado em 10/12/2008, em espaçamento de 0,75 m. Cada parcela foi constituída por quatro linhas de 5 m, a área útil da parcela foi constituída pelas duas linhas centrais desprezando meio metro de cada extremidade. Foram utilizadas cinco plantas por metro linear para as variedades avaliadas, procurando uma população de 60 mil plantas/hectare. A população de plantas foi determinada pela recomendação das empresas produtoras de sementes. A adubação foi realizada objetivando altas produções de MS, conforme Ribeiro, Guimarães e Alvarez V. (1999). Foram utilizados no plantio 350 kg/ha de Zinco (Zn), realizando duas adubações de cobertura com 150 kg/ha de sulfato de amônio na primeira e 150 kg/ha de sulfato de amônio na segunda adubação. O delineamento utilizado para a determinação da produção e qualidade da MS foi em blocos ao acaso, com 12 tratamentos (tratamento = híbridos de milho) e quatro repetições por tratamento, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5%.

3 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8., 2011, Belo Horizonte 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a análise dos dados apresentados na Tabela 1, não foram verificadas diferenças (P>0,05), entre, população de plantas, produção de matéria verde e MS. A população média de plantas encontrada foi de plantas/hectare. Lupatini et al.(2004), avaliando 15 híbridos de milho para produção de silagem, encontraram uma população de plantas/hectare, valor este menor ao encontrado no trabalho. Paziani et al. (2009), ao utilizarem um banco de dados do programa de avaliação de cultivares de milho para silagem obtida na safra 2008/2009, encontraram valores médios de 51,86 t/ha de produção de matéria verde e 17,38 t/ha de produção de MS, sendo superiores ao encontrado no trabalho. Em relação à altura das plantas, o valor médio encontrado foi de 218 cm, valor este inferior ao do presente estudo. Segundo Nussio (1993), para uma boa silagem é necessário ter um alto rendimento de grão, o que pode ser observado variando de 6,55 a 4,63 t/ha das cultivares PRE32D10 e PL 6890, respectivamente. Ferrari Júnior et al. (2005), utilizando um banco de dados do programa de avaliação de cultivares de milho para silagem, realizado em parceria com Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), obtidos nas safras 1998/1999 a 2004/2005, com 15 a 24 cultivares de ciclos precoce e médio nas regiões de Assis, Mococa, Pindamonhangaba e Votuporanga, no estado de São Paulo encontraram um valor médio de 35,6% na participação de grãos na MS, valor este superior a 29,5% do que foi relatado por Rosa et al. (2004), ambos os valores menores que o trabalho que foi de 48,2%. CONCLUSÃO De acordo com os resultados, os híbridos 20A55 e PRE32D10 tiveram maior porcentagem de MS no grão, que é um dos fatores de identificação de uma silagem de boa qualidade. Essas cultivares, quando plantadas na região de Patos de Minas, em condições favoráveis, podem trazer benefícios na atividade de leite ou de corte.

4 EPAMIG. Resumos expandidos 4 AGRADECIMENTO À Fapemig pelo financiamento das pesquisas, pelas bolsas concedidas e apoio no Seminário. REFERÊNCIAS EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, p. FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho para silagem. In: ;.Produção de milho. Guaíba: Agropecuária, p FERRARI JUNIOR, E. et al. Características agronômicas, composição química e qualidade de silagem de oito cultivares de milho. Boletim de Indústria Animal, v.62, n.1, p.19-27, LUPATINI, G.C. et al. Avaliação do desempenho agronômico de híbridos de milho (Zea mays L.) para produção de silagem. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.3, n.2, p , NUSSIO, L. G. Milho e sorgo para a produção de silagem. In: SANTOS, F. A. P. et al. Volumosos para bovinos. Piracicaba: FEALQ, p PAZIANI, S. de F. et al. Características agronômicas e bromatológicas de híbridos de milho para produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.38, n.3, p , mar RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V., V.H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5 a aproximação. Viçosa, MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, p. ROSA, J.R.P. et al. Avaliação do comportamento agronômico da planta e valor nutritivo da silagem de diferentes híbridos de milho (Zea mays L.). Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.33, n.2, p , mar./abr

5 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8., 2011, Belo Horizonte 5 Tabela 1 - População de plantas, altura de plantas, produção de matéria verde (MV), e matéria seca (MS), produção de grãos e participação de grãos na matéria seca dos híbridos de milho avaliados no ensaio Avaliação de cultivares de milho para silagem no estado de Minas Gerais - ano agrícola 2008/2009 Híbrido Altura (cm) População de planta/ha Produção de MV MS (%) Produção de MS Grão Grão (% da MS) AS B A 43,8 A 30,0 A 13,0 A 5,66 B 43,5 D 2B B A 38,7 A 33,3 A 12,9 A 6,29 A 48,6 C RB A A 43,7 A 28,3 A 12,4 A 6,20 A 50,2 B GNZ B A 41,1 A 30,0 A 12,3 A 5,53B 45,0 C AG A A 40,0 A 30,0 A 12,0 A 5,02 C 41,9 D PRE22T B A 37,6 A 31,6 A 11,9 A 6,36 A 53,6 B BX A A 41,2 A 28,6 A 11,8 A 5,10 C 43,4 D PRE32D B A 38,5 A 30,0 A 11,6 A 6,55 A 56,7 A PL A A 38,2 A 30,0 A 11,5 A 4,63 C 40,3 D 20A A A 36,0 A 31,6 A 11,4 A 6,60 A 57,9 A MX A A 39,1 A 28,3 A 11,1 A 5,02 C 45,4 C XB B A 38,7 A 28,3 A 11,0 A 5,77 B 52,6 B Média 239, , ,9 5,73 48,2 CV (%) 3,5 5,7 6,8 11,4 6,7 4,6 4,9 NOTA: Médias na mesma coluna seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV - Coeficiente de variação.