Você precisa. saber. Edição XII Ano V Junho de Unindo forças

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1 Você precisa saber Edição XII Ano V Junho de 2016 Unindo forças 1

2 editorial Esta edição do boletim Você precisa saber está cheia de informações importantes! Já estamos na 4ª edição da Semana do Bebê. E este ano a programação tem tudo para ser um sucesso, como nas edições anteriores (p.3). Para aproveitar o clima, entrevistamos July Rafaela Mesquita. Ela nos contou a importância das orientações da Semana do Bebê do ano passado para os cuidados com sua filinha (p.4). Falamos também sobre outros assuntos, como doenças raras pouco conhecidas (p.5) e a relação entre o Zika Vírus e a microcefalia (p.7). Também contamos um pouquinho da história e das ações da ONG Mãe dos Frutos, organização que contribui para o desenvolvimento comunitário (p.6). A importância da amamentação também é discutida. (p.8) Boa leitura e boa Semana do Bebê! Foto-Legenda Foto: Arquivo Mãe dos Frutos Desenho produzido por Verônica Mara Peniche, durante atividade proposta e realizado pela Organização Mãe dos Frutoos. expediente Este boletim faz parte do projeto Comunica CDC, realizado pelo Instituto InterCement e InterCement Brasil, em parceria com a Oficina de Imagens. Instituto InterCement Diretora Executiva: Carla Duprat Superintendente: Jair Resende Coordenador de Investimento Social: Flávio Seixas Analista Regional Minas/Centro-oeste: Jordânia Furbino Contato: institutointercement@intercement.com Comitê de Desenvolvimento Comunitário de Ijaci Associação dos Moradores da Nova Pedra Negra, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho de Educação, Conselho de Saúde, Conselho do Esporte, Consepi, Associação de Apoio ao Lazer, Esporte e Cultura de Ijaci (Aleci), Conselho Tutelar, InterCement, Organização Mãe dos Frutos e Prefeitura Municipal de Ijaci Oficina de Imagens - Comunicação e Educação Coordenador executivo: Bernardo Brant Edição: Gabriella Hauber e Anna Cláudia Pinheiro Gomes Site: Projeto Gráfico: Ronei Sampaio Diagramação: Gabriella Hauber e Anna Cláudia Pinheiro Gomes Capa: Arquivo ONG Mãe dos Frutos Impressão: Gráfica Formato Tiragem: 1200 exemplares 2

3 Semana do Bebê Município de Ijaci realiza este ano a 4ª edição da Semana do Bebê Evento busca colocar a primeiríssima infância, fase que vai de 0 a 3 anos, no foco das políticas públicas Por Mariane Avelar Natividade, da InterCement, Foto: Arquivo CDC Semana do Bebê em Ijaci contará com diversas atividades e tem tudo para ser um sucesso, como nos anos anteriores Atualmente, a Semana do Bebê é promovida pelo Instituto InterCement, com a parceria de toda a comunidade, principalmente do Comitê de Desenvolvimento Comunitário (CDC). Esta iniciativa teve início no ano de 2013, em Ijaci, e busca tornar o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento de crianças de até 3 anos prioridade na agenda dos municípios, colocando a primeiríssima infância no centro das ações e atenções das comunidades e do poder público. As Semanas do Bebê vem obtendo sucesso desde a sua primeira edição na comunidade de Ijaci. Prova disso é o número de participantes e beneficiados que só aumentou nesses últimos anos. No ano de 2013, foi contabilizado cerca de 30 voluntários. Já em 2015, esse número subiu para 70. Consequentemente, o número de beneficiados também cresceu consideravelmente, abrangendo praticamente toda a comunidade nesse último ano. Em todas as edições, o projeto propôs mobilizar a cidade para discutir a saúde física e mental não só dos bebês, mas também das gestantes, puérperas, lactantes, pais e responsáveis. Demonstrando e ressaltando a importância da família para o desenvolvimento infantil, principalmente na primeira infância. Este ano a Semana do Bebê, que acontece entre os dias 6 e 12 de junho, terá como foco principal as famílias. Além disso, também serão desenvolvidas atividades junto a profissionais da saúde, educação e assistência social visando promover debates sobre desenvolvimento infantil. Como novidade, podemos ressaltar as oficinas do projeto Cata-Vento, que visam, através da construção de brinquedos simples e de fácil acesso, fortalecer o vínculo familiar. Haverá também o Dia da Beleza, que acontecerá no último dia da Semana e dará encerramento ao evento. Para a execução da Semana do Bebê, sempre contamos com o apoio do poder público, da população, dos profissionais da rede de saúde e educação e também de várias empresas parceiras. Todo este apoio é essencial para que a Semana do Bebê seja um evento que apresente a cada ano mais qualidade e traga mais benefícios para a comunidade. Esperamos que este ano o evento consiga atingir um público ainda maior do que nos anos anteriores. 3

4 Primeira Infância Semana do Bebê no município de segue beneficiando mães e bebês July Rafaela Mesquita conta como as atividades do evento contribuíram para os cuidados com a bebê Por Por Alessandra Aparecida da Silva, do poder público A Semana do Bebê é um momento em que todos estão focados nas discussões dos direitos de crianças na primeiríssima infância, ou seja, faixa etária que vai de 0 a 3 anos. July Rafaela Mesquita, de 26 anos, participou na última edição, quando estava grávida de 12 semanas de Ana Luiza Caetana, hoje com 5 meses. July conversou com a gente sobre o que aprendeu durante a participação na Semana do Bebê. Você tinha muitas dúvidas em relação à gravidez? Sim, pois quanto tive o meu primeiro filho foi na adolescência e quem cuidava mesmo era minha mãe. E então, tinha dúvidas sobre como cuidar de um recém-nascido, pois passam os anos e vai mudando a maneira de cuidar. Principalmente sobre o coto umbilical, as novas doenças e as vacinas. Foi muito produtivo essa semana. O que você aprendeu nas palestras? Aprendi várias coisas, mas a que mais me beneficiou foi como desengasgar a criança. Minha filha tinha 2 meses quando engasgou com saliva, e rapidamente, fiz o procedimento que aprendi e ela voltou. Não me desesperei e logo percebi que ela estava bem. Levei ao médico só para tirar dúvidas e o mesmo disse que estava correto o que eu tinha feito. O que você mais gostou durante a Semana? Foi uma semana divertida, com muito aprendizado, conteúdos bons, profissionais excelentes. Recomendo as futuras mamães a participarem este ano de É um projeto que tem que ter continuidade, não pode parar. Qual o recado que você gostaria de deixar para as futuras mamães que participarão da Semana do Bebê 2016? Em primeiro lugar, é amar bastante esse pequeno ser humano que está dentro da barriga. Dar carinho, conversar, tentar passar para o bebê que ele é muito importante para nós. As que vão ser mães de primeira viagem têm que participar da Semana, pois vão aprender muito com cada um dos palestrantes. É uma semana que vale pra vida toda. As gestantes de 2015 foram bem acolhidas e tratadas com carinho. As orientaçõe da Semana do Bebê de Ijaci fizeram toda a diferença para a gestação da July Rafaela Mesquita Foto: Arquivo CDC 4

5 Fotos: Arquivo CDC Primeira Infância Uma reflexão sobre as doenças raras que vêm afetando crianças Uma doença pouco conhecida pelas pessoas é a NiemannPick Tipo C, mais conhecida como NP-C Por Neuzimar Pinheiro, conselheira do Consepi Pouca gente conhece os sintomas da doença NP-C, que pode afetar a vida de diversas famílias, como a de Maria Rita Ijaci desenvolve a campanha Pense de Novo, Pense NP-C, que tem como objetivo alertar médicos e sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, fazendo com que os profissionais de saúde repensem os principais sinais e sintomas da doença que o paciente apresenta, sobretudo, quando o diagnóstico for incerto. No mundo, cerca de 10 mil pessoas sofrem com o problema. A NP-C é uma doença genética e neurodegenerativa grave, progressiva, rara e sem cura, porém tem tratamento. A moradora de Ijaci, Maria Rita Fonseca Severo, por exemplo, hoje com 12 anos, manifestou a doença durante a infância e se encontra em tratamento. A doença tem altos e baixos, ou seja, na mesma hora em que está bem pode passar mal e chegar até o coma. Por isso, é importante que todas as pessoas tenham um conhecimento básico da origem, sintomas e tratamento da doença. A NP-C é uma condição genética degenerativa rara e tem como principal característica o acúmulo de colesterol e de outras moléculas gordurosas (lipídeos) dentro das células do corpo. Essa doença decorre de um erro genético e costuma ser chamada de Alzheimer infantil e é também conhecida como doença pan-étnica, pois pode ocorrer em toda a população independente da etnia. Grandes quantidades de colesterol se acumulam no fígado e no baço e, no cérebro, ocorre o aumento de outros lipídeos que provoca a degeneração do sistema nervoso, o que resulta em grave comprometimento neurológico. A pessoa com NP-C apresenta problemas intelectuais, o que a leva a um desempenho escolar limitado ou até nulo. Devido às consequências incapacitantes que provoca, pode levar à demência. Alguns sintomas da doença são: aumento do fígado e do baço (hepatoesplenomegalia); pele de aspecto amarelado após o nascimento (icterícia neonatal); infiltrados pulmonares; dificuldade de movimentar os olhos para cima e para baixo voluntariamente (paralisia supranuclear do olhar vertical); falta de controle muscular (ataxia); declínio intelectual progressivo que pode levar à demência (disfunção cognitiva); dificuldade para engolir alimentos e até saliva (disfagia); fala arrastada e irregular, com dificuldade de articulação de palavras (disartria); espasmos e movimentos repetitivos devido a contrações musculares prolongadas (distonia); falta de controle muscular que leva a quedas (cataplexiagelástica); convulsões de difícil controle. Geralmente, os sintomas começam a aparecer da metade até o final da infância. No entanto, há casos em que surgem logo após o nascimento, na adolescência e até na fase adulta. 5

6 Desenvolvimento comunitário ONG Mãe dos Frutos realiza diversas ações para a melhoria da qualidade de vida Objetivo é contribuir para o bem estar social das crianças e jovens do município de Ijaci e região Por Débora Maria Borges Girardelli, da Organização Mãe dos Frutos A Organização Mãe dos Frutos, membro do CDC de Ijaci, foi fundada legalmente em 1 de janeiro de É uma instituição civil, não governamental, sem fins lucrativos que presta serviço público gratuito de atenção e contribuição ao bem estar social das crianças e jovens do município de Ijaci e região, através de projetos educacionais e culturais, para que sejam agentes transformadores e atuantes na sociedade. A instituição é reconhecida como de utilidade pública pela Lei Municipal nº 847, de 12 de dezembro de 2005, e possui Certificado de Registro Cadastral de Convenente do Estado de Minas Gerais CAGEC-MG Nº O plano de trabalho da organização segue um tema gerador anual, sendo as ações e atividades temáticas relacionadas ao tema escolhido. A definição do tema leva em conta o que se apresenta de mais necessário para a comunidade, como processo de mobilização, sensibilização, motivação e incentivo. No ano de 2015, o tema escolhido foi atitudes de paz, em 2016, esperança. Dentre as atividades que a ONG Mãe dos Frutos oferece, estão oficinas de capoeira, dança, grafite e artesanato; grupos de estudos; campanhas de roupas, brinquedos e leite em pó (distribuídos para as famílias cadastradas na organização); e excursões. Também são desenvolvidos diversos projetos, como Doce Leitura, que incentiva a leitura e a contação de histórias; Um dia com os Jovens, que desperta e fomenta talentos e habilidades empreendedoras; e Família mais próxima, que promove o fortalecimento do vínculo familiar e a participação social. Os encontros (reuniões) acontecem uma vez por mês (último sábado do mês) e de forma extraordinária quando se fizer necessário. Os atendimentos são semanais, nas terças e quintas feiras. Mãe dos Frutos atua há 13 anos desenvolvendo ações e projetos em prol do desenvolvimento comunitário 6 Foto: Arquivo Mãe dos Frutos

7 Saúde A relação entre o Zika vírus e a microcefalia precisa ser melhor entendida Problemas causados pelo mosquito Aedes Aegypti devem ser abordados de maneira multidisciplinar Por Giselle Nani Leite, Fonoaudióloga da Apae Foto: Agência Minas A melhor maneira de combater o Zika Vírus é eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti O Ministério da Saúde já contabilizou casos confirmados de microcefalia em bebês no Brasil, em meio à epidemia do vírus. Outros milhares de casos estão sendo investigados. Devido a este surto epidêmico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a pesquisas em grandes centros mundiais para que a relação entre o vírus e a microcefalia seja de fato identificada e esclarecida. Com a grande repercussão do assunto é importante informar à população alguns pontos. O Zika Vírus é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya. O contágio do vírus ZIKV se dá pelo mosquito que, após picar alguém contaminado, pode transportar o ZIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma pessoa que não possui anticorpos contra ele. Outras hipóteses de formas de contágio do vírus estão sendo investigadas, tais como a transmissão da gestante para o feto, por meio da relação sexual e da transfusão de sangue. Contudo, essas hipóteses ainda estão sob pesquisas e aguardam comprovação científica. Já a microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (tamanho) menor que o normal, que habitualmente é superior a 32cm, podendo ocasionar atraso mental, deficiência intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez muscular. A microcefalia é uma doença que não tem cura e sim tratamento, o qual é realizado por equipe multidisciplinar da saúde. O movimento Apaeano, há muitos anos, desenvolve estratégias e possui equipe especializada para acompanhar, desde bebês, os portadores de microcefalia. A equipe geralmente é formada por assistente social e psicólogo, que acolhem e apoiam às famílias que possuem crianças com microcefalia; por fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, que irão estimular o desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças, ou seja, as habilidades motoras, cognitivas, funcionais e sociais; além de orientar e apoiar as famílias ao longo do tratamento. 7

8 Saúde Amamentação, um direito da Primeira Infância Mães têm direito de amamentar em qualquer espaço, seja público ou não Por Mariane Avelar, da InterCement Foto:Arquivo CDC A amamentação é muito importante para o desenvolvimento saudável de crianças Desde o início de 2016, está circulando nas diversas redes sociais a informação de que uma lei, aprovada na Câmara dos Deputados, proibiria as mães de amamentarem seus filhos em público. Mas isso não passa de boatos. Ao contrário da punição para as mães, a importância e o direito de amamentar é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Sendo que, no Brasil em algumas cidades e estados, a realização da amamentação em público é inclusive garantida por lei. Em Belo Horizonte, por exemplo, o projeto de lei que visa assegurar esse direito fundamental para o desenvolvimento infantil, já foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Vereadores e aguarda liberação para entrar em vigor. Enquanto que na cidade de São Paulo, já foi sancionada lei semelhante em abril de 2015, garantindo o aleitamento materno em qualquer estabelecimento, prevendo multa de R$ 510,00 para quem impedir ou constranger uma mãe que esteja amamentando seu filho. É possível afirmar que o aleitamento é um direito da mãe e do bebê, que tem sua importância reconhecida por leis e também internacionalmente, através da OMS. Essa importância é respaldada pela ciência, que já comprovou diversos benefícios do aleitamento materno. Dentre eles, o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e a redução do risco de doenças crônicas, como alergia, hipertensão e obesidade, o que aumenta exponencialmente a qualidade de vida dessas crianças amamentadas adequadamente. Independente do local ser público ou privado, de ter ou não uma área reservada para a amamentação, e de estar na presença ou não de outras pessoas, independente de quem elas sejam, a mulher prevalece com o direito de amamentar seu bebê. É a mãe quem deve escolher onde seu filho será amamentado, não o estabelecimento. Ela não pode ser impedida ou constrangida por esse ato, tão natural e, ao mesmo tempo, fundamental para o desenvolvimento de uma criança. realização: parceria: 8