CARTOGRAFIA SISTEMÁTICA CARTA DE DECLIVIDADE OU CLINOGRÁFICA
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1 CARTOGRAFIA SISTEMÁTICA CARTA DE DECLIVIDADE OU CLINOGRÁFICA Elaborado por: Andréia Medinilha Pancher
2 Instrumento que permite representar os aspectos morfoestruturais do terreno Documento básico para o planejamento regional, para estudos geomorfológicos e de estrutura agrária Carta topográfica transformada em Carta de Declividades: verdadeira utilização e melhor aproveitamento do terreno Cálculo ou estimação de declividades distâncias do plano horizontal (reduzidas) e os desníveis topográficos (altimétricos) expressos pelas curvas de nível e pontos cotados Declividade entre dois pontos é a relação entre o desnível topográfico ou altura entre os pontos (h) e a distância reduzida (d) que separa os dois pontos. Os valores são expressos em porcentagens ou em graus Para um mesmo nível topográfico, quanto maior é a distância horizontal menor é a declividade e vice-versa Quando a distância horizontal corresponde o mesmo valor do desnível topográfico, a declividade é 100%. A partir deste valor, os percentuais de declividade aumentam até o infinito, sendo mais prático determinar as declividades em graus sexagemais.
3 Metodologia De Biasi (1970) método convencional Sanchez (1993) adaptações 1) Classes de Declividade O número irá variar devido ao tipo de estudo que se pretende, às características morfoestruturais da área de estudo e à escala em que está representada Deve-se verificar a relação entre o desnível de duas ou mais curvas de nível, realizando uma quantificação do maior e do menor espaçamento entre elas Fórmula para a determinação dos valores das classes: Dc = Dn x 100 onde Dc = Declividade Dh Dn = eqüidistância Dh = distância horizontal Exemplo: Dc = 20 x Dc = 0,04 x 100 Dc = 4% Classes de Declividade < 5% 5 a 10% 10 a 15% 15 a 20% 20 a 25% >25% Afastamento das Curvas > 0,8cm 0,8 a 0,4cm 0,4 a 0,26cm 0,26 a 0,20cm 0,20 a 0,16cm <0,16cm Cores Verde claro Verde escuro Amarelo Laranja Vermelho Marrom
4 2) Construção dos ábacos Principal O 50% 20% 10% 5% Para De Biasi (1970), a utilização do ábaco consiste na movimentação do mesmo sobre as curvas de nível sucessivas, de valores diferenciados, fazendo com que sempre coincida a direção das perpendiculares do ábaco com a linha de maior declividade da vertente, encaixando perfeitamente no limite da classe representada no ábaco entre as curvas em questão Complementar Construído devido a uma adaptação proposta por Sanchez (1993) Para a sua construção, considera-se a metade dos valores das classes do ábaco principal Esse ábaco é utilizado para as seguintes situações: Espaço entre curvas de nível e o curso fluvial do fundo de vale; Num vale, delimitado por uma mesma curva de nível ou um topo de uma elevação; Em locais em que o traçado da curva de nível não permite compará-la com outra curva de valor diferenciado Tal procedimento minimiza os erros de generalização que ocorrem nessas situações particulares (LUPINACCI, 1995)
5 Classes de Declividade < 5% 5 a 10% Afastamento das Curvas > 0,4cm 0,4 a 0,2cm Cores Verde claro Verde escuro Situações em que se usa o Ábaco Complementar B A 10 a 15% 15 a 20% 0,2 a 0,13cm 0,13 a 0,10cm Amarelo Laranja C 20 a 25% 0,10 a 0,08cm Vermelho >25% <0,08cm Marrom A seqüência do ábaco deve ser obedecida, evitando-se a ausência de uma das classes, porque no terreno as declividades tem uma seqüência que deverá ser mantida na carta Para análise territorial, a declividade é um indicador de riscos de erosão e de instabilidade de encostas, ou seja, de usos e aproveitamentos do solo, considerando-se que a mesma se associa a outros fatores como: litologia e estrutura do solo e subsolo, regime hídrico, cobertura vegetal, etc., que limitam ou favorecem o uso do território
6 Declividades Morfologia Processo de erosão Atividades Antrópicas 0 o 2 o. 0% - 3,5%. Terreno plano ou quase plano Planície aluvial (várzea), terraço fluvial, superfície de erosão Sem perdas de solos e escorregamentos Agricultura mecanizada, urbanização, infra-estruturas viárias 2 o 5 o. 3,5% 8,7%. Declividade fraca Ondulações suaves, fundos de vale, superfícies tabulares Início de solifluxão, escoamento difuso e laminar. Sulcos Agricultura com conservação ligeira. Aceitável para urbanização 5 o 15 o. 8,7% a 26,8%. Declividade média a forte Encostas de morros, relevos estruturais monoclinais do tipo cuesta Movimentos de massa, escoamento laminar, creep, escorregamentos. Sulcos, ravinas Agricultura com conservação moderada a intensiva. Mecanização impossível >7o. Pouco apto para urbanização e infra-estruturas 15 o 25 o. 26,8% a 46,6%. Declividade forte a muito forte Encostas serranas, escarpas de falha e de terraços Erosão linear muito forte, destruição de solos, escorregamentos, queda de blocos Pecuária, florestamento não apto para urbanização e infra-estruturas 25 o 35 o. 46,6% a 70%. Terreno íngreme ou abrupto Relevos estruturais tipo hogback, alcantilados costeiros, cristas Erosão linear muito forte, escorregamentos, queda de blocos, avalanches Uso florestal >35 o >70 o. Terreno muito íngreme ou escarpado Paredões e escarpas em canhões ou vales muito encaixados, cornijas Quedas em massa, escorregamentos, colapsos Limite para uso florestal
7 Referências Bibliográficas DE BIASI, M. Carta de Declividade: confecção e utilização. Geomorfologia, n o 21, p. 8-13, 1970 GRANELL-PÉREZ, M. del C. Trabalhando Geografia com as Cartas Topográficas. 2a ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004, 128p.il. SANCHEZ, M.C. (1993) A proposta das Cartas de Declividade. In.: V Simpósio de Geografia Física Aplicada, São Paulo, Anais. São Paulo:USP, p SARTORI, M. G. e FILHO, I. L. M. Elementos para interpretação geomorfológica de cartas topográficas: contribuição à análise ambiental. Santa Maria/RS, p , 1999.
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