NOVOS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES CAMBIAIS
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- Wagner Álvaro Morais
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1 NOVOS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES CAMBIAIS O Aviso n.º 13/2013, de 31 de Julho, do Banco Nacional de Angola, publicado a , estabelece os novos e mais flexíveis procedimentos para a realização de operações de invisíveis correntes em Angola. Este Aviso entra em vigor em 5 de Setembro de Aplica-se a todos os actos, negócios, contratos ou transacções relacionadas com viagens, transferências correntes e pagamentos de serviços e/ou rendimentos, quando realizados a partir de Angola para o estrangeiro ou entre residentes e não residentes, cujo prazo de vencimento não seja superior a 360 dias. São destinatários do novo Aviso: (i) as pessoas singulares ou colectivas titulares de direitos e obrigações no âmbito das operações supra mencionadas; e (ii) as instituições financeiras intermediárias nas referidas operações. Estão excluídas do âmbito de aplicação do Aviso, as seguintes transacções (regidas por regulamentação própria): (i) relacionadas com o sector petrolífero; (ii) relativas à transferência de lucros e dividendos de não residentes resultantes de aplicações financeiras e de capitais; (iii) relativas a prémios de jogo; (iv) relativas a pagamentos destinados à segurança social e a fundos de pensões. As transferências de operações de invisíveis correntes podem ser ordenadas por residentes ou não residentes cambiais e subdividem-se da seguinte forma: a) Viagens e Transferências; b) Serviços e Rendimentos. Princípio da Intermediação Financeira: As operações de invisíveis correntes só podem ser efectuadas através de instituição autorizada pelo Banco Nacional de Angola para o exercício de comércio de câmbios. A cobertura cambial deverá processar-se através de uma das seguintes formas:
2 (i) utilização de fundos, em moeda estrangeira, disponíveis na conta bancária do ordenador; (ii) por débito em conta, em moeda nacional, no momento da liquidação da transacção, transferência para o exterior ou entrega em mão da moeda estrangeira aquando de transacção para viagens; (iii) através de cheque nominativo não endossável ou de cartão electrónico de pagamento internacional. A. PROCEDIMENTO DE PEDIDO DE REALIZAÇÃO DE OPERAÇÃO CAMBIAL DE INVISÍVEIS CORRENTES A pessoa singular ou colectiva deverá solicitar directamente, por carta ou documento, à instituição financeira interveniente, a compra de moeda estrangeira e/ou respetiva a transferência. O pedido deve incluir toda a documentação adicional comprobatória. A instituição financeira interveniente certificar-se-á do tipo de operação solicitada, seu fundamento e legitimidade, capacidade financeira do ordenador e identificação do beneficiário efectivo da operação. A instituição financeira reserva-se ainda o direito de solicitar toda a documentação adicional que entender pertinente. a) Licenciamento Prévio Estão sujeitas a prévia autorização do Banco Nacional de Angola (BNA) as seguintes transacções: (i) actos, negócios ou contratos decorrentes de serviços de montante superior a Kz ,00 (Trezentos Milhões de Kwanzas) ou o equivalente em outra moeda (aproximadamente, USD ,98), cujos ordenantes sejam empresas prestadoras de serviços ao sector petrolífero, devidamente registadas e licenciadas junto do Ministério dos Petróleos; (ii) demais actos, negócios ou contratos relativos a serviços de montante superior a Kz ,00 (Cem Milhões de Kwanzas) ou o equivalente noutra moeda (aproximadamente USD ,00); (iii) as transferências de rendimentos de aplicações financeiras e de capitais; (iv) os reembolsos devidos pela anulação de contratos e pagamentos indevidos. Para efeito de aprovação dos contratos pelo BNA, e previamente à execução de qualquer operação relacionada com os mesmos, as instituições financeiras devem registá-los no Sistema Integrado de Operações Cambiais (SINOC).
3 Os contratos celebrados para este efeito deverão expressar, de forma clara, as partes, o seu objecto, o prazo, direitos e obrigações decorrentes e o preço global. O mesmo procedimento é aplicável ao registo de quaisquer transacções no SINOC, devendo este ser realizado no próprio dia da execução da transacção. As facturas a liquidar neste âmbito devem especificar expressamente: (i) nome, morada e contactos do ordenante e do beneficiário efectivo; (ii) número, data e local de emissão da factura; (iii) quantidade, preço unitário e valor comercial; (iv) descrição exacta da finalidade do pagamento. A aprovação, rejeição ou solicitação de documentação adicional necessária ao licenciamento será comunicada no prazo de 8 (oito) dias úteis, contados desde a data de submissão do pedido ou da recepção de quaisquer informações complementares. b) Dispensa de Licenciamento Prévio Sem prejuízo do obrigatório registo no SINOC, as instituições financeiras poderão proceder à venda de moeda estrangeira e/ou à execução de pagamentos ou transferências para o exterior, sem prévia autorização do BNA, nas seguintes situações: (i) prestação de serviços no âmbito da regulamentação sobre a Contratação de Serviços de Assistência Técnica Estrangeira ou de Gestão, ou seja os contratos de prestação de serviços correntemente celebrados entre entidades angolanas residentes e entidades estrangeiras no valor anual máximo de USD ,00 (que estão dispensados de licenciamento prévio do BNA); (ii) serviços e rendimentos, incluindo rendimentos de capital, ordenados por determinados órgãos do Estado; (iii) serviços de transporte de mercadorias importadas; (iv) indemnizações referentes a mercadorias exportadas e respectivos serviços de resseguros; (v) operações ordenadas por companhias estrangeiras de aviação que exerçam actividade em Angola no âmbito de acordos bilaterais ou representantes actuando em nome destas;
4 (vi) facturas de contratos aprovados pelo BNA; (vii) serviços decorrentes de contratos de montante igual ou inferior a Kz ,00 (Cem Milhões de Kwanzas) ou o equivalente em moeda estrangeira (aproximadamente USD ,00); (viii) viagens e transferências realizadas nos termos previstos neste Aviso do BNA, sem prejuízo de toda a regulamentação existente sobre comércio de câmbios; (ix) transferências relacionadas com remessa de valores para o exterior do país, sem prejuízo dos limites já previstos no Aviso 06/2013, de 22 de Abril; (x) transferências para a compensação de serviços de remessas ordenadas por instituições financeiras prestadoras de serviços de remessa de valores devidamente autorizadas pelo BNA. B. OPERAÇÕES DE RESIDENTES, OPERAÇÕES DE NÃO RESIDENTES E SERVIÇOS DE RESIDENTES A NÃO RESIDENTES I. OPERAÇÕES DE RESIDENTES CAMBIAIS Estão abrangidos no âmbito do regime específico das operações de entidades residentes cambiais, públicas ou privadas, as transacções relacionadas com viagens ao exterior do país e transferências de natureza corrente. a) Viagens e Transferências Privadas: Para efeitos do novo regime, consideram-se operações ordenadas pelo sector privado as seguintes: (i) as relacionadas com viagens de carácter pessoal (realizadas por pessoas singulares residentes cambiais, maiores de 18 anos); (ii) as relacionadas com viagens em serviço ou formação de funcionários de entidades que actuam no sector privado; (iii) as relacionadas com apoio familiar, contribuições a entidades de classe e outras transferências de carácter privado; (iv) as relacionadas com fins educacionais, científicos, culturais e de tratamentos de saúde. As operações ordenadas por pessoas singulares residentes cambiais destinam-se à cobertura de gastos próprios e de seus familiares directos, sujeitas aos limites que infra enunciamos. Tel: Fax:
5 Montantes Anuais: O volume de operações para viagens, efectuadas no mesmo ano civil, por pessoas singulares residentes cambiais maiores de 18 anos, não deve ultrapassar o montante cumulativo de Kz ,00 (Vinte e Cinco Milhões de Kwanzas) - aproximadamente USD ,50 - quando ordenado ou realizado em nome da mesma pessoa. As operações relacionadas com despesas de viagem pessoal, em benefício de pessoas singulares residentes cambiais menores de 18 anos, não devem ultrapassar o montante cumulativo de Kz ,00 (Seis Milhões de Kwanzas) cerca de USD ,36 - para cada ano civil. As operações relacionadas com apoio familiar, contribuições a entidades de classe e outras transferências de carácter privado supra referidas apenas são permitidas a maiores de 18 anos e, ordenadas por uma mesma pessoa, não devem ultrapassar o montante cumulativo de Kz ,00 (Doze Milhões de Kwanzas) aproximadamente USD ,72 por cada ano civil. As operações relativas a despesas de saúde e educação não estão sujeitas a limites anuais, devendo os pagamentos ser directamente efectuados junto dos estabelecimentos de saúde ou de ensino, tendo por base documentação que o comprove. b) ) Serviços e Rendimentos: Tratam-se das transacções realizadas por residentes cambiais, referentes a quaisquer actos, contratos ou acordos de carácter comercial, de natureza pública ou privada, designadamente: (i) serviços do Governo; (ii) serviços de transporte; (iii) serviços de comunicações; (iv) serviços de construção; (v) serviços de seguros; (vi) serviços financeiros; (vii) serviços de informática e de informação; (viii) outros serviços empresariais; (ix) serviços pessoais, culturais, desportivos e recreativos; (x) direitos de marcas e patentes, propriedade intelectual e industrial; (xi) remuneração de trabalhadores; (xii) rendimentos de capitais ou de aplicações financeiras.
6 São permitidos pagamentos antecipados que não ultrapassem 15% do valor global do contrato e se tal tiver sido previamente estipulado no contrato. II. OPERAÇÕES DE NÃO RESIDENTES CAMBIAIS Salários e Rendimentos: Sem prejuízo da obrigatoriedade de registo no SINOC, é permitido aos cidadãos não residentes cambiais, desde que cumpridas as suas obrigações fiscais no país, comprar moeda estrangeira e proceder à transferência para o exterior das receitas legalmente auferidas, decorrentes de salários e demais remunerações advindas de contratos de trabalho, desde que: (i) depositadas pela entidade residente cambial contratante na conta da entidade não residente cambial contratada, mediante apresentação de documentação específica; (ii) realizadas através da instituição financeira na qual o salário estiver domiciliado. III. SERVIÇOS DE D RESIDENTES CAMBIAIS A NÃO RESIDENTES CAMBIAIS Sem prejuízo da obrigatoriedade de registo no SINOC, todos os actos e contratos referentes a serviços prestados por entidades residentes a entidades não residentes, bem como, todas as operações relativas a entrada de receitas decorrentes destas, não carecem de licenciamento do BNA. Não carecem igualmente desse licenciamento, os rendimentos e o repatriamento de lucros de aplicações financeiras e de capitais efectuadas no exterior por entidades residentes cambiais. As instituições financeiras passam igualmente a estar sujeitas aos deveres legais de identificação e diligência para aplicação dos novos procedimentos. Telefone: Tel: Fax:
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