DENOMINAÇÃO E CONCEITO DO TRABALHO INFANTO-JUVENIL NOS TRATADOS INTERNACIONAIS E NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. Jair Teixeira dos Reis

Transcrição

1 DENOMINAÇÃO E CONCEITO DO TRABALHO INFANTO-JUVENIL NOS TRATADOS INTERNACIONAIS E NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Jair Teixeira dos Reis

2 DENOMINAÇÃO E CONCEITO DO TRABALHO INFANTO-JUVENIL NOS TRATADOS INTERNACIONAIS E NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Jair Teixeira dos Reis Auditor Fiscal do Trabalho. Concluiu o Curso de Doutoramento em Direito pela Universidade Lusíada de Lisboa. Professor universitário. Autor dos livros que poderão ser adquiridos pelo - Direito da Criança e do Adolescente: Questões trabalhistas Infantojuvenis, Editora Lacier, 2011, - Manual Prático de Direito do Trabalho, - Manual de Rescisão de Contrato de Trabalho, e Direitos Humanos para Provas e Concursos publicados pela Juruá Editora, - Manual Jurídico do Empresário publicado pela Editora IOB, - Resumo de Direito Ambiental e Resumo de Direito Internacional e Comunitário publicado pela Editora Impetus, - Resumo Direito Coletivo do Trabalho e resumo de Direito Previdenciário publicados pela Editora LTr. Numa breve pesquisa na legislação infraconstitucional brasileira, observamos que o termo utilizado pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT é menor, como se verifica no art. 402, seja na sua redação original, determinada pelo Decreto-Lei n 229/1967, seja na redação atual, oriunda da Lei n , de 19 de dezembro de 2000.

3 Art Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. A Carta Política de 1988, por sua vez adota os vocábulos Criança e Adolescente (art. 203, inciso II e art. 227), o que é seguido pela Lei n 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Destaca Gustavo Filipe Barbosa GARCIA (2009) que, na realidade, o termo menor é pouco esclarecedor. Além disso, o trabalhador com menos de 18 anos, em certas situações, pode trabalhar, com que não é propriamente incapaz para essa atividade, mas sim merece a proteção especial da legislação trabalhista. Por isso, em termos científicos e doutrinários, reconhece-se que a expressão Criança e Adolescente revela-se mais atual, específica e adequada. A definição dos termos Criança e Adolescente estão explicitados no art. 2 caput da Lei n 8.069/1990 Estatuto da Criança e do Adolescente: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. A Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989[1] em seu art. 1 estabelece o conceito de criança, como sendo o ser humano menor de 18 anos de idade. Verbis: Art. 1 :

4 Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. A Convenção Interamericana sobre a Restituição Internacional de Menores, adotada em Montevidéu, em , e promulgada pelo governo brasileiro através do Decreto n 1.212, de , considera menor toda pessoa que não tiver completado 16 anos de idade (art. 2 ). A Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, adotada em Montevidéu, em , e promulgada pelo Brasil em , pelo Decreto n 2.428, de , considera menores as pessoas que não tiverem completado a idade de 18 anos (art. 2 ). Para os efeitos da Convenção Interamericana sobre o Tráfico Internacional de Menores, assinada na Cidade do México, em , e promulgada pelo Presidente da República em , pelo Decreto n 2.740, de , entende-se por menor, todo ser humano menor de 18 anos de idade (art. 2 ). A Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças, concluída na cidade de Haia, em 25 de outubro de 1980, e promulgada pelo Brasil através do Decreto n 3.413, de , cessa a sua aplicação quando a criança atingir a idade de 16 anos (art. 4 ). No Estado brasileiro, o trabalho infanto-juvenil tem regras para o seu limite desde a idade mínima até as atividades onde o trabalho poderá ser exercido ou vedado[2].

5 Notas: [1] Promulgada pelo Decreto n , de 21 de novembro de 1990 (DOU de ). [2] Para melhor aprofundamento da matéria, leia nosso livro Resumo de Direito Internacional e Comunitário, 2 ed. Publicado pela Editora Impetus.