Proteção Constitucional da Criança e do Adolescente, Vulnerabilidade e Gênero no Sistema de Direito Brasileiro, algumas reflexões dialogais

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1 Proteção Constitucional da Criança e do Adolescente, Vulnerabilidade e Gênero no Sistema de Direito Brasileiro, algumas reflexões dialogais A Justiça é a primeira virtude das instituições sociais. John Rawls. Dr. Nelson Melo de Moraes Rêgo

2 I CONSIDERAÇÕES INICIAIS: è Ordem social preconizada na CF/88, no Capítulo VII, Título VIII, a explícita priorização na proteção da criança e do adolescente - proteção máxima e especial - caput do art. 226 e art. 227 e seu 3º, 7º, todos da Constituição. è Dr. J.J. Gomes Canotilho - papel de garantia e proteção da constituição. è Função garantista da Carta Magna. è Meta-principio da dignidade da pessoa humana è Doutrina de Ronald Dworkin.

3 I CONSIDERAÇÕES INICIAIS: è Dignidade da pessoa humana exige a contraprestação do respeito à integridade física, psíquica e moral, com abrangência da preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.. A dignidade da pessoa humana encontra-se no centro da construção dos direitos fundamentais. è Ligação jurídico-positiva entre direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana, após Estado Social do Direito Jorge Miranda..

4 II DA PROTEÇÃO MAXIMA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: è Os direitos da criança e do adolescente - direitos fundamentais è A Doutrina dos Juristas Espanhóis, Peces-Bara e Perez Luño.. èdeclaração dos Direitos da Criança, emitida pela ONU, em 20/11/1959. èconvenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança - em 20/11/1989, aprovada no Brasil pelo Dec. Legislativo nº 28, de 14/09/1990 e promulgada pelo Decreto nº de 21/11/1990. è Garrido de Paula: Conveção DA ONU lastro na Concepção da Dignidade da Pessoa Humana..

5 II DA PROTEÇÃO MAXIMA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: è 2º, 1ª parte do art. 5º da CF/88 - não encerrou em numerus clausus os direitos fundamentais elencados nos incisos I a LXXVIII do mencionado art. 5º.. èa Constituição de à criança - reconhecimento da titularidade de direitos cidadela jurídica da criança e do adolescente.. è Lei nº 8069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, reafirma esses direitos constitucionais fundamentais - proteção integral, art. 3º.. èa finalidade declarada do ECA é a proteção integral da criança e do adolescente - consiste no desenvolvimento saudável e na garantia da integridade..

6 II DA PROTEÇÃO MAXIMA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: è ECA: art. 16º - Direito a Liberdade.. è O direito de brincar (Art 16, IV) deve ser levado a sério é direito fundamental.. è Art. 17 do ECA - meta principio da dignidade. è Duas novas categorias de cidadãos: o cidadão-criança e o cidadão-adolescente - Art. 15 a 18 do ECA. è 4º do citado art.227 da CF/88: A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente..

7 II DA PROTEÇÃO MAXIMA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: è ECA: crimes contra infante e adolescente - artigos 228 a 244-A.. è O grau de proteção constitucional é maior, mais intenso e mais amplo que a proteção disponibilizada ao gênero. è Princípios constitucionais: * Do Juiz Natural; * E da Específica Competência; è Vara especializada de proteção à criança e adolescente, é a única competente para processar e julgar os crimes cometidos contra infantes e adolescentes, sem qualquer distinção de gênero.

8 III VULNERABILIDADE, GÊNERO QUESTÕES CO-RELACIONADAS: è Violência contra meninas de quem é a competência para processar e julgar tais crimes?. è o conceito de gênero, para tal situação, somente se verifica quando o ser do sexo feminino atingir a maioridade, aos 18 (dezoito) anos de idade. è A vulnerabilidade das crianças e adolescentes é maior do que a de gênero. è Toda violência de gênero é uma violência contra a mulher, mas nem toda violência contra a mulher é violência de gênero. E è Art. 5º da Lei /06 Lei Maria da Penha.

9 IV CONCLUSÃO: è John Rawls - A Justiça só será efetiva se os homens tiverem um sentido de justiça e se respeitarem uns aos outros. É no respeito ao outro, independente de ser criança, adolescente ou ser integrante do sexo feminino (ou qualquer outra condição), e no reconhecimento de que somos todos iguais, sem qualquer distinção, e ainda, valorizando a dignidade destes nossos semelhantes de forma fraternal, que construiremos uma sociedade melhor, mais justa e solidária.