CONSULTA DAS PARTES INTERESSADAS SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTELIGENTE NA UE

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1 CONSULTA DAS PARTES INTERESSADAS SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTELIGENTE NA UE ACOMPANHAMENTO DA COMUNICAÇÃO SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTELIGENTE 2010 Commission européenne/europese Commissie, 1049 Bruxelles/Brussel, BELGIQUE/BELGIË - Tel

2 CONTEXTO A regulamentação inteligente visa a obtenção de resultados da forma mais eficaz e menos burocrática. Visa a necessidade de um quadro regulamentar de alta qualidade que ajude a UE a alcançar os objetivos da sua estratégia Europa 2020: crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. Na sua Comunicação «Regulamentação inteligente na União Europeia» de outubro de , a Comissão explicou como planeou garantir uma regulamentação de elevado nível de qualidade ao longo de todo o ciclo político desde a conceção das políticas até à sua aprovação, execução, avaliação e revisão. Salientando a natureza de colaboração desses esforços, a Comissão indicou que a voz das pessoas afetadas pela legislação da UE poderia ser reforçada e que a Comissão continuará a trabalhar com o Parlamento Europeu, o Conselho e os Estados-Membros para promover o programa da regulamentação inteligente. Cerca de dois anos mais tarde, a Comissão faz o balanço dos progressos realizados e tira ensinamentos da experiência adquirida. Prevê apresentar um relatório sobre esta primeira fase da aplicação da regulamentação inteligente. A presente consulta das partes interessadas tem por objetivo recolher contribuições para este processo. Incide nos instrumentos utilizados para gerir a qualidade da legislação da UE, sobre as formas de melhorar a sua aplicação, sobre a forma como as experiências e os pontos de vista das pessoas afetadas pela legislação da UE podem informar melhor todas as fases do ciclo político e sobre a forma como as instituições europeias e os Estados-Membros colaborar da melhor forma para alcançar os objetivos da regulamentação inteligente. A consulta decorrerá como uma consulta na Internet aberta a todos os cidadãos e às partes interessadas, de 27 de junho a 21 de setembro. Todas as contribuições serão publicadas no sítio Web «A sua voz na Europa» e apresentaremos um relatório de síntese e a resposta da Comissão. 1 COM (2010) 543. Ver: 2

3 I. MELHORAR A QUALIDADE DA LEGISLAÇÃO DA UE A regulamentação inteligente visa a obtenção de resultados eficazes da forma menos burocrática. A realização desses objetivos, bem como os custos daí decorrentes, exige uma atenção constante. Implica conceder a mesma importância à avaliação e melhoria da legislação em vigor que à conceção de nova legislação. Envolve mecanismos eficientes para acompanhar os resultados, recolher provas e utilizá-las para tomar de forma informada as decisões políticas. Exige uma abordagem abrangente de todos os custos e benefícios da legislação, que ultrapasse programas limitados no tempo e objetivos limitados a categorias de despesas específicas. Exige uma abordagem mais global que identifique sistematicamente todas as oportunidades para melhorar a eficiência e a eficácia da legislação ao longo de todo o ciclo das políticas. Para a prossecução desses objetivos, a avaliação deve desempenhar um papel de maior relevo no processo político. Deve determinar o funcionamento da legislação existente e o que deveria ser alterado para otimizar a sua eficiência e eficácia. Deve identificar as deficiências no terreno, os constrangimentos desnecessários e as oportunidades de simplificação. Para o efeito, a Comissão começou a aplicar o princípio de que todas as novas propostas significativas devem ter por base uma avaliação do que já está em vigor 2. A Comissão também está a rever as suas diretrizes em matéria de avaliação e está a finalizar avaliações piloto dos «balanços da qualidade» destinados a apreciar se o quadro regulamentar global de todo um domínio de ação é adequado à sua finalidade 3. As lições aprendidas com estes projetos-piloto permitirão ver a melhor forma de os futuros «balanços da qualidade» alcançarem os seus objetivos e complementar a avaliação de caráter mais tradicional de atos legislativos e de programas de despesas. Por último, a Comissão prosseguiu os seus esforços no sentido de garantir que as suas avaliações de impacto de novas iniciativas recolhem elementos para a tomada eficaz de decisões bem fundamentadas e para garantir a transparência dos benefícios e dos custos das escolhas das políticas. Foram recentemente introduzidas orientações para a avaliação do impacto social, os direitos fundamentais e a competitividade 4. A fim de reduzir tanto quanto possível a carga regulamentar, a partir de 2012 as microempresas são a priori excluídas do âmbito de aplicação da nova proposta de legislação, a menos que o processo de avaliação de impacto verifique a necessidade de as incluir. Em tais casos, devem ser consideradas soluções adaptadas e regimes mais flexíveis 5 Por último, o mandato e o regulamento interno revisto do comité de avaliação do impacto deverão melhorar ainda mais o valor do controlo de qualidade exercida por este comité no âmbito do sistema de avaliação de impacto da Comissão Ver: Ver: bem como e Ver: Ver: Ver: 3

4 Perguntas Recolha de elementos de prova e acompanhamento dos resultados 1. A regulamentação inteligente exige o acompanhamento dos resultados e a recolha de dados de alta qualidade ao longo do tempo. Isto não é fácil nem isento de custos: Avaliação Como pode a Comissão organizar este processo da melhor maneira? Tem sugestões concretas sobre o modo de minimizar os encargos administrativos resultantes desse processo? 2. A participação das partes interessadas pode beneficiar a qualidade e a precisão da avaliação ainda antes desta ser efetivamente realizada: Tem exemplos de boas práticas da forma como as partes interessadas podem contribuir para a definição das prioridades de avaliação? Considera o planeamento da avaliação da Comissão acessível e útil? (iii) Como toma habitualmente conhecimento das avaliações previstas pela UE? 3. Considera especialmente insuficiente alguma das seguintes áreas, na abordagem e/ou prática de avaliação da Comissão: Planeamento Medida e oportunidade das consultas das partes interessadas (iii) Âmbito de aplicação/exaustividade (iv) Avaliação ex post dos custos (v) Avaliação ex post dos benefícios (vi) Incidência em impactos concretos/na realização dos objetivos, (vii) Avaliação de impactos específicos das partes interessadas e/ou Estados-Membros (viii) Qualidade final da avaliação (ix) Medida e transparência do acompanhamento Para todas as áreas em causa, queira apresentar exemplos concretos, bem como sugestões práticas sobre a forma como a Comissão poderia abordar as questões subjacentes. Avaliação de impacto 4. O sistema de avaliação de impacto da Comissão tem por objetivo apoiar a escolha de políticas bem fundamentadas, proporcionando uma análise integrada, transparente e responsável de todos os custos económicos, sociais e ambientais e dos benefícios de eventuais novas iniciativas. Na sua opinião: São estes os objetivos corretos? Que pode ser feito para atingir melhor estes objetivos? (iii) Que utilização dá aos relatórios de avaliação de impacto da Comissão? Estratégia 5. Tem outras recomendações sobre a forma de melhorar a abordagem global da Comissão destinada a reforçar a qualidade da legislação da UE? 4

5 II. GARANTIR A APLICAÇÃO EFICAZ DA LEGISLAÇÃO DA UE A aplicação adequada da legislação da UE é essencial para garantir o seu pleno efeito. Embora esta responsabilidade incumba sobretudo aos Estados-Membros, a Comissão tem um papel importante a desempenhar em vários aspetos. Em primeiro lugar, pode facilitar a aplicação, dando a devida consideração aos obstáculos e problemas potenciais aquando da conceção ou da revisão da legislação, o que exige tirar os ensinamentos relevantes ao avaliar a legislação em vigor e as eventuais infrações conexas, bem como escutar as preocupações das partes interessadas. Todas estas informações devem contribuir, em seguida, para melhorar o processo de elaboração de políticas. Em segundo lugar, a Comissão e os Estados-Membros devem cooperar para a transposição eficaz e atempada das diretivas da UE para os quadros jurídicos nacionais. As medidas de transposição devem ser comunicadas à Comissão nos prazos estabelecidos para a transposição 7. Em casos justificados, os Estados-Membros devem acompanhar os seus atos de transposição das diretivas da UE com documentos explicativos, contribuindo assim para ajudar a Comissão a levar a cabo a sua tarefa de supervisão da transposição. A Comissão pode também apoiar ativamente os Estados- Membros no processo de execução 8. Em terceiro lugar, quando existe uma eventual infração do direito da UE a Comissão utiliza vários instrumentos para procurar assegurar a compatibilidade com a legislação da UE, incluindo procedimentos formais por infração e sanções financeiras em casos adequados 9. Por último, a Comissão informa o Parlamento Europeu e o Conselho, bem como o público em geral sobre a aplicação da legislação da UE através do seu sítio Web «Aplicação do direito da União Europeia» 10 e através do seu relatório anual sobre o controlo da aplicação do direito da União Europeia COM (2012) 259. Ver: Ver o 28. Relatório anual sobre o controlo da aplicação do direito da UE (2010), secção : Artigo 258.º do TFUE; Artigo 260.º do TFUE 5

6 Perguntas Facilitar a aplicação e cumprimento 6. As informações sobre a forma como a legislação da UE é aplicada no terreno nos Estados-Membros devem desempenhar um papel mais importante no processo de avaliação e de conceção das políticas. Segundo a sua experiência: Que questões específicas de aplicação devem ser consideradas ao avaliar a legislação existente? Que questões devem ser tidas em conta na conceção de uma nova legislação para facilitar a sua subsequente aplicação e cumprimento? Queira explicar, citando exemplos específicos. 7. Considera suficiente a assistência atual da Comissão, no que diz respeito à aplicação de nova legislação? Se tal não for o caso, como pode ser melhorada? 8. Deve a disponibilidade das informações prestadas pelos Estados-Membros sobre a forma como aplicam a legislação da UE ser melhorada e, em caso afirmativo, de que modo? Informação do público 9. Tem acesso a todas as informações de que necessita sobre a aplicação da legislação da UE? Se tal não for o caso, especifique as melhorias que são necessárias através de exemplos concretos. Melhoria da aplicação 10. Tem ideias concretas sobre a forma como a Comissão poderá melhorar a utilização dos instrumentos à sua disposição para assegurar a execução atempada e correta da legislação da UE pelos Estados-Membros (por exemplo, períodos de transposição mais curtos, sanções financeiras, outros)? 6

7 III. CONSULTA DO PÚBLICO O reforço da participação dos cidadãos e das partes interessadas é um elemento essencial da regulamentação inteligente. A Comissão colabora com os cidadãos e as partes interessadas, sobretudo, através de processos formais estabelecidos no Tratado da UE e noutra legislação 12. No entanto, também há uma longa história de colaboração através de contactos diretos menos formalizados com as partes interessadas aquando da formulação e avaliação de políticas. As consultas podem ser específicas ou abertas e realizam-se através de diferentes métodos (audições públicas, reuniões de grupos consultivos, consultas abertas na Internet, painéis de PME 13, etc.). Desde 2002, estas «consultas públicas» realizaram-se de acordo com um conjunto de princípios gerais e de normas mínimas para todas as iniciativas que estejam sujeitas a uma avaliação de impacto e para os livros verdes 14. Desde 2012, o período mínimo de consulta pública foi alargado de oito para doze semanas 15. Através do programa de trabalho da Comissão e dos roteiros específicos as iniciativas são conhecidas de antemão, permitindo, assim, às partes interessadas apresentar e planear desde o início os seus contributos para as consultas públicas 16. Embora respeitando as normas mínimas, estas consultas devem ser igualmente proporcionais ao impacto esperado da proposta em causa para evitar custos excessivos tanto para a Comissão como para as partes consultadas. As consultas abertas na Internet são publicadas num único ponto de acesso juntamente com todas as contribuições apresentadas e um resumo dos resultados 17. Os relatórios sobre os resultados de outros métodos de consulta são também geralmente publicados no sítio Web do serviço correspondente da Comissão. No relatório de avaliação do impacto e na exposição de motivos da iniciativa, ou num documento isolado, figura uma explicação da forma como as principais observações foram tomadas em consideração Estes incluem a sua interação com o Parlamento Europeu, que agrupa os representantes eleitos pelos cidadãos da Europa e com o Conselho Europeu em representação dos governos democraticamente eleitos dos Estados-Membros, bem como estruturas de consulta específicas previstas no Tratado ou noutra legislação. Estas incluem a consulta dos órgãos consultivos institucionais da UE (isto é, o Comité Económico e Social e o Comité das Regiões), o diálogo social (ver artigos ) e processos de consulta formal dos Estados-Membros (procedimento de «comitologia»). Ver: Ver: Os cidadãos e as partes interessadas foram consultados sobre o respeito, resultados e adequação da escolha dos princípios e normas de consulta da Comissão, no contexto das consultas públicas mais gerais em 2007 e 2010: Ver respetivamente: Pode consultar todas as resposta anteriores na sua contribuição para a consulta em curso se ainda forem consideradas válidas. Ver: =EN&guiLanguage=en Ver: Ver: 7

8 Perguntas Normas mínimas 11. Na sua opinião, o atual conjunto de princípios gerais e de normas mínimas é adequado ou considera que deviam ser introduzidas alterações? 12. São aplicadas aos tipos de iniciativas apropriadas? Se tal não for o caso, pode explicar porquê e dar exemplos específicos? Âmbito de aplicação 13. As partes interessadas devem ser consultadas em relação às questões relevantes e de forma apropriada. Segundo a sua experiência: Considera que, de um modo geral, é consultado sobre todos os elementos pertinentes da avaliação de impacto (isto é, definição do problema, os objetivos, as opções políticas e os seus impactos)? Os documentos de consulta são claros e completos? (iii) É apropriada a combinação de consultas específicas e abertas utilizadas pela Comissão? Se tal não for o caso, pode explicar porquê e dar exemplos específicos? Calendário 14. Uma consulta inicial tem mais possibilidades de influenciar as reflexões políticas, mas sofre da falta de orientação política bem definida. Em contrapartida, quando as reflexões políticas já estão avançadas, as partes interessadas podem ser consultados sobre as especificidades de uma proposta, mas podem não ser capazes de exercer grande influência sobre as necessidades e a sua conceção global. Segundo a sua experiência: Os roteiros facilitam a sua participação? Como os pretende utilizar? Considera que os seus pontos de vista são geralmente procurados na altura adequada do processo de formulação de políticas? (iii) As consultas abertas devem efetuar-se, de preferência, numa única vez ou em fases separadas? No último caso, de que modo poderão ser evitados os custos excessivos (para o público e a Comissão) e respeitadas as normas mínimas? Sensibilização 15. De um modo geral, como toma conhecimento das consultas? Estás satisfeito com a situação? Se tal não for o caso, de que forma gostaria de ser informado sobre as atuais ou futuras consultas? 16. Contactar todas as partes interessadas e proporcionar uma contribuição de elevada qualidade é essencial para garantir a utilidade das consultas: De que forma pensa que a cobertura da consulta da Comissão pode ser ainda ampliada, de maneira eficaz em termos de custos? Como podem os canais de consulta nos Estados-Membros ser mobilizados para o efeito? (iii) Pode ser melhorada a utilização das aplicações baseadas na Internet? 17. Que experiência tem das consultas destinadas a intervenientes específicos (incluindo as audições públicas)? 8

9 Representatividade 18. Tem conhecimento de boas práticas nos Estados-Membros ou noutros âmbitos sobre a forma de avaliar a representatividade dos diferentes inquiridos numa consulta pública? Feedback 19. A Comissão presta informações sobre os resultados da consulta pública e do seu impacto nas opções políticas no seu resumo da consulta pública, nos relatórios de avaliação de impacto e na exposição de motivos que acompanha a iniciativa final. Está satisfeito com a qualidade e a transparência dessas informações? Como parte interessada participante, gostaria de ser automaticamente alertado para a publicação desses documentos? Resultados 20. Acha que as práticas atuais de consulta são suscetíveis de garantir a participação eficaz e transparente de todas as entidades interessadas relevantes? Permitem melhorar o processo de tomada de decisões? IV. AVANÇAR EM CONJUNTO A regulamentação inteligente é uma responsabilidade partilhada entre os Estados-Membros e as instituições europeias. Todos, devem desempenhar o seu papel e colaborar de forma eficaz para que a regulamentação inteligente atinja os seus objetivos. 21. A regulamentação inteligente implica uma partilha das responsabilidades: que mais pode ser feito para promover esta importante dimensão do programa? V. QUESTÕES EM ABERTO 22. Gostaria de apresentar observações sobre qualquer outro aspeto, a fim de contribuir de forma útil para as reflexões da Comissão sobre a regulamentação inteligente? 23. Gostaria de apresentar observações sobre qualquer outro aspeto relativo à qualidade e ao processo desta consulta pública específica? 9