Reunião dos Bispos Kinshasa, 20 de Novembro de 2012

Transcrição

1 Reunião dos Bispos Kinshasa, 20 de Novembro de 2012 Exercício da caridade e pastoral de conjunto: O Bispo e sua Caritas, Relações entre Caritas diocesanas e Caritas nacionais, Relações com outras estruturas de pastoral social; Caritas África e o SCEAM Por Monsenhor Paul Y. OUEDRAOGO Arcebispo Metropolitano de Bobo-Dioulasso Presidente de OCADES Caritas Burkina Novembro de 2012

2 Plano I. Os princípios doutrinais II.Os princípios organizacionais e pastorais III.Instância Episcopal na governação das Caritas

3 I. Os princípios doutrinais «A caridade é a via da doutrina social da Igreja. Toda a responsabilidade e todo o empenho definidos por essa doutrina estão impregnados do Amor que, segundo o ensinamento de Cristo, é a síntese de toda Lei (Mt 22, 36-40). O Amor dá a substância autêntica à relação pessoal com Deus e o próximo. É não somente o principio das micro-relações: relações amigáveis, familiares, em pequenos grupos, mas também das macro relações: relações sociais, económicas, politicas.

4 Para a Igreja- instruída pelo Evangelho o Amor é tudo porque, como o ensina São João (I Jn4, 8-16) e como o lembrei na minha primeira Carta encíclica, Deus é Amor (Deus Caritas est): tudo vem do Amor de Deus, por Ele, tudo ganha forma e tudo vai em direcção a Ele. O amor é a maior doação que Deus fez aos homens, é a sua promessa e a nossa esperança Papa Bento XVI, Encíclica Caritas in Vertate, n 2

5 O Bispo deve demonstrar pela sua vida e seu ministério episcopal a paternidade de Deus, a bondade, a solicitude, a misericórdia, a autoridade de Cristo que veio para dar a sua vida e fazer de todos homens uma mesma família, reconciliada no amor do Pai.

6 Segundo Deus Caritas Est n 32, «Os Bispos, na qualidade de sucessores dos Apóstolos, têm a responsabilidade da implementação do programa contido nos Actos dos Apóstolos ( 2, 42-44): a Igreja, enquanto família de Deus, deve ser hoje como ontem, um lugar de ajuda mutua e, ao mesmo tempo, um lugar de disponibilidade para servir também pessoas que, fora do seu seio, precisam de ajuda».

7 Inspirando-se do modelo do bom Samaritano (Lc ), o Bispo empenhar-se-á para que os fieis sejam aclarados, encorajados e apoiados, de maneira adaptada na prática de todas as obras de misericórdia,

8 seja pessoalmente no meio das condições concretas de sua vida, seja participando nas várias formas de caridade organizada. É assim que se concretiza na vida cristã essa relação recíproca que existe entre a pregação, a liturgia e o testemunho.

9 Para poder ajudar de maneira eficaz os que estão em estado de necessidade, o Bispo promoverá a Caritas diocesana na sua diocese ou outras instituições similares que estejam, sob sua presidência, para que tenham vivo o sentido da caridade fraterna em toda a diocese e.

10 e suscitem a colaboração generosa dos fieis nas obras de caridade da Igreja, porque trata-se de manifestações da caridade católica.

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12 II. Os princípios organizacionais e pastorais «Ide! De todas nações, fazei discípulos, baptizai-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; e ensinai-lhes a guardar os mandamentos que vos dei (Mt 28, 18-20)

13 PASTORAL DE CONJUNTO PASTORAL CATEQUETICA PASTORAL LITURGICA PASTORAL SOCIAL

14 Sem jamais utilizar as obras de caridade para fins desonestos de proselitismo, o Bispo e a comunidade diocesana devem ter a peito, através dessas, de dar testemunho ao Evangelho e suscitar o desejo de escutar a palavra de Deus e de se converter.

15 Todas as obras de misericórdia e de assistência cumpridas pela comunidade cristã devem manifestar o espírito de caridade sobrenatural que lhes da vida, afim de tornar-se, para as pessoas um motivo forte de render homenagem ao Pai celeste.

16 O bispo deve organizar a pastoral social integrando-a à pastoral de conjunto. Tem mandato unificado em que ele é o primeiro responsável: Ide ensinar, baptizar e ensinar a guardar os mandamentos (amor). Não há razão para o bispo não se implicar pessoalmente na pastoral social tanto que ele o faça para outros domínios.

17 Mesmo que delegue os seus poderes como o tem feito para a pastoral catequética, e a pastoral litúrgica, tem que implementar os mesmos mecanismos de apoio, de acompanhamento e de controle que lhe permitam de saber realmente o que se passa na sua Caritas.

18 O Bispo próximo dos seus responsáveis da Caritas favorece a boa governação na sua Caritas. As vantagens são enormes: -Clareza das orientações -Boa coordenação entre Caritas diocesanas e Caritas nacional -Boa tomada de decisões - Redução dos riscos de conflitos de poderes entre Caritas paroquiais e diocesanas -Diminuição dos riscos de diversos bloqueios de auto-censura ou mesmo de excessos

19 O que esta em jogo é a comunhão e a unidade no seio da Igreja família de Deus e da identidade eclesial da Caritas que não deve se confundir com uma simples ONG humanitária. São mesmo os Bispos que são garantes dessa Comunhão e dessa Unidade que se deve construir e proteger contra todas as influências financeiras (Parceiros).

20 Os Bispos são os mais indicados para compreender e resolver os problemas eclesiologicos colocados na rede Caritas, sobretudo o da subsidiariedade entre Igrejas irmãs. A decisão final cabe aos visados.

21 III. Instância Episcopal e governação da Caritas Promover a sinergia Promover o princípio da subsidiariedade Promover a unidade e a comunhão Promover a identidade eclesial da Caritas

22 Os meios técnicos e financeiros não são uma razão suficiente para substituir os visados no terreno, nem para obriga-los a ir numa direcção contrária às suas aspirações, aos seus valores ou ao seu desenvolvimento integral.

23 CARITAS AFRICA- SCEAM ENCONTRO DE MUMEMO: de Maio de 201O Os Bispos responsáveis das comissões Justiça e Paz e das Caritas nacionais tiveram a necessidade de promover um trabalho em sinergia entre as diferentes estruturas da Igreja em matéria pastoral social.

24 RECOMENDAÇÕES DE MUMEMO Lá onde as comissões Justiça e PAZ e Caritas não existem, devem ser prioritariamente criadas a todos os níveis.

25 Durante os três próximos meses, o SCEAM irá criar um grupo de trabalho para estudar as propostas do Sínodo que dizem especificamente respeito às mulheres e formular recomendações sob como estas possam ser resolutamente aplicadas a todos os níveis.

26 Durante os seis próximos meses, Caritas África e a Comissão Justiça e Paz do SCEAM terão implementado um plano conjunto para a advocacia sobre as questões estratégicas e criticas como a governação, a edificação da paz, as industrias extractivas e a mudança climática

27 Num prazo de seis meses, o SCEAM, através das estruturas nacionais e regionais de Caritas e da Comissão Justiça e Paz, organizará discussões sobre as possibilidades e oportunidades para trabalhar juntos de maneira estreita.

28 Num prazo de doze meses, cada uma das estruturas nacionais e regionais terá pelo menos um programa acordado e implementado em conjunto.

29 Durante os próximos doze meses, o SCEAM desenhará um plano para a melhoria da eficácia da partilha das informações entre as regiões e, por todo o continente, para que as instituições da Igreja possam beneficiar de boas praticas na acção pastoral da igreja lá onde elas ocorrem. Mumemo, Moçambique, 26 de Maio de 2010

30 Onde é que estamos hoje? Um apelo é lançado à Caritas África : Põe os bispos a trabalhar. O continente necessita deles para a credibilidade do SCEAM e de Caritas África AFRICAE MUNUS terá então os seus frutos.

31 OBRIGADO PELA VOSSA OBSEQUIA ATENÇÃO!