A judicialização da saúde e o Uso Racional de Medicamentos
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- Nicholas Rosa de Vieira
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1 II SEMINÁRIO MULTIPROFISSIONAL SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS A judicialização da saúde e o Uso Racional de Medicamentos Profa. M. Fâni Dolabela Maceió, 2014
2 I Simpósio Brasileiro sobre Judicialização da Saúde: Direito, Política e Justiça no acesso a medicamentos GUIA DA SAÚDE: CRITÉRIOS PARA TOMADA DE DECISÃO JUDICIAL KRISHINA DAY RIBEIRO MARIA FÂNI DOLABELA Edital PPSUS-2013: Análise das demandas judiciais em direito e saúde: itinerário, diagnóstico das demandas judiciais e medidas de intervenção.
3 Abordagem metodológica para elaboração do GUIA Etapa 1 Análises temáticas de textos doutrinários em Grupo de Estudo. Etapa 2 Etapa 3 Mapeamento da evolução jurisprudencial dos casos do STF. Obtenção de dados empíricos a partir da Fala dos atores sociais da AP4 do STF destacando os blocos de: (1) Operadores do Direito e (2) Gestores da Assistência Farmacêutica. Etapa 4 Análise de dados com a utilização da Técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Etapa 5 Produção textual do GUIA DA SAÚDE e posterior reprodução e divulgação em Evento sobre a Judicialização da Saúde Krishina Day Ribeiro
4 Casoteca Eletrônica Casoteca Eletrônica dos Julgados em Direito e Saúde do STF Coordenação: Krishina Day Ribeiro O produto: Caderno de Casos que contém os julgados emblemáticos, com narrativa e roteiro de perguntas
5 A judicialização Constituição Federal, 1988 Capitulo II, Seção II, art. 196 Acesso universal às ações e serviços de saúde do SUS Necessidades da sociedade são infinitas Recursos finitos
6 Operadores do direito Visão do problema Individual e não a coletividade História da demanda Cidadão Desconforto moral decidir em favor dos pacientes Políticas de saúde (demandas são infinitas) coletividade
7 Em alguns casos, satisfazer as necessidades das pessoas que estão à sua frente, que têm nome, que têm suas histórias, que têm uma doença grave, que necessitam de um tratamento específico, pode, indiretamente, sacrificar o direito de muitos outros cidadãos, anônimos, sem rosto, mas que dependem igualmente do SUS. Justiça comutativa Justiça distributiva
8 Evolução de gastos
9
10 O gestor de saúde Oferta dos produtos e insumos a todos: Critérios Integralidade do sistema Uso racional de medicamentos Registro e incorporação do fármaco Prescrição médica adequada Responsabilidades estabelecidas nas políticas de AF
11 Critérios que aproximam o direito de acesso a medicamentos de um conteúdo justo Omissão e inadequação de políticas públicas Custos dos direitos Desconforto moral Decisões indiscriminadas e consequências para a política de assistência farmacêutica URM Integralidade da prestação em saúde Responsabilidade passiva dos entes federativos Incorporação e registro de tecnologias
12 Omissão e inadequação de políticas públicas: Interesses envolvidos [...]Porém, na judicializaçãoda saúde não se trata de omissão ou de inadequação de Políticas Públicas. Há interesses envolvidos e pode haver espaços de aperfeiçoamentos. [...] quanto a outros interesses envolvidos há o das indústrias farmacêuticas, cujo compromisso mais relevante é o de remunerar seus investidores, sendo o aumento de vendas o caminho mais comum para que isso aconteça [...]
13 Tomada de decisão do judiciário: Parecer técnico do Gestor 1-Medicamentos não ofertados pelo SUS: probabilidade de substituição, registro na ANVISA. 2- Evidências científicas sobre o benefício do uso 3- Protocolos clínicos e Diretrizes terapêuticas 4-Em fase de incorporação: pedido é um plusao tratamento.
14 Custos do direito Gestor reserva financeira do possível Argumento de ausência de previsão financeira não impede a intervenção do Judiciário Tudo para todos (via judicial) inviabiliza o SUS Atuação do poder judiciário repercussão na alocação de públicos atingir a população atendida pelo SUS Clausula da reserva do possível
15 Decisões judiciais e suas consequências para a política de assistência farmacêutica Pautam-se pelo entendimento absoluto do direito à saúde como direito à vida e, por conseguinte, acesso a qualquer medicamento pedido. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território 48 decisões analisadas: 47 concederam o medicamento Justiça comutativa (individual) x Justiça distributiva
16 Medicamento sem registro na ANVISA Lei /2011 modificou o cap. VIII da 8080/90 Art. 19: São vedados, em todas as esferas de gestão do SUA I o pagamento, o ressarcimento ou reembolso... Não autorizado pela ANVISA Risco???
17 Consequências para a Assistência Farmacêutica Sentenças: encaminhadas em sede liminarcumprimento em 72h (máximo 10 dias) Procedimento licitatório não é possível Prescrições médicas: medicamento de marca No Estado do Pará: o paciente via demanda judicial custa ao sistema 50x mais que o valor de um paciente do SUS
18 Níveis de complexidade Pedido judicial: Juiz-Paciente Políticas públicas Necessidade: Comitê Interinstitucional de Resolução Administrativa de Demandas da Saúde (CIRADS) Solução administrativa para os conflitos da Saúde
19 Necessidade de mudança do estado de conformação jurisprudencial Conformação jurisprudencial: decisões indiscriminadas Resposta correta ou a aproximação de um direito justo (Critérios e AF) Garantir o direito a saúde é compreende-lo: no contexto do funcionamento do SUS, abrigado em Políticas Sociais e Econômicas
20 URM x Estado do Pará Concessão judicial dos medicamentos Inobservância ao URM Desorganizando ações da DEAF/CAF
21 A integralidade da Prestação em Saúde Linha do Consumo Linha do cuidado Falta de critérios Atendimento médico Diagnósticos Exames Procedimentos Medicamentos presentes nas listas e ausentes
22 A prescrição médica Recomendação n o 31 de 201 do CNJ: Recomendar aos Tribunais de Justiça dos Estados e aos Tribunais Federais que: B) orientem, através das suas corregedorias, aos magistrados que: B.1) procurem instruir as ações, tanto quanto possível, com relatórios médicos, com descrição da doença, inclusive CID, contendo prescrição de medicamentos, com denominação genérica ou principio ativo, produtos, órtoses, próteses e insumos em geral, com posologia exata
23 Responsabilidade passiva dos entes federativos Campo do direito: dificuldade em localizar o ente federativo pela oferta do medicamento Componentes da Assistência Farmacêutica: Básico Estratégico Especializado
24 Incorporação e registro de tecnologias Se é certo que o Estado tem dever de garantir a saúdeaos seus cidadãos, mais certo ainda é que não pode o Estado chancelar que esse cidadão possa correr o risco no uso de um medicamento cuja eficácia não esteja comprovada, podendo colocar em risco o próprio bem jurídico que se quer preservar, qual seja, a vida. Judicialização de produtos não incorporados e sem registro
25 Proposta de fluxograma para tomada de decisão
26 SIM
27 Não
28 Importante reflexão: Se atentarmos para os dados da judicialização, estaremos levando direitos a sério e levar direitos à sério é levar a escassez a sério Direitos a sério: Qual a Fundamentação jurídica da concessão do serviço? Concessão fundamentada Escassez a sério?
29 Acesso ao medicamento precisa ser compreendida em sua totalidade Usuário, sistema jurídico, sistema político, médicos e toda a sociedade Uso Racional de Medicamentos: Conjunto de práticas em que é prescrito ao paciente o tratamento terapêutico adequado a sua necessidade clínica, sendo este eficaz, seguro e de qualidade, na dose e posologias corretas, por um período adequado e ao menor custo.
30 Obrigada
31 Profa. Fâni Dolabela Profa. Adjunta da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Coordenadora do Centro de Informações Sobre Medicamentos- PA Tutora do Grupo Pet-Farmácia, UFPA Endereço: R. Augusto Corrêa, 1. B. Guamá, , Belém Fone:
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