Ensaio Visual Oculum Ensaios, núm. 14, julio-diciembre, 2011 Pontifícia Universidade Católica de Campinas Campinas, Brasil

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Rosângela Sacramento
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1 Oculum Ensaios ISSN: Pontifícia Universidade Católica de Campinas Brasil Ensaio Visual Oculum Ensaios, núm. 14, julio-diciembre, 2011 Pontifícia Universidade Católica de Campinas Campinas, Brasil Disponível em: Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

2 A Revista Oculum apresenta uma rara opor tunidade ao leitor. Abre a possibilidade de especular: como seria o encontro com o Kublai Khan se Marco Polo contasse com Luiz Carlos Toledo para retratar as cidades que descreve ao imperador? A par tir da obra As Cidades Invisíveis, de It alo Calvino, Toledo trabalha como arquiteto do olhar, revelando imagens. Não impõe uma visão única. Ao contrário, amplia as possibilidades das descrições do jovem veneziano. Prefere presentear as mulheres a dialogar com imperadores. Esta publicação é dedicada às musas, de todos os gêneros, que inspiraram a história, os imperadores, os viajantes e nosso arquiteto desenhador. Também é um convite para a leitura e para a expressão, seja da palavra ou do desenho. DESENHOS: Luiz Carlos Toled o TEX TOS: Jonathas Magalhães Pereira da Silva

3 Diomira Cidade das boas lembranças e do galo dourado que a toda manhã canta. O dourado refletido na arquitetura ou no galo? As estrelas se encontram no solo ou no ar? Lembranças e reflexões.

4 Zora Cidade que permanece na memória.sabe-se que os homens mais sábios do mundo a conhecem de cor. Aqui somos surpreendidos por alguém que lá nunca esteve, uma vez que Zora se desfez pela necessidade do imobilismo. Sabiamente representada em todos os detalhes que se fixam em nossa retina. Difíc il desviar o olhar.

5 Zirma Cidade redundante, que provoca um olhar diferente de cada viajante. Nosso desenhado r prefere não representar a cidade. Escolhe o processo pelo qual passar cada olhar. Redes que pescam diferentes visões do mundo.

6 O livia Cidade onde o discurso é mais realque as co nstruções. Cidade do trabalho que exala diferentes odores.a quarta e a qui nta dimensõ es são apresentadas por muhl eres que "navegam de no1 te cantando em canoas ilumi nadas".

7 Clarisse Cidade que se reinventa, renasce. Da cidade imprestávelá urbe da sobrevivência, tudo retrata a reminiscências do seu antigo esplendor. Borboleta e Crisálida revelam sua dialética. Colunas passeiam pelo tempo e pelo espaço.

8 Tecla Construção interminável, c idade canteiro, amedrontada pela destruição. Inspirada nas estrelas douradas de difícil reprodução. O mestre de obra segue o ambicioso projeto: o Céu. A existência do outro a nos impelir a produção de seu retrato. Desejo de permanecer.

9 Raissa Oculta a felicidade. Mãos maltratadas, crianças chorando, pesadelo incessante. A felicidade não está nas coisas, mas no fio invisívelque liga um ser ao outro: pedreiros pedintes, criança sorridente, grande dama apaixonada, oficial saltador, cavalo esperançoso, pássaro liberto.

10 Ândria Onde os corpos celestes seguem as mudanças da cidade: "a cidade e o céu nunca permanecem iguais". Do bambuzal à explosão de uma nova. Do novo porto fluvial à mudança da coloração de uma estrela. Tudo tem causa e consequência. Tudo é novo.

Ana Clara Cidade musa, fruto da união do risco e da dança. Encontra-se fora dos domínios do imperador Kublai Khan. Nunca descrita, nem imaginada pelo viajante Marco Polo.

11 Ana Clara Cidade musa, fruto da união do risco e da dança. Encontra-se fora dos domínios do imperador Kublai Khan. Nunca descrita, nem imaginada pelo viajante Marco Polo. Invisível até para ltalo Calvino. Talvez a mais bela de todas, por ser fruto de um querer apoiado por uma vontade de atender. Cidade, musa e desenhado r nos libertam do império. Seguimos livres para ler e desenhar outros mundos.

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