Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito da 2ª Secção de Comércio da Instância Central de Vila Nova de Famalicão J2 Processo 792/15.2T8VNFT8VNF Insolvência de Esquemalux - Unipessoal, Lda. V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como o respectivo anexo (inventário). Mais informo que não foi elaborada a lista provisória de créditos prevista no artigo 154º do CIRE, uma vez que vai ser junto aos autos a relação de credores a que alude o artigo 129º do CIRE. P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 17 de março de 2015 Página 1 de 1

2 I Identificação do Devedor Esquemalux Unipessoal, Lda., sociedade comercial unipessoal por quotas com sede na Rua da Boavista, nº 678, freguesia de Esmeriz, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC , tendo por objecto social a actividade de instalação eléctrica. A sociedade, constituída em 29 de Agosto de 2013, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o número e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota José Emanuel de Oliveira Bastos 5.000,00 Total 5.000,00 A gerência da sociedade está atribuída em exclusivo ao sócio José Emanuel de Oliveira Bastos desde a sua constituição. A sociedade obriga-se pela intervenção de um gerente. II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) O estabelecimento da sociedade insolvente, que corresponde à morada da sua sede, não é sua propriedade. As razões dadas pela sociedade para a sua situação de insolvência, e que constam da petição inicial, são: 1 Página

3 a) Forte retracção no sector da construção civil, sector directamente relacionado com a actividade da sociedade; b) Redução na procura, reflexo da crise a nível nacional e internacional; c) Falta de apoios financeiros por parte das entidades bancárias; d) Perda de dois clientes que asseguravam o bom funcionamento da sociedade; e) Incapacidade financeira para suportar os custos inerentes à obtenção da certificação necessária para executar obras de maior envergadura. Observemos a informação contabilística disponível para os exercícios de 2013 e 2014, a qual sustenta a explicação apresentada pela sociedade insolvente para as razões que a conduziram à sua situação de insolvência: Rubricas 2013 (Ago-Dez) 2014 Variação 2014/2013 Vendas e serviços prestados , , ,75 42,44% CMVeMC , , ,42 49,36% Fornecimentos e serviços externos 3 406, , ,36 369,05% Gastos com pessoal , , ,43 224,76% Outros gastos e perdas 364,34-364,34-100,00% Resultado Operacional 768,02-768,02-100,00% Resultado antes de impostos 768,02-768,02-100,00% Resultado Líquido do Período 572,52-572,52-100,00% Activo , ,25-100,00% Activos fixos tangíveis 3 250, , ,00 33,38% Inventários 315,13-315,13-100,00% Clientes 0, , ,13 #DIV/0! Caixa e depósitos bancários , , ,73-42,14% Passivo , ,73-100,00% Provisões 6 000, ,00-100,00% Outras contas a pagar 5 600, ,00-100,00% Fornecedores 2 563, , ,76 304,43% Estado e outros Entes Públicos 1 113, ,86-100,00% Outros passivos correntes 2 555, ,77-100,00% Capital Próprio 5 572, ,52-100,00% Como é fácil de concluir pelos dados acima, a sociedade insolvente no seu primeiro ano de actividade, conseguiu gerar um lucro exíguo. No entanto, o ano seguinte não decorreu de acordo com o esperado pelo sócio e gerente da sociedade, 2 Página

4 apresentando uma actividade extremamente deficitária, onde o volume de negócios foi inferior aos custos fixos de funcionamento, acumulando um avultado prejuízo. Como dito anteriormente, a principal razão para que a sociedade se encontre com um reduzido volume de negócios e sem trabalhos adjudicados deveu-se, essencialmente, à perda de dois principais clientes: 1. A EDP Serviço Universal, S.A., que deixou de contratar os serviços da insolvente, uma vez que começou a trabalhar apenas com empresas certificadas. 2. A Câmara Municipal de Braga, por intermédio da sociedade SGEB - Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga, S.A., que com a mudança partidária, deixou de adquirir os serviços à insolvente. Com a quebra das receitas, a gerência da sociedade ainda tomou medidas para financiar os custos fixos de funcionamento (subscreveu uma livrança para financiamento de uns trabalhos pendentes), no entanto, a perda dos clientes supra descritos e a incobrabilidade de alguns valores por parte de outros clientes, conduziu ao agravamento da situação deficitária da sociedade, não se mostrando capaz de assegurar a liquidez necessária para honrar todos os seus compromissos, sendo patente que para os volumes de negócios obtidos a sociedade fica aquém do seu ponto crítico de vendas. Tudo isto em conjunto, tal como referido, veio criar graves problemas de tesouraria, que conduziram a sociedade a entrar em incumprimento com os seus credores, em especial, para com os seus fornecedores e trabalhadores. Sem perspectivas de melhoria da situação e sem financiamentos suficientes para garantir o bom funcionamento da sociedade, o gerente acabou por tomar a decisão de a apresentar à insolvência. Considerando o que atrás foi exposto, promoveu-se no passado dia 29 de Janeiro o encerramento antecipado nos termos do artigo 157º do CIRE, fazendo-se cessar os contratos de trabalho dos seus dois colaboradores. 3 Página

5 III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade encontra-se processada até ao final do mês de Dezembro de 2014, tendo sido cumpridas as obrigações declarativas daí emergentes. Pela análise que foi feita da contabilidade, tudo indica que esta reflecte uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Por vontade da gerência da sociedade e do Administrador da Insolvência, foi promovido no passado dia 29 de Janeiro o encerramento antecipado do seu estabelecimento, tendo-se feito cessar os contratos de trabalho dos colaboradores da sociedade (nesta altura, dois), o que, por si, evidencia a falta de vontade em propor aos credores um plano de recuperação que preveja a manutenção da actividade. Perante o que acima foi referido, deverão os credores deliberar no sentido da ratificação da decisão do encerramento do estabelecimento da sociedade insolvente, bem como pelo encerramento do processo de insolvência dada a situação de insuficiência da massa insolvente (o valor estimado dos bens é inferior a Euros 5.000,00). Se os credores assim o entenderem, o signatário poderá diligenciar pela venda dos bens inventariados, sendo que o produto obtido com essa venda deverá ser colocado à ordem do processo de insolvência para ser utilizado no pagamento das despesas e demais custas. Castelões, 17 de Março de 2015 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) 4 Página

6 Insolvência de Esquemalux - Unipessoal, Lda. Processo nº 792/15.2T8VNF da 2ª Secção de Comércio (J2) da Instância Central de Vila Nova de Famalicão Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)

7 Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) 792/15.2T8VNF da 2ª Secção de Comércio (J2) da Instância Central de Vila Nova de Famalicão Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: Verba Descrição da Verba Valor 1 Secretária 1 1 PC, 1 monitor CRT 1 Impressora da marca HP Laserjet Cadeira rotativa 50, Lote de material eléctrico e respectivas estantes 500, Veículo ligeiro de mercadorias da marca PEUGEOT, modelo PARTNER, com a matrícula VG, de Julho de ,00 Total dos bens inventariados 1.550,00 Os bens acima descritos encontram-se no estabelecimento da sociedade insolvente. Castelões, 17 de Março de 2015 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) 1 Página