Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQ/USP SEMEADURA. LEB0432 Máquinas e Implementos Agrícolas. Prof. Leandro M. Gimenez

Transcrição

1 SEMEADURA LEB0432 Máquinas e Implementos Agrícolas Prof. Leandro M. Gimenez 2018

2 MATERIAL PARA ESTUDO MIALHE, L. G. Máquinas agrícolas para plantio. Editora Millennium. São Paulo, p. BALASTREIRE, L.A. Máquinas Agrícolas. Editora Manole Ltda. São Paulo, p. Slides no Stoa 2

3 O QUE SE DESEJA COM A SEMEADURA? Permitir o estabelecimento de uma nova cultura. A semente deve ser posicionada em um ambiente adequado ao seu desenvolvimento. Densidade (espaçamento) Profundidade Contato com o solo Distância do fertilizante OPERAÇÃO CRÍTICA! GRADATIVA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NA GENÉTICA INSUMO COM ELEVADA PARTICIPAÇÃO NO CUSTO DE PRODUÇÃO

4 Semeadura PERFEITA 100% do potencial de produtividade preservado kg/ha de milho ERROS: PERDA POTENCIAL Regulagem do número de plantas abaixo do recomendado 4% kg/ha Dose do adubo variando entre as linhas 2% kg/ha Sementes com profundidade inadequada 2% kg/ha Sementes com espaçamento inadequado 1% kg/ha Período entre o tratamento de sementes e semeadura inadequado 1% kg/ha Muita palha sobre a semente 1% kg/ha Pela frente: pragas, daninhas, doenças...

5 PORQUE SEMEADURA E NÃO PLANTIO? Plantio = partes de plantas Cana de açúcar Mandioca

6 PORQUE SEMEADURA E NÃO PLANTIO? Semeadura = sementes Milho Soja Feijão Trigo Aveia

7 FATORES QUE AFETAM A EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS Viabilidade da semente, Temperatura do solo, Disponibilidade de umidade, Disponibilidade de ar, Resistência do solo, Posicionamento da semente em relação ao fertilizante.

8 SEMENTE Embrião Vivo, Melhor qualidade fisiológica no momento da maturidade, Respiração e consumo de reservas no período anterior à germinação Armazenagem Temperatura Umidade

9 TRATAMENTO DE SEMENTES Tratamento industrial ou na fazenda Influencia a eficiência dos mecanismos dosadores

10 CLASSIFICAÇÃO DAS SEMENTES Milho: em função das três dimensões

11 FERTILIZANTES

12 FUNÇÕES DA SEMEADORA 1. Armazenar sementes 2. Promover escoamento controlado 3. Distribuir a semente no terreno Funções complementares Preparar leito de semeadura Cobrir as sementes Adensar o solo ao redor das sementes Mialhe (2012)

13 Etapas da semeadura Depositar a semente 2 1 Abrir o sulco 3 Fechar o sulco Firmar o solo 4

14 TIPOS DE SEMEADORAS Pode-se exercitar diferentes classificações para enquadrar os diversos tipos de semeadoras: Forma de acionamento Forma de deposição Forma de distribuição das sementes Sistema de manejo do solo

15 FORMA DE ACIONAMENTO Manual Tracionada Tração animal Trator Montada De arrasto

16 FORMA DE DEPOSIÇÃO Em relação ao posicionamento Superficial Em sulcos Em covas

17 FORMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES Como é depositada Em área total Aérea Terrestre

18 FORMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES Em linhas Contínua (sem precisão entre sementes) De precisão (dosadas uma-a-uma)

19 SISTEMA DE MANEJO DO SOLO Máquinas para semeadura convencional Máquinas para semeadura direta Maior resistência mecânica do solo e resíduo: Disco de corte de palha e hastes sulcadoras

20 Tração animal Com deposição em sulcos Distribuição em linhas, com precisão Semeadura convencional

21

22 Semeadora Adubadora Tracionada por trator Com deposição em sulcos Distribuição em linhas, com precisão Semeadura convencional

23 Tracionada por trator Com deposição em sulcos Distribuição em linhas, com precisão Semeadura direta

24 Acoplada ao engate de três pontos Com deposição em covas Distribuição em linhas com precisão Semeadura convencional ou direta

25 MÁQUINAS MAIS RELEVANTES Semeadora-adubadora de fluxo contínuo ou de sementes miúdas ( semeadeira ) Semeadora-adubadora de precisão ou de sementes graúdas ( plantadeira ) Semeadora de precisão ou de sementes graúdas ( plantadeira )

26 Semeadora de precisão, de linhas individuais, de verão ou de sementes graúdas ( plantadeira ) 26

27 Semeadora-adubadora de precisão, de linhas individuais, de verão ou de sementes graúdas ( plantadeira )

28 A semeadora adubadora de sementes graúdas (para plantio direto) adubadora semeadora

29 Semeadora-adubadora de fluxo contínuo, com linhas múltiplas conjugadas, semeadora de inverno, de sementes miúdas ( semeadeira )

30 Semeadora-adubadora múltipla

31 COMPONENTES IMPORTANTES Chassi Mecanismo dosador de sementes Mecanismo dosador de adubo Sulcadores Controladores de profundidade Cobridores Mecanismos de compactação Transmissão Rodado Marcadores de linha

32 CHASSI

33 Linhas desencontradas para reduzir embuchamentos...

34 CHASSI

35 Chassi articulado para facilitar a flutuação transversal

36 Mecanismos dosadores de sementes Semeadora fluxo contínuo Rotor acanalado

37 Semeadoras de sementes miúdas de grande porte Mecanismo dosador pneumático por sopro

38 Tubo Condutor Dosador Turbina Sulcador

39 MECANISMOS DOSADORES DE FERTILIZANTES Semeadora fluxo contínuo Rotor denteado Rosca sem-fim

40 Sulcadores No inicio (até os anos 1980 no Brasil) os sulcadores para sementes miúdas eram de discos simples ou duplos Semeadora fluxo contínuo Semente Fertilizante

41 Sulcadores Semeadora fluxo contínuo Com o surgimento do Plantio Direto foram desenvolvidas soluções como o disco duplo desencontrado antecedido por um disco de corte

42 Rodas compactadoras Semeadora fluxo contínuo

43 DISCO DE CORTE PARA PALHA Semeadura direta Cortar o resíduo Diversos tipos de disco em função de solo e palhada

44 SULCADOR PARA FERTILIZANTES Disco duplo: Mobiliza menos solo Necessita de peso (força vertical) para penetrar Tem menos propensão a juntar resíduos Haste: Demanda maior potência (significativamente maior)

45 A SEMEADORA ADUBADORA SULCADORES PARA FERTILIZANTES Discos duplos Desalinhados Defasados/desencontrados

46 SULCADORES PARA FERTILIZANTES Formas de acoplamento ao chassi Pivotantes Pantográficos

47 SULCADORES PARA FERTILIZANTES DO TIPO HASTE Ângulo de ataque da ponteira e pressão na mola Maior ou menor profundidade e largura da faixa de preparo.

48 SULCADORES PARA FERTILIZANTES DO TIPO HASTE 1 e 3 MENOR revolvimento do solo e MAIOR demanda de potência 2 e 4 MAIOR revolvimento do solo e MENOR demanda de potência

49 DEMANDA DE POTÊNCIA Fonte: Iapar 49

50 LIMITADOR DE PROFUNDIDADE SEMENTES Eixo único x Independentes

51 RODAS LIMITADORAS DA PROFUNDIDADE DAS SEMENTES

52 Firmadores de semente Finalizadores de sulco Rebounders

53 Cobridores e compactadores

54 Representação esquemática do trabalho da roda compactadora MODOLO, A.J., 2006

55 FECHAMENTO E COMPACTAÇÃO DO SULCO O ajuste deve ser feito para manter uma camada uniforme de solo sobre a semente e permitir um bom contato das sementes com o solo

56 FIXAÇÃO DOS COMPONENTES AO CHASSI Sistema de varão/pivotante Sistemas pantográficos

57 Fixação das unidades de semeadura Com sistema pantográfico Com sistema pivotante

58 Com sistema pantográfico

59 Sem sistema pantográfico

60 MECANISMOS DOSADORES FERTILIZANTES Rosca sem fim Transversal Longitudinal

61 Mecanismos dosadores - Fertilizantes Sistema com comporta de represamento do fertilizante

62 Mecanismos dosadores sementes Sementes graúdas Disco horizontal Dedos preensores Dosadores pneumáticos sucção sopro Vídeos Interessantes Sistema disco horizontal Sistema de dedos Sistema pneumático 1 Sistema pneumático com condução da semente por escova

63 Disco horizontal

64 Alojamento do ejetor caixinha Mecanismo dosador de disco horizontal disco com células Rasador / Raspador

65 A SEMEADORA ADUBADORA DOSADORES PARA SEMENTES Disco Horizontal

66 Dedos preensores Fonte: folhetos JD e Kinze

67 Fonte: folheto Kinze

68 Dosadores pneumáticos

69 Dosadores dosador pneumáticos Turbina de vácuo

70 DOSADORES PNEUMÁTICOS

71 DOSADORES PNEUMÁTICOS

72 PNEUMÁTICO COM CONDUÇÃO DA SEMENTE AO SULCO POR ESCOVAS 72

73 AJUSTES SISTEMA PNEUMÁTICO

74 Tubo condutor

75 RESERVATORIOS

76 Transmissão Os mecanismos das semeadoras podem ser acionados por - Roda de terra - Motores

77 Importante diversidade de relações de transmissão

78 NOVAS TECNOLOGIAS Transmissão motor hidráulico 78

79 DIAGRAMA SISTEMA ACIONAMENTO HIDRÁULICO Válvulas Eletro-hidráulicas Monitor Motor Sensor velocidade Reservatório de óleo Bomba Hidráulica 79

80 MONITOR DE SEMEADURA Monitor de Semeadura Receptor GNSS Monitoramento Adubo Monitoramento Semente Contagem Georreferenciamento 80

81 NOVAS TECNOLOGIAS Transmissão do movimento através de cabos 81

82 ELETRÔNICA EMBARCADA NA SEMEADORA Corte de seção e taxa variável 82

83 ELETRÔNICA EMBARCADA NA SEMEADORA Ajuste automático da carga sobre a linha 83

84 AJUSTES

85 ACOPLAMENTO DA SEMEADORA Nivelamento longitudinal Profundidade de trabalho

86 DISTRIBUIÇÃO DAS LINHAS NO CHASSI Número ímpar: a primeira linha é colocada no centro do chassi. 5,6 m 2,8 m

87 DISTRIBUIÇÃO DAS LINHAS NO CHASSI Número par: duas linhas são colocadas com distância de metade do espaçamento ao centro do chassi para cada uma. 5,6 m 0,4 m 2,8 m

88 Marcador de linha Bitola Espaçamento Distância Marcador

89 MARCADOR DE LINHA D = [ E (n+1)-b ] / 2 EXEMPLO: Espaçamento = 0,45 m Máquina de 11 linhas Bitola dianteira do trator = 1,85 m D = 0,45 (11+1) 1,85 2 = 1,77 m

90 CÁLCULO DAS DOSAGENS Regulagem em galpão Chegar próximo ao desejado Acionamento dos mecanismos manualmente Coleta e quantificação do material Seleção das relações de engrenagens ou ajuste de aberturas Ajuste em campo Correções para as condições de operação Coleta do material ou pesagem de volumes maiores para correções

91 Trena CÁLCULO DAS DOSAGENS Regulagem em galpão Cálculo/mensuração metros por volta da roda de terra Seleção de relação de transmissão Coleta de material e comparação com o desejado Cálculo de nova relação de transmissão Alteração e conferência Metros em 10 voltas da roda de terra Metros por volta

92 CÁLCULO DOS METROS DE SEMEADURA POR HECTARE Metros de semeadura por ha Ex:45 cm de espaçamento 100 m Espaçamento (m) 100 m 100 m 0,45 m 100 m = m OU m Espaçamento (m)

93 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE FERTILIZANTE Exemplo: 385 kg ha -1 de um formulado Fertilizante por metro (g/m) (dose de fertilizante (kg/ha) x 1000)/metros de linha por ha) (385 kg/ha x 1000 g/kg) / m/ha 17,3 g/m

94 CÁLCULO DA DENSIDADE DE SEMEADURA Uma vez definida a população de PLANTAS desejada pode se calcular o número de sementes e devem ser levadas em consideração as perdas Germinação Pureza Índice de sobrevivência Enchimento do mecanismo dosador

95 CÁLCULO DA DENSIDADE DE SEMEADURA EXEMPLO: Pop. de plantas desejada pl ha -1 Germinação 98%, Pureza 99%, Sobrevivência 92%, Enchimento do dosador 99,5% A população de SEMENTES é definida através de: Pop. Sem. (sem ha -1 ) = Pop. PLANTAS (pl ha -1 ) /[germ(%) x pur(%) x sobrev(%) x ench(%)] / ((98/100) x (99/100) x (92/100) x (99,5/100)) / 0, sem ha -1

96 CÁLCULO DA DENSIDADE DE SEMEADURA EX: Espaçamento entre linhas 75cm A densidade de semeadura ou SEMENTES por metro é calculada: Densidade Semeadura (sem m -1 ) Pop. Sem.(sem ha -1 ) / metros fileira por ha sem / ((100 m/0,75 m) x100 m) / ,16 sem m -1 Espaçamento entre sementes (100 cm/m) / (6,16 sem/m) = 16,2 cm/sem

97 CÁLCULO DA DOSE DE SEMENTES EM FLUXO CONTÍNUO EXEMPLO: Pop. de plantas desejada 300 pl m -2 Germinação 98%, Pureza 99%, Sobrevivência 92%, Peso de mil sementes PMS: 36 g Quantidade de sementes por área: Pop. Sem. (sem m - ²) = Pop. PLANTAS (pl m - ²) /((germ(%) x pur(%) x sobrev(%) x ench(%)) 300/ ((98/100) x (99/100) x (92/100) 336 sem m -2 Peso de sementes (g m - ²) = 336 sem/m² x 36 g/1000sem 12,096 g m -2 Em um hectare: 12,096 g m² x m²/ha = g/ha 121 kg

98 CÁLCULO DA DOSE DE SEMENTES EM FLUXO CONTÍNUO EXEMPLO: Dose de sementes desejada: 121 kg ha -1 Espaçamento entre fileiras: 17 cm Quantidade de sementes por metro de fileira: Metros de fileira por hectare (100 m/ 0,17 m) x 100 m = m Sementes por metro (121 kg ha -1 x 1000 g kg -1 ) / m ha -1 = 2,057 g m -1

99 AJUSTES ATRAVÉS DA RELAÇÃO ENTRE ENGRANAGENS EXEMPLO: Dose desejada: 139 sementes Dose coletada: 119 sementes Engrenagens utilizadas: motora 23 dentes e movida 17 dentes Relação entre engrenagens atual 23/17 = 1,35 MOTORA MOVIDA

100 AJUSTES ATRAVÉS DA RELAÇÃO ENTRE ENGRANAGENS Relação entre engrenagens desejada (1,35 x 139)/119 = 1,57 RELAÇÃO ATUAL DOSE DESEJADA DOSE ATUAL

101 101

102 102

103 Movida RELAÇÕES DE TRANSMISSÃO Motora ,21 1,50 1,79 2,43 2, ,00 1,24 1,47 2,00 2, ,77 0,95 1,14 1,55 1, ,61 0,75 0,89 1,21 1, ,57 0,70 0,83 1,13 1,27 103

104 PRÁTICA