Via Profissional 1.ª chamada

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Via Profissional 1.ª chamada"

Transcrição

1 6.º Curso de magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais Cotação: 20 valores Prova escrita de Direito e Processo Administrativo Via Profissional 1.ª chamada - Relatório 1 valor - Saneamento 2 valores - Fundamentação de Facto 3 valores - Fundamentação de Direito - 12 valores - Dispositivo 1 valor - Apreciação global - 1 valor A atribuição da cotação máxima nesta prova pressupõe um tratamento completo das várias questões suscitadas, que deverá ser coerente e corretamente fundamentado e com indicação dos preceitos legais aplicáveis. Na apreciação da prova relevarão, nomeadamente, a pertinência do conteúdo, a qualidade da informação transmitida em relação à questão colocada, a organização da exposição, a capacidade de argumentação e de síntese e o domínio da língua portuguesa. Os erros ortográficos serão considerados negativamente: 0,25 por cada um, até um máximo de 3 valores. NOTA: O conteúdo que a grelha disponibiliza reflete o que se afiguram ser as abordagens possíveis e corretas, quer do ponto de vista da forma, quer de ponto de vista da substância, em função das peças facultadas e dos dados do processo, desde que devidamente fundamentadas. Sem prejuízo de outras abordagens que se mostrem razoáveis e plausíveis, desde que suportadas em fundamentos consistentes, as quais serão igualmente valorizadas na precisa medida do respetivo mérito. 1

2 Cotação total da prova (20 valores) Relatório - 1 valor Saneamento - 2 valores: Identificar as partes (o autor como sendo o Sindicato dos Trabalhadores Autárquicos e o réu a Câmara Municipal ou Município de Vale Bonito). Identificar os pedidos formulados: de anulação da deliberação da Câmara Municipal de Vale Bonito de 8 de março de 2018 e de que seja determinado o arquivamento do processo disciplinar. Enunciar sumariamente a alegação do autor. Referir que o Município de Vale Bonito contestou a ação e apresentou defesa por exceção (suscitando a falta de personalidade judiciária da Câmara Municipal de Vale Bonito e a ilegitimidade ativa do Sindicato dos Trabalhadores Autárquicos) e defesa por impugnação, pugnando pela improcedência do pedido. - Elaborar despacho saneador apreciando as exceções suscitadas na ordem correta; - Falta de personalidade judiciária Referir que a personalidade judiciária é a suscetibilidade de ser parte e que a regra é a de que quem tem personalidade jurídica tem personalidade judiciária, fazendo referência ao disposto no artigo 8.º-A, n.ºs 1 e 2 do CPTA. Referir que sendo o Município de Vale Bonito uma autarquia local, pessoa coletiva de direito público (artigos 235.º, n.º2 e 236.º, n.º1 da CRP) a Câmara Municipal enquanto órgão do município (artigos 250.º e 252.º da CRP) não tem personalidade judiciária, pois não tem personalidade jurídica nem se inclui nos casos de extensão de personalidade judiciária estabelecidos na lei processual civil ou no CPTA (artigo 8.º-A, n.º3 do CPTA). Referir que a propositura indevida da ação contra o órgão Câmara Municipal, da pessoa coletiva Município, não tem consequências processuais, nos termos do artigo 8.º-A, n. º5 do CPTA, que remete para o n.º4 do artigo 10.º também do CPTA. Isto é, que não obstante na petição inicial se ter indicado como parte demandada a Câmara Municipal de Vale Bonito, a ação considera-se regularmente proposta contra o Município de Vale Bonito, por ser a pessoa coletiva de direito 2

3 público a que aquele órgão (Câmara Municipal) pertence. - Ilegitimidade ativa Referir que no caso o Sindicato dos Trabalhadores Autárquicos vem a juízo em defesa de direitos e interesses individuais do seu associado David Silva. Fazer referência ao disposto no n.º 1 do artigo 56.º da Constituição. Fazer referência ainda ao disposto no artigo 338.º, n. º2 da LGTFP, nos termos do qual É reconhecida às associações sindicais legitimidade processual para defesa dos direitos e interesses coletivos e para a defesa coletiva dos direitos e interesses individuais legalmente protegidos dos trabalhadores que representem. Concluir que o Sindicato dos Trabalhadores Autárquicos é parte legítima por estar a assegurar a defesa coletiva do interesse individual do seu associado David Silva. Fundamentação de facto 3 valores: - Fixar o valor da causa (indeterminável nos termos do artigo 34.º, n.ºs 1 e 2 do CPTA). * Aceitar que se fixe o valor da causa no segmento decisório. Factos provados: A) David Silva é trabalhador da Câmara Municipal de Vale Bonito desde 1 de junho de 2002, exercendo as funções de Técnico Superior Engenheiro do Ambiente. Cfr. Documento n. º7 junto com a p.i. e admitido por acordo das partes. B) Exerce funções na Divisão de Manutenção de Espaços Verdes, da Direção Municipal do Ambiente, da Câmara Municipal de Vale Bonito. Cfr. documento n. º7 junto com a p.i. e admitido por acordo das partes. C) Em 24 de janeiro de 2018, pelas 14 horas, pela Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes, foi enviado um ao Engenheiro do Ambiente David Silva, no sentido de este proceder à revisão/correção do caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito impreterivelmente até às 11h do dia 26 de 3

4 janeiro de Cfr. documento n. º1 junto com a p.i.. D) Em 25 de janeiro de 2018 David Silva respondeu também por dirigido à Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes informando que o caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito, com o qual fui confrontado no dia de ontem pela primeira vez, é um documento com 815 páginas, pelo que é de todo impossível analisá-lo com o rigor que se impõe até às 11 horas do dia 26 de janeiro de Cfr. documento n.º 2 junto com a p.i. E) No dia 26 de janeiro de 2018 pelas 11 horas a Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes, solicitou por ao Engenheiro do Ambiente David Silva a entrega da análise efetuada ao caderno de encargos. Admitido por acordo e documento n.º3 junto com a p.i.. F) Na sequência do que David Silva enviou à Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes às 11 horas e 03 minutos daquele dia 26 de janeiro de 2018, por , um esboço de análise do caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito, com 31 páginas com menção de que a análise tinha sido feita apenas até à página 200 das 815 páginas que o documento continha, por manifesta falta de tempo, atenta a data e hora em que a ordem foi dada e o muito curto prazo dado para o seu cumprimento. Cfr. documento n.º3 junto com a p.i.. G) No dia 29 de janeiro de 2018 a Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes, elaborou uma informação dirigida ao Diretor Municipal do Ambiente na qual propôs a instauração de processo disciplinar ao engenheiro do ambiente David Silva com fundamento na recusa da análise integral do caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito, como lhe tinha sido expressamente determinado, o que constitui violação do dever de obediência previsto no artigo 73.º, n.º2 alínea f) e n.º8 da LGTFP. Cfr. documento n.º4 junto. 4

5 H) Aquela informação mereceu despacho de Concordo do Diretor Municipal do Ambiente de 31 de janeiro de 2018.Cfr. documento n.º4 junto com a p.i.. I) Em 1 de fevereiro de 2018 o Vereador do Pelouro dos Recursos Humanos determinou que fosse instaurado processo disciplinar ao engenheiro David Silva, tendo nomeado como instrutor o jurista Paulo Lopes. Cfr. documento n.º4 junto com a p.i.. J) No dia 20 de fevereiro de 2018 David Silva foi notificado da nota de culpa. Cfr. documento n.º5 junto com a p.i. que se dá por reproduzido. K) David Silva apresentou a sua defesa por escrito no dia 26 de fevereiro de 2018 referindo que a ordem era inexequível e não lhe era exigível conduta diversa, uma vez que a análise e correção em menos de 48 horas de um documento com 815 páginas era humanamente impossível além de revelar intuitos persecutórios por parte da Chefe de Divisão de Manutenção de Espaços Verdes, Paula Fonseca. Cfr. documento n.º6 junto com a p.i.. L) Em 27 de fevereiro de 2018 o instrutor elaborou o relatório final onde se propôs a aplicação da pena disciplinar de multa no valor 190 euros e se considerou que os factos dados como provados constituem manifestamente infração disciplinar do engenheiro do ambiente David Silva que se recusou a proceder à análise integral do caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito, como lhe tinha sido expressamente determinado, o que constitui violação do dever de obediência previsto no artigo 73.º, n.º2 alínea f) e n.º8 da LGTFP. Cfr. documento n.º7 junto, que se dá por integralmente reproduzido. M) Na reunião de 8 de março de 2018 a Câmara Municipal de Vale Bonito deliberou aplicar a David Silva a sanção disciplinar de suspensão por 95 dias. Cfr. documento n.º8 junto com a p.i.. Inexiste matéria de facto não provada. 5

6 Fundamentação de direito 12 valores Motivação: Os factos provados decorrem do acordo das partes (artigo 4.º da contestação e artigo 607.º, n.º4 segunda parte do C.P.C.) e dos documentos juntos aos autos e identificados supra, em cada uma das alíneas do probatório. Identificar as questões a decidir: - preterição de audiência prévia; - violação do disposto no artigo 190.º, n.º1 alínea d) da LGTFP; - violação do disposto no artigo 181.º, n.º4 da LGTFP; - violação do princípio da proporcionalidade; - proibição da alteração da pena para pena disciplinar mais grave. Preterição da audiência prévia Fazer referência às funções da audiência dos interessados no procedimento administrativo: a função de evitar decisões surpresa e de facultar aos particulares uma oportunidade para fazerem valer as suas posições e os seus argumentos no procedimento (função garantística e de participação) e a função de auxiliar a administração a decidir melhor, de modo mais consensual e em conformidade com o bloco de legalidade (artigos 267.º, n.º5 da CRP e artigos 11.º, 12.º e 121.º do CPA). Fazer referência a que, tratando-se de um ato praticado no âmbito de um procedimento disciplinar procedimento de natureza sancionatória, a participação dos interessados é assegurada através do exercício do direito de defesa, constitucionalmente consagrado enquanto direito fundamental integrante do catálogo de direitos, liberdades e garantias, no artigo 32.º, n.º10 da CRP. Fazer ainda referência à previsão do direito de defesa do trabalhador na LGTFP (artigos 214.º a 218.º). Fazer referência a que a preterição da audiência é em regra geradora de anulabilidade nos termos do artigo 163.º, n.º1 do CPA, mas é já geradora de nulidade se o direito à audiência for concebido como um direito fundamental (artigo 161.º, n.º2 d) do CPA) como o será nos casos em que está em causa um 6

7 procedimento disciplinar (artigos 32.º n.º10 e 269.º, n.º3 da CRP) no âmbito do qual cumpre assegurar não apenas um direito de participação no procedimento, mas o direito de defesa do trabalhador. Referir que o trabalhador foi formalmente ouvido no âmbito do procedimento disciplinar. Mas que, após a apresentação da defesa pelo trabalhador, em que este invocou que a ordem era inexequível e que revelava intuitos persecutórios por parte da Chefe de Divisão, a entidade demandada não ponderou nem rebateu tais alegações. Enunciar o problema de saber se após a apresentação da defesa a entidade demandada deve proceder à ponderação dos argumentos e razões apresentadas pelo trabalhador e se, nessa sede, tem ou não de rebater todas as concretas razões e todos os específicos argumentos aduzidos. Concluir que não tendo que rebater todos e quaisquer argumentos, tem de ponderar e analisar aqueles que são susceptíveis de influir no conteúdo e no sentido da decisão disciplinar. Considerar que a falta de análise e ponderação na deliberação impugnada da alegação da inexequibilidade da ordem dada ao trabalhador, uma vez que esta poderia influir no sentido e conteúdo da decisão, consubstancia violação do direito de defesa. Sem estar esclarecido qual a concreta complexidade do documento a analisar e qual a profundidade ou o alcance da análise e correção do documento que foi pedida, não se afigura possível concluir que a ordem era perfeitamente cumprível no prazo que foi dado para o efeito (a tese da acusação) nem que não era humanamente possível realizar um trabalho tão extenso naquele prazo (a tese da defesa). Concluir que foi violado o direito de defesa, o que constitui a ofensa do conteúdo essencial de um direito fundamental, com a consequência da nulidade da deliberação impugnada nos termos do disposto no artigo 161.º, n.º2, alínea d) do CPA. * Admitir, contudo, que seja sustentado fundamentadamente que em concreto a violação do direito de defesa não atingiu o núcleo essencial daquele direito fundamental, sendo pois o ato impugnado apenas anulável nos termos do artigo 163.º, n.º1 do CPA. * Admitir a possibilidade de ser suscitada a questão de da acusação deverem constar as sanções disciplinares aplicáveis, nos termos do artigo 213.º, n.º3 da LGTFP, e de da acusação deduzida pelo instrutor, não constar qualquer referência às sanções disciplinares aplicáveis, e de tal importar que o trabalhador não teve oportunidade de apresentar defesa quanto a esse ponto que devia constar da 7

8 acusação. Reconhecer, contudo, que porque a questão não foi suscitada pelo autor, o seu conhecimento pelo tribunal estava dependente de ter sido suscitada aquela concreta causa de invalidade do ato impugnado e ouvidas as partes para alegações complementares pelo prazo comum de 10 dias, atento o princípio do contraditório, nos termos do artigo 95.º, n.º3 do CPTA. Violação do disposto no artigo 190.º, n.º1 alínea d) da LGTFP Por referência à deliberação de 8 de março de 2018 da Câmara Municipal de Vale Bonito, reconhecer a existência de uma relação hierárquica entre o engenheiro do ambiente David Silva e a Chefe de Divisão Paula Fonseca, reconhecer a existência de uma ordem dada pelo superior hierárquico ao subalterno e que essa ordem foi dada em matéria objeto do serviço, além de ter sido dada por escrito ( ). Concluir que a ordem não foi cumprida nos seus precisos termos o que poderia consubstanciar a violação pelo trabalhador David Silva do dever de obediência, mas que não ficou provado, sem margem para dúvidas, que o cumprimento da ordem fosse possível, exequível e exigível quer em face do curto espaço de tempo que foi dado ao trabalhador para a cumprir (das 14 horas de dia 24 de janeiro às 11 horas do dia 26 de janeiro), quer em face do tamanho do documento a analisar (de 815 páginas), quer ainda em face de o trabalhador naquele curto espaço de tempo ter ainda assim analisado 200 páginas do caderno de encargos, tendo elaborado um novo documento com 31 páginas, além de ter logo no dia 25 de janeiro alertado para o facto de ter sido apenas no dia 24 de janeiro confrontado pela primeira vez com o extenso documento a analisar e de considerar ser de todo impossível analisá-lo com rigor no prazo determinado. Referir que a circunstância dirimente da responsabilidade disciplinar prevista na alínea d) do n.º1 do artigo 190.º (a não exigibilidade de conduta diversa) constitui circunstância dirimente que conduz à extinção da responsabilidade disciplinar por exclusão da culpa. A verificação daquela circunstância dirimente impede a verificação da totalidade dos elementos constitutivos da infração disciplinar e consequentemente a verificação integral dos requisitos para punir disciplinarmente. Mencionar que no âmbito do processo disciplinar vigora o princípio da presunção da inocência do trabalhador, acolhido nos nºs 2 e 10, do artigo 32. da C.R.P.. E que daquele princípio decorre um outro princípio que é o princípio do in dubio pro 8

9 reo. Mencionar que tal princípio constitui uma regra de conduta que se impõe ao decisor: sempre que a prova produzida não lhe tenha permitido alcançar uma convicção segura e consistente sobre a existência de um ilícito disciplinar, terá de manter-se a presunção de inocência de que ab initio beneficiava o acusado, não aplicando qualquer pena disciplinar ou declarando ilegal a que fora aplicada. Concluir que não tendo ficado provado, sem margem para dúvidas, que o cumprimento da ordem fosse possível, e que não se verificasse a circunstância dirimente prevista no artigo 190.º, n.º1 da LGTFP foi violado o princípio da presunção de inocência do trabalhador na sua dimensão de in dubio pro reo, sendo por isso a deliberação impugnada anulável nos termos do artigo 163.º, n.º1 do CPA. Violação do disposto no artigo 181.º, n.º4 da LGTFP Referir que a alegação do autor de que a pena aplicada de suspensão nunca poderia ser superior a 90 dias, se reconduz à invocação da violação pela deliberação impugnada do disposto no artigo 181.º, n.º4 da LGTFP. Concluir que a deliberação da Câmara Municipal de Vale Bonito de 8 de março de 2018 que aplicou a pena de suspensão de 95 dias ao engenheiro do ambiente David Silva, identificando apenas uma infração (a recusa em proceder à análise integral do caderno de encargos relativo ao concurso público de aquisição de serviços para manutenção dos jardins municipais de Vale Bonito até às 11 h do dia 26 de janeiro de 2018, como lhe tinha sido expressamente determinado) viola o disposto no artigo 181.º, n.º4 da LGTFP que estatui que a sanção de suspensão varia entre 20 e 90 dias por cada infração, sendo por isso anulável nos termos do artigo 163.º, n.º1 do CPA. Violação do princípio da proporcionalidade Mencionar que quando o autor alega que a pena disciplinar é manifestamente excessiva está a alegar que a decisão sancionatória é inválida por violação do princípio da proporcionalidade. Enquadrar a questão do controlo da atuação da administração por via dos princípios e referir que esse controlo apenas opera nos espaços de autodeterminação. 9

10 Referir que é ao órgão com competência disciplinar (no caso a câmara municipal nos termos do artigo 197.º, n.º4 da LGTFP) que cabe a decisão de punir disciplinarmente, dentro do espaço que lhe é conferido pelos normativos legais aplicáveis, pelos quais se haverá de reger. Mencionar que na determinação da medida da pena disciplinar a aplicar a Administração encontra-se limitada pelas vinculações previstas na LGTFP designadamente no que respeita ao escalonamento e medida das sanções disciplinares previstos nos artigos 180.º, n.º1 e 189.º, aos limites enunciados nos artigos 181.º, n.º3 e 186.º da LGTFP que determinam designadamente e no que para o caso releva que a sanção disciplinar de suspensão é aplicável aos trabalhadores que atuem com grave negligência ou com grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres funcionais e àqueles que atentem gravemente contra a dignidade e o prestígio da função nomeadamente quando: ( ) g) Desobedeçam escandalosamente, ou perante o público e em lugar aberto ao mesmo, às ordens superiores. Referir ainda que àquelas vinculações especiais acrescem as gerais, decorrentes do bloco de legalidade, em particular as previstas no disposto no artigo 266.º, n.º2 da Constituição - a Administração deve atuar de acordo com os princípios gerais da atividade administrativa, com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa fé. Mencionar que estando em causa uma decisão disciplinar punitiva não cabe aos Tribunais Administrativos substituírem-se ao órgão administrativo decisor quanto ao ajuizamento da pena disciplinar que, no seu entender, considerem mais adequada, operando o tribunal um controlo negativo verificando designadamente se aqueles princípios se encontram violados, não se podendo substituir a decisão disciplinar da Administração pela decisão disciplinar que o juiz considere proporcional, sob pena de se violar o princípio da separação de poderes. Proceder à análise do princípio da proporcionalidade nas suas três dimensões diferenciadas: a da adequação, a da necessidade e a da proporcionalidade em sentido estrito. Concluir que a pena de suspensão é desadequada e inidónea para a prossecução do interesse público subjacente às normas em causa. Concluir ainda que sendo desadequada a pena ocorre a violação do princípio da proporcionalidade, o que 10

11 torna a deliberação impugnada anulável nos termos do artigo 163.º, n.º1 do CPA. Proibição da alteração da pena para pena disciplinar mais grave Referir que o órgão competente pode alterar a proposta formulada no relatório final nos termos do disposto no artigo 220.º, n.º4 da LGTFP, estando contudo sujeita tal alteração a um dever de fundamentação acrescido. Confrontando o teor do relatório final com o teor da deliberação da Câmara Municipal de Vale Bonito de 8 de março de 2018 (factos L) e M)) verifica-se que nenhuma razão foi apontada para justificar a alteração da pena de multa de 190 euros para a pena de suspensão por 95 dias. Por essa razão não se perceciona o motivo pelo qual se afastou a pena que vinha proposta, e se aplicou uma pena mais grave, pelo que a deliberação impugnada incorre em violação de lei (violação do disposto no artigo 220.º, n.º4 da LGTFP), sendo por isso anulável nos termos do disposto no artigo 163.º, n.º1 do CPA. * Admitir que a alegação do autor de que a deliberação impugnada não podia proceder à alteração da pena proposta pelo instrutor no relatório final para uma pena disciplinar mais grave, possa consubstanciar a alegação de que a deliberação impugnada viola o princípio da proibição da reformatio in pejus. Mencionar, nesse caso, que o princípio da proibição da reformatio in pejus consiste em que uma vez utilizado um meio de impugnação administrativa, não poderá a sanção disciplinar ser agravada ou substituída por sanção disciplinar mais grave, quando o único impugnante seja o trabalhador (artigo 225.º, n. º7 da LGTFP à contrário). Referir que aquela proibição deriva do facto de os meios de impugnação administrativa consubstanciarem garantias, não devendo, como tal, funcionar em desfavor daqueles que desses meios beneficiam. Concluir que no caso não se verifica a violação de tal princípio uma vez que: é a câmara municipal o órgão competente para aplicar a pena disciplinar nos termos do artigo 197.º, n.º4 da LGTFP; o ato final do procedimento disciplinar é aquela deliberação da Câmara Municipal, sendo o relatório final ainda um mero ato opinativo do instrutor; a deliberação da Câmara Municipal que aplica a sanção disciplinar é um ato de primeiro grau, não estando pois a ser utilizado ainda um 11

12 qualquer meio de impugnação administrativa. Dispositivo 1 valor Apreciação global 1 valor O pedido de que seja determinado o arquivamento do processo disciplinar Mencionar que estando em causa uma decisão disciplinar punitiva não cabe aos Tribunais Administrativos substituírem-se ao órgão administrativo decisor quanto ao arquivamento do processo disciplinar, sob pena de se violar o princípio da separação de poderes. Concluir que o pedido de que seja determinado o arquivamento do processo disciplinar tem de ser julgado improcedente. Julgar a ação parcialmente procedente e, em consequência: - declarar nula (ou anular) a deliberação da Câmara Municipal de Vale Bonito de 8 de março de 2018 que aplicou a sanção disciplinar de 95 dias de suspensão ao trabalhador David Silva; - julgar improcedente o pedido de que seja determinado o arquivamento do processo disciplinar. Condenar o autor e o município de Vale Bonito nas custas do processo em razão do decaimento (até 50%) e à eventualidade de o autor poder estar isento de custas (artigos 338.º, n. º3 da LGTFP e artigo 4.º, n.º1 alíneas f) e h) do Regulamento das Custas Processuais). Registe, notifique, data e assinatura. - Organização da exposição (estrutura da decisão); - Capacidade de argumentação e de síntese e rigor terminológico; - Domínio da língua portuguesa; 12

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica 1.ª Chamada. Grelha de Correção

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica 1.ª Chamada. Grelha de Correção 6.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA JUÍZES DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica 1.ª Chamada Grelha de Correção A atribuição da cotação máxima

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica AVISO DE ABERTURA N.º 15619/2017, PUBLICADO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA, 2.ª SÉRIE, N.º 249/2017, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2017 2.ª Chamada Grelha

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. (artigo 16.º, n.º 3, da Lei n.º 2/2008, de 14/1) Via profissional

PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. (artigo 16.º, n.º 3, da Lei n.º 2/2008, de 14/1) Via profissional PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL (artigo 16.º, n.º 3, da Lei n.º 2/2008, de 14/1) Via profissional 2.ª Chamada - 22 de fevereiro de 2018 Grelha de Correção Nota: A

Leia mais

6.º Curso de magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais. Prova escrita de Direito e Processo Administrativo. Via Profissional 2.

6.º Curso de magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais. Prova escrita de Direito e Processo Administrativo. Via Profissional 2. 6.º Curso de magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais Cotação: 20 valores Prova escrita de Direito e Processo Administrativo Via Profissional 2.ª chamada - Relatório 1 valor - Saneamento

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO Via Académica - 2.ª Chamada Aviso de abertura n.º 15619/2017, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 249/2017, de 29 de dezembro de 2017 Grelha

Leia mais

Relatório e Saneamento (0,5 valores) ou (4,0 valores no caso de o candidato ter optado pela solução 1 cf. C infra)

Relatório e Saneamento (0,5 valores) ou (4,0 valores no caso de o candidato ter optado pela solução 1 cf. C infra) PROVA PROFISSIONAL 1ª CHAMADA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 1 (20 Valores) Relatório e Saneamento (0,5 valores) ou (4,0 valores no caso de o candidato ter optado pela solução 1 cf. C infra) A - Referência ao requerimento

Leia mais

Estatuto do Aluno e Ética Escolar (EAEE) PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Estatuto do Aluno e Ética Escolar (EAEE) PROCEDIMENTO DISCIPLINAR Estatuto do Aluno e Ética Escolar (EAEE) Lei n.º 51/2012, de 5 de setembro 1 PROCEDIMENTO DISCIPLINAR Não dispensa a leitura da Lei. FASES (O QUÊ?) QUEM COMO EM QUE SITUAÇÕES QUANDO/ QUANTO PARTICIPAÇÃO*

Leia mais

Comarca do Porto Porto - Inst. Central - 1ª Secção de Execução - J3 CONCLUSÃO Questão prévia: Valor da causa:

Comarca do Porto Porto - Inst. Central - 1ª Secção de Execução - J3 CONCLUSÃO Questão prévia: Valor da causa: 372407808 CONCLUSÃO - 09-09-2016 (Termo eletrónico elaborado por Escrivão de Direito Filomena Jesus Vieira Pacheco) =CLS= Questão prévia: Atenta a data da propositura dos presentes embargos de executado,

Leia mais

Regulamento Disciplinar

Regulamento Disciplinar Regulamento Disciplinar Artigo 1º A existência do Regulamento Disciplinar constitui uma obrigação em conformidade com o disposto no Artigo 13º dos Estatutos. Artigo 2º Objeto O presente Regulamento estabelece

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Princípios Processuais. Prof. Luiz Dellore

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Princípios Processuais. Prof. Luiz Dellore DIREITO PROCESSUAL CIVIL Princípios Processuais Prof. Luiz Dellore www.dellore.com Twitter: @dellore Facebook: Luiz Dellore II Instagram: @luizdellore LinkedIn: Luiz Dellore 1. NOVIDADES DO NCPC QUANTO

Leia mais

REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Artigo 1.º. (Objeto)

REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Artigo 1.º. (Objeto) REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA Artigo 1.º (Objeto) 1 O presente diploma estabelece o regime aplicável à resolução de litígios em matéria societária com recurso à arbitragem. 2 Podem ser submetidos

Leia mais

Parte I Analise apenas quatro das seguintes questões ( valores):

Parte I Analise apenas quatro das seguintes questões ( valores): Direito das Relações Jurídicas de Emprego Público Mestrado em Direito e Prática Jurídica - Direito Administrativo e Administração Pública 2016-2017 Turma Noite Prova Escrita 12 de junho de 2017 Duração

Leia mais

ACÓRDÃO N.º 20/2016- PL-3.ª SECÇÃO 4ROM-SRA/2016 (P. n.º 1/2014-M-SRATC)

ACÓRDÃO N.º 20/2016- PL-3.ª SECÇÃO 4ROM-SRA/2016 (P. n.º 1/2014-M-SRATC) Revogou a Sentença nº 5/2016 - SRATC ACÓRDÃO N.º 20/2016- PL-3.ª SECÇÃO 4ROM-SRA/2016 (P. n.º 1/2014-M-SRATC) Descritores: Extinção do procedimento por responsabilidades sancionatórias /prescrição/ artigo

Leia mais

Direito Processual Civil II - Turma A

Direito Processual Civil II - Turma A Direito Processual Civil II - Turma A Regência: Professor Doutor Miguel Teixeira de Sousa 28 de Julho de 206 Duração: 2 horas Em de Janeiro de 206, A e B celebraram em Lisboa com C um contrato-promessa

Leia mais

3. Como requerer a dispensa de segredo profissional? Prazo, fundamentação e documentação

3. Como requerer a dispensa de segredo profissional? Prazo, fundamentação e documentação 1. Quem está sujeito ao segredo profissional? Todos os associados da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE) estão obrigados a manter reserva sobre quaisquer matérias que lhes estejam

Leia mais

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica Despacho: Despacho: Despacho: Concordo com a presente Informação e proponho o seu envio à Sr.ª Directora da DMRH, Dr.ª Emília Galego. Cristina Guimarães Chefe da Divisão de Estudos e Assessoria Jurídica

Leia mais

RECURSOS JURISDICIONAIS

RECURSOS JURISDICIONAIS PRÁTICAS PROCESSUAIS ADMINISTRATIVAS RECURSOS JURISDICIONAIS Coimbra, 02.11.2010 José Pereira de Sousa - Advogado 1 Recursos Jurisdicionais Os recursos das decisões jurisdicionais proferidas pelos Tribunais

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0530/09 Data do Acordão: 08-07-2009 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU IMPUGNAÇÃO JUDICIAL DUPLICAÇÃO DE

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica AVISO DE ABERTURA: AVISO N.º 1756-A/2016, PUBLICADO EM D.R. II SÉRIE, N.º 30, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2016 1.º Chamada Grelha de Correção

Leia mais

! PROVA!DE!AFERIÇÃO!! (RNE)!! MANHÃ!! Prática!Processual!Penal! (11!Valores)!! GRELHA!DE!CORRECÇÃO!! 12!de!Abril!de!2013!!

! PROVA!DE!AFERIÇÃO!! (RNE)!! MANHÃ!! Prática!Processual!Penal! (11!Valores)!! GRELHA!DE!CORRECÇÃO!! 12!de!Abril!de!2013!! ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVADEAFERIÇÃO (RNE) MANHÃ PráticaProcessualPenal (11Valores) GRELHADECORRECÇÃO 12deAbrilde2013 GRELHA DE CORREÇÃO DA PROVA DE PRÁTICA PROCESSUAL PENAL I - a) Natureza dos

Leia mais

DECRETO N.º 237/XIII

DECRETO N.º 237/XIII DECRETO N.º 237/XIII Aprova medidas de promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual ou de igual valor e procede à primeira alteração à Lei n.º 10/2001, de 21 de maio,

Leia mais

Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário

Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário 1. São duas as questões suscitadas pelo Demandado: - uma que respeita a competência do relator para a decisão tomada e a eventual nulidade

Leia mais

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA EXAME DE DIREITO ADMINISTRATIVO II TURMA NOITE - ÉPOCA DE RECURSO COINCIDÊNCIAS 2015/2016 26 DE JULHO DE 2016 PROF. DOUTOR VASCO PEREIRA DA SILVA Duração:

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (Artigo 16º nº 4, da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro) 1ª Chamada

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (Artigo 16º nº 4, da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro) 1ª Chamada PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (Artigo 16º nº 4, da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro) 1ª Chamada DURAÇÃO DA PROVA 03 horas (o tempo de duração da prova conta-se decorridos

Leia mais

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO Processo n.º 669/2015 Requerente: Maria Requerida: SA 1. Relatório 1.1. A requerente, referindo que a requerida lhe solicita o pagamento da quantia de 491,78, por serviços de comunicações electrónicas

Leia mais

ASSEMBLEIA DE DELEGADOS SINDICAIS 13/03/2015

ASSEMBLEIA DE DELEGADOS SINDICAIS 13/03/2015 ASSEMBLEIA DE DELEGADOS SINDICAIS 13/03/2015 Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (Lei n.º 35/2014, de 20 de Junho) EXERCÍCIO DO PODER DISCIPLINAR Funchal, 13 de Março de 2015 1. SUJEIÇÃO AO PODER

Leia mais

fazer, o que aconteceu, tendo sido recebida a pronúncia sobre a matéria das excepções em

fazer, o que aconteceu, tendo sido recebida a pronúncia sobre a matéria das excepções em Proc.º 8/TAD/2016 Demandante: Leixões Sport Clube-Futebol, SAD Demandada: Federação Portuguesa de Futebol Contra-interessada: Liga Portuguesa de Futebol Profissional DECISÃO ARBITRAL I. 1. Em 3 de Maio

Leia mais

Anexo II Procedimento Disciplinar dos Alunos. Anexo II PROCEDIMENTO DISCIPLINAR DE ALUNOS. (Capítulo IV da Lei n.º 51/2012, de 05 de setembro)

Anexo II Procedimento Disciplinar dos Alunos. Anexo II PROCEDIMENTO DISCIPLINAR DE ALUNOS. (Capítulo IV da Lei n.º 51/2012, de 05 de setembro) Anexo II PROCEDIMENTO DISCIPLINAR DE ALUNOS (Capítulo IV da Lei n.º 51/2012, de 05 de setembro) 1 TRAMITAÇÃO DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR (artigo 30.º da Lei n.º 51/2012, de 05 de Setembro) (O procedimento

Leia mais

PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese

PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese os princípios da política processual de uma nação não são outra coisa senão os segmentos de sua política (ética) estatal

Leia mais

PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) Teórica

PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) Teórica ORDEM DOS ADVOGADOS CNA Comissão Nacional de Avaliação PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) Teórica Prática Processual Penal e Direito Constitucional e Direitos Humanos (8 Valores) 22 de Julho de 2011 Responda a todas

Leia mais

índice 5 nota introdutória à 2ª edição 13

índice 5 nota introdutória à 2ª edição 13 índice 5 nota introdutória à 2ª edição 13 A. Ação Administrativa 15 I. Petições Iniciais 17 1. Petição inicial de reconhecimento de direito 19 2. Petição inicial para adoção ou abstenção de comportamentos

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO I TURMA A - 2º ANO. EXAME ÉPOCA DE RECURSO (11 de fevereiro de 2019) Grupo I

DIREITO ADMINISTRATIVO I TURMA A - 2º ANO. EXAME ÉPOCA DE RECURSO (11 de fevereiro de 2019) Grupo I DIREITO ADMINISTRATIVO I TURMA A - 2º ANO Regente: Duração: Prof. Doutor Paulo Otero 90 minutos + 20 minutos (tolerância) EXAME ÉPOCA DE RECURSO (11 de fevereiro de 2019) Grupo I Face ao anúncio do prolongamento

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica AVISO DE ABERTURA N.º 15619/2017, PUBLICADO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA, 2.ª SÉRIE, N.º 249/2017, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2017 1.ª Chamada Grelha

Leia mais

Tribunal de Contas. Sumário

Tribunal de Contas. Sumário Acórdão 6/2008-3ª Secção (vd. Acórdão nº 2/2006 3ª S de 30 de Janeiro, Acórdão nº 5/2007 3ª S de 21 de Novembro, Acórdão nº 4/2008 3ª S e Acórdão nº 6/2008 de 15 de Julho) Sumário 1. Só ocorre omissão

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO PEÇA PROFISSIONAL Em 20/1/2009, foi instaurado procedimento administrativo disciplinar, por portaria publicada no DOU, com descrição suficiente dos fatos, para apurar a conduta de

Leia mais

Acórdão Estradas de Portugal, Matéria de Facto e Realização da Justiça. Anabela Russo 31 de Janeiro de 2018

Acórdão Estradas de Portugal, Matéria de Facto e Realização da Justiça. Anabela Russo 31 de Janeiro de 2018 Acórdão Estradas de Portugal, Matéria de Facto e Realização da Justiça Anabela Russo 31 de Janeiro de 2018 Índice I. Breve resumo do objecto do processo e da decisão em 1ª instância II. Delimitação do

Leia mais

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Começamos por referir que o presente processo resultou da conversão do

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Começamos por referir que o presente processo resultou da conversão do Processo n.º [...]/18 (Processo disciplinar em que é visado o procurador-adjunto Lic. [...], colocado na Secção de [...] do DIAP da comarca do [...]). ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR

Leia mais

DECISÃO N.º 13/2010 SRTCA. Processo n.º 113/ Suscitaram-se, porém, dúvidas sobre a validade do acto de adjudicação da empreitada.

DECISÃO N.º 13/2010 SRTCA. Processo n.º 113/ Suscitaram-se, porém, dúvidas sobre a validade do acto de adjudicação da empreitada. DECISÃO N.º 13/2010 SRTCA Processo n.º 113/2010 1. Foi presente, para fiscalização prévia da Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas, o contrato de empreitada de concepção, projecto e construção

Leia mais

Anexo IV -Modelo de Declaração de Inexistência de Impedimentos para a participação em procedimentos de contratação pública

Anexo IV -Modelo de Declaração de Inexistência de Impedimentos para a participação em procedimentos de contratação pública Anexo IV -Modelo de Declaração de Inexistência de Impedimentos para a participação em procedimentos de contratação pública Declaração de inexistência de impedimentos a que se refere a alínea 4) nº 1.2

Leia mais

REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Preâmbulo. A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das

REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Preâmbulo. A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS Preâmbulo A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das autarquias locais, o estatuto das entidades intermunicipais, o regime

Leia mais

REGULAMENTO DO CONSELHO COORDENADOR DE AVALIAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONDIM DE BASTO (CMMB) Preâmbulo

REGULAMENTO DO CONSELHO COORDENADOR DE AVALIAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONDIM DE BASTO (CMMB) Preâmbulo REGULAMENTO DO CONSELHO COORDENADOR DE AVALIAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONDIM DE BASTO (CMMB) Preâmbulo O Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho na Administração Pública (SIADAP), estabelecido na

Leia mais

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções Essenciais Página em branco Aprovação Nível 1 2 Índice 1. Introdução...

Leia mais

Código de Processo Penal Disposições relevantes em matéria de Comunicação Social

Código de Processo Penal Disposições relevantes em matéria de Comunicação Social Código de Processo Penal Disposições relevantes em matéria de Comunicação Social Artigo 86. o Publicidade do processo e segredo de justiça 1. O processo penal é, sob pena de nulidade, público a partir

Leia mais

Senhor Ministro das Finanças e da Administração Pública Excelência: Avª. Infante D. Henrique, nº 1-C, Lisboa

Senhor Ministro das Finanças e da Administração Pública Excelência: Avª. Infante D. Henrique, nº 1-C, Lisboa Minuta 3 Senhor Ministro das Finanças e da Administração Pública Excelência: Avª. Infante D. Henrique, nº 1-C, 1149-009 Lisboa, com a categoria de, do mapa de pessoal da Direcção-Geral da Autoridade Tributária

Leia mais

PRAZO DE ARGUIÇÃO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL FALTA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACTO PENHORA

PRAZO DE ARGUIÇÃO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL FALTA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACTO PENHORA Página 1 de 5 Acórdãos STA Processo: 0613/14 Data do Acordão: 18-06-2014 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ANA PAULA LOBO Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo NULIDADE PRAZO DE ARGUIÇÃO

Leia mais

ECLI:PT:TRE:2006:

ECLI:PT:TRE:2006: ECLI:PT:TRE:2006:376.06.3.21 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:tre:2006:376.06.3.21 Relator Nº do Documento Maria Alexandra Moura Santos Apenso Data do Acordão 13/07/2006 Data de decisão sumária

Leia mais

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PRÁTICAS PROCESSUAIS ADMINISTRATIVAS PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Coimbra, 25.10.2010 José Pereira de Sousa - Advogado 1 O artigo 1.º, n.º 1 do C.P.A. define o procedimento administrativo como a sucessão

Leia mais

António e Bernardete, brasileiros casados em regime de comunhão de adquiridos, domiciliados no

António e Bernardete, brasileiros casados em regime de comunhão de adquiridos, domiciliados no FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A REGENTE: PROF. DOUTOR MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA 09-02-2015 DURAÇÃO DA PROVA: 2H00 António e Bernardete,

Leia mais

Acórdão n.º 11/ ª Secção-PL P. N.º 3 ROM-SRM/2013 (PAM-N.º 26/1012-SRMTC)

Acórdão n.º 11/ ª Secção-PL P. N.º 3 ROM-SRM/2013 (PAM-N.º 26/1012-SRMTC) 1. Relatório. Transitado em julgado interposto recurso para o Tribunal Constitucional que decidiu não conhecer do objeto de recurso de constitucionalidade Acórdão n.º 11/2013-3.ª Secção-PL P. N.º 3 ROM-SRM/2013

Leia mais

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados CONSULTA N.º 46/2008 Sigilo Profissional Assunto: Incidente de quebra do sigilo profissional artigo 135º do Código de Processo Penal, aplicável ao processo civil por força do disposto no n.º 4 do artigo

Leia mais

CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO MUNICÍPIO DE MIRANDELA

CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO MUNICÍPIO DE MIRANDELA CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO MUNICÍPIO DE MIRANDELA Preâmbulo O Código de Ética e de Conduta da Câmara Municipal de Mirandela pretende ser um documento pragmático, útil e de fácil leitura e interpretação

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1)

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1) PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1) 2ª Chamada Grelha de Correcção Nota: As indicações constantes da grelha reflectem as que se afiguram

Leia mais

Direito. Processual Penal. Princípios

Direito. Processual Penal. Princípios Direito Processual Penal Princípios Princípios Princípios são os núcleos norteadores de um sistema. Os princípios orientam a interpretação das regras. Princípio do Contraditório Consiste na possibilidade

Leia mais

Invalidade do ato administrativo na proposta do CPA

Invalidade do ato administrativo na proposta do CPA Fernanda Paula Oliveira Invalidade do ato administrativo na proposta do CPA O regime atual O regime atual Secção III, do Capítulo II do CPA Atos nulos e regime da nulidade (arts. 133.º e 134.º); Atos anuláveis

Leia mais

Exame de Prática Processual Penal

Exame de Prática Processual Penal Exame de Prática Processual Penal I No dia 20/02/06 António foi surpreendido na sua caixa do correio com uma notificação do Tribunal ali colocada nesse dia que, recebendo a acusação que contra si era deduzida

Leia mais

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO Proc. n.º 12/2017 TAC Maia Requerente: João Requerida: S.A. SUMÁRIO: Apesar da lei quadro (LOE) e da lei de execução de lei do OE, na realidade ainda não procedeu o legislador a qualquer alteração do quadro

Leia mais

Acórdão nº 01/CC/2011. I Relatório

Acórdão nº 01/CC/2011. I Relatório Acórdão nº 01/CC/2011 de 01 de Abril Processo nº 4/CC/2010 Acórdão os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional: I Relatório O Procurador Geral da República, usando da faculdade que lhe é conferida

Leia mais

Para conhecimento dos Clubes filiados, Órgãos de Comunicação Social e demais interessados, comunica-se o seguinte:

Para conhecimento dos Clubes filiados, Órgãos de Comunicação Social e demais interessados, comunica-se o seguinte: Para conhecimento dos Clubes filiados, Órgãos de Comunicação Social e demais interessados, comunica-se o seguinte: DELIBERAÇÕES DO CONSELHO DE DISCIPLINA PROCESSOS DECIDIDOS PROCESSO DISCIPLINAR N.º 03/17/18

Leia mais

Correspondência entre articulados: CPA'91/CPA'15. Princípios gerais CAPÍTULO II

Correspondência entre articulados: CPA'91/CPA'15. Princípios gerais CAPÍTULO II Correspondência entre articulados: / Princípios gerais PARTE I Disposições preliminares CAPÍTULO I Definição Artigo 1.º Âmbito de aplicação Artigo 2.º Princípios gerais CAPÍTULO II Princípio da legalidade

Leia mais

CoNSELHo SuPERIoR. Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP

CoNSELHo SuPERIoR. Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP CoNSELHo SuPERIoR Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP Relator: Carlos Pinto de Abreu Participante: Instituto de Gestão Financeira e de Infra estruturas da Justiça, I.P. Arguido: Dr..

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01404/13 Data do Acordão: 12-03-2014 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: Sumário: OPOSIÇÃO NULIDADE DE SENTENÇA

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 2015/2016 Mestrado Forense / Turma B (Rui Pinto) EXAME FINAL ( ) - Duração 2 h 30 m

DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 2015/2016 Mestrado Forense / Turma B (Rui Pinto) EXAME FINAL ( ) - Duração 2 h 30 m DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 2015/2016 Mestrado Forense / Turma B (Rui Pinto) EXAME FINAL (12.1.2016) - Duração 2 h 30 m I. LEIA o seguinte ac. RL 16-1-2014/Proc. 4817/07.7TBALM.L2-6 (ANTÓNIO MARTINS):

Leia mais

Direito Administrativo I Comente a seguinte afirmação:

Direito Administrativo I Comente a seguinte afirmação: Direito Administrativo I I Aprecie a validade jurídico-administrativa dos seguintes atos de um membro do Governo: 1) Decide, na sequência de pretensão formulada por Abel, uma questão que opõe este a Bento

Leia mais

TERMO DE AUDIÊNCIA PROCESSO N.º: DATA: 14/05/2015

TERMO DE AUDIÊNCIA PROCESSO N.º: DATA: 14/05/2015 TERMO DE AUDIÊNCIA PROCESSO N.º: 0000448-43.2015.5.02.0041 DATA: 14/05/2015 AUTOR: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE SÃO PAULO RÉ: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERTICÓRDIA

Leia mais

Avaliação do Desempenho

Avaliação do Desempenho Avaliação do Desempenho Com que periodicidade é efetuada a avaliação dos docentes? Regra geral, a avaliação ocorre trianualmente, podendo assumir caráter anual por solicitação do docente e sempre que o

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de 04-12-2013 Processo: 0877/13 Relator: VALENTE TORRÃO Meio Processual: RECURSO JURISDICIONAL Decisão: PROVIDO Fonte: www.dgsi.pt Sumário Impugnando o contribuinte

Leia mais

ENQUADRAMENTO II.) DO PARECER PROPRIAMENTE DITO

ENQUADRAMENTO II.) DO PARECER PROPRIAMENTE DITO ASSUNTO: Pedido de parecer sobre juros de mora vencidos e vincendos Parecer n.º: INF_DSAJAL_JF_5120/2017 Data: 06/06/2017 I.) ENQUADRAMENTO Veio o Senhor Presidente da Câmara Municipal questionar a Direção

Leia mais

ORIENTAÇÃO NORMATIVA nº 02/2004 de 20/02/2004

ORIENTAÇÃO NORMATIVA nº 02/2004 de 20/02/2004 ORIENTAÇÃO NORMATIVA nº 02/2004 de 20/02/2004 Nº PAUTA: 210.1 ASSUNTO: PROCEDIMENTO DISCIPLINAR ENQUADRAMENTO CONVENCIONAL E LEGAL: Código do Trabalho REVOGAÇÕES: Orientação Normativa nº.21/2000, de 20/11/2000

Leia mais

O Conselho Geral delibera, nos termos do parecer jurídico que se anexa à presente deliberação e para o qual se remete: Tendo em conta a imposição

O Conselho Geral delibera, nos termos do parecer jurídico que se anexa à presente deliberação e para o qual se remete: Tendo em conta a imposição Deliberação pública Deliberação 20140510.11.5 Definição do procedimento adotado pela Câmara dos Solicitadores quando lhe é diretamente solicitado uma desassociação de agente de execução Tendo em consideração

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1)

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1) PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO (art. 16º nº 4 da Lei 2/2008 de 14/1) 1ª Chamada Grelha de Correcção Nota: As indicações constantes da grelha reflectem as que se afiguram

Leia mais

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA Preâmbulo Os princípios da prossecução do interesse público, da legalidade, da justiça e da imparcialidade, da igualdade, da proporcionalidade, da colaboração e boa fé, da informação

Leia mais

No presente caso prático é necessário analisar os seguintes actos/situações:

No presente caso prático é necessário analisar os seguintes actos/situações: Resolução do Caso Prático 36, da Colectânea de casos práticos Direito Administrativo casos práticos, de Fausto de Quadros, Margarida Cabral, João Tiago Silveira e Mafalda Carmona, AAFDL, Lisboa, 2002 (com

Leia mais

Reclamação em sede de Audiência Prévia

Reclamação em sede de Audiência Prévia Município de Alfândega da Fé Câmara Municipal DIVISÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA (DAF) Reclamação em sede de Audiência Prévia Aquisição por ajuste direto Aquisição de Serviços para de 2016 para o ano

Leia mais

REGULAMENTO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS

REGULAMENTO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS REGULAMENTO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS NOTA PRÉVIA A entrada em vigor da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabeleceu o regime jurídico de criação, organização

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Página 1 de 7 Acórdãos STA Processo: 0270/18.8BEPRT-S1 Data do Acordão: 06-02-2019 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO APENSAÇÃO PORTAGEM Sumário: Acórdão

Leia mais

REGULAMENTO DISCIPLINAR

REGULAMENTO DISCIPLINAR REGULAMENTO DISCIPLINAR CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1º (Âmbito) 1. O poder disciplinar da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, adiante designada por FPPDAM, exerce-se sobre os

Leia mais

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República, datado de 8 de

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República, datado de 8 de Inquérito Disciplinar n.º 18/17 RMP-PI Relator: [...] ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO I RELATÓRIO 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República,

Leia mais

A Tutela Cautelar no Procedimento e no Processo Administrativo. Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados Lisboa, 31/01/2016

A Tutela Cautelar no Procedimento e no Processo Administrativo. Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados Lisboa, 31/01/2016 A Tutela Cautelar no Procedimento e no Processo Administrativo Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados Lisboa, 31/01/2016 Código do Procedimento Administrativo Medidas Provisórias CPA 1991 Artigo

Leia mais

Deliberação ERC/2017/72 (DR-I)

Deliberação ERC/2017/72 (DR-I) Deliberação ERC/2017/72 (DR-I) Recurso apresentado por DICTUM ET FACTUM ASSESSORIA EM ACTIVIDADES ECONÓMICAS E AMBIENTE, Lda., em alegada representação de CENTROLIVA- INDUSTRIA E ENERGIA, S.A., contra

Leia mais

Processo de arbitragem n.º 401/2018

Processo de arbitragem n.º 401/2018 Processo de arbitragem n.º 401/2018 Demandante: A Demandada: B Árbitro único: Jorge Morais Carvalho Resumo (elaborado pelo árbitro): 1. Num contrato de prestação de serviços de comunicações eletrónicas,

Leia mais

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções Essenciais Página em branco 31-mai-2016 2 Índice Introdução...

Leia mais

ASSUNTO: CONCURSO PÚBLICO N

ASSUNTO: CONCURSO PÚBLICO N ASSUNTO: CONCURSO PÚBLICO N.º 21/14 - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA E DE VIGILÂNCIA NAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS DO MUNICÍPIO DE GUIMARÃES - IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA DE ATO DE ADJUDICAÇÃO

Leia mais

ANEXO CÓDIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

ANEXO CÓDIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO nota prévia à 5ª edição 5 agradecimento 7 tabela de correspondência 9 LEI Nº 42/2014, DE 11 DE JULHO 11 CÓDIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Decreto-Lei nº 4/2015, de 7 de janeiro 21 artigo 1º Objeto

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 68/XIII/1.ª

PROJETO DE LEI N.º 68/XIII/1.ª Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 68/XIII/1.ª ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, REVOGANDO A POSSIBILIDADE DE JULGAR EM PROCESSO SUMÁRIO CRIMES COM MOLDURA PENAL SUPERIOR A 5 ANOS DE PRISÃO Exposição

Leia mais

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Capítulo I - Princípios Gerais. Artigo 1.º. (Objeto da arbitragem)

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Capítulo I - Princípios Gerais. Artigo 1.º. (Objeto da arbitragem) REGULAMENTO DE ARBITRAGEM SOCIETÁRIA Capítulo I - Princípios Gerais Artigo 1.º (Objeto da arbitragem) 1 O presente Regulamento aplica-se aos litígios em matéria societária submetidos a decisão por tribunal

Leia mais

DECRETO N.º 327/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

DECRETO N.º 327/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1. DECRETO N.º 327/XII Vigésima segunda alteração ao Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro, primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 299/99, de 4 de agosto, que regulamenta

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo cordão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01140/16 Data do Acordão: 25-10-2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário:

Leia mais

Acórdão n.º 10 / ª Secção-PL. P. n.º 5 ROM-SRM/2013. P. de Multa n.º 6/2012-SRM

Acórdão n.º 10 / ª Secção-PL. P. n.º 5 ROM-SRM/2013. P. de Multa n.º 6/2012-SRM Não transitado em julgado Recurso para o Tribunal Constitucional Acórdão n.º 10 /2013-3.ª Secção-PL. P. n.º 5 ROM-SRM/2013 P. de Multa n.º 6/2012-SRM 1. RELATÓRIO. 1.1. O Ministério Público junto da Secção

Leia mais

ÍNDICE. prefácio da 10ª edição 7 prefácio da 1ª edição 9 abreviaturas 11

ÍNDICE. prefácio da 10ª edição 7 prefácio da 1ª edição 9 abreviaturas 11 ÍNDICE prefácio da 10ª edição 7 prefácio da 1ª edição 9 abreviaturas 11 PRINCÍPIOS 1. Princípio da oficialidade 13 2. Princípio da legalidade 14 3. Princípio da acusação 16 4. Princípio do inquisitório

Leia mais

PROVA ESCRITA DE DIREITO TRIBUTÁRIO VIA ACADÉMICA 1.ª CHAMADA 9 DE ABRIL DE 2016 GRELHA DE CORREÇÃO

PROVA ESCRITA DE DIREITO TRIBUTÁRIO VIA ACADÉMICA 1.ª CHAMADA 9 DE ABRIL DE 2016 GRELHA DE CORREÇÃO PROVA ESCRITA DE DIREITO TRIBUTÁRIO VIA ACADÉMICA 1.ª CHAMADA 9 DE ABRIL DE 2016 GRELHA DE CORREÇÃO Cotação total da prova de direito e processo tributário 10 valores A atribuição da cotação máxima à resposta

Leia mais

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE: R-2353/94 (A6) DATA: 1999-09-30 Assunto: Efeito

Leia mais

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Artigo 1.º (Objeto)

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Artigo 1.º (Objeto) REGULAMENTO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1.º (Objeto) O presente regulamento regula-se especificamente em conformidade com os artigos

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO II

DIREITO ADMINISTRATIVO II DIREITO ADMINISTRATIVO II VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO: USURPAÇÃO DO PODER VS. INCOMPETÊNCIA Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Catarina Filipa Ferreira Belo SBT15 nº 57319 Ato administrativo

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo ACÓRDÃO fls. 187 Registro: 2019.0000113439 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1044909-58.2017.8.26.0053, da Comarca de, em que é apelante xxxxxxxxxxxxxxxxxxx (JUSTIÇA GRATUITA),

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO 20ª Vara do Trabalho de Porto Alegre Processos nºs: 0000141-69.2013.5.04.0020 e 0000214-41.2013.5.04.0020 Autor: Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no Estado do Rio Grande do Sul - SINDPPD/RS

Leia mais

CAPÍTULO I Disposições Gerais

CAPÍTULO I Disposições Gerais PROJETO REGULAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR DISSERTAÇÃO/PROJETO/ESTÁGIO DOS CURSOS DE MESTRADO DO INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO Ao abrigo da autonomia científica,

Leia mais

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DOS JÚRIS DOS CONCURSOS DE CONCESSÃO DE APOIO FINANCEIRO PROMOVIDOS PELO ICA

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DOS JÚRIS DOS CONCURSOS DE CONCESSÃO DE APOIO FINANCEIRO PROMOVIDOS PELO ICA REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DOS JÚRIS DOS CONCURSOS DE CONCESSÃO DE APOIO FINANCEIRO PROMOVIDOS PELO ICA Artigo 1.º Âmbito de Aplicação O presente Regulamento estabelece as regras de funcionamento dos

Leia mais

Jr" Comunicação Interna de Irregularidades

Jr Comunicação Interna de Irregularidades UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO, E.P.E. Conse1b~Qe Admlr.!5tra!L~O. 11 Olr sessão N.Q~ Data {..!t..jjllt~lb Jr" Comunicação Interna de Irregularidades Artigo 1 Objetivo e âmbito o presente regulamento

Leia mais

Regulamento Interno do Serviço de Provedoria da Câmara dos Solicitadores

Regulamento Interno do Serviço de Provedoria da Câmara dos Solicitadores Regulamento Interno do Serviço de Provedoria da Câmara dos Solicitadores Artigo 1.º Objeto O presente regulamento tem por objetivo definir os procedimentos do serviço de provedoria da Câmara dos Solicitadores,

Leia mais