Linha de Pesquisa: 8ª Alimento, Nutrição e Saúde
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- Luiz Felipe Porto
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1 Linha de Pesquisa: 8ª Alimento, Nutrição e Saúde UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES HERBICIDAS NO AUXILIO A DESTRUIÇÃO DE PLANTAS DE ALGODÃO REMANESCENTES NA CULTURA DA SOJA
2 UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES HERBICIDAS NO AUXILIO A DESTRUIÇÃO DE PLANTAS DE ALGODÃO REMANESCENTES NA CULTURA DA SOJA Daniel Augusto Menezes Gonçalves da Luz 1 Leandro Dias Aguiar 2 Junio Brandão 3 Paulo Roberto Peres Kiihl 4 RESUMO A tecnificação na produção de algodão no Brasil, possibilita a competitividade por mercados compradores desta fibra, competindo com Estados Unidos e Índia, dados de produção revelam que através da utilização de máquinas modernas na colheita, possibilita com apenas uma máquina realizar trabalhos de colheita de aproximadamente 80 trabalhadores. Outra questão limitante para a cultura do algodão é o fato deste vegetal ser considerado perene e não ser susceptível a maioria das moléculas de herbicidas. Este trabalho teve como objetivo classificar moléculas de herbicidas disponíveis no mercado e efetuar dosagens únicas e combinadas entre produtos e avalia-las a campo com relação a melhor resposta a eficiência na destruição de plantas remanescentes de algodão na cultura da soja. Os resultados entre diferentes combinações de moléculas e diferentes dosagens revelaram a capacidade que os produtos em concentrações específicas de conseguirem controlar (matar) as plantas de algodão e em contrapartida não causar a morte ou danos aparentes a cultura de soja que já estava implantada no local. Através desta pesquisa pode-se chegar a conclusão sobre a potencialidade de combinação de moléculas de herbicidas no controle de plantas remanescentes de algodão na cultura da soja. Palavras-chave: Controle. Erradicação. Soqueira. 1 INTRODUÇÃO A agricultura em seu alto desenvolvimento vem adotando várias formas de manejo para diminuir o custo na lavoura e aumentar a produtividade, no controle de soqueiras de algodão são adotados controles químicos e mecânicos, onde o mecânico é o mais antigo podendo ser realizado por meio de grade ou arado, mas onde este método foge do sistema conservacionista. 1 8º Semestre de Agronomia - Facem 2 8º Semestre de Agronomia Facem lenadro_israel_lrv@hotmail.com 3 8º Semestre de Agronomia Facem junio_brandao@hotmail.com 4 Docente do Curso de Agronegócio Faculdade La Salle paulo.kiihl@faculdadelasalle.edu.br 407
3 Adotando o método mecânico como o mais antigo e tradicional para eliminação de soqueiras de algodão, como grades e arados, se torna duvidoso quando se espera que se tenha a área de cultivo com zero de plantas de algodão após o final da colheita, podendo extinguir as plantas desenvolvidas, mas podendo surgir as rebrotas, assim se torna oneroso o controle e sabendo que em uma área que se adota o plantio direto essa pratica não é adequada, pois causa revolvimento do solo, destruindo a camada de matéria orgânica e dependendo da área onde se cultiva poderá favorecer a erosão. O controle de plantas daninhas se dá, predominantemente, pelo método químico, com a aplicação de herbicidas. Contudo, essa medida, utilizada isoladamente, não é suficiente para eliminar toda a interferência das plantas daninhas sobre as culturas, exigindo medidas integradas de controle e execução de um programa de manejo integrado de plantas daninhas (CHRISTOFFOLETI & PASSINI, 1999). A planta de algodão conforme relato mais antigo era difícil de ser eliminada somente pelo controle químico, também sendo feito primeiramente a roçada que não altera as camadas superficiais do solo, onde se adotam o plantio direto ou mínimo, ficando assim mais fácil a eliminação das soqueiras, entretanto, atualmente conforme será apresentado no trabalho o método químico é suficiente para fazer este manejo, pois os herbicidas são muito mais eficientes, matando a planta de algodão da folha até a raiz, impedindo a rebrota e também a emergência de novas plantas. O algodoeiro é uma planta que precisa, como medida profilática, ser eliminada logo após a colheita, pois ao contrário, continuará vegetando, servindo de hospedeiro de pragas e doenças. Os restos culturais desta planta, denominados de soqueira, abrigam pragas potencialmente prejudiciais como o bicudo, à lagarta rosada da broca da raiz e a ramulose, que continuarão a se reproduzir, aumentando o potencial de ataque nas lavouras do próximo ano (BIANCHINI, 2004). A destruição destes restos culturais (plantas tigueras), embora seja um processo que dificulta e encarece a produção, tornou-se uma obrigatoriedade, por meio de portaria ministerial, onde mantém um tempo de vazio sanitário que tem suas variações de acordo com cada estado, ficando assim os produtores responsáveis para eliminar os restos de plantas de algodão, deixando a área de cultivo livre de planas 408
4 tigueras, e ficando responsável pelas fiscalizações o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT). O objetivo do experimento é a destruição química das soqueiras do algodão na cultura da soja pré-emergente, avaliando a eficiência dos herbicidas em dose única e seu poder residual, fazendo tratamentos com principio ativo simples e sinergia com diversos herbicidas. Os herbicidas selecionados foram de diferentes grupos químicos, onde se tem diferentes mecanismos de ação nas plantas, mesmo sabendo que o cultivar de algodão usado será RR, será testado também o glifosato em uma dosagem única e misturas de dosagens com diferentes herbicidas, verificando se realmente a planta manterá sua resistência. A dificuldade em promover o manejo de plantas invasoras de algodão na cultura da soja, remanescente da cultura anterior, a busca pela molécula ou combinação de moléculas de herbicidas que venha ser seletivo para plantas de algodão e que não promova fitotoxidade a cultura da soja, justifica a importância de promover pesquisas para este propósito. 2 REVISÃO DA LITERATURA O algodão é uma das principais culturas no Brasil, responsáveis por parcela significativa do produto interno bruto no agronegócio, somente no Mato Grosso foram cultivados na safra 13/14 uma área aproximada de 593 mil ha, onde o País está classificado entre os cinco maiores produtores mundiais. O Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA), visando manter o vazio sanitário nas áreas cultivadas no Mato Grosso, fiscalizaram quase 100% das áreas, fazendo o cumprimento de manter as lavouras livres de plantas tigueras, medida está adequada para diminuir a incidência de pragas e doenças. Os produtores com áreas de cultivo de algodão, visando manter o vazio sanitário, fazem o controle químico e controle mecânico. 409
5 O controle mecânico sendo a opção mais adequada na atualidade para eliminar a soqueira de algodão, como uso de máquinas ou implementos, estes que foram desenvolvidos especialmente para eliminação de soqueiras do algodão ou aqueles de uso geral que podem ser utilizados nesta tarefa como as grades de disco. Os maquinários específicos são distinguidos pelos princípios de funcionamento. Atualmente o mercado brasileiro tem três máquinas com diferentes princípios de funcionamentos ativos como: lâminas, discos lisos ativos e discos côncavos (EMBRAPA, 2004). O desempenho operacional da máquina pode variar de acordo com o modelo e a condição da lavoura. O maquinário com lâmina tem forma tipo L que tem o princípio de funcionamento fazendo o corte da raiz pivotante na subsuperfície do solo e afrouxando o sistema radicular. O maquinário com disco liso ativo é constituído por dois discos, que trabalham sobrepostos e cortam as planas na região do colo, separando a raiz da parte aérea. O maquinário com discos côncavos é dotado de dois discos côncavos (tipo arado), que ficam dispostos um de cada lado e agem arrancando as plantas (EMBRAPA, 2004). O controle químico na destruição de soqueira de algodão, requer aplicações sequenciais de misturas de herbicidas para se obter melhor eficiência. Os herbicidas quanto à aplicação específica a plantas monocotiledôneas e as dicotiledôneas podem ter a classificação segundo a seletividade, como os herbicidas seletivos matam ou restringem severamente o crescimento de plantas em uma cultura sem prejudicar a espécie de interesse e os não seletivos são os herbicidas que tem um amplo espectro de ação, com capacidade de matar ou causar injuria severa em todas as plantas. O mecanismo de ação são os primeiros processos bioquímicos capazes de matar as plantas sensíveis e o modo de ação é a somatória desses processos (OLIVEIRA, 2011). Na categoria de herbicidas são relacionados a via sistêmicos que são translocados via floema (seiva elaborada) ou xilema (seiva bruta- água e sais minerais), e os herbicidas que são imóveis com translocação insignificante na planta são denominados de (contato). Com relação aos mecanismos de ação temos ACCase que inibem a síntese de lipídios, ALS e EPSPs inibem a síntese de aminoácidos e Mimetizadores de auxina que teoricamente competem com as auxinas, os herbicidas 410
6 imóveis com aplicação a folhagem com mecanismo de ação FS1 e PROTOX causa destruição nas membranas das células atingidas. Na categoria de herbicidas com mecanismos de ação inibidores FS2 e carotenoides interferem na fotossíntese e os produtos imóveis na planta de aplicação ao solo com mecanismos de ação de inibição de parte aérea e de mitose interferem no crescimento vegetal (VIDAL, 1997). Os herbicidas específicos podem ser aplicados na pré-emergência logo depois de feita a semeadura, ou antes, da emergência da cultura e os produtos pósemergentes são aplicados quando as plantas se encontram emergidas, sabendo que hoje se tem herbicidas que podem ser aplicados nas duas situações, mas se devem observar as recomendações (OLIVEIRA, 2011). 3 METODOLOGIA A condução da pesquisa foi realizada através de um experimento sobre a destruição química de soqueira de algodão em soja pós-emergente, o trabalho foi conduzido na cidade de Lucas do Rio Verde-MT, nos meses de março a abril, em uma área na Fundação de pesquisa rio verde. O experimento foi realizado em delineamento de blocos ao acaso, contendo 7 tratamentos e 4 repetições, cada parcela tem área de 18 m² em perímetro de 3x6m, sendo o plantio das parcelas divididas em 3 linhas com 3 metros cada. A aplicação dos herbicidas foi realizada por um pulverizador costal de pressão por CO2, com uma barra de 3 metros adaptadas com 6 bicos do tipo leque TJ 110:02 espaçados 0,5 entre si. O volume de aplicação foi equivalente a 150 L/ha. Este volume de aplicação simula condições operacionais de uma aplicação aérea em que há produção de gotas de tamanho mais uniforme, porém em pequenas parcelas experimentais, proporcionando uma melhor homogeneização das condições locais. O controle químico das soqueiras de algodão foi feito com herbicidas com diferentes ingredientes ativos, sendo a aplicação feita em dose única, no dia 10 de abril de 2015, e as avaliações feitas em 7, 14 e 21 dias após aplicação. 411
7 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS As avaliações foram realizadas através da interpretação de escala de notas para avaliação de fito toxidade de herbicidas em culturas agrícolas adotado pelo European Weed Research Council (EWRC, 1964). As avaliações demostram que o tratamento 2 não apresentou eficiência para o controle somente com I.A glifosato resultado Nulo, o tratamento 3 e 4 obtiveram resultado Nulo mesmo com misturas de I.A de glifosato+clorimuron e glifosato+imazethapyr, no tratamento 5 apresentou resultado Moderado com misturas de I.A glifosato+flumioxazin, o tratamento 6 apresentou resultado Quase Forte e o tratamento 7 foi o que teve o controle mais eficiente obtendo resultado Forte ocasionado pela concentração de 3 I.A. As avaliações demostram que o tratamento 2 mesmo após 14 DAA não apresentou eficiência com resultado Nulo para o controle somente com I.A glifosato, o tratamento 3 apresentou resultado Leve demostrando aumento na nota de avaliação devido o tempo de ação ser maior que 7 dias, o tratamento 4 apresentou resultado Moderado sendo mais eficiente que o tratamento 3 diferenciando o resultado da tabela 3, o tratamento 5 apresentou resultado Forte com misturas de I.A glifosato + flumioxazin dobrando a eficiência após 14 DAA, o tratamento 6 apresentou resultado Muito Forte e o tratamento 7 foi o que teve o controle mais eficiente obtendo resultado Morte ocasionado pela concentração de 3 I.A, demostrando o controle esperado com somente uma aplicação 14 DAA. As avaliações demostram ainda, que o tratamento 2 mesmo após 21 DAA não apresentou eficiência com resultado Nulo para o controle somente com I.A glifosato, demostrando a resistência conferida do algodão RR, o tratamento 3 apresentou resultado Muito Leve diminuído a nota de avaliação devido à condição de rebrota da planta, o tratamento 4 apresentou também resultado Muito Leve devido a rebrota, obtendo pouca diferença na eficiência em relação ao tratamento 3, o tratamento 5 apresentou resultado Muito Forte com misturas de I.A glifosato + flumioxazin, mantendo a eficiência até os 21 DAA, o tratamento 6 apresentou resultado Muito Forte, apesar de ser o mesmo I.A do tratamento 5, apresentou diferença de dano 412
8 devido à diferença na dosagem, tendo um aumento leve de dano a planta em relação aos 14 DAA, o tratamento 7 foi o que teve o controle mais eficiente obtendo um aumento de dano na planta mantendo o resultado Morte ocasionado pela concentração de 3 I.A, demostrando o controle esperado somente com uma aplicação. 5 CONSIDERAÇÃOES FINAIS A aplicação dos herbicidas utilizados em combinações ou isoladamente, em jato dirigido sobre as linhas de plantas, obtiveram diferenças significativas referentes à morte e a diminuição de rebrota das soqueiras, em relação à testemunha, demostrando uma melhor eficiência em algumas combinações de herbicidas como nos tratamentos 5, 6 e 7, mas obtendo a morte completa da planta somente no tratamento. Conforme avaliação do tratamento 7 onde foram feitas combinações de Mecanismos de ação (ALS sistêmico, EPSPS sistêmico e PROTOX não sistêmico), estes agindo em diferentes mecanismos de ação aumentado a eficiência no controle, portanto, pode se fazer a eliminação da soqueira do algodão sem a intervenção de auxilio mecânico, diminuindo o custo de produção. Além disso, provavelmente, não ocorrerá neste período a proliferação de pragas e doenças, pela pouca ou nenhuma quantidade de brotações existentes nas soqueiras, pelo efeito dos produtos. Novas modalidades de aplicação, como no tratamento 6 podem ser feitas aumentando a dose, mas só devem ser testadas em conjunto com as modalidades já estudadas, de modo a aumentar a eficiência da destruição química de soqueiras. 413
9 REFERÊNCIAS ANDRADE Jr, E. R, 9 Congresso Brasileiro do Algodão. Destruição Química de Soqueira em Algodão Convencional no MT, Brasília-DF, SET Disponível em < Acesso em 02 JUN BIANCHINI, A. Revista Cultivar Máquinas. Soqueiras de algodão, Edição 27, Publicada FEV, CASTRO, G. S. A; CRUSCIOL, C. A. C; NEGRISOLI, E; PERIN, L. Sistemas de Produção de Grãos e Incidência de Plantas Daninhas. Plantas Daninhas, Viçosa- MG, v.29, p , EMBRAPA, 5 Congresso Brasileiro do Algodão. Destruição de Soqueira de Algodão, Disponível em < Acesso em 02 JUN OLIVEIRA Jr, R. S, Biologia e Manejo de Plantas Daninhas. Introdução ao Controle Químico, Maringá-PR, Disponível em < %20Leitura%Controle%20quimico%20%202.pdf > Acesso em 02 JUN VIDAL, R. A. Herbicidas. Mecanismos de Ação e Resistência de Plantas. Porto Alegre-RS,
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