"Veio a ordem de andar": relações identitárias e espaciais entre os ciganos Calon no município de Carneiros/AL Leila Samira Portela de Morais 1

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1 "Veio a ordem de andar": relações identitárias e espaciais entre os ciganos Calon no município de Carneiros/AL Leila Samira Portela de Morais 1 Resumo: No contexto brasileiro, é recente a inclusão dos grupos étnicos ciganos nos estudos antropológicos. A emergência de temas como etnicidade e identidade étnica têm feito com que os estudos sobre esses grupos se tornem cada vez mais atrativos, pois eles nos colocam diante de um importante desafio: a desconstrução dos esssencialismos que pairam sobre esses grupos. O presente trabalho é fruto da realização de um trabalho de campo, com observações e entrevistas, junto a ciganos que se autodenominam de etnia Calon. Esses Calon estão parados, cerca de 8 anos, no município de Carneiros, sertão do Estado de Alagoas, distante 246 km da capital, Maceió. O foco está nas relações espaciais que esses Calon empreendem em Carneiros e nas cidades vizinhas, questionando a ideia de nomadismo que termina simplificando o modo Calon de ver o mundo em detrimento de uma dicotomia (nômade/sedentário) que, na maioria das vezes, despreza as categorias nativas. Apreender como os Calon que se encontram naquele município se diferenciam da população local e como se apropriam do espaço em que vivem, mas especificamente, de Carneiros e das cidades vizinhas, através das relações que constroem nesses referidos espaços. Palavras-chave: ciganos, relações espaciais, identidade. Introdução No contexto brasileiro, é recente a inclusão dos grupos étnicos ciganos nos estudos antropológicos. A emergência de temas como etnicidade e identidade étnica têm feito com que os estudos sobre esses grupos se tornem cada vez mais atrativos, pois eles nos colocam diante de um importante desafio: a desconstrução dos esssencialismos que pairam sobre esses grupos. O presente trabalho faz parte do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para obtenção de título de especialista do curso de Especialização em Antropologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Fruto da realização de um trabalho de campo com observações e entrevistas, junto aos ciganos que se autodenominam de etnia Calon. Esses Calon estão parados, cerca de 8 anos, no município de Carneiros, sertão do Estado de Alagoas, distante 246 km da capital, Maceió. Esses grupos são vistos, pelo senso comum e também por alguns discursos científicos, como portadores de uma identidade fixa que os liga essencialmente ao nomadismo. A relação dos ciganos com o espaço e a construção de sua identidade acaba por ser reduzida à dicotomia nômade/sedentário, o trabalho de campo mostrou que essa 1 Graduada em Ciências Sociais, especialista em Antropologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e mestranda em Sociologia pelo PPGS/UFAL. Samira_portela@hotmail.com.

2 visão pouco explica o modo como os ciganos veem o mundo, o que nos faz acreditar que os mesmos têm sido analisados levando em consideração a perspectiva daqueles que os estão observando e não a dos próprios. A partir disso, tentamos apreender como os Calon que se encontram naquele município se diferenciam da população local e como se apropriam do espaço em que vivem, mas especificamente, de Carneiros e das cidades vizinhas, através das relações que constroem nesses referidos espaços. Aqui no Brasil, de acordo com o que pude observar, há a presença de três etnias ciganas: Calon; Rom (pertencentes ao subgrupo Kalderash, Machwaia e Rudari, originários da Romênia; aos Horahané, oriundos da Turquia e da Grécia e aos Lovara) e Sinti (chegaram ao país principalmente após a 1ª e 2ª Guerra Mundial). De acordo com dados da SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), os Calon são a etnia cigana com maior número de famílias espalhadas pelo Brasil, vivem em acampamentos, em sua maioria, deixados à invisibilidade, discriminados e distantes das políticas públicas. Quadro que tem se alterado nos últimos anos, devido, principalmente, à inclusão dessas famílias em programas do governo (SEPPIR, 2013). Os ciganos começaram a ter acesso a serviços básicos como atendimento nos postos de saúde, mas ainda esbarram no preconceito e falta de informação das pessoas sobre sua cultura, seu modo de viver. Segundo a referida Secretaria, os estados com maior concentração de acampamentos ciganos são: Bahia, Minas Gerais e Goiás, falam uma língua própria, conhecida como calé ou chibi, que é fruto da mistura entre o romani (língua falada pelos ciganos de etnia Rom), o espanhol e o português. Apesar dos dados oficiais sobre esses povos serem ainda muito incipientes, estima-se que há mais de meio milhão de ciganos no Brasil. (SEPPIR, 2013). No Estado de Alagoas a situação de exclusão não é diferente, temos conhecimento da existência de pelo menos dois acampamentos ciganos Calon situados nos municípios de Carneiros e Delmiro Gouveia e em Penedo e Marechal Deodoro existem comunidades ciganas sedentárias, vivendo em bairros denominados de bairros ciganos, sem falar nos grupos itinerantes advindos da Bahia que vêm em caravana e acampam por tempo limitado nos municípios de Arapiraca e Santana do Ipanema, esses grupos sofrem preconceito, discriminação e violência, inclusive policial.

3 O município de Carneiros/AL um pouso em meio aos juron 2. O município de Carneiros se localiza no sertão alagoano a 246 km da capital, Maceió. Com 52 anos de emancipação política de Santana de Ipanema, possui população estimada de habitantes numa área de 113,061 km 3. O município faz parte da microrregião de Santana do Ipanema e sua história é bastante recente. Os primeiros registros históricos datam de 1923 que relatam a existência de uma propriedade com uma única casa pertencente a João Francisco que a batizou de Cacimba de Carneiro que, de acordo com moradores, recebeu esse nome por que nesse local uma cacimba foi aberta por um carneiro sedento revelando a existência de água no local e propiciando a permanência do primeiro habitante e sua família. (IBGE, 2008). (figura 1 - localização do município de Carneiros no Estado de Alagoas mapa tirado do site wikialagoas Como já mencionei anteriormente, a família extensa Ferraz encontra-se arranchada no município de Carneiros há 8 anos, Seu Francisco, chefe do rancho, com sua mulher D. Maria e filhos viviam andando de animal. Seu Francisco nasceu num rancho no município de Feira de Santana na Bahia 4 e lá aos 17 anos se casou com D. Maria fomos criados juntos... somos primo carnal, filho de 2 irmãos, o pai dela era irmão da minha mãe... e fomos criados um para o outro... e eles (os pais de D. Maria) sabiam da minha moral. 2 Como os ciganos se referem aos não ciganos moradores da cidade. A palavra brasileiro também possui o mesmo sentido. 3 Censo Populacional Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). 4 A distancia de Feira de Santana para Carneiros é de 462 Km.

4 Seu Francisco conta que foram criados na Bahia e se casaram lá, tiveram os primeiros filhos e quando veio a ordem de andar, eles seguiram sua sina e passaram por vários Estados como Piauí, Maranhão, Ceará, ele diz: cigano anda tudo.... Saímos da Bahia e andamos Maranhão, Ceará, Piauí, Alagoas... depois voltamos pra Bahia de novo e ficamos muito tempo por lá. Depois de ficar muito tempo na Bahia, um dos filhos de seu Francisco adoeceu e, nesse período, resolveram sair pelo mundo novamente. Passando por Alagoas, comentaram que acamparam durante um tempo na estrada próximo ao município de Senador Rui Palmeira, tempos depois saíram andando pelo mundo novamente. Argumentam que a saída foi motivada pelas dificuldades enfrentadas no lugar: muito difícil o pouso lá... nós sofria sem água... acampado na estrada. Eles contam que retornaram para Alagoas em 1997, passando alguns anos no município de Dois Riachos. Decidiram ir pra Carneiros e lá conseguiram permissão para ficar e formar um rancho era o tempo do prefeito Neguinho 5... ele era bom, era melhor do que esse lembra Seu Francisco, se referindo ao atual prefeito. Ele continua: quando nós chegamos aqui fui pedir pro prefeito... tem que pedir e ele aceitou nós... era um pouso bom...nos juntamos vendemos todos os animal e compramos esse terreno... se a gente não tivesse comprado, não taria mais aqui.... Quando ele fala que não estariam mais em Carneiros se não tivessem comprado o terreno, seu Francisco se refere às constantes expulsões pelas quais passam os ciganos o prefeito permitiu, mas o povo da cidade não gostou não.... Seu Francisco relembra ao falar de suas passagens por cidades em busca de pouso Tem cidade ruim que odeia... já teve lugares que fui na prefeitura, na delegacia e eles: eu num quero não; já em outras diziam: procure um lugar, fique aí... a gente nunca sabia o que ia acontecer, num dar pra entender o que é o povo, o coração... tinha vezes que acontecia de deixar ficar... era como homem carinhoso, vc é minha flor... coisa e tal... depois do tempo vai judiar né... judia, bota fama na mulher... diz que é isso, que é aquilo... a vida é assim mesmo, bom é Jesus... tinha vez que a polícia chegava pra tirar... quebrava tudo... tinha vez que num dava nem tempo de a gente juntar as coisa... subia nos animal e ia simbora... O chefe de um rancho cigano é, tradicionalmente, o homem mais velho, o chefe da família. Geralmente sua função é ser uma espécie de intermediador com o mundo externo (GOLDFARB, 2010, p. 195). Realmente esse parece ser um importante atributo para ser um chefe de um rancho cigano, sua capacidade de articulação com 5 Prefeito Geraldo Novaes Agra Filho conhecido como Neguinho.

5 políticos nas localidades onde arrancham e com empresários, ele faz com que sejam abertas maiores possibilidades de fixação no pouso escolhido, além de facilitar relações de trocas. Em Carneiros, Seu Francisco que já está com idade bastante avançada deixou de exercer esse papel, na prática, contudo, só poderá ser substituído por outro chefe após sua morte. Seu Francisco é respeitado, é um chefe forte que conseguiu um bom pouso e boas alianças e manteve a família unida. Os seus 6 filhos homens (todos casados) vivem perto dele no rancho, não houve dispersão da família e isso é visto como um modelo ideal pelos Calon o pai vive junto dos filho... os filho junto dos pai... cigano não desampara os filho.... Esse êxito em manter os filhos juntos dos pais, funciona de modo diferente em relação à filha mulher; seu Francisco tem uma filha que mora com a família do marido na Bahia as filha mulher a gente entrega pro marido... o marido é dono dela, mas tem que cuidar direito... não judiar.... Com a velhice de seu Francisco e D. Maria, são as noras que lhes dão assistência, levam ao médico, quando doentes cuidam, fazem comida etc. A partir de minha experiência em campo, acredito que o futuro chefe do rancho será Batista, um dos filhos de Seu Francisco. Hoje, Seu Francisco encontra-se cansado e não consegue mais andar como antes, ele é considerado uma espécie de guardião da cultura, ele fala sobre a origem e vida do povo cigano. É muito comum ouvirmos no rancho pergunta pro velho... ele sabe.... Batista, filho de Seu Francisco que vem assumindo o papel de mediador com o mundo externo, é a pessoa que mais mantém relações com os moradores da cidade o Batista conhece todo mundo na cidade e todo mundo conhece ele... qualquer problema na cidade, nós chama o Batista por que ele conhece bem os juron, sabe conversar, faz negócio, conta Sielma. Essa capacidade de fazer alianças e negociações com o mundo externo ele conversa bem, é imprescindível num momento de pouso, de parada. Tal capacidade também é ressaltada como importante no sucesso de um chefe em outros trabalhos etnográficos, parar significava também em muitos casos, enfrentar uma população preconceituosa e receosa, e quando não se tinha a mão de um político e/ou coronel como proteção as expulsões eram frequentes. (CUNHA, 2013, p. 45). A falta de documentos visto que até hoje ter documentos é requisito para se ter confiança (residência fixa) e conquistar direitos - era aliviada pela proteção de um coronel ou político. Goldfarb (2010) conta que em Souza/PB, a sedentarização de

6 grupos ciganos foi um misto da capacidade dos líderes de fazer alianças, somada a um poder paternalista com atitudes assistencialistas, é importante ressaltar que as áreas ocupadas pelos ciganos no município pela autora estudado foram doações feitas por esses políticos, o que é reforçado pelo argumento de Cunha. Nesta concepção, compreendemos que em Sousa e em outras cidades da Paraíba, muitos grupos ciganos, especialmente os chefes/líderes, mantinham relações com pessoas de influência - coronéis, políticos e empresários que lhes permitia assim a estadia em fazendas, ou ainda, a permanência nas áreas urbanas das cidades. Mais do que isso, tais relações funcionavam como um meio de mediação entre o grupo e a sociedade envolvente, uma vez que detendo autorização e apoio os ciganos dificilmente seriam expulsos. (CUNHA, 2013, p. 47) Sobre a ideia de busca de proteção para o permanecimento na cidade, Seu Francisco explica não existe malabarismo entre ciganos... tudo da gente é respeito e então... e o mundo é cheio de trampolinagem de perversidade, entendeu? De pessoa que não quer ver o outro na melhora, só na piora... é como andar em brasa, você tem que tirar o pé... você pode ser uma pessoa boa, agradar, mas as pessoa não entende.. as vezes lhe julga e a pessoa tem que saber o que tá fazendo... tratar de defesa, de amparo... de se proteger.. proteção com gente chegada, com gente fina... que não tem besteira, não te preconceito... quer ajuda e sabe ajudar na troca. A amizade com juron também pode evidenciar uma forma de proteção, pois este serve como um intermediador com o mundo não cigano. Esses juron são chamados de amigos, gente nossa, gente fina, os chegados. Quanto á população em geral de Carneiros, a maior aproximação entre ciganos Calon e os não ciganos se dá nas feiras, entre os grupos religiosos, na escola e com os comerciantes locais. Chefiada por Francisco Ferraz, o homem mais velho do rancho (77 anos), atualmente, residem na comunidade cerca de 200 pessoas, em grande parte vindas do estado da Bahia. Na comunidade existe em torno de 50 crianças. 6 Devido às condições financeiras e ao preconceito que ainda é forte, como também por diversas características culturais desse povo, eles vivem de pequenos negócios como, por exemplo, trocas, leitura da sorte em feiras, venda de patuás e 6 Esses números não são oficiais. Durante a pesquisa tive bastante dificuldade na obtenção de dados oficiais. O fluxo de pessoas entrando e saindo do Rancho também é grande o que dificulta a contagem de pessoas. Em todas as minhas visitas ao Rancho encontrava novas pessoas e barracas. O número de adultos citados nos foi fornecido por Seu Francisco, já o número de crianças foi levantado pelo Leshjae para facilitar a arrecadação de brinquedos realizados durante o espetáculo Chavore (criança, em romani). Leshjae Kumpaja é um grupo de dança e música cigana, do qual faço parte como bailarina, coordenado por ciganos Rom/Lovara, através do grupo tive acesso aos Calon que estão nos munícipios de Carneiros e Penedo.

7 amuletos, bolsa família, doações. Atualmente, eles encontram-se lutando pela construção de casas na área onde vivem. O acampamento fica situado dentro da cidade. Na frente da praça principal, onde fica a Igreja Católica da cidade (Igreja Nossa Senhora da Conceição), há uma entrada que, em menos de 6 metros de caminhada, dá acesso ao rancho. Cada família nuclear mora em uma barraca e no centro do terreno há uma espécie de palhoça, local coberto, espaço de socialização do grupo e onde também as visitas são recebidas. Durante o dia, enquanto as mulheres realizam os afazeres domésticos, os homens ficam reunidos, na maioria das vezes, nessa palhoça. Marido e mulher só ficam juntos na hora de dormir, em torno das 20 horas. Durante o dia, há o intenso fluxo de entrada e saída das barracas, mas os espaços fora das barracas são os mais ocupados pelos Calon. A sombra das árvores certamente constitui um dos mais recorrentes espaços de socialização. São poucas as barracas que possuem fogão, geladeira, mesa, armário, guarda- roupas. TVs, DVDs e aparelhos de som são comuns na maioria. Buscando entender as relações não só internas do rancho Calon de Carneiros, mas também suas relações com o entorno, realizei entrevista com alguns moradores de Carneiros na própria cidade, em Maceió e durante o trajeto de Maceió até o município. Durante as entrevistas, alguns moradores de Carneiros, se mostraram favoráveis à permanência dos Calon na região. Um morador me conta às impressões que as pessoas da cidade possuem em relação aos ciganos Tem gente que tem preconceito... o povo tem muito... e eles também não tem muita aproximação com o povo da cidade... que falam que eles deviam já ter ido embora, que não era pra ter deixado eles ficar, que o prefeito acolheu eles num sei porque, que não era pra ter vendido terreno pra eles... mas eu mesmo, não tenho nada contra eles não... nesses dias eu comprei um som de carro a um deles, tinha vendido o meu, fui e comprei um dele... eles sempre tão em Tapera numa feira de troca que tem lá... eu fui pra lá pra ver se aparecia um sonzinho melhor daquele que eu tinha, aí ele apareceu vendendo e eu comprei... sempre compro alguma coisa a eles na feira... eles vendem de tudo... (E. S. morador de Carneiros). A fala desse morador revela as constantes negociações nas feiras entre calon e brasileiros a maioria do povo fala... mas uma hora ou outra sempre fazem algum tipo de negócio com cigano, completa ele. Como pude perceber as relações com as pessoas da cidade de Carneiros revelam, como já esperado, alguns conflitos. Nos dias que passei no rancho percebi que os Calon evitam andar à toa pela cidade, nos momentos em que deixam o rancho estão sempre em grupo, comportamento considerado regular quando falamos dos Calon.

8 Entrevistando algumas pessoas da cidade pude descobrir alguns dos costumes ciganos que mais incomodam os moradores: o nomadismo ; a prática da cartomancia e quiromancia (atividade na grande maioria das vezes praticada por mulheres) associada à mentira e enganação; o imaginário do cigano ladrão, que gosta de levar vantagem; o costume de andarem sempre juntos, em família, fato este que em situação de repressão fazem com que sejam associados a uma quadrilha nos termos penais, a visão dos ciganos como preguiçosos e desocupados. Notei como é grande a influência de representações negativas em torno dos ciganos, fazendo com que seu comportamento seja, quase sempre, associado a algo desviante e suspeito. Para Erving Goffman (1963) a sociedade estabelece os meios para classificar as pessoas através de atributos tidos como naturais comuns e desejáveis. Alguns indivíduos ou grupos não se encaixam nessas categorias, em virtude disto, são considerados indesejáveis, por isso, lhes são atribuídos uma série de estigmas. Esses estigmas são atributos essencialmente depreciativos pelo qual esses indivíduos ou grupos indesejáveis são identificados. O momento que os ciganos, tanto homens quanto mulheres, mais circulam pela cidade é no domingo, dia de feira, eles também frequentam feiras em outros municípios próximos como São José da Tapera e Santana do Ipanema. Durante minha pesquisa só tive a oportunidade de acompanhar algumas Calin na feira em São José da Tapera, pois em Carneiros elas evitam pedir e ler a sorte. As crianças também costumam andar juntas, vão e vêm juntas da escola. Relações espaciais e deslocamentos na microrregião de Santana do Ipanema. Considerando que o espaço é feito de relações sociais, procuramos, na medida do possível, conhecer como os Calon que estão em Carneiros se relacionam com o espaço a partir dessa relação construída no cotidiano. As relações sociais entre esses Calon são marcadas por uma forte divisão entre gêneros, dessa forma, a minha estada em campo percebi que a grande parte dos deslocamentos no rancho são realizados pelos homens, por isso, não pude acompanhar melhor e tive dificuldades em entrevistá-los, portanto, tudo que relatarei a seguir são informações dadas pelas mulheres, algumas entrevistas com Seu Francisco (chefe do rancho) e Gilberto, seu filho, e observações minhas. O município de Carneiros faz parte da microrregião de Santana do Ipanema que

9 compreende os municípios de: Canapi, Ouro Branco, Maravilha, Senador Rui Palmeira, Santana do Ipanema, Olho d água das Flores, Olivença e Dois Riachos. De acordo com as informações que tive junto as Calin, me parece que a morte de um dos filhos de Seu Francisco fez com que esses Calon resolvessem ir embora da Bahia andando de animal em direção ao Estado de Alagoas (a família de Seu Francisco arranchou a bastante tempo no município de Feira de Santana e faz parte de uma rede de parentes que abrange pousos em Salvador e Camaçari). De acordo com Seu Francisco, eles passaram por Arapiraca e, continuaram caminhando em direção ao sertão. Quando chegaram nessa região, pousaram em alguns lugares; o primeiro foi no munícipio de Senador Rui Palmeira, depois passaram por Carneiros, Santana do Ipanema, Olho D água das Flores e Dois Riachos (nesse último eles chegaram a passar mais de 2 anos parado lá). Seu Francisco lembra alguns detalhes de cada um desses pousos andamos de animal isso tudo aqui... nós passava ficava um tempo num canto, um tempo no outro... ficamos um tempo na estrada de Senador... não era bom não... não tinha água e era difícil demais de ficar ali... depois passamos por aqui, por Tapera e Carneiros... foi rápido demais aqui... paramos em Santana... a feira lá é boa grande dava pra fazer rolo bom, leitura, baralho... mas lá foi difícil, difícil a proteção... foi melhor ir embora de lá... nós vamos na feira até hoje, mas, parar lá não prestou... fomos embora, passamos por Olho D agua e ficamos em Dois Riachos... passamos 2 anos lá... aí voltamos de novo e viemos pra cá. Da fala de seu Francisco podemos ver que antes de pararem em Carneiros, no atual pouso, eles tiveram mais 3 pousos por períodos relativamente grandes. Em senador Rui Palmeira eles pararam, mas a falta de água e localização (segundo Seu Francisco na beira da estrada) fez com que eles fossem embora, passando por são José da Tapera e Carneiros. Pararam um tempo em Santana do Ipanema. Turista, cigana Calin e uma das minhas informantes no campo, me fala que até hoje eles fazem rolo na feira grande lá fazer rolo lá é bom... tem gente demais... fazer rolo, ler mão, tudo lá era bom.... Eu perguntei tanto a Seu Francisco quanto à Turista porque eles haviam saído de lá já que o rolo era tão bom, já que dava dinheiro, eles responderam que foi porque tiveram que sair mesmo, que é assim mesmo melhor sair e ir pra outro lugar e ir lá só pra fazer negócio.

10 (figura 2) Microrregião de Santana do Ipanema. Assim, podemos entender que os Calon fazem uma distinção dos lugares que são para fazer negócio e os lugares que são para parar. Quando falava com as Calin sobre a leitura da sorte, elas me disseram que evitavam ler a mão e pedir nas porta lá em Carneiros, de acordo com elas, fazer isso não é bom porque podem ficar visadas e arranjar problemas com as pessoas da cidade. Quanto a ideia de proteção mencionada por Seu Francisco, observei que Batista, seu filho, vem assumindo o papel de mediador com o mundo externo, pois é a pessoa que mais mantém relações com os moradores da cidade o Batista conhece todo mundo na cidade e todo mundo conhece ele... qualquer problema na cidade, a gente chama o Batista por que ele conhece bem os juron, sabe conversar, faz negócio, conta Sielma. Essa capacidade de fazer alianças e negociações com o mundo externo ele conversa bem, é imprescindível num momento de pouso, de parada. Em Carneiros, os Calon mantêm boa relação com alguns vereadores, com o prefeito e sua família e empresários da região. A amizade com pessoas influentes na cidade também é muito importante, Siqueira (2012) que fez seu campo em Souza/PB afirma que o quadro não é diferente quando ressalta que Por isso, justifica como estratégia de convívio social harmônico a importância de estabelecerem relações aproximadas com pessoas de respeito na sociedade, pois, quando esses personagens cumprimentam um cigano em público ou mesmo os convidam para as festas nas quais geralmente fazem apresentações musicais em voz e violão, automaticamente outros passam a simpatizá-los, relegando o preconceito ao segundo plano. Isso também alimenta o papel dos protetores, principalmente os de atuação política, que têm sido apoiados por grupos ciganos por apenas cumprirem suas obrigações de assisti-los, mesmo que esporadicamente. (SIQUEIRA, 2012, p. 82). Os homens fazem bastante rolo em Santana do Ipanema, lá tem feira grande, movimentada e é comum irem fazer rolo lá; além das feiras também é possível

11 encontrar esses Calon em cidades do sertão próximo às instituições bancárias que existem nos centros das cidades. A ideia de se retirar da cidade pode ter sido uma estratégia para proteger a atividade econômica Calon. Em minha primeira, e única, ida a uma feira no município de São José da Tapera ficamos lá por um tempo, depois fomos para frente do Banco do Brasil. Eu comentei que pensava que a gente só circularia pela feira, Nega me responde que não, que as feiras e os bancos localizados no centro das cidades também são utilizados por eles pra fazer negócio e a leitura da sorte a gente anda é isso tudo... e conhece esse povo tudinho aqui que trabalha perto... que vende coxinha, relógio, radinho... conhece todo mundo.... Os Calon possuem mapas mentais desses lugares em que circulam. Feiras, praças e instituições bancárias são os espaços de negócio, do rolo. Nesses espaços os Calon circulam e mantém uma atividade econômica diferenciada da exercida pelo não cigano, não é raro ouvir ciganos se gabando de que não está submisso preso, fechado a um emprego formal, mas vive melhor que muito juron por aí.... Gilberto, filho de Seu Francisco e marido de Nega (dormia na barraca deles quando estava no rancho), me fala sobre o rolo com os juron Pra fazer negócio nesse pedaço... por Santana, por Tapera, Senador, vamo também pra Dois Riachos onde nós arranchou antes de comprar aqui... lá também tem juron que faz rolo com nós... mas Santana e Tapera nós vai mais quando tem mercadoria mais boa pra rolo... porque lá não esquenta canto não... se tem um somzinho de carro, um celular, essas coisas... lá vende na hora... nas feira de troca... troca, vende, por aí... Olhe, te digo uma coisa: vida de Calon é negociar, é trocar, é vender... a gente vai vendendo, vai conversando... se tem amizade, se tá na paz... tudo vai bem... é conversar direitinho... com os brasileiro... respeitar todo mundo... não mexer com ninguém pra não ser mexido, entende... os polícia... tem polícia que é amigo nosso... não tem preconceito com cigano não... vem pro rancho toma umas biritinha... compra produto... faz rolo com nós... tudo na paz de Jesus... som normal, som de carro... tem uns dias que troquei com um... uma bicicleta e mais 100 por um somzinho de carro... já troquei a bicicleta na feira... e a gente vai vivendo... vai levando... viu que é só respeito... não mexer pra ser mexido, entende? (Gilberto, filho de Seu Francisco e marido da Nega). Em todo o espaço que passaram os ciganos construíram relações que os ajudaram a desenvolver seu modo de vida. Eles negociam e se apropriam do espaço; as relações e redes de solidariedade formada no espaço parecem ser mais importantes do

12 que o próprio espaço em que estão fixados. Essa postura os ajuda a manter sua mobilidade, seu movimento. Para enfatizar esta relação, Gilberto me conta se você tivesse vindo pro casamento da Madalena e o Michel, você ia conhecer os policia... tudo gente fina... comeram, beberam... ficamos aqui quase dois dias cheio só brincando, paz.... Outro exemplo dessa aliança com a polícia foi na minha ida à São José da Tapera com as Calin, segundo elas, o Batista teria dito que os policia era gente fina e que elas poderiam praticar a leitura da sorte na praça, ou seja, os ciganos exercem suas atividades comerciais, com maior ou menor sossego dependendo de sua relação com a polícia local. eles buscam fazer alianças e construir uma rede de proteção. De acordo com as Calin, em Arapiraca a leitura da sorte dava um bom dinheiro, mas a polícia vai em cima, então num adianta pegar transporte... ir praquela lonjura e sair tudo corrida..., revela Meire. O Batista é o que tem mais amizade, na localidade, mas a amizade dele é nossa tudo... faz rolo juntos, vendemos, trocamos mercadoria, então... E pras mulheres lê mão o Batista liga pros polícia de Tapera, de Santana... o dinheiro do dia é bom... dá pra ficar sem ir pra rua não... é necessidade... Nessa fala, Gilberto fala da importância da aliança com a polícia para a atividade econômica dos arranchados em Carneiros. Deste modo acredito que podemos considerar que, caminhando eles conseguiram tecer essa rede de relações e de solidariedade. Passaram aos olhos do não cigano que os enxerga a partir de uma perspectiva fixa como errantes, a toa, sem rumo por 6 cidades e, conseguiram fazer alianças, criando uma rede de colaboração em, pelo menos, metade delas. Os calon fazem rolo e emprestam dinheiro em Carneiros, onde se fixaram, mas também negociam e tem relações com a polícia, empresários e pessoas da cidade em São José da Tapera, Santana de Ipanema, dois Riachos, Senador Rui Palmeira. Relações espaciais em Carneiros É bem assim... o juron quer um somzinho pro carro... liga pra nós e pergunta: tem um somzinho aí não? E tal... quando aparece nós avisa que tem... marcamos o rolo e vamos conversando até chegar a uma coisa boa pros dois né... nenhum quer ter prejuízo... Às vezes o rolo é aqui mesmo... mas em quase todos é a gente que vai... marca pra se encontrar na feira e faz o rolo... quando a gente sai pra feira, pra praça vende rapidinho...

13 Entre os não ciganos o espaço no rancho é bem delimitado: existe uma área vista como cigana dentro da cidade no terreno em frente a Igreja e a Praça, por trás do Mercadinho Santo Antônio dizem os moradores. Como já mencionei anteriormente o fluxo de parentes indo e vindo intriga e incomoda alguns moradores. O terreno onde o rancho se encontra, situado no centro da cidade de Carneiros perto da Praça da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, é hoje um pouso onde os parentes espalhados em ranchos no Estado da Bahia fazem constantes viagens a passeio, pra visita, pra fazer rolo. Ouvi tanto por parte de Seu Francisco quanto por parte das calin sobre a importância de terem comprado o terreno na cidade, mesmo assim, como já ressaltado anteriormente, é latente a possibilidade de saída a qualquer momento. A impressão que trás as falas dos Calon é que eles andaram por toda a região, escolherem o lugar, conseguiram proteção, e o rancho se constituiu em um lugar estratégico onde podem fazer negócio com as cidades vizinhas e onde conseguiram fazer um pouso que é referência para os parentes. Quando conheci Rafaela, prima da Sielma e também sobrinha da Nega, minha principais informantes e interlocutoras no campo, ela estava arranchando com os parentes em Carneiros faziam 5 meses, contudo me comunicou que era por pouco tempo que a qualquer dia voltariam a Bahia. A impressão que dá é que Salvador, Feira de Santana, Camaçari e Carneiros constituem um só espaço onde esses Calon construíram uma rede de solidariedade forte entre esses parentes que estão em comunicação constante pelos deslocamentos, mas também por telefone e através das notícias e fofocas entre os pousos. Cada vez que alguns parentes chegam, trazem notícias de primos que foram presos, de quem destruiu a vida indo morar com uma jurin, que o tio tá bem de vida, que a filha tá sendo judiada. Na maioria das vezes, são essas notícias que fazem com que outros parentes se desloquem para vê o que tá acontecendo lá, pegar a filha de volta, ficar com os parentes enquanto o primo tá na cadeia etc. A procura por notícias dos parentes é grande e são sempre recebidas de forma entusiasmada. Em umas das minhas visitas ao rancho, Nega contou que estava preocupada esperando um telefonema, pois sua irmã com o marido e os sobrinhos tinham ido para a Bahia buscar a filha que estava sendo judiada pelo marido se chegar lá e for verdade ela volta aqui pra ficar com nós... ela vem que seja pelos cabelos... A mesma coisa acontece por lá, Sielma me conta que a família de Madalena casada com seu irmão Michel veio passar

14 uns tempos porque souberam que ela havia sido agredida pelo marido se Michel não se orientar eles levam Madalena de volta. As brigas entre parentes também são motivos para os deslocamentos. Um simples telefonema sobre uma briga entre parentes causa o imediato deslocamento de uma família nuclear para defender ou para repreender o responsável pela discórdia. Desses movimentos são trazidas mais e mais notícias que os fazem ligar uns para os outros para saber se o que foi contado é verdade e, com isso, essa rede de parentes fica cada vez mais unida tem briga demais aqui... mas parece que depois das briga... se entende e fica tudo até melhor... é coisa de parente... isso tudo aqui é parente diz Nega. Esses deslocamentos demonstram-se movidos por essa rede de solidariedade entre parentes, que aumenta a sensação de pertencimento e a construção de um espaço que parece não ter fronteiras, dando a impressão que para os Calon Feira de Santana, Salvador, Camaçari e Carneiros são um só espaço. Em Carneiros eles evitam algumas práticas como pedir dinheiro na rua e a leitura da sorte, como já falado anteriormente. Já o rolo ocorre normalmente tanto fora quanto dentro do rancho. Eles mantêm ótimas relações com o prefeito e com alguns empresários locais. Todos esses juron amigos visitam o rancho em dias de festa; o prefeito vem prá cá... come, bebe com nós... conversa, dança... conta Nega. Tive a oportunidade de ir para o maior supermercado da cidade, fazer umas compras para a barraca de Nega. Foram conosco Sielma, Mirele e o menino Darlan. Nega me fala: o dono desse mercado é muito nosso amigo ; então, conheci Abadias que disse que ficou amigo dos ciganos desde o tempo em que chegaram na cidade. Ele me conta que vai frequentemente ao rancho e já foi padrinho de um casamento lá o único defeito deles é pechinchar muito na hora de comprar, conta rindo. Outro comerciante da localidade que tem amizade direta com os ciganos e também frequenta o rancho é Seu Antônio que tem um comércio de galinhas na cidade. Os ciganos tanto compram lá, quanto vendem também as galinhas que são criadas no rancho as galinhas boa, de capoeira daqui, a gente entrega logo a ele... ele abate lá mesmo... o dinheiro é negociado lá na hora quando as galinha é levada... umas tão grande, outras mais pequena [...] antes nós vendia na feira aqui... só que a amizade com ele ficou melhor... é só levar as galinha pra lá e ele vai vendendo... (Nega).

15 Existem amizades com outros comerciantes, como por exemplo, o homem dos DVD que não tive a oportunidade de conhecer. Existe também a costureira D. Nê ela costura pra nós desde o tempo que chegamos aqui... tem outra, mas só fazemos roupa com ela conta Nega. Depois de muitas negociações sobre o preço dos vestidos, Nega me conta que hoje em dia qualquer vestido sai no valor de R$ 50 ela não faz menos que isso... tá vendo como é caro? Ainda tem que levar o pano, os bico, as fitas... por isso que só encomenda roupa nova quando tem casamento. D. Nê faz os vestidos e também já foi para casamentos no Rancho. Vemos que o juron mesmo visto como o outro, o prostituído, sem moral (que se definem pelas ações e comportamentos) integra diretamente as relações comerciais, econômicas e afetivas dos Calon. Faz-se rolo com juron; ele está no rancho sendo padrinho de casamento, comendo e bebendo. Os Calon se constroem em meio a mundo construído pelo não cigano. Fazem um uso Calon das estradas, do comércio, das praças, das feiras. Ferrari (2010) fala sobre um mundo dado (mundo gadje 7 ) e um mundo construído (o mundo calon) [...] o mundo dado é o ambiente gadje, de onde os calon extraem seus recursos. Os calon se servem das redes de água e esgoto, e das instalações elétricas, pagando ou fazendo gatos. A primeira língua aquela que será a base para a introdução do repertorio lexical chibi, é a língua portuguesa, dada pelo gadje. A comida é brasileira, mas não se come como os brasileiros. Os nomes oficiais são tipicamente brasileiros, mas sobre estes atuam os apelidos. A música é sertaneja local, mas não se escuta som como os brasileiros [...] As estradas, as cidades, as ruas em que circulam, o terreno para acampar, o mundo em que vivem é pensado como um mundo gadje dado, a partir do qual se cria um mundo calon. (p. 299). Quando pergunto sobre a cidade os Calon nunca mencionavam o acampamento sempre falavam na feira, no centro, nas praças, são desses lugares que os Calon sobrevivem, se fazem Calon no mundo juron e, a partir dele se difenciam e mantem seu movimento. Ao Perguntar a Gilberto sobre a cidade de Santana do Ipanema, aonde vai com frequência, ele me fala da praça onde fazem rolo, do celular que trocou com o juron, dos melhores dias de feira lá, da estrada, da polícia, dos comerciantes, onde é melhor para as mulheres ler a sorte, os empréstimos negociados em frente ao Banco do Brasil, etc. As 7 Gadje ou gadjo é um dos termos usados por ciganos para se referirem aos não ciganos, na maioria das vezes usados por ciganos de etnia Rom. Entre os Calon são mais usados os termos juron, gajon ou brasileiro.

16 referências as cidade são a partir do uso que fazem dos lugares. Seu movimento no espaço é feito de acordo com sintomas e avaliações antes que de medidas e de propriedades (Deleuze e Guattarri, 1980). Pensadas um pouco como se estabelecem as relações dos ciganos Calon de Carneiros e o entorno do rancho e da região, passarei, no próximo capítulo, a tratar sobre como se estabelecem as relações dentro do rancho e quais são suas dinâmicas cotidianas do grupo. Espaço, identidade e nomadismo Ao me debruçar sobre os estudos dos povos ciganos percebi a necessidade de elaborar algumas reflexões acerca de noções que têm sido utilizadas para estudar estes grupos de modo essencializadas. Uma delas é a ideia de nomadismo, vista por muito enquanto uma característica quase que intrínseca ao modo de ser cigano. Deste modo, considero que, estudar ciganos é desconstruir noções essencialistas, pois o nomadismo é naturalizado como um estilo autêntico de ser cigano. Essas ideias se chocam com a realidade social brasileira, onde os ciganos estão cada vez mais engajados politicamente e exigindo cidadania e direitos, tentando dialogar com o Estado, reivindicando terra e construção de casas, endereço fixo. Nesse contexto, poderíamos nos perguntar: a identidade cigana estaria se perdendo? Essa naturalização do nomadismo como definidor do ser cigano, também se choca com o trabalho de campo por mim empreendido, pois nele descobri que os ciganos estabelecem outros tipos de fronteiras culturais que os diferenciam dos não ciganos, além desta ideia de nomadismo. Durante todo o trabalho, tentamos nos livrar dessas noções simplistas e fixas de identidade que não dá conta da complexidade das relações sociais, ou seja, que cristaliza e naturaliza essas relações e, muitas vezes caem na dicotomia nômade/sedentário impondo uma visão de mundo do pesquisador e ignorando o sentido e vivido pelos nativos. Do ponto de vista do gadje, as caravanas passam, os acampamentos aparecem e desaparecem; em relação a eles, os ciganos se movem [...] Nessa concepção, se o cigano se move, ele é nômade, se ele se fixa, se sedentarizou e está perdendo sua tradição. Mas será essa a melhor maneira de descrever a relação do cigano com a terra? (FERRARI, 2010, p. 260).

17 Insistir na dicotomia, se viajando é nômade, se está parado é sedentário, pouco nos esclarece sobre a visão de mundo dos ciganos em relação ao espaço em que ocupam, pois essa dicotomia só encontra lógica nos olhos dos não ciganos, procuro apreender o que o cigano pensa e sente quando nos fala que é nômade, que é livre. A ideia de nomadismo para os Calon vai além da nossa dicotomia simplista que consiste em sedentário/nômade, parado/em movimento, ter endereço fixo/viver viajando, etc. A fala de Turista é reveladora nesse sentido, ao falar sobre o desejo deles de verem suas casas construídas quem disse que uma casa foi feita pra prender?... casa é casa... cadeia é cadeia... diz ela e ainda completa: o juron é preso na casa... preso nas coisas... o cigano não... é livre... a gente fica onde tá contente, onde tá a família... se estamos juntos tá bom, se acontece coisa ruim e não dá pra um... não dá pra nenhum.... A sensação de estar indo é latente; o cigano se ver na mobilidade, no deslocamento, no ir e vir cigano não nasceu pra tá preso, nós é livre, sempre foi assim... vem de ordem... nós não tá aqui? Se precisar... arrumo as bombas e vai simbora... (Nega). Então, em Carneiros, mesmo pleiteando a construção de suas casas, os ciganos não veem o lugar como algo permanente, pois, ele depende das relações, alianças, afetos e situações nele construídas, sem a família o lugar não existe, dessa forma, eles se veem inclinados a abandonar o local diante de acontecimentos. Dentre esses acontecimentos está a morte, como revela seu Francisco ao ser perguntando sobre a morte de seu filho: foi dada a ordem de andar... simbora da Bahia... andando por meio dos outros sertão... chegamos aqui... passamos... voltamos e paramos aqui de novo... chegou a ordem de parar... nunca mais voltei pra Bahia... não ando mais por aquelas banda... até hoje. Outra hipótese de largar o rancho que encontrei durante as entrevista foi nós temos que procurar nossa paz né? Se ali tem inimizade num chega nem perto... se tem cigano diferente... também não... cada um com cada um, diz Nega. Outra hipótese seria a vergonha, ou seja, se algum Calon fizer algo que envergonhe o grupo. Compartilho com Ferrari (2010) a ideia de que O parar/morar não significa fixação, o viajar/andar tampouco significa errância, o movimento, sendo absoluto, não se define em relação ao espaço físico, o território, mas sim a rede afetiva de relacionalidade parentes, inimigos, estranhos, gadjes. (p. 273).

18 Seu Francisco explica sua relação com o espaço do rancho, com o lugar onde estão arranchados. aqui é um pouso... nós juntamo e compramo... é nosso, mas não tamo preso aqui... aqui nós arrancha, recebe a família... um cuida do outro... como Jesus e Maria ensina pros cigano... e aqui tem liberdade... tem sim... cigano é livre... entende?... entende não né?... deixa eu dizer, é assim, um passarinho... um passarinho... ele é livre num é? Mas ainda assim ele num tem um pouso? É a mesma coisa de nós. Entre os Calon de Carneiros, o rancho não é pensado como algo fixo se não tá bom mais aqui... a gente sai pro meio do mundo... vem os outro e fica no lugar. (Seu Francisco). Ferrari (2010) entende que o movimento Calon é, sobretudo, uma recusa em se fixar e só nesse sentido o cigano pode ser definido como nômade. Segundo ela, a noção de nomadismo, visando descrever a relação do cigano com a terra, só deve ser usada se for reconceitualizada, nos termos do que Deleuze e Guattarri chamam de desterritorialização, pois ele não cria uma relação com a terra, de propriedade, de pertencimento andando ou morando, sua relação com a terra não muda, pois o movimento para eles não é relativo, mas absoluto. Levam-no dentro de si, mesmo que parados (p. 267). Conclusões Tentei entender os sentidos existentes por trás das viagens e dos constantes deslocamentos desses Calon. Minhas observações no rancho me fizeram concluir que o Calon possuem um modo específico de se relacionarem com o espaço baseado na relações de afeto entre parentes. Através dos deslocamentos os Calon mantêm o afeto necessário a sua rede de parentes e constroem relações e laços com os não ciganos qu possibilitam a manutenção do seu modo de vida. Pois eles se constroem e se apropria do espaço através das negociações e alianças com um mundo juron. Com a pesquisa, pude perceber que as praças, os espaços próximos às instituições bancárias, as feiras etc. são também espaços Calon. Os seus deslocamentos constroem essas redes. Se deslocar não é algo aleatório e sem propósito como podem julgar os olhos fixos do não cigano, esses trajetos podem revelar muito mais sobre o modo de viver Calon, eles têm um sentido vivido por eles. Assim, considero que os Calon transformaram não só o rancho em Carneiros em um espaço seu, mas todo o

19 caminho que percorrem e estabelecem relações comerciais e de amizade, em Carneiros e nas cidades vizinhas. Utilizei os conceitos de etnicidade e identidade étnica para compreender como os Calon se diferenciam do restante da população de Carneiros. Porém, a análise pode tomar outros caminhos que esclareçam melhor essa proposta de pesquisa, pois como já mencionamos no início da pesquisa, os povos ciganos estão longe de uma imposta unicidade possuindo diferentes práticas que variam não só de uma etnia para outra, como também, dentro do próprio grupo, onde cada família pode possuir costumes diferentes umas das outras, acredito ser por este motivo que, Ferrari (2010), defende que essas classificações (Calon, Rom, Sinti) são insuficientes, por isso prefere não vê-los como etnia, mas como redes de parentes, destacando a importância da família na sua organização social. Referências CUNHA, Jamilly Rodrigues da. Sendo cigano e estando em Sousa: discutindo os modos de ser após 30 anos de parada. Campina grande PB, 2013, 87 f. Monografia (conclusão de curso Ciências Sociais). Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). FERRARI, Florência. O mundo Passa: Uma etnografia dos Calon e suas relações com os brasileiros. São Paulo, Tese (Doutoramento em Antropologia Social) Universidade de São Paulo GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, GOLDFARB, Maria Patrícia Lopes. Nômades e Peregrinos: o passado como elemento identitário entre os ciganos calons na cidade de Sousa PB. In: Cadernos de Campo, SP, n. 19, SEPPIR. Brasil Cigano I Encontro Nacional dos Povos Ciganos, 20 a 24 de maio de 2013, em Brasília-DF. Disponível em SIQUEIRA, Robson Araújo de. Os calon do município de Sousa/PB: dinâmicas ciganas e transformações culturais. Recife, 2012, 164 f. Dissertação (dissertação de mestrado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de Pós-Graduação em Antropologia, 2012.

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