TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE SCHIZOLOBIUM PARAHYBA (VELL.) S.F. BLAKE (FABACEAE)

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1 TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE SCHIZOLOBIUM PARAHYBA (VELL.) S.F. BLAKE (FABACEAE) CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO AUTOR(ES): ISABELA ELAINE DE SOUZA ORIENTADOR(ES): MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM

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3 Ciências Biológicas Isabela Elaine de Souza Avaliação do Potencial Antioxidante de Extratos Etanólicos de Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (Fabaceae) Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio Sivero Mayworm São Paulo 2015

4 Resumo Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake é uma espécie arbórea pertencente à família Fabaceae, nativa do Brasil, e dependendo da região onde se encontra, é conhecida popularmente como garapuvu, gapuruvu, ficheira, entre outros. A espécie destaca-se pelo uso da madeira na construção civil e naval, produção de móveis, brinquedos, embalagens, entre outros. Além disso, na medicina popular, é utilizada para tratamentos anti-hemorrágico, antiproteolítico, antiinflamatório, adstringente, entre outros. Este estudo teve como objetivo verificar in vitro o potencial antioxidante de extratos etanólicos de Schizolobium parahyba. Para extração, amostras de folhas e da casca do caule de S. parahyba foram fragmentadas e submersas em etanol PA por 60 dias, trocando-se o solvente a cada sete dias. Após esse período os extratos foram filtrados e armazenados em baixa temperatura. Os volumes dos extratos foram reduzidos em rotaevaporador a 45 ºC, e as concentrações acertadas a 1% com etanol PA. Para a análise do potencial antioxidante foram utilizadas as soluções padrões de DPPH (2,2-difenil-picrilidrazia) a 0,004%, e solução de quercetina como controle positivo. Os extratos, na concentração 50 µg/ml, apresentaram atividade antioxidante semelhante a obtida para quercetina na concentração de 10 µg/ml. Os valores de CE 50 do extrato de folha e caule foram respectivamente, 15 e 18 µg/ml. Palavra-chave: Antioxidante, Schizolobium, DPPH

5 1. Introdução Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake, uma espécie arbórea pertencente à família Fabaceae, é nativa do Brasil, e dependendo da região onde se encontra, é conhecida popularmente como garapuvu, gapuruvu, guapuruvu, ficheira, entre outros (CARVALHO, 2005). A espécie destaca-se pelo uso da madeira na construção civil, naval, de móveis, brinquedos, embalagens, entre outros. Além disso, é utilizada na medicina popular como anti-hemorrágico, antiproteolítico, antiinflamatório, adstringente e antimicrobiano (CARVALHO et al., 2008). Estudos fitoquímicos feitos com extratos do caule de S. parahyba demonstraram a presença de isoquercitrina, miricetina-3-o-glicosídeo, catequina, galocatequina, lignanas, flavonóides e taninos (NASCIMENTO, 2003) e a presença de isoquercitrina, mirecitina-3-o-glucosidio, catequina e galocatequina nas folhas (Vale et al. 2011). Compostos fenólicos apresentam a habilidade de sequestrar radicais livres, expressando potencial antioxidante. Dentre os diferentes métodos existentes para avaliação da atividade antioxidante, destacam-se o ensaio do DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila). O potencial antioxidante a ser testado, reage com o radical DPPH, convertendo-o em sua forma reduzida. Nesta reação, a solução metanólica de DPPH, inicialmente de coloração violeta, torna-se amarelada e o grau deste descoramento indica a habilidade do antioxidante em seqüestrar o radical livre (MOLYNEUX, 2003). 2. Objetivo O presente estudo teve como objetivo verificar in vitro o potencial antioxidante de extratos etanólicos de Schizolobium parahyba. 3. Materiais e Métodos 3.1. Materiais Amostras (100 g P.F.) de folhas e segmentos da casca do caule de Schizolobium parahyba foram coletadas em uma área do campus I da

6 Universidade de Santo Amaro, no bairro Jardim das Imbuias, São Paulo, em área livre da presença de agrotóxicos ou outros insumos agrícolas Métodos Produção de extratos As amostras foram fragmentadas e submersas em etanol PA por 60 dias, trocando-se o solvente a cada sete dias. Os filtrados obtidos foram reunidos, constituindo os extratos etanólicos brutos, armazenados em baixa temperatura. Os volumes dos extratos foram reduzidos em rotaevaporador a 45 ºC, e as concentrações acertadas a 1% com etanol PA Atividade Antioxidante Para observação do potencial antioxidante, os testes foram realizados em triplicatas em tubos de ensaio, utilizando-se uma solução padrão de DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) a 0,004%. Para cada amostra foram utilizados dois tubos (A e B). No tubo A (amostra) foram colocados 1 ml de DPPH e 10 μl de cada extrato, obtendo-se as concentrações finais de 50, 25, 10, 5 e 1 µg/ml de DPPH, no tubo B (Branco) foram colocados 1 ml de etanol e 10 μl de cada fração, no tubo C (controle) adicionou-se 1 ml de DPPH. Os tubos ficaram em repouso e protegidos da luz por 30 minutos. Como controle positivo, utilizaramse 10 μl de soluções de quercetina, marca Fluka, obtendo-se as concentrações finais de 1,0, 0,5, 0,1 e 0,05 µg/ml de DPPH. A leitura foi realizada em espectrofotômetro a 517 nm, e a atividade antioxidante calculada conforme MENSOR et al. ( 2001), seguindo a fórmula abaixo: AA% = 100 {[ (Abs A - Abs B) x 100] / Abs C}

7 4. Desenvolvimento O trabalho foi desenvolvido no laboratório de fitoquímica da Universidade de Santo Amaro. 5. Resultados Os extratos de folhas e caule apresentaram atividade antioxidante semelhante. Os extratos de folhas e de caule nas concentrações testadas (50, 25, 10, 5 e 1 µg/ml) apresentaram 94,15, 78,51, 37,24, 20,25, 5,35% e 92,71, 61,81, 39,45, 19,68, 7,49% de atividade antioxidante, respectivamente. Nas maiores concentrações (50 µg/ml) os extratos apresentaram atividade antioxidante semelhante a obtida para quercetina na concentração de 10 µg/ml. Os valores de CE 50 do extrato de folha e caule foram respectivamente, 15 e 18 µg/ml. A presença de flavonoides e lignanas observada na madeira de S. parahyba (Carvalho et al. 2008), e a presença de isoquercitrina, miricetina-3- O-glucosidio, catequina e galocatequina nas folhas, observada por Vale et al. (2011) podem justificar os resultados obtidos nesse trabalho. 6. Considerações finais Este trabalho pode evidenciar que os extratos etanólicos de caule e folha de Schizolobium parahyba podem ser utilizados como fontes de moléculas com potencial sequestrante de radicais livres, podendo ser um ponto de partida para o isolamento de moléculas com potencial antioxidante.

8 7. Referências Bibliográficas ABIDILLE, M.D.H.; SINGH, R. P.; JAYAPRAKASHA, G. K.; JENA, B. S. Antioxidant activity of the extracts from Dillenia indica fruits. Food Chem. 90: , CARVALHO, M.G.; NASCIMENTO, I.A.; CARVALHO, G.; 5-deoxyflavonoids and lignan isolated from the wood of Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu). Quim. Nova 31: , CUNHA, A.P. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação Caloste Gulbenkiam, GBENOU, J.D.; MOUDACHIROU, M.; CHALCHAT, J.C.; FIGUÉRÉDO, G. Chemotypes in Melaleuca quinquenervia (Cav.) S. T. Blake (niauli) from Benin using Multivariate Statistical Analysis of their Essential Oils. J. Essent. Oil Res. 19: , GOUVÊA. Oxidações biológicas e atividade vegetal. In: Fitoterápicos antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Carvalho, J.C.T. (coord.) Ribeirão Preto: Tecmedd, p LEWIS, G.; SCHRIRE, B.; MACKINDER, B.; LOCK, M. (Eds.) Legumes of the World. Kew: Royal Botanic Gardens, 577p LIMA, H.C. de; CORREIA, C.M.B.; FARIAS, D.S. Leguminosae. In: LIMA, M.P.M.; GUEDESBRUNI, R.R. (org.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima: Nova Friburgo RJ: Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares. (v. 1). Rio de janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p MENSOR L.L.; Menezes F.S.; Leitão G.G.; Reis A.S.; dos Santos T.C.; Coube, C.S.; Leitão S.G. Screnning of Brazilian plant extracts for antioxidant activity by the use of DPPH free radical method. Phytother. Res. 15: , MOLYNEUX, P. The use of the stable free radical di-phenylpicryl-hydrazil (DPPH) for estimating antioxidant activity. Songklanakarin J. Sci. Technol. 26: , 2003.

9 NASCIMENTO, I.A. Estudo químico da madeira de Schizolobium parahyba. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica, Departamento de química-ice. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, REPETTO, M.G.; LIESUY, S.F. Antioxidant properties of natural compounds used in popular medicine for gastric ulcers. Braz. J. Med. Biol. Res. 35: , SOUZA, V.C., LORENZI, H. Botânica Sistemática: Guia Ilustrado para Identificação das Famílias de Angiospermas da Flora Brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, TEPE, B., EMINAGAOGLU, O.H., AKPULAT, A., AYDIN, E., Antioxidant potentials and rosmarinic acid levels of the methanolic extracts of Salvia verticillata (L.) subsp. verticillata and S. verticillata (L.) subsp. amasiaca (Freyn e Bornm.) Bornm. Food Chem. 100: , 2007 VALE, L.H.; MENDES, M.M.; FERNANDES, R.S.; COSTA, T.R.; SHAGE-MELIM, L.I.; SOUSA, A. M.; HAMAGUCHI, A.; HOMSI-BRANDEBURGO, M.I.; FRANCA, S.C.; SILVA,C.H.; PEREIRA, P.S.; SOARES, A.M.; RODRIGUES, V.M. Protective effect of Schizolobium parahyba flavonoids against snake venoms and isolated toxins. Current Top. Med. Chem. 11: , 2011.