Necessidades da Operação Logística Moderna e Especificações de Piso. 1º Seminário Anual de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho
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- Nathalia Lameira Medina
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1 Necessidades da Operação Logística Moderna e Especificações de Piso 1
2 1 Necessidades da Operação Logística Moderna - Pisos A Logística Moderna impõe métodos de movimentação e armazenagem de produtos com velocidade e flexibilidade compatíveis com a velocidade da informação. O piso é a plataforma de trabalho da operação logística e tem de ser adequado as condições da operação. Os novos equipamentos e as maiores alturas e densidades de armazenagem exigem pisos com projeto e execução de qualidade, mais planos e mais resistentes à abrasão. A automatização crescente dos veículos de movimentação e armazenagem deverá levar a novos requisitos específicos nos pisos e operação. Esta apresentação procura mostrar alguns caminhos para se obter pisos adequados ao desempenho das novas operações logísticas com sucesso e alguns obstáculos a suplantar. 2
3 1 Necessidades da Operação Logística Moderna - Pisos Caso 1 C. D. com sistema de armazenagem de corredor estreito em 4 níveis (5,20m) 3
4 1 Necessidades da Operação Logística Moderna - Pisos Caso 1 Os pisos têm de ser adaptados às necessidades da operação 4
5 1 Necessidades da Operação Logística Moderna - Pisos Caso 2 Armazenagem e Movimentação com Carros Automáticos 5
6 2 Sistema de Armazenagem e Movimentação: Componentes Componentes do Sistema Integrado Prateleiras de Armazenagem Equipamentos de Transporte (Empilhadeiras, Transportadores, Carrinhos, Carros Automáticos (AGVs), Outros); Hardware; Software; WMS Equipamentos de Comunicação; Piso de Concreto. 6
7 3 Tendências Mundiais dos Sistemas Logísticos & os Pisos Impacto Tendência Equipamentos Pisos 1) Maior aproveitamento da cubagem: - Maior altura dos edifícios; - Corredores estreitos; - Ciclo mais curto de atendimento dos pedidos; - Menor custo por pedido. 2)Desempenho rápido: - Controles Automáticos de posição, altura e direção; - Mudanças automáticas; - Maior velocidade Horizontal & Vertical. 3)Garantia mais longa - Maiores alturas; - Menos manutenção. - Empilhadeiras mais pesadas - Rodas duras - Tração elétrica - Empilhadeira Tri-Lateral - Transelevador - Porta- paletes com montagem de precisão. - Estruturas com montagem de precisão; - Uso de fio guia; - Ausência de vibração; - Mais automação. - Maior capacidade de carga - Maior resistência ao desgaste - Planicidade Alta (definida) - Juntas protegidas - Planicidades altas (> 50 F F ); - Juntas protegidas das rodas duras; - Empenamentos corrigidos. - Lubrificação permanente - Pisos de planicidade alta (>100 F F Superflat). 7
8 4 Necessidades dos Pisos na Logística Moderna I - Geral O piso de concreto tem de atender às necessidades funcionais do sistema de armazenagem e movimentação específico. Algumas necessidades: Cargas sobre o piso; Necessidades de Tráfego; Necessidades Geométricas; Resistência a agentes químicos. 8
9 4 Necessidades dos Pisos na Logística Moderna II Cargas Sobre os Pisos Industriais A taxa média (quilos por m2) usada em construção civil é insuficiente para definir as características do piso industrial necessário à operação logística; Devem ser avaliados todos os tipos de carga; Cargas Distribuídas (Ex.: Paletes e Cargas Blocadas); Cargas Pontuais (Ex.: Pés dos Porta-Paletes); Cargas Dinâmicas (Ex.: Rodas dos Veículos). Os pisos apoiados sobre solo são dimensionados por curvas experimentais obtidas da operação de rodovias nos U.S. 9
10 4 Necessidades dos Pisos na Logística Moderna III Cargas Sobre os Pisos Industriais (Distribuídas) 10
11 4 Necessidades dos Pisos na Logística Moderna III Cargas Sobre os Pisos Industriais (Dinâmicas) 11
12 5 - Necessidades de Tráfego I Resistência ao Desgaste (Abrasão) 1 Pisos e Rodas sofrem desgastes durante movimentação dos veículos. 2 Grau de desgaste depende dos materiais e cargas envolvidos e intensidade de tráfego. Exemplos: 3 Veículos Elétricos usam rodas duras de poliuretano que desgastam mais os pisos e atacam as juntas sem proteção adequada. 4 - Classificação dos tipos de piso segundo a ABNT NBR (Desgaste 1.000m): GRUPO A: Desgaste até 0,8mm (cargas pesadas, rodas rígidas) GRUPO B: Desgaste entre 0,8mm e 1,6mm (cargas médias, rodas rígidas) GRUPO C: Desgaste entre 1,6mm e 2,4mm (cargas leves, rodas macias) 12
13 5 Necessidades de Tráfego II Resistência ao Desgaste (Abrasão) - Veículos Empilhadeira Elétrica Tri-Lateral 13
14 5 Necessidades de Tráfego II Resistência ao Desgaste (Abrasão) - Veículos Carro de Direção Automática (AGV) 14
15 5 Necessidades de Tráfego II Resistência ao Desgaste (Abrasão) - Veículos Transpaleteira Manual 15
16 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso As juntas são descontinuidades do piso criadas por necessidades do processo de construção ou para aliviar tensões e permitir movimentação do piso, sem fissuras desordenadas; A experiência mostra que as juntas, estrategicamente distribuídas e convenientemente tratadas podem ser mais duráveis que o próprio piso de concreto e não apresentam danos à operação; A ausência ou má escolha do tratamento de juntas leva à deterioração dos pisos; A proteção com elastômeros de dureza baixa é deficiente para áreas de tráfego com rodas duras, inclusive carrinhos manuais. Esta proteção deve ser feita com epóxi de dureza Shore A80 (ACI 302/ American Concrete Institute). 16
17 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso Solução Inadequada Roda Carga Estágios da quebra Separação entre a resina e o concreto, devida a deterioração das bordas, causada pelas rodas rígidas Junta com Elastômero Elastômeros Cedem sob carga Não protegem as bordas Não resistem a impactos Corpo de apóio de borracha 17
18 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso Sistema Adequado RODA Rigidez para proteger as bordas Resiliente para absorver o impacto Não necessita primer Toda profundidade Fácil instalação Se ocorrer a retração, a separação provavelmente será de um lado só da junta Boa resistência à abrasão A ausência de uma ligação estrutural, permite a separação no caso de ocorrerem tensões O preenchimento de toda a profundidade elimina a possibilidade da resina ceder quando submetida às cargas dos veículos Junta com MM-80 18
19 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso Princípios Básicos e Preparação Três Princípios Básicos: Prevenção das quebras das juntas. 1 Restabelecer a continuidade da superfície; 2 Proteger os cantos da junta; 3 Não unir rigidamente as paredes das juntas. Restaura a integridade da Superfície Protege os cantos contra impactos e cargas elevadas Permite o alívio das tensões de separação, caso o piso se retraia e a junta se abra MM-80 Epóxi Junta com MM-80 19
20 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso JointSaver (Lábios Poliméricos Trinca interna Laminante JointSaver Junta típica preenchida com Epóxi Aderência entre o concreto e o epóxi evita novas trincas Trinca por retração (induzida) SEÇÃO TRANSVERSAL DO REPARO COM JointSaver Nas Juntas Epóxi típicas as quebras das bordas voltam a ocorrer Trinca por retração (induzida) SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM REPARO CONVENCIONAL Junta com JointSaver 20
21 5 Necessidades de Tráfego III Proteção das Juntas de Piso Plano de Juntas Típico Caso Prático 21
22 6 Necessidades Geométricas I Concordância do Piso com Porta-Paletes Paletes Os pisos devem enquadrar-se nas normas das instalações específicas. II Adequação aos Veículos a) Piso deve estar dentro da tolerância de planicidade especificada pelo fabricante do veículo; b) Presença de armaduras ou telas metálicas a menos de 5 cm de distância da superfície pode prejudicar instalação de fios guia de controle de veículos. III Necessidades de Planicidade (FF), Inclinação (FL) e Desempeno de Placas De acordo com o sistema integrado de operação do sistema de Armazenagem e movimentação e uso do piso. 22
23 6 Necessidades Geométricas I Concordância do Piso com Porta Paletes 1. Montagem e deformações permissíveis dos porta paletes obedecem às normas, inclusive DIN. 2. Há tolerâncias estreitas para sistemas com transelevadores, principalmente mini-loads e automação. 3. Pisos devem enquadrar-se nas tolerâncias das estanterias e máquinas que compõem o sistema. É essencial para automação ou a operação não é possível 4. Para facilidade de operação os níveis devem ter as mesmas alturas em todos os corredores. Permite a utilização de dispositivos semi-automáticos em alguns modelos de empilhadeiras. 23
24 6 Necessidades Geométricas II Adequação aos Veículos TABELA DE INCLINAÇÃO ESTÁTICA Mostra a inclinação estática de uma empilhadeira com o mastro rígido. Devido às tolerâncias da engenharia do mastro e às forças dinâmicas quando a empilhadeira se move, os valores de inclinação mostrados na figura podem até triplicar. A distância entre os centros das rodas de carga da empilhadeira exemplificada é de 1,2m. H / Altura (m) E / Diferença de Elevação entre Rodas (mm) , , H 7, , , , , , , , , , , , , mm S E 24
25 6 Necessidades Geométricas III Necessidades de Planicidade (F F ), Inclinação (F L ) 1 Na falta de dados específicos para as diferentes atividades devem ser usados valores de planicidade randômica de acordo com a atividade básica do piso: fabricação, armazenagem, comércio, etc. 2 O ACI fez extenso trabalho prático de avaliação dos Números F em pisos já construídos e com atividade definida que podem servir de referência. 3 O estabelecimento de especificações de planicidade e nivelamento revelou-se importante fator na obtenção de pisos de qualidade e adequados ao desempenho das operações, mesmo antes do seu uso efetivo. 25
26 6 Necessidades Geométricas Medições de Planicidade/Nivelamento por Atividade Edifícios em Uso Construção do Piso Utilização FF FL Piso Suspenso Edifícios de Escritório 18 a a 22 Piso Suspenso Shopping Center Piso Sobre Solo Armazém Piso Sobre Solo Armazém Equivalência Números F X Desvio em 3 metros (Régua) FF 12 12,7 mm FF 20 7,9 mm FF 25 6,4 mm FF 32 4,8 mm FF 50 3,2 mm Artigo: Measuring Quality of Floor Finishes - June Dean E. Stephan 26
27 7 Resistência a Agentes Químicos - O Concreto é permeável e absorve líquidos; - O Concreto é atacado por um número de substâncias químicas, mesmo comuns: açúcar, leite, coca-cola, cola, sangue, etc; - Salas de baterias devem ser protegidas por cobertura de resina ou cerâmica. Nossos melhores resultados foram alcançados com proteção de EVR (Revestimento Éster-vinílico). 27
28 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Coordenação e Gerenciamento: O piso de sucesso é um trabalho de coordenação entre o Proprietário ou Usuário, o Projetista de Pisos e a Construtora do Piso. Todos devem obedecer a especificações técnicas que definam as operações sobre o piso. Devem ser feitas reuniões de coordenação onde se examinem critérios e restrições envolvidos no projeto e execução. Em caso de pisos de precisão, com planicidade FF acima de 50 ou de tráfego definido recomenda-se o acompanhamento da execução por consultor de piso qualificado, reportando diretamente ao proprietário (Face). É o Gerenciamento INTEGRADO do Piso. 28
29 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Informações ao Cliente Logístico na falta de um Projeto Logístico O Cliente Logístico deverá fornecer ao projetista dados sobre a movimentação de materiais, equipamentos e veículos sobre o piso: 1. Tipo e pesos dos veículos, equipamentos e produtos, dados sobre as rodas. 2. Tipos de empilhamento, dimensões de cargas, áreas e corredores de circulação (layouts). 3. Locais e valores onde se prevêem cargas pontuais ou linearmente distribuídas (armazenagem). 4. Acabamento dos pisos e valores de planicidade (FF) e inclinação (FL) necessárias (Norma ASTM 1155 ou equivalente) 5. Dados sobre o terreno de apoio do piso (resultados de sondagens), coeficiente K, capacidade de suporte CBR, coeficiente de expansão do solo. 29
30 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Informações de Projeto e Execução O projeto do piso deve ser entregue a empresa ou projetista de piso qualificada e experiente. Tarefas principais: Dimensionamento a partir dos dados obtidos através do Cliente Logístico; método utilizado e memória de cálculo. Especificações dos materiais utilizados. Dimensionamento e posição das armaduras de contração e barras de transferência. Detalhes de execução: plano de concretagem das faixas, corte de juntas serradas, processo de cura, etc. Especificação de acabamento usando sistema Números F (FF/FL). Layout e tipo de juntas a executar, considerando o tráfego de veículos e as normas do ACI. 30
31 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Execução do Piso: Controle e Aceitação 1 A execução do piso deve ser confiada a empreiteira capacitada e experiente e com bom nível de qualidade assegurada no tipo de obra. 2 Deverá ser prevista execução de faixa teste para avaliar as dificuldades, metodologia e qualidade. A Faixa teste deve ser escolhida e aprovada pelo cliente ou representante. 3 O empreiteiro deverá possuir equipamentos e ferramentas adequadas. A comprovar pelo cliente ou seu representante antes da contratação. 4 O processo de execução deverá ser acompanhado e com medição diária dos fatores tecnológicos de concreto e da planicidade, conforme norma ASTM. 31
32 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Execução do Piso: Controle e Aceitação 5 As medidas de planicidade devem ser informadas às equipes de execução para correção de processos e melhoria de qualidade. 6 As lajes fora de especificação deverão ser reparadas ou substituídas. 7 No caso de pisos super planos ou com tráfego definido recomenda-se acompanhamento e medição por consultor independente, reportando diretamente ao proprietário ou representante. 8 Empenamentos, armaduras de contração e retificação. 32
33 8 Especificações Técnicas de Pisos e Juntas Execução da Proteção das Juntas: Controle e Aceitação 1 As proteções das juntas devem: - suportar as cargas e tráfego sobre piso - acomodar a movimentação natural das lajes - não sofrer envelhecimento ou desgaste prematuro 2 As juntas sujeitas ao tráfego devem ser protegidas por enchimentos de epóxi rígido ou semi-rígido (Dureza Shore A80) Norma ACI 302/ As juntas de epóxi semi-rígido devem ser executadas no mínimo 60 dias após a concretagem e inspecionadas a cada 6 meses. 4 As proteções das juntas devem ser submetidas a um controle estatístico de dimensões e materiais durante a execução. 5 Para evitar material insuficiente de pouca resiliência e durabilidade, com dureza ShoreA <
34 9 Prepare o seu Piso para o Futuro 1. O piso que você está fazendo hoje, ainda deverá estar em operação daqui a 20 anos e, portanto, deve estar preparado para tal. 2. É de se prever, apesar da nossa mão de obra barata, que uma automação crescente exija pisos com alta planicidade e capazes de suportar equipamentos automatizados que atinjam prateleiras com alturas superiores a 10 metros. O seu piso deverá estar preparado para estas condições e as cargas correspondentes de pallets. 3. Assegure-se de que as ferragens do seu piso estejam a mais de 5cm da superfície de operação do piso. 4. As sub-bases devem ser capazes, desde já, de suportar o peso do piso e de todas as cargas que irão sobre ele. Que seu piso seja feito de acordo com as necessidades de operação de que falamos nesta palestra. Até lá e Boa Sorte com SEU Piso! 34
35 10 Publicações Artigos sobre o tema foram escritos pelo Engº Marco A. Fagim para a Revista Tecnologística e podem ser encontrados no site: 35
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